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  • Casamento | Pasteur Brasil

    Casamento e filhos Pasteur escreve ao amigo Chappuis dizendo que quando viu Marie pela primeira vez, sentiu que havia encontrado a sua companheira de vida. “Creio que serei muito feliz com ela. Tem todas as qualidades que eu poderia desejar em uma mulher” (Báez, 1995, p. 463). O casamento ocorre em 1849 na Igreja de Santa Madalena. O casal residirá alguns anos em Estrasburgo, na Rue des Veaux. Marie devota-se ao marido e cria, em torno dele, uma vida familiar tranquila, removendo as preocupações materiais. Desde os primeiros dias, a esposa não somente admitiu, mas aprovou que o laboratório vinha acima de tudo. Madame Pasteur era discreta, comedida, circunspecta e autoritária. Caracterizada como uma mulher de ordem e dever, porém alegre e sólida (Perrot & Schwartz, 2017). À noite, escrevia sob o ditado do cientista e lhe provocava explicações, pois se interessava realmente pelas facetas hemiédricas e demais pesquisas em andamento, às quais colaborou. O casal teve 5 filhos, dos quais somente 2 sobreviveram até a idade adulta: Jean-Baptiste e Marie-Louise. A primogênita, Jeanne, falece aos 9 anos de febre tifoide. Jean-Baptiste (1851-1908) é o segundo filho, cujo nome foi escolhido em homenagem ao amigo cientista Jean-Baptiste Biot, o qual também foi seu padrinho. Aos 18 anos, este filho contrai febre tifoide, mas sobrevive. Torna-se diplomata em Roma, Copenhague, Madrid e Atenas. Cécile falece aos 12 anos, também de febre tifoide, doença infecciosa que levou a morte de incontáveis pessoas no curso da história. Marie-Louise (1858-1934), apelidada Zizi, recebe o nome da junção dos pais. Será grande companheira e colaborará, assim como a mãe, em futuros experimentos e atividades de laboratório de Pasteur. Camille, a última filha, não sobrevive a um tumor de fígado, aos 2 anos de idade. O falecimento de três filhos, em plena infância, abalou Pasteur. Ao longo dos anos, observa-se o quanto o cientista irá se dedicar à identificação dos agentes patogênicos e ao combate às doenças infectocontagiosas. Referências: BÁEZ, Manuel Martínez. Vida y Obra de Pasteur. 2ª ed. México, DF: 1995. DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René. Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. Webgrafia: https://phototheque.pasteur.fr/ Retrato de Marie Pasteur exposto na Maison Pasteur na cidade de Arbois, França. Sinalização em frente à Igreja Santa Madalena, na cidade de Estrasburgo, onde ocorreu o casamento do casal Pasteur em 29/05/1849. Placa sinalizadora da Rue des Veaux, em Estrasburgo, onde o casal residiu naquela cidade. Fachada da moradia do casal, composto por conjunto de apartamentos. Sinalização na fachada residencial. Três dos filhos de Pasteur, em fotografia do ano de 1862. Da esquerda para a direita: Jean-Baptiste, Cécile e Marie-Louise. Cécile Pasteur, em algum ano antes de sua morte, aos 12 anos, devido à febre tifoide. Madame Pasteur e Camille em 1864. A criança faleceu aos 2 anos de idade, devido a um tumor no fígado. Marie-Louise Pasteur, na época do seu casamento com René Vallery-Radot, em 1879. Jean-Baptiste Pasteur, filho do casal, em uniforme militar. Engajou-se voluntariamente em 1870 na guerra Franco-Alemã. Continue lendo a biografia

  • Políticos | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Políticos Charles-Louis-Napoléon Bonaparte (Napoléon III) 1808-1873 Napoleão III, também chamado (até 1852) Louis-Napoléon, nome completo Charles-Louis-Napoléon Bonaparte, nascido Paris e falecido em Chislehurst, Kent, Inglaterra, sobrinho de Napoleão I, foi presidente da Segunda República da França (1850 a 1852) e imperador dos franceses (1852 a 1870). Devido à extensão da biografia de Napoleão III, sugere-se consultar os links referentes a "mais informações". Em ano seguinte à sua eleição para a Academia de Ciências, Pasteur é apresentado a Napoleão III, por Jean-Baptiste Dumas, segundo o costume da época ao ingressar na Academia. Naquele mesmo ano, Ildefonse Favé, oficial da ordem de Napoleão III, sugere que o imperador proponha a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho. Pasteur aceita o pedido, mas recusa qualquer ajuda financeira (Debré, 1995, p. 245-246, 254). Dois anos depois, Napoleão III disse ter muito interesse em se manter informado do andamento das pesquisas e o convida para passar uma semana no castelo de Compiègne (Debré, 1995, p. 246). É realizada uma demonstração aos imperadores ao microscópio, com amostras de vinho (Debré, 1995, p. 251). Em 1863, Pasteur escreve a Napoleão III dizendo que “é chegado o tempo de libertar as ciências experimentais das misérias que as entravam” (Debré, 1995, p. 166). No dia seguinte, o imperador pede a Victor Duruy, Ministro da Instrução Pública, que empreenda a construção de um novo laboratório na Rua Ulm. Contudo surgem obstáculos para a continuidade da obra, pois os créditos suplementares que a construção exige são recusados pela administração. Encontra-se dinheiro para levantar a Ópera Garnier, mas não para a pesquisa científica. Pasteur fica indignado e, em 1868, prepara um artigo denominado “O orçamento da ciência” para o jornal Le Moniteur a fim de mobilizar a opinião pública. Em um dos trechos ele diz: “suprimam os laboratórios, e as ciências físicas se tornarão a imagem da esterilidade da morte”. Algumas semanas depois, o imperador reúne todos os membros do governo e um conjunto de cientistas, inclusive Pasteur. Napoleão III convida cada um a se exprimir. Pasteur recorda a criação da função de estagiário e fala em seguirem o exemplo da Alemanha, onde inclusive eles moram nas proximidades do seu laboratório (Debré, 1995, p. 166-168). Ref. https://data.bnf.fr/fr/12462544/napoleon_3/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Napoleon-III-emperor-of-France Mais informações: https://www.napoleon.org/en/young-historians/napodoc/napoleon-iii-emperor-of-the-french-1808-1873/ Ildefonse Favé 1812-1894 General francês de artilharia. Ajudante de campo do imperador Napoleão III. - Membro da Academia das Ciências (eleito em 1876). Natural de Dreux, França, foi general de artilharia, comandante da Escola Politécnica Imperial, ajudante de campo do imperador e membro da Academia das Ciências (eleito em 1876). Favé passou pela Escola de Aplicação Metz e se tornou tenente de artilharia. Em 1841, ele publicou um Novo Sistema para a Defesa de Fortalezas e foi destacado para a Manufatura de Armas de Tule. Em 1845, foi vice-diretor das oficinas de precisão do depósito central de artilharia; ele publicou uma História Tática das Três Armas. Em 1846, ele publicou o primeiro volume de Estudos sobre o Passado e o Futuro da Artilharia, escrito por Louis-Napoleón durante sua detenção em Fort Ham; em 1847, ele estudou um novo modelo de rifle. Louis-Napoléon, que se tornou Presidente da República em 1848, chamou Favé que publicou seu Novo Sistema de Artilharia em 1850. Em seguida, foi enviado em uma missão de estudos à Inglaterra, Holanda e Bélgica para avaliar seus equipamentos. Artilharia (fabricação de explosivos e organização de fábricas de armas). Em seu retorno, nomeado professor de arte militar na École Polytechnique, ele se tornou o oficial ordenado de Luís Napoleão em 1852 e depois o líder de seu esquadrão. Em 1853, durante a Guerra da Crimeia, ele desenvolveu navios de guerra flutuantes a vapor para o ataque ao porto de Kronstadt, três dos quais foram usados em Sebastopol em 1855. Chefe do gabinete militar de Napoleão III durante a campanha da Itália, ele depois trabalhou na artilharia de canhão rifled e criou as primeiras metralhadoras. Coronel em 1859, general de brigada em 1865, Favé foi nomeado comandante da École Polytechnique em 1865 e juntou-se ao estado-maior do imperador em 1870, onde participou na defesa de Paris. Ele mudou-se para o quadro da reserva em 1874. Em 1876, foi eleito para a Academia de Ciências. Professou arte militar na Polytechnique de 1874 a 1882. Publicou, além das obras citadas acima, entre outras: O exército francês desde a guerra, 1874-1875; Curso de Arte Militar, 1877 e 1878-1879. Em 1870, Favé, comandante da Escola, participou da defesa de Paris. Em 1855, Ildefonse Favé, então oficial ordenado do imperador e professor na École Polytechnique, apoiou o trabalho de Henri Sainte-Claire Deville (1818-1881) com o imperador. Ildefonse Favé apoiará outros cientistas, que também contarão com a ajuda financeira do imperador, incluindo dois próximos a Sainte-Claire Deville, Louis Pasteur (1822-1895) e Léon Foucault (1819-1868). Ildefonse Favé, oficial da ordem de Napoleão III, sugere que o imperador proponha a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho. Pasteur aceita o pedido, mas recusa qualquer ajuda financeira (Debré, 1995, p. 245-246, 254). Ref. https://data.bnf.fr/fr/13486599/ildefonse_fave/ Mais informações: https://www.polytechnique.edu/bibliotheque/fr/1865-fave-ildefonse-dreux-1812-paris-1894 Jean-Victor Duruy 1811-1894 Político e historiador francês. Agrégé d'histoire (1833). Doutor em Letras (1853). Professor de História no Lycée Henri IV em Paris. Inspetor Geral da Educação Secundária (1862). Ministro da Instrução Pública (1863-1869). Senador (1869-1870). Membro da Académie des Inscriptions et Belles-Lettres (eleito em 1873), Academy of Moral and Political Sciences (eleito em 1879), Académie française (eleito em 1884). Victor Duruy, natural de Paris, França foi um acadêmico francês e funcionário público que, como ministro nacional da educação ( 1863-69), iniciou reformas extensas e controversas. Ele foi professor em Reims e Paris e, como ministro da instrução pública (1863-1869) sob Napoleão III, incentivou a adoção do princípio da educação primária obrigatória gratuita. Sua obra mais conhecida é sua Histoire des Romans (7 vol., 1870-85; tr., 8 vol., 1883), mas ele também escreveu outras histórias populares, notadamente da Grécia e da França. Victor Duruy foi um interlocutor muito próximo de Pasteur, construindo uma verdadeira relação de amizade. Inclusive, a filha de Duruy, Hélène, era colega de Cécile, filha de Pasteur que faleceu ainda criança. A passagem de Duruy no Ministério da Instrução Pública ficará marcada pela atenção e ajuda concedida aos cientistas, não só a Pasteur. Ele é responsável por criar o decreto generalizando a criação de laboratórios de pesquisa nas faculdades, devido à forte influência de Pasteur. Ambos tinham a convicção de que a ciência constitui uma parte essencial do patrimônio nacional, e Duruy ajuda a vencer obstáculos administrativos para desbloquear o crédito para a finalização do laboratório de química fisiológica (Debré, 1995, p. 168-170). Duruy vela pelo ingresso de Pasteur na Legião de Honra e faz com que seja atribuído um prêmio pelos seus trabalhos sobre a fermentação do vinho, por ocasião da Exposição Universal de 1867. Nesta ocasião, Pasteur divide as honras com 63 outras pessoas, dentre as quais Ferdinand de Lesseps, que recebe uma imensa ovação pelo seu projeto de um canal ligando o Mar vermelho ao Mediterrâneo. Pasteur naquela época, ainda não era conhecido (Debré, 1995, p. 170-171). Ref. https://data.bnf.fr/en/12453369/victor_duruy/ Ref. https://www.encyclopedia.com/reference/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/duruy-victor Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Victor-Duruy Mais informações: https://www.jstor.org/stable/286006?seq=1 Mathilde Laetitia Wilhemine Bonaparte 1820-1904 Mathilde Bonaparte, filha de Jerônimo Bonaparte (1784–1860), rei da Westfália (irmão mais novo de Napoleão) e Catarina de Wurttemberg (1783–1835); irmã do Príncipe Napoleão (Plon-Plon) e sobrinha de Napoleão I, imperador da França. Casou-se em 1840 com o Príncipe Anatole Demidoff, Príncipe de San Donato (1813-1870). Ela passou os primeiros anos de sua infância em Roma e quase se casou com seu primo Luís Napoleão em 1836, mas o noivado foi rompido após o fracasso do golpe de Estrasburgo. Casada em 1840 com o príncipe russo Anatoli Demidoff de San Donato, ela se separou dele em 1845 e se estabeleceu em Paris. Lá ela manteve um salão de renome frequentado pela elite intelectual e artística do Segundo Império. Ela organizava jantares de homens de letras às quartas-feiras, onde se podia conhecer escritores como Sainte-Beuve, Ernest Renan, Émile Littré, Guy de Maupassant, Gustave Flaubert, Théophile Gautier, Alexandre Dumas ou François Coppée. Também convidou jornalistas como Émile de Girardin, Doutor Véron, diretor do Constitutionnel, ou Villemessant, fundador do Le Figaro. Os cientistas não foram esquecidos: Louis Pasteur, Claude Bernard ou Marcelin Berthelot. A princesa Mathilde foi extremamente influente durante o Segundo Império por causa de sua estreita amizade com seu primo Napoleão III. Por volta de 1863, Pasteur vai ao salão da princesa Mathilde. Lá fala da necessidade de uma reforma na produção do vinho ou do vinagre e queixa-se da pouca consideração de que dispõem os laboratórios e da inércia dos poderes públicos. No fundo esta é a intenção de Pasteur ao comparecer nestas ocasiões. O resultado obtido é a criação de uma cátedra de física e química aplicadas na École de Belas Artes, onde leciona para estudantes de arquitetura, onde fala bastante de higiene e do mal emprego da ventilação (Debré, 1995, p. 152-153). Ref. https://data.bnf.fr/en/12071715/mathilde_bonaparte/ Ref. https://histoire-image.org/fr/etudes/salon-princesse-mathilde Mais informações: https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/mathilde-1820-1904 Pedro de Alcântara... de Bragança (Dom Pedro II) 1825-1891 Dom Pedro II foi o segundo e último Imperador do Brasil. Nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, no dia 02 de dezembro de 1825. Filho do Imperador Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Maria Leopoldina, recebeu o nome de Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bebiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança. Tornou-se príncipe regente aos cinco anos de idade, quando seu pai, Dom Pedro I, abdicou do trono. Aos 15 anos foi declarado maior e coroado Imperador do Brasil. Seu reinado teve início no dia 23 de julho de 1840 e terminou no dia 15 de novembro de 1889, quando foi proclamada a República. D. Pedro II acompanhava com grande interesse os trabalhos de Pasteur, e desejava que o Brasil seguisse os passos do cientista. Durante os anos 1880 eles trocam algumas cartas. Pedro II preocupa-se particularmente com a febre amarela e em uma carta de 1882 escreve “espero que não se esqueça das pesquisas de micróbios da febre amarela, descobrindo-lhe uma vacina”. O imperador brasileiro desejava muito a vinda de Pasteur para o Brasil, o que não ocorreu devido à idade avançada de Pasteur e as sequelas do AVC. Em 1886, Pedro II confere a Pasteur a “Ordem da Rosa” pelo serviço prestado à humanidade ( Lima; Marchand, 2005, p. 17, 25 ) . Em 1884, em carta a Dom Pedro II, Pasteur participa ao imperador do Brasil que até aquele momento ainda não havia efetuado nenhuma experiência com humanos. Verifica a possibilidade de no dia da execução da sentença de morte dos condenados (que ele pensava existir), ser oferecida a escolha de ter uma morte iminente ou a possibilidade de participar de um experimento científico que consistiria em inoculações preventivas da raiva, de modo a tornar-se refratário à doença. Disse: “No caso de ser salvo, e estou persuadido de que isso aconteceria, como garantia para a sociedade que condenou o criminoso, eu o submeteria a uma vigilância para o resto da vida” (Debré, 1995, p. 484). Mais informações: https://www.encyclopedia.com/humanities/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/pedro-ii-brazil-1825-1891 Mais informações: https://www.ebiografia.com/dompedro_ii/ Frederick Hamilton-Temple-Blackwood (Lord Dufferin) 1826-1902 Frederick Hamilton-Temple-Blackwood, nasceu em Florença, Itália, e faleceu perto de Belfast, Irlanda. Foi primeiro marquês de Dufferin e AVA. Ele se destacou como diplomata, especialmente como embaixador britânico em São Petersburgo e como governador-geral do Canadá, o que levou à sua nomeação como vice-rei da Índia (1884 - 1896). Após, foi embaixador britânico em Paris (1891 – 1896). Lord Dufferin, enquanto embaixador britânico em Paris, escreveu às autoridades britânicas na Índia sugerindo que fossem oferecidas instalações a Waldemar Haffkine, bacteriologista ucraniano do império da Rússia, que iniciou os seus experimentos sobre a cólera no Instituto Pasteur, para continuar seus estudos de cólera naquele local. Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Frederick-Temple-Hamilton-Temple-Blackwood-1st-Marquess-of-Dufferin-and-Ava Mais informações: https://www.encyclopedia.com/international/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/dufferin-lord Gustave Rouland 1806-1878 Gustave Rouland, nascido em França, foi deputado por Dieppe, Seine-Maritime (1846), vice-presidente do Senado (1863) Ministro da Educação Pública (1856-1863), Advogado-Geral no Tribunal de Cassação, Presidente do Conselho de Estado (1863) e Governador do Banque de France (1863-1878). Deputado de 1846 a 1848, senador do segundo império, ministro senador de 1876 a 1878, nascido em Yvetot (Seine-Inférieure) em 1º de fevereiro de 1806, falecido em Paris em 12 de dezembro de 1878, estudou no colégio de Rouen, seu direito a Paris, foi admitido como advogado em 1827, entrou no judiciário como juiz no tribunal des Andelys e, sucessivamente, tornou-se procurador-adjunto do rei em Louviers (1828), em Evreux (1º de junho de 1831), procurador do rei em Dieppe (1º de outubro após), procurador-geral adjunto em Rouen, procurador-geral adjunto no tribunal (17 de janeiro de 1835), advogado-geral (1 de novembro de 1838) na mesma cadeira, procurador-geral em Douai (28 de abril de 1843). Eleito em 1º de agosto de 1846, deputado do 7º colégio de Seine-Inférieure (Dieppe) por 268 votos em 490 eleitores e 517 registrados, contra 221 do senhor Levavasseur, foi majoritário, falou sobre questões legislativas, e foi nomeado, em 23 de maio de 1847, advogado-geral no Tribunal de Cassação: nesta ocasião, os seus eleitores renovaram o seu mandato legislativo por 314 votos em 441 eleitores. M. Rouland renunciou ao cargo de magistrado na revolução de fevereiro de 1848, foi reintegrado em suas funções em 10 de julho de 1849 e foi nomeado procurador-geral no tribunal de Paris em 10 de fevereiro de 1853. Ele falou, nesta qualidade, em negócios de os enredos da Opéra-comique e do Hipódromo, no dos correspondentes estrangeiros, de Pianori, etc. Com a morte de M. Fortoul, o imperador confiou-lhe a pasta de Educação Pública e Culto (13 de agosto de 1856-24 de junho de 1863): ele modificou o chamado sistema de bifurcação, inaugurou a educação profissional, fundada por M. Renan assumiu a cadeira de lingüística comparada no Collège de France (11 de janeiro de 1862) e suspendeu o curso no dia seguinte à aula de abertura (18 de janeiro) por "ataques às crenças cristãs". Como Ministro da Religião, ele tentou impedir o movimento dos bispos em favor do Papa (1860); ao Senado, onde havia sido convocado pelo Imperador em 14 de novembro de 1857, respondeu ao Arcebispo de Bordéus, em 1865, na discussão do Discurso, que a camarilha da Ency e o Syllabus eram apenas uma resposta à convenção de 25 de setembro, a vingança do partido ultramontano, cuja influência crescia a cada dia; em 1867, discursou contra o ensino gratuito, dizendo que "o professor deveria ser amigo da ordem pública, amigo do governo", e que era preciso deixar aos prefeitos o direito de escolher e nomeá-los. Na mesma discussão, em uma alusão ao Sr. Renan, o Sr. Rouland afirmou que este último, antes de sua nomeação, havia feito compromissos condicionais com o Ministro que não havia cumprido; M. Renan se opôs a esta alegação, no Journal des Débats no dia seguinte, uma negação formal. M. Rouland foi nomeado Ministro que preside o Conselho de Estado (18 de outubro de 1863 - 27 de setembro de 1864), membro do Conselho Superior da Educação Pública (7 de novembro), Governador do Banque de France (28 de setembro de 1864) ; ele foi vice-presidente do Senado desde o ano passado. Em 5 de junho de 1871, foi chamado ao cargo de Procurador-Geral do Tribunal de Contas. Mas o Sr. Ernest Picard, nomeado em seu lugar Governador do Banque de France, tendo recusado este cargo, o Sr. Rouland foi reintegrado nessas funções no dia 29 de dezembro seguinte. Conselheiro geral do cantão de Yvetot, secretário e presidente da assembleia departamental, foi eleito, em 30 de janeiro de 1876, senador de Seine-Inferior por 495 votos em 868 eleitores; sentou-se à direita bonapartista, concedeu a dissolução da Câmara solicitada pelo gabinete de 16 de maio, lutou contra os ministérios republicanos com seus votos e morreu durante a legislatura. Grã-cruz da Legião de Honra (14 de agosto de 1862). Temos dele: Discursos e acusações (1804). No final de 1859, Pasteur não tinha a mínima subvenção para ins talar-se na Rua Ulm. Escreveu a Gustave Rouland, então ministro da Instrução Pública a fim de chamar a atenção para os benefícios que poderiam ser extraídos de um estudo completo sobre a doença dos vinhos, solicitando fundos necessários para a instalação e experimentos no laboratório na rua Ulm em Paris : "Acho que obedeço, senhor ministro, a uma parte de suas instruções, con sagrando todo o tempo de que disponho aos progressos da ciência." Era uma maneira indireta de pedir os fundos necessários destinados à instala ção de um rico material. Responderam-lhe que os créditos deveriam ser "inteiramente consagrados à conservação dos edifícios e não à execução dos trabalhos que a conveniência das pessoas alojadas nesse edifícios reclama". De tanto insistir, Pasteur acabou, entretanto, obtendo alguns subsídios. Mas só podia tratar-se de uma instalação provisória. Todavia, o equipamento de que Pasteur precisava na época era modes to. Suas pesquisas sobre a fermentação só exigiam uma estufa, um micros cópio, produtos químicos, recipientes de vidro. Mas, se o Ministério quises se dar algum dinheiro para a reparação da água-furtada, claro estava que era impensável assegurar os respectivos equipamentos ou o funcionamento: "Não há orçamento ad hoc que nos permita subvencionar cinqu enta cêntimos para os seus gastos com experiências." Foi, portanto, com seu próprio salá rio que Pasteur teve de equipar e manter seu laboratório. Tal instalação lhe custou cerca de dois mil francos, soma considerável para a época (Debré, 1995, p. 161, 551). Ref. https://data.bnf.fr/fr/15587634/gustave_rouland/ Ref. https://www.senat.fr/senateur-3eme-republique/rouland_gustave1602r3.html Marie-François-Sadi Carnot 1837-1894 Político francês. Presidente da República Francesa (1887-1894). Ex-aluno da École Polytechnique. Filho de: Carnot, Hippolyte (1801-1888). Sadi Carnot, nome completo Marie-François-Sadi Carnot, natural de Limoges, França foi um engenheiro e político francês que se tornou estadista e serviu como presidente (1887-94) da Terceira República. Carnot era um engenheiro que se tornou estadista que serviu como quarto presidente (1887-94) do Terceiro República até ser assassinado por um anarquista italiano. Carnot era filho de um deputado de esquerda (Hippolyte Carnot) que era um vigoroso oponente da Monarquia de Julho (depois de 1830) e neto de Lazare Carnot, o famoso “Organizador da Vitória” da Revolução Francesa. Ele se formou como engenheiro na École Polytechnique e depois na École des Ponts et Chaussées (Escola de Pontes e Rodovias). Sadi Carnot comparece à cerimônia de inauguração do Instituto Pasteur (1888) e ao Jubileu de 70 anos de Pasteur (1892). Carnot disse “não faltarei, vosso Instituto é uma honra para a França” (Masi, 1999, p. 111). Ref. https://data.bnf.fr/en/12466621/sadi_carnot/ Ref.: https://www.britannica.com/biography/Sadi-Carnot María Eugénia Ignacia Augustina de Montijo de Guzmán 1826-1920 Eugénia ou Eugénie (em francês), condessa de Teba, era natural de Granada, Espanha. Esposa de Napoleão III e imperatriz da França (1853-70), que passou a ter uma influência importante na política externa de seu marido. Eugénie era filha de um nobre espanhol que lutou ao lado da França durante a Guerra Peninsular de Napoleão I na Espanha, Eugénie foi para Paris quando Luís Napoleão se tornou presidente da Segunda República em dezembro de 1848. Eles se casaram em janeiro de 1853, depois que ele se tornou imperador Napoleón III. A estada de Pasteur na propriedade imperial em parte da tempo de pesquisa das doencças do bicho-da-seda, coroa, simbolicamente, um estudo empreendido pelo governo de Napoleão III, e por isso, o cientista dedica a publicação de seu trabalho à imperatriz Eugénia, escrevendo “a imperatriz dignou-se a se interessar pelas minhas primeiras observações e convidou-me a continuá-la ao me dizer que a maior grandeza da ciência está em seus esforços para estender o círculo de suas aplicações benéficas. Fiz, então, Vossa Majestade, uma promessa que procurei cumprir durante cinco anos de perseverantes pesquisas” (Debré, 1995, p. 243). Ref. https://data.bnf.fr/en/13013975/eugenie/ Ref.: https://www.britannica.com/biography/Eugenie Ferdinand Marie de Lesseps 1805-1894 Natural de Versailles, França, foi diplomata e administrador, presidente da Compagnie de l'isthme de Suez e membro da Academia Francesa (eleito em 1884). Ferdinand de Lesseps nasceu em 19 de novembro de 1805 em uma família de diplomatas de carreira franceses. Ele seguiu a mesma profissão e, no início de sua carreira, foi enviado para a Tunísia e o Egito. No Egito, ele fez amizade com Said Pasha, filho do vice-rei. De Lesseps ficou fascinado com as culturas do Mediterrâneo e do Oriente Médio e com o crescimento do comércio da Europa Ocidental. Depois de postagens na Espanha e na Itália, em 1849 ele se aposentou após um desentendimento com o governo francês. Em 1854, seu amigo Said Pasha tornou-se o novo vice-rei do Egito. De Lesseps retornou imediatamente ao Egito, onde foi recebido calorosamente e, logo em seguida, permissão para iniciar as obras no Canal de Suez. De Lesseps inspirou-se lendo sobre Napoleão ' O esquema de De Lesseps foi apoiado por uma comissão internacional de engenheiros, mas não conseguiu obter o apoio do governo britânico, apesar de De Lesseps fazer uma série de viagens a Londres. Ele perseverou e acabou atraindo apoio financeiro do imperador francês Napoleão III e de outros. De Lesseps não era um engenheiro - sua conquista consistiu em organizar o apoio político e financeiro necessário e em fornecer o suporte técnico necessário para um projeto tão grande. A construção começou em abril de 1859 e o Canal de Suez foi inaugurado em novembro de 1869. As atitudes britânicas mudaram quando o canal foi considerado um sucesso e de Lesseps foi tratado como uma grande celebridade em sua visita subsequente à Grã-Bretanha. Em 1875, o governo egípcio vendeu suas ações no canal e o primeiro-ministro britânico, Benjamin Disraeli. Em seu 74º ano, de Lesseps começou a planejar um novo canal no Panamá. Em 1879, um congresso internacional foi realizado em Paris, que escolheu o caminho para o Canal do Panamá e nomeou de Lesseps como líder do empreendimento. O trabalho começou em 1881, mas o canal revelou-se muito mais complicado de construir do que o Canal de Suez. Depois de oito anos, pouco progresso parecia ter sido feito (acabou sendo concluído em 1914). Um tribunal francês considerou De Lesseps e seu filho Charles culpados de má administração. Ambos foram multados pesadamente e condenados à prisão. No caso, de Lesseps não foi para a prisão, mas seu filho pagou pelos erros de julgamento do pai idoso com um ano de prisão. De Lesseps morreu em 7 de dezembro de 1894. Na ocasião da Exposição Universal de 1867, Pasteur divide as honras com 63 outras pessoas, dentre as quais Ferdinand de Lesseps, que recebe uma imensa ovação pelo seu projeto de um canal ligando o Mar vermelho ao Mediterrâneo. Pasteur naquela época, ainda não era conhecido (Debré, 1995, p. 170-171). Em 1881, Pasteur parece não duvidar da própria eleição para a Academia Francesa, quaisquer que sejam os outros candidatos. Vários nomes são citados para ocupar a vaga, a exemplo de Ferdinand de Lesseps (Debré, 1995, p. 419-420). Ref.: https://data.bnf.fr/fr/12068024/ferdinand_de_lesseps/ Ref. http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/de_lesseps_ferdinand.shtml Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Ferdinand-vicomte-de-Lesseps Jean-Baptiste-André Dumas 1774-1862 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Ao ingressar na Academia de Ciências, é Dumas quem apresenta Pasteur a Napoleão III. Dumas consegue a subvenção à viagem de pesquisa de Pasteur 1852, que foi considerada uma missão oficial aos laboratórios alemães. Na volta, Pasteur escreve agradecendo ao amigo, pois a viagem teria sido impossível sem esse apoio financeiro. Afirma que para agradecer-lhe a confiança, vai trabalhar “tanto quanto lhe for humanamente possível” (Debré, 1995, p. 93). Em 1865, a pedido de Jean-Baptiste Dumas, Pasteur vai se dedicar às pesquisas do bicho-da-seda. Dumas era Ministro da Agricultura e Comércio e precisava redigir um relatório para o Senado sobre o flagelo que dizimava a indústria sericícola na França. Dumas solicita então a cooperação de Pasteur para salvar a seda. Pasteur inicialmente hesita. Entende que o objetivo da pesquisa é nobre, mas se sente embaraçado, pois nunca havia antes tocado em um bicho-da-seda. De todo modo, escreve que teria remorsos em recusar a proposta devido a toda bondade que Dumas já havia dispensado a ele, e se dispõe a enfrentar este desafio (Debré, 1995, p. 202; Dubos, 1967a, p. 184). Próximo Grupo

  • Contato | Pasteur Brasil

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  • Academia Francesa | Pasteur Brasil

    Academia Francesa Pasteur fica lisonjeado com as solicitações de candidatura à Academia Francesa, que além de literatos acolhe também políticos, membros de tribunais e das cátedras. Entrar na Academia Francesa seria aquilo que “muitos consideram como a honra suprema” (Debré, p. 418). Foi dito também que esta Academia era uma sociedade composta por 40 das pessoas mais importantes da França. Pasteur parece não duvidar da própria eleição, quaisquer que sejam os outros candidatos. Vários nomes são citados para ocupar a vaga, a exemplo de Ferdinand de Lesseps (canal de Suez), o poeta Sully Prudhomme (que será em 1901 o primeiro laureado do prêmio Nobel de Literatura), Paul de Saint-Victor (jornalista brilhante patrocinado / apoiado por Victor Hugo) e Victor Cherbuliez (romancista) (Debré, 1995, p. 419-420). A candidatura de Pasteur é apresentada por Ernest Legouvé, dramaturgo de sucesso, e tio avô de René Vallery-Radot, seu genro. Legouvé prepara o terreno e se encarrega de desencorajar os adversários. Pasteur então envia ao secretário vitalício da Academia Francesa, Camille Doucet sua candidatura oficial. Depois da morte de Claude Bernard, só resta o amigo Jean-Baptiste Dumas para representar os cientistas nesta Academia. Dos 40 membros, 38 votaram, sendo 20 a seu favor (em segundo lugar, Victor Cherbuliez recebeu 8 votos) (Debré, 1995, p. 420). Charles-Augustin Sainte-Beuve solicita a Pasteur sua candidatura na Academia Francesa. Conquanto suas opiniões, em política e religião, sejam opostas às de Pasteur, ele admira o cientista. E a recíproca é verdadeira (Debré, 1995, p. 143, 152, 154-159). Alexandre Dumas (filho) agradece a Pasteur por “querer ser um dos nossos” (Vallery-Radot, 1951, p. 313). Em 1º de janeiro de 1895 (ano da morte de ambos), Pasteur recebe todos os seus alunos e colaboradores para exprimir-lhes seus votos de fim de ano. Neste dia, também aparece Alexandre Dumas (filho), colega da Academia Francesa, para cumprimentá-lo (Debré, 1995, p. 546). Pasteur é admitido na Academia Francesa em 08/12/1881, pouco antes de completar 60 anos, sucedendo Émile Littré (Debré, 1995, p. 392). Quando Littré era vivo, Pasteur o presenteou com a obra escrita por ele em 1879 “Exame crítico de um escrito póstumo de Claude Bernard sobre a fermentação”. O livro contém uma dedicatória de Pasteur a Émile Littré: “ao senhor Littré, da Academia Francesa, homenagem de profundo respeito. L. Pasteur”. Pasteur e Littré se respeitam, mas existem entre eles diferenças: Littré é republicano, franco-maçon e positivista. Para Pasteur, os positivistas não entenderam o sentido do método científico, e afirma “Para julgar o valor do positivismo, meu primeiro pensamento foi procurar nele a invenção. Não achei. Como não me oferece nenhuma ideia nova, o positivismo me deixa reservado e desconfiado” (Debré, 1995, p. 413). As profundas razões que levam Pasteur a se opor à filosofia positivista são mais específicas, por exemplo, o positivismo rejeita o uso do microscópio, e separa a química da biologia, por exemplo. Entretanto, é a questão da existência de Deus, que Pasteur chama de infinito, que o afasta do positivismo. Pasteur diz: “aquele que proclama a existência do infinito reúne mais sobrenatural nessa afirmação do que o existente em todos os milagres de todas as religiões. (...) Vejo em toda a parte a inevitável expressão da noção do infinito no mundo. A ideia de Deus é uma forma da ideia do infinito” (Debré, 1995, p. 414). Ao ingressar na Academia, a preocupação de Pasteur passa a ser o discurso tradicional de sucessão, no qual deve elogiar o seu predecessor. Além do desacordo quanto ao positivismo, a antipatia de Pasteur deve-se a um desacordo político, pois Littré foi um dos primeiros a pedir a perda do trono de Napoleão III. Um longo espaço de tempo vai separar a eleição da recepção: mais de 4 meses. Pasteur passa todo o inverno a trabalhar nisso. À noite, se isola e tenta polir as frases. Contudo, não quer deixar de ser justo (em sua visão): o positivismo lhe parece um erro perigoso que é preciso combater, mas nada o impede de reconhecer as qualidades pessoais de Littré e o valor de seus trabalhos. Então, vai até a casa de campo onde vive a viúva e a filha de Littré. Lá Pasteur se sente comovido pela simplicidade com a qual Littré vivia, cujo trabalho, na intimidade da vida em família era sua verdadeira felicidade (Vallery-Radot, 1951, p. 313). Percorrendo a casa e o pequeno jardim onde Littré cultivava seus legumes e colhia frutas, Pasteur tenta compreendê-lo, mas considera um erro que o positivismo não tinha em conta a noção do infinito (Vallery-Radot, 1951, p. 315). Pasteur consulta Jean-Baptiste Dumas e Désiré Nisard, que revisam seus manuscritos. Eles foram escolhidos por Pasteur para serem seus padrinhos acadêmicos no dia da sessão solene na Academia Francesa (Vallery-Radot, 1951, p. 316). Em 27 de abril de 1882, Pasteur vai à cúpula. Nem todos os 40 membros estão presentes. Victor Hugo, doente, manda se desculpar pela ausência. No entanto, há relato de que “Louis Pasteur era sem dúvida um grande admirador de Victor Hugo. Em um manuscrito datado de 07/02/1885, pouco antes da morte do grande poeta, Pasteur escreve ´O menino sublime como Chateaubriand o chamou, merece ser chamado de velho sublime. Diante desta longevidade gloriosa, a França dá um espetáculo lindo. Sua aclamação é um grito de patriotismo”. Antes da eleição, Pasteur havia se apresentado a Victor Hugo, e este respondeu resmungando “O que o senhor diria se eu pretendesse ser eleito para a Academia de Ciências?” (Debré, 1995, p. 420). Em 27 de abril de 1882 Pasteur entra na Academia Francesa acompanhado dos dois padrinhos (Dumas e Nisard), com um estilo enérgico e físico robusto (como descreve um jornalista). Além dos vários membros da Academia e de toda a família de Pasteur, está presente também a princesa Matilde, que veio aplaudi-lo. Na época, alguns jornalistas destacam que neste mesmo dia, Charles Darwin, que havia falecido em 19 de abril, é enterrado com grande pompa na abadia de Westminster. Cabe lembrar que foi Littré quem popularizou na França as teorias sobre a evolução das espécies. Pasteur discursa com uma homenagem a Littré, mas também com a confissão quase imediata de um distanciamento filosófico. Pasteur mostra, em sua visão, o erro do positivismo ao querer suprimir a ideia de infinito (Vallery-Radot, 1951, p. 319). Também critica a pretensão positivista de encontrar um fundamento científico na política e sociologia devido ao grande número de fatores que concorrem para a solução de questões que elas levantam, e diz “nesse lugar onde as paixões humanas intervêm, o campo do imprevisto é imenso” (Debré, 1995, p. 423). O diretor da Academia Francesa em exercício, Ernest Renan (autor de Vida de Jesus), recebe Pasteur na Academia Francesa e profere um discurso após o cientista A obra e a personalidade de Renan foi descrita como situada na junção do espiritualismo com o positivismo. Convertido ao positivismo, torna-se o porta voz do ceticismo, embora continue a se dizer “católico fervoroso”. Em seu discurso, Renan diz que “na ordem intelectual também existem sentidos diversos, oposições aparentes que não excluem um fundo de similitude” (Debré, 1995, p. 424). Segue parte da resposta de Renan ao discurso de Pasteur: "Sua vida austera, inteiramente devotada à pesquisa altruísta, é a melhor resposta àqueles que consideram nosso século privado dos grandes dons da alma. Sua diligência meticulosa não queria conhecer distrações nem descanso. Recebam a recompensa pelo respeito que vos rodeia, por esta simpatia cujas marcas hoje tão numerosas se produzem ao vosso redor e, sobretudo, pela alegria de ter cumprido bem a vossa tarefa, de teres lugar na primeira fila". Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. VALLERY-RADOT, René. A Vida de Pasteur. 4ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Vecchi, 1951. https://www.abebooks.com/signed-first-edition/DEDICATED-PASTEUR-VICTOR-HUGO-Examen-critique/19603200427/bd Ref. http://www.academie-francaise.fr/reponse-au-discours-de-reception-de-louis-pasteur Academia Francesa em Paris, que funciona no mesmo endereço da Academia de Ciências. Ferdinand de Lesseps. Émile Littré Victor Hugo. Jean-Baptiste Dumas. Désiré Nisard. Charles Darwin. Ernest Renan. Continue lendo a biografia

  • Referências | Pasteur Brasil

    Referências Bibliográficas 137 livros organizados em 3 seções, discriminadas a seguir. Idiomas: 66 em português, 54 em francês, 9 em espanhol e 8 em inglês. I. Biografias e Obras sobre Pasteur (75) ATHIAS, Armand et al. Autour de Louis Pasteur. Dole, França: Cahiers Dolois, 1995. BÁEZ, Manuel Martínez. Vida y Obra de Pasteur. 2ª ed. México, DF: 1995. BARBE, Noël et al. Caricaturer Pasteur. Besançon, França: Sekoya, 2014. BAZIN, Hervé. Mémoire en Images: Louis Pasteur. Tours, França: Alan Sutton, 2009. BESSON, André. Louis Pasteur: um aventurier de la science. França: Éditions du Rocher, 2013. BIRCH, Beverley. Louis Pasteur. São Paulo, SP: Globo, 1993. BIRCH, Beverley. Pasteur: a luta contra os micróbios. Blumenau, SC: Eko, 1994. BLARINGHEM, L. Pasteur et le Transformisme. Paris, França: Masson et Cie Editeurs, 1923. BRUNET, Jean-Pierre. La Rage Envers Pasteur: de la sanctification à la diabolisation? Besançon, França: Éditions Graine d´Auteur, 2017. 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Colheita Intermissiva. Dividendo da Personalidade Consecutiva. Duplocarma. Gatilho Retrocognitivo. Grupocarmograma. Grupocarmograma Retrocognitivo. Inseperabilidade Grupocármica. Intermissão Mudancista. Intermissiometria. Marca Parapsíquica. Materpensene. Nódulo Holomnemônico. Paramicrochip. Personalidade Consecutiva. Olhar Seriexológico. Raiz do Temperamento. Retrossenha Pessoal. Seriéxis Alheia. Seriexograma. Seriexometria. Webgrafia Específica Academie des Sciences. Academie Nationale de Médecine. Academie Française. Bibliothèque Nationale de France (BNF). Google Arts & Culture: Institut Pasteur. Institut Pasteur. Nobel Prize. Palais de la Découverte: Pasteur l'expérimentateur. Phototeque Pasteur. Societé des Amis de Pasteur. Terre de Louis Pasteur. Filmografia Específica Louis Pasteur, Portrait d'un Visionnaire. Pasteur e Koch: Duelo de Gigantes no Mundo dos Micróbios. Que reste-t-il de Pasteur? The Story of Louis Pasteur (A História de Louis Pasteur).

  • Doenças do Bicho-da-Seda | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Doenças do Bicho-da-Seda Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Em 1865, a pedido de Dumas, Pasteur vai se dedicar às pesquisas do bicho-da-seda. Dumas era Ministro da Agricultura e Comércio e precisava redigir um relatório para o Senado sobre o flagelo que dizimava a indústria sericícola na França. Ele solicita, então, a cooperação de Pasteur para salvar a seda (Debré, 1995, p. 203). Pasteur inicialmente hesita. Entende que o objetivo da pesquisa é nobre, mas se sente embaraçado, pois nunca havia antes tocado em um bicho-da-seda. De todo modo, escreve que teria remorsos em recusar a proposta devido a toda bondade que Dumas já havia dispensado a ele, e se dispõe a enfrentar este desafio. Pasteur aceitou o pedido de Dumas, em parte por sua devoção ao mestre. É provável que ele também ansiava pela oportunidade de abordar o campo da patologia experimental, como sugere uma frase de sua carta de aceitação; "Pode ser que o problema ... se enquadre nos meus estudos atuais." Há muito ele previa que seu trabalho com fermentação teria consequências para o estudo dos processos fisiológicos e patológicos do homem e dos animais, mas sua falta de hábito com problemas biológicos foi reconhecida e a insistência de Dumas o ajudou a enfrentar uma experiência que tanto desejava como ele temia (Dubos, 1967b, p. 185). Serão 6 anos dedicados esta pesquisa. Além do sentimento de gratidão ao seu professor, há a possibilidade de salvar uma indústria importante da França, além de pesquisar a possível intervenção do micróbio em seres vivos. Émile Duclaux 1840-1904 Politécnico e normalista francês. Doutor em ciências físicas (Paris, 1865). Professor de Química na Faculdade de Ciências de Lyon; de física e meteorologia, no Instituto Agronômico de Paris, depois no Instituto Pasteur, diretor do Instituto Pasteur (1895-1904). Membro da Academia de Ciências (1888). Participou da fundação de universidades populares e da Liga dos Direitos Humanos. Resumidamente, Duclaux iniciou uma carreira clássica como físico e químico. Depois de conhecer Louis Pasteur, ele foi rapidamente atraído pela nova ciência do "infinitamente pequeno", conhecida por volta de 1880 como microbiologia. Próximo de seu mestre, mas de espírito independente, participou ativamente da realização em 1888 do ousado projeto do Instituto Pasteur. Apreciado professor, escritor mediador e historiador da ciência, fervoroso patriota, goza então de uma autoridade que lhe permite falar publicamente: o cientista, torna-se cidadão, reivindica o estatuto de intelectual. Lutando por justiça, junto à Liga dos Direitos Humanos, a favor da revisão do julgamento de Dreyfus, ele afirma sua preocupação pela democratização do conhecimento por meio do apoio às universidades populares. De modo mais detalhado, Duclaux em 1857, ao completar sua educação clássica no colégio local, deixou Aurillac e foi para Paris para frequentar o curso especial de matemática no Lycée St. Louis. Dois anos depois, ele foi aceito na École Polytechnique e na École Normale Supérieure; ele escolheu o último. Em 1862 ele se tornou agrégé nas ciências físicas e foi então contratado por Pasteur como seu assistente de laboratório ( agrégé-préparateur)na escola. Foi durante esse período que as discussões sobre a possibilidade ou impossibilidade da geração espontânea estavam mais vivas. Pasteur afirmou que as criaturas microscópicas responsáveis pela fermentação vieram de pais semelhantes a eles. Nicolas Joly, Pouchet e Musset afirmaram que, ao contrário, essas criaturas nasceram espontaneamente em fluidos orgânicos. De vez em quando, Dumas e Balard, membros da comissão nomeada pela Académic des Sciences para resolver a questão, iam à École Normale. Duclaux, que já havia participado das experiências de seu mentor, passou a participar dos debates. A impressão que causaram nele mostrou-lhe seu verdadeiro curso de vida. Dissociado do laboratório de Pasteur, um agrégé-préparateur enfrentava um futuro incerto. Depois de defender sua tese de doutorado em ciências físicas em 1865, Duclaux decidiu deixar Paris. Ele se tornou professor primeiro no liceuem Tours, depois na Faculdade de Ciências de Clermont-Ferrand, cidade em que se juntou a ele sua mãe, viúva desde 1860. Ele pôde renovar sua colaboração com Pasteur, primeiro em Pont-Gisquet, Gard, onde o mestre estava desenvolvendo seu trabalho sobre doenças do bicho-da-seda, e um pouco mais tarde em Clermont-Ferrand. Os experimentos - de fermentação - começaram em um laboratório improvisado montado por Duclaux e foram repetidos em uma escala muito maior na cervejaria Kuhn em Chamalières, que fica entre Clermont-Ferrand e Royat. É bem sabido que esses experimentos foram solicitados a fim de reanimar a indústria cervejeira. Novas funções profissionais trouxeram Duclaux para Lyon em 1873 e finalmente para Paris em 1878. Em Paris, ele ganhou um concurso para a cátedra de meteorologia no Institut Agronomique, e também foi professor de química biológica na Sorbonne. Ele imediatamente aproveitou a oportunidade para ministrar um curso de microbiologia, o primeiro desse tipo em qualquer lugar. Sua jovem esposa, a ex-Mathilde Briot, sucumbiu repentinamente à febre puerperal após o nascimento de seu segundo filho. Para esquecer sua dor, Duclaux se dedicou ao trabalho com ainda mais energia. Ele ensinou, experimentou e escreveu; e ele acompanhou, dia após dia, a extraordinária série de realizações de Pasteur. Isso incluiu o desenvolvimento de vacinas contra a cólera aviária, o antraz, a peste suína e, em 1885, contra a raiva. Em 1888, o Instituto Pasteur foi fundado em Paris, na rue Dutot. Duclaux, que entretanto havia se tornado professor titular da Sorbonne, transferiu suas atividades de ensino para o Instituto Pasteur. Um pouco antes, por meio de seus esforços, um novo jornal mensal, o Annales de l'Institut Pasteur, foi criado para publicar pesquisas em microbiologia. A partir desse período, pode-se dizer que a vida de Duclaux foi quase inseparável da do Instituto Pasteur. Com a morte de Pasteur em 1895, ele assumiu sua direção e em poucos anos a transformou em uma espécie de “cooperativa científica”, na qual cada cientista, ao mesmo tempo que preservava a independência de suas próprias ideias, trabalhava em direção a um objetivo comum . Aos edifícios originais foram acrescentados, no início do século, o Institut de Chimie Biologique e um hospital. Duclaux tornou-se membro da Académie des Sciences em 1888, da Société Nationale d'Agriculture em 1890 e da Académie de Médecine em 1894. Em 1901 casou-se com a sra. James Darmesteter (a ex-Mary Robinson), uma mulher notável por sua inteligência e cordialidade. Ele finalmente encontrou a felicidade familiar novamente, mas essa felicidade não durou. Em janeiro de 1902, ele sofreu seu primeiro derrame. Mal recuperado, ele começou a escrever novamente para os Annales na primavera de 1903 recomeçou suas palestras. Mas isso era muito para exigir de um corpo sobrecarregado. Na noite de 2 de maio de 1904, Duclaux perdeu repentinamente a consciência e morreu durante a noite. Seu lugar como diretor do Instituto Pasteur foi assumido por um de seus alunos de Clermont-Ferrand, Émile Roux. Este último ficou conhecido por sua pesquisa com Pasteur, sua descoberta do bacilo da difteria e seu desenvolvimento de uma antitoxina diftérica específica. O trabalho científico de Duclaux é ao mesmo tempo o de um físico e o de um químico. Como físico, ele estudou os fenômenos da osmose, da adesão molecular e da tensão superficial. Como químico, ele se concentrou especialmente nos processos de fermentação. Nessa área, ele estava até certo ponto acompanhando o trabalho de Pasteur. Com o passar dos anos, ele foi levado a aceitar enzimas (então chamadas de diástases) um papel cada vez mais importante nos fenômenos da vida. Ele dedicou uma longa série de investigações aos respectivos papéis desempenhados no trato intestinal de homens e animais por enzimas emitidas por glândulas e por aquelas liberadas por micróbios. Ele reconheceu que os micróbios não tinham papel na digestão gástrica e pancreática, que envolve apenas sucos liberados dos tecidos. A digestão microbiana não começa até o intestino, mas rapidamente se torna importante. Em área afim, Duclaux percebeu que os micróbios são indispensáveis na formação dos nutrientes das plantas no solo. Sem micróbios, a terra é infértil, porque as enzimas nas células vegetais não podem deixar as células e, portanto, não podem agir fora da planta. O leite forneceu a Duclaux um material ideal para o estudo de enzimas. Numa primeira fase, através de um grande número de análises, conseguiu desenvolver métodos que permitissem determinar as proporções dos seus constituintes. Na segunda etapa, ele estudou as enzimas capazes de modificar os constituintes. A grande importância das enzimas foi demonstrada na transformação do leite em queijo. Nesse caso, entretanto, os agentes ativos são de origem externa. Na verdade, um queijo é o resultado da cooperação microbiana: “Cada um dos trabalhadores microscópicos deve agir por sua vez e parar no momento certo. Tal oficina é difícil de dirigir, e pode-se dizer que foi necessária a experiência de séculos para obter produtos cujo sabor e aparência sejam sempre os mesmos ”(Émile Roux, em Annales de l'Institut Pasteur, 18 [1904], 337). Duclaux estudou vários tipos de queijos, mas sem dúvida com particular gosto o queijo do Cantal, uma das riquezas da sua região natal. O professor Duclaux não foi menos notável do que o pesquisador Duclaux. Seu aluno Roux, relembrando seus dias como estudante de medicina em Clermont-Ferrand, escreveu: “Duclaux apresentou um assunto com tanta clareza que todos entenderam. Suas palavras foram as de um cientista queimando com o 'fogo sagrado'. Pôs-se a pensar, a tal ponto que, ao terminar o curso, parecia ainda estar lá ”(ibid .). Além de seus trabalhos de pesquisa, Duclaux escreveu muitas obras didáticas; e as resenhas críticas que publicou nos Annales permanecem modelos. Diz-se deles que exibem “a lógica do cientista e o estilo do poeta ... Ele poderia extrair de um livro de memórias ... consequências possíveis das quais o próprio autor nem sempre suspeitou. Quantas ideias ele explorou; que novas percepções ele generosamente concedeu. Duclaux semeou o vento forte ...” (Émile Roux, em Bulletin de l'Institut Pasteur , 2 [1904], 369). Duclaux era cativante, cheio de inteligência e entusiasmo. Ele também era um homem justo com uma alma apaixonada. Ele sonhava com uma fraternidade universal sob a bandeira da ciência - "a pátria comum", como costumava dizer, "onde se pudesse ter paixões sem ódio". Mas ele não estava alheio ao que estava acontecendo fora de seu laboratório. Em várias ocasiões, sua devoção à verdade o levou a entrar em conflitos políticos. Em particular, ele teve um papel muito ativo na campanha que finalmente forçou a reintegração do capitão Dreyfus. Em 1865, Pasteur, juntamente com o seu assistente Duclaux vai até a Sorbonne ter aulas com Claude Bernard. Toma notas, como na época da faculdade, mas não tem muito tempo para isso e opta por formar uma ideia pessoal sobre o assunto e segue viagem ao Gard (D ebré, 1995, p. 209). "Nesta fase de sua pesquisa", ressalta Duclaux, ele não tinha o direito de manter o silêncio olímpico com o qual gostava de se cercar até o dia em que seu trabalho parecesse maduro para a publicação. Em circunstâncias normais, ele não diria uma palavra sobre ela, mesmo no laboratório, onde os assistentes só viam o exterior e o esqueleto de seus experimentos, sem nada de vida para animá-los. Aqui, por outro lado, ele tinha a obrigação de falar e estimular o julgamento do público, tão logo encontrava algo, tanto sobre a prática industrial quanto em suas descobertas de laboratório (Dubos, 1967b, p. 185-186). Ref. https://data.bnf.fr/en/12514448/emile_duclaux/ Ref. https://www.franceculture.fr/oeuvre/emile-duclaux-de-pasteur-dreyfus Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/duclaux-emile Mais informações: https://www.pasteur.fr/fr/institut-pasteur/notre-histoire/emile-duclaux-apotre Claude Bernard 1813-1878 *Ver a microbiografia de Claude Bernard no grupo Fermentação. Pasteur, juntamente com o seu assistente Duclaux vai até a Sorbonne ter aulas com Claude Bernard. Toma notas, como na época da faculdade, mas não tem muito tempo para isso e opta por formar uma ideia pessoal sobre o assunto e segue viagem ao Gard (Debré, 1995, p. 209). Jean-Henri Casimir Fabre 1823-1915 Entomologista francês. Divulgador da ciência e autor de livros didáticos. Fabre era filho de Antoine Fabre, um homme de chicane (uma espécie de oficial da lei), e de Victorie Salgues. Iniciou os estudos no colégio paroquial de sua aldeia natal, depois os continuou, a partir de 1833, no colégio de Rodez. Bolsista na École Normale Primaries de Avignon, ele obteve seu brevet supérieur em 1842 e foi nomeado professor no liceu de Carpentras no mesmo ano. Em Montpellier, ele se preparou para o bacharelado, no qual ele foi aprovado, e então ganhou uma licença dupla em ciências em matemática e física. Em seguida, foi para o liceu de Ajaccio, na Córsega, como professor de física, permanecendo lá até dezembro de 1851. Depois disso, ele lecionou no liceu de Avignon (1853), depois recebeu a licença em história natural em Toulouse, e finalmente defendeu sua tese para o doctorat ès sciences naturelles em Paris em 1854. A partir de então, Fabre se dedicou quase exclusivamente à pesquisa sobre a biologia e o comportamento dos insetos que o tornariam uma das grandes figuras da entomologia. Em 1855, Fabre publicou seu primeiro trabalho sobre um vespídeo himenóptero (Cerceris) que paralisa sua presa (besouros). Sua segunda memória (1857) tratou da hipermetamorfose dos Meloidae (coleópteros). Em 1856, Fabre recebeu o Prix Montyon (de fisiologia experimental) do Institut de France, e em 1859 Charles Darwin o citou em sua Origem das Espécies , um incentivo valioso para um jovem professor mal pago. Na tentativa de melhorar sua situação financeira, Fabre empreendeu uma pesquisa sobre o princípio de coloração da garança (alizarina), que conseguiu isolar em 1866. Essa descoberta resultou em sua conquista da Legião de Honra e foi recebido em Paris por Napoleão III . Mas em seu retorno a Avignon, Fabre soube que o alizarin acabara de ser obtido de alcatrões de carvão e que seu processo fora substituído. Passou a escrever livros didáticos e ministrou um curso gratuito de ciências, ao mesmo tempo em que fez amizade com o filósofo John Stuart Mill , que então morava em Avignon. Vítima de vários ciúmes e vexames, Fabre deixou aquela cidade em novembro de 1870 e mudou-se para Orange, e depois em 1879 para Sérignan. onde dedicou todo o seu tempo a observações sobre a vida e hábitos dos insetos. Em 11 de julho de 1887 foi eleito membro correspondente da Académie des Sciences, e seu jubileu foi celebrado em 3 de abril de 1910. O primeiro casamento de Fabre foi com Marie Villard (30 de outubro de 1844); eles tiveram muitos filhos, incluindo três filhos e uma filha. Viúvo pouco depois de se mudar para Sérignan, voltou a casar e teve um filho e duas filhas com a segunda mulher. Uma de suas filhas casou-se com o médico GV Legros, que foi seu primeiro biógrafo. O trabalho científico de Fabre inclui os dez volumes Souvenirs entomologiques (1879–1907), que apresenta um número considerável de observações originais sobre o comportamento de insetos (e também de aracnídeos); estes foram precedidos por várias memórias publicadas como livros ou artigos de periódicos (1855-1879). É este último grupo de publicações que contém as principais descobertas de Fabre: hipermetamorfose dos Meloidae; a relação entre o sexo do ovo e as dimensões da célula entre as abelhas solitárias; os hábitos dos besouros de esterco; e o instinto paralisante das vespas solitárias Cerceris, Sphex, Tachytes, Ammophila e Scolia. Essas últimas pesquisas, que colocaram o problema do instinto e sua aquisição pelos insetos, foram muito discutidas e objeto de vivas críticas de E. Rabaud. Trabalhos recentes, como os de A. Steiner (1962) sobre a vespa Liris nigra , que ataca grilos, confirmam as observações de Fabre e mostram que a presa é um tabuleiro de damas de zonas estimulantes, cada uma das quais provoca uma resposta precisa e praticamente inalterável de o predador. Embora suas obras fossem admiradas por Darwin, Fabre se opôs durante toda a vida à evolução, permanecendo convencido da fixidez das espécies. Para ele, cada espécie animal foi criada como a vemos hoje, com o mesmo equipamento instintivo (ao passo que a explicação moderna do instinto se baseia na noção de seleção natural ). Fabre teve o grande mérito de demonstrar a importância do instinto entre os insetos, enquanto alguns de seus predecessores (JCW Illiger, Jean Th. Lacordaire) supunham que os insetos são dotados “de faculdades de raciocínio ou invenção comparáveis às dos animais superiores, e de homem ”(J. Rostand,“ Jean-Henri Fabre, ”p. 157). Responsável por descobertas significativas sobre a vida e os hábitos dos insetos, Fabre permanece especialmente importante na história da ciência por causa da popularidade de suas Souvenirs entomologiques; sua leitura levou mais de uma pessoa a se tornar naturalista. Além disso, para ganhar a vida, Fabre, entre 1862 e 1901, escreveu cerca de quarenta obras de divulgação científica, voltadas principalmente para os jovens e que vão da matemática e da física à história natural. Ele também compôs poemas em francês e em provençal; o último resultou em seu nome de felibre di Tavan. Fabre continua sendo o modelo do cientista autodidata - solitário, pobre, orgulhoso e independente. Foi também um observador atento e minucioso e um escritor de talento inquestionável. Pasteur tem contato com este entomologista, chamado de Homero dos insetos, onde então pela primeira vez vê um casulo e o sacode perto do ouvido. Fabre fica maravilhado com a segurança de Pasteur que, mesmo sem conhecer o bicho-da-seda, chegava para reabilitá-lo (Debré, 1995, p. 210). Ref. https://data.bnf.fr/en/11902115/jean-henri_fabre/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/zoology-biographies/jean-henri-fabre Désiré Jean Baptiste Gernez 1834-1910 Físico francês. Foi professor da Normale Supérieure de Sèvres (1882-1902). Membro da Academia de Ciências (1906). Pasteur vai a Paris com algumas mariposas e crisálidas saudáveis e depois retorna a Alès acompanhado de dois ex-alunos que se tornaram seus assistentes, Désiré Gernez e Eugène Maillot. Mais tarde, Émile Duclaux e Jules Raulin vão também se juntar a eles. Eles se engajam durante vários meses neste projeto e se estabelecem em uma casa que servirá de moradia para todos e que também será transformada em laboratório. Eles viviam em comunidade nesta grande casa, mantida sempre limpa. O trabalho era duro. Levantam-se às 4h30 para observar as larvas e no local era preconizada a mais rigorosa higiene (Debré, 1995, p. 215). O obstáculo mais fundamental da pesquisa com o bicho-da-seda está na complexidade inerente da tarefa. Só aos poucos ficou claro que a praga do bicho-da-seda envolvia pelo menos duas doenças independentes, que diferiam em formas precisamente calculadas para confundir os alunos sobre o problema. Sob o peso desses fardos, Pasteur apoiou-se fortemente no apoio moral de Dumas e da Imperatriz Eugénie e - a partir de 1866 - na companhia e assistência de seus leais colaboradores Désiré Gernez, Maillot, Jules Raulin e Émile Duclaux. Por cerca de cinco meses de cada ano até 1870, um ou mais desses colaboradores se juntaram a Pasteur e sua esposa em Pont-Gisquet, perto de Alais, onde em um laranjal abandonado eles organizaram um laboratório improvisado e realizaram os experimentos que o mestre havia projetado. Ref. https://data.bnf.fr/en/13480243/desire_gernez/ Ref. https://phototheque.pasteur.fr/en/asset/keyword/8790/gernez-desire Mais informações: https://www.persee.fr/authority/445678 Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/louis-pasteur Eugène Maillot 1841-1889 Biólogo francês. Especialista em sericicultura. Diretor da estação de sericicultura da escola agrícola de Montpellier. Pasteur vai a Paris com algumas mariposas e crisálidas saudáveis e depois retorna a Alès acompanhado de dois ex-alunos que se tornaram seus assistentes, Désiré Gernez e Eugène Maillot. Mais tarde, Émile Duclaux e Jules Raulin vão também se juntar a eles. Eles se engajam durante vários meses neste projeto e se estabelecem em uma casa que servirá de moradia para todos e que também será transformada em laboratório. Eles viviam em comunidade nesta grande casa, mantida sempre limpa. O trabalho era duro. Levantam-se às 4h30 para observar as larvas e no local era preconizada a mais rigorosa higiene (Debré, 1995, p. 215). O obstáculo mais fundamental da pesquisa com o bicho-da-seda está na complexidade inerente da tarefa. Só aos poucos ficou claro que a praga do bicho-da-seda envolvia pelo menos duas doenças independentes, que diferiam em formas precisamente calculadas para confundir os alunos sobre o problema. Sob o peso desses fardos, Pasteur apoiou-se fortemente no apoio moral de Dumas e da Imperatriz Eugénie e - a partir de 1866 - na companhia e assistência de seus leais colaboradores Désiré Gernez, Maillot, Jules Raulin e Émile Duclaux. Por cerca de cinco meses de cada ano até 1870, um ou mais desses colaboradores se juntaram a Pasteur e sua esposa em Pont-Gisquet, perto de Alais, onde em um laranjal abandonado eles organizaram um laboratório improvisado e realizaram os experimentos que o mestre havia projetado. Ref. https://data.bnf.fr/en/10363116/eugene_maillot/ Ref. https://phototheque.pasteur.fr/en/asset/fullTextSearch/search/maillot,%20eug%C3%A8ne/page/1 Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/louis-pasteur Jules Raulin 1836-1896 Doutor em Ciências (Paris, 1870) francês. Estudou as doenças do bicho-da-seda em colaboração com Louis Pasteur. Professor de química industrial na Faculdade de Ciências de Lyon, criador da Escola de Química de Lyon. Raulin foi aluno de Pasteur na École Normale Supérieure. onde começou a estudar a nutrição mineral das plantas. Ele continuou seu trabalho nos liceus de Brest e Caen, depois voltou para a École Normale Superieure como diretor assistente do laboratório de Pasteur. Pasteur havia cultivado fermento em um meio contendo sacarose, tartarato de amônio e cinzas de fermento, que supriam todas as necessidades minerais da planta em crescimento. Raulin, portanto, decidiu nutrir uma planta experimentalmente com uma mistura cuidadosamente controlada de minerais específicos. Ele escolheu trabalhar com o fungo Sterigmatocystis nigra (ou Aspergillus niger ), que se alimenta de sacarose. Tendo verificado o ambiente ideal para seu crescimento - um grande prato contendo. 3 centímetros de água a 35 ° C, adequadamente arejada, em uma sala mantida a 70 por cento de umidade - ele se propôs a estabelecer empiricamente a combinação de nutrientes minerais que produziria o melhor rendimento, medido em peso seco, em um determinado período de tempo. Após uma série de tentativas, Raulin determinou que a mistura mais eficiente de nutrientes era 1.500 gramas de água, 70 gramas de sacarose, 4 gramas de ácido tartárico, 4 gramas de nitrato de amônio, 0,6 grama de fosfato de amônio, 0,6 grama de carbonato de potássio, 0,4 grama de carbonato de magnésio, 0,25 grama de sulfato de amônio, 0,07 grama de sulfato de zinco, 0,07 grama de sulfato ferroso e 0,07 grama de silicato de potássio. Essa mistura agora é chamada de meio de Raulin ou fluido de Raulin. O principal valor do experimento de Raulin residia em seu estabelecimento, por métodos de tentativa e erro, da importância de cada um dos nutrientes em sua mistura, especialmente os minerais. Por exemplo, ele eliminou o potássio da mistura, e o peso da produção caiu de 24,4 gramas para 0,92 gramas; ele foi, portanto, capaz de demonstrar que a presença de potássio no meio resultou em um rendimento de 26,6 vezes maior em peso - ou. em outros termos, que a utilidade específica do potássio era de 87, já que 0,271 grama de potássio aumentava o rendimento em 23,48 gramas. Raulin estudou cada elemento da mesma maneira e descobriu que o nitrogênio produzia 153 vezes o rendimento, fósforo 182, magnésio 91, enxofre II, ferro aproximadamente 2 e zinco aproximadamente 2,4. Ao adicionar alguns miligramas de ferro e zinco ao meio, Raulin introduziu o problema dos oligoelementos. A pureza dos produtos químicos que ele usava era, na melhor das hipóteses, duvidosa, e não havia como ele analisar quanto ferro ou zinco poderia estar contido nos quatro gramas de nitrato de amônio ou ácido tartárico que ele adicionou ao meio. Mesmo assim, ele foi capaz de isolar o zinco como um oligoelemento; seu papel na nutrição das plantas não havia sido reconhecido anteriormente. Raulin publicou os resultados de seus experimentos como “Etudes chimiques sur la vegetation”, pelo qual recebeu o doutorado em ciências. O próprio Pasteur estava entusiasmado com o trabalho de Raulin e, em 1868, escreveu-lhe que suas pesquisas abriram horizontes completamente novos na pesquisa de plantas. Em 1876, Raulin foi nomeado professor de química na Faculte des Sciences de Lyon, da qual mais tarde se tornou reitor. Ele também fundou uma escola de química industrial, fez uma série de mapas agronômicos e publicou um grande número de trabalhos sobre uma variedade de assuntos, dos quais a maior parte diz respeito à produção de seda. Pasteur vai a Paris com algumas mariposas e crisálidas saudáveis e depois retorna a Alès acompanhado de dois ex-alunos que se tornaram seus assistentes, Désiré Gernez e Eugène Maillot. Mais tarde, Émile Duclaux e Jules Raulin vão também se juntar a eles. Eles se engajam durante vários meses neste projeto e se estabelecem em uma casa que servirá de moradia para todos e que também será transformada em laboratório. Eles viviam em comunidade nesta grande casa, mantida sempre limpa. O trabalho era duro. Levantam-se às 4h30 para observar as larvas e no local era preconizada a mais rigorosa higiene (Debré, 1995, p. 215). O obstáculo mais fundamental da pesquisa com o bicho-da-seda está na complexidade inerente da tarefa. Só aos poucos ficou claro que a praga do bicho-da-seda envolvia pelo menos duas doenças independentes, que diferiam em formas precisamente calculadas para confundir os alunos sobre o problema. Sob o peso desses fardos, Pasteur apoiou-se fortemente no apoio moral de Dumas e da Imperatriz Eugénie e - a partir de 1866 - na companhia e assistência de seus leais colaboradores Désiré Gernez, Maillot, Jules Raulin e Émile Duclaux. Por cerca de cinco meses de cada ano até 1870, um ou mais desses colaboradores se juntaram a Pasteur e sua esposa em Pont-Gisquet, perto de Alais, onde em um laranjal abandonado eles organizaram um laboratório improvisado e realizaram os experimentos que o mestre havia projetado. Ref. https://data.bnf.fr/en/13480837/jules_raulin/ Ref. https://phototheque.pasteur.fr/en/asset/fullTextSearch/search/raulin,%20jules/page/1 Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/raulin-jules Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/louis-pasteur Marie Pasteur 1826-1910 *Ver a microbiografia de Marie Pasteur no grupo Família Laurent. Depois da morte da filha Cécile (aos 12 anos), Marie Pasteur e a pequena Marie-Louise Pasteur vão se juntar a Louis Pasteur em Alès, e elas também participam do trabalho, realizando experiências microscópicas, acompanhamento das criações e colheita das folhas. Jean-Baptiste, o outro filho, permanece em Paris para estudar (Debré, 1995, p. 217). Os comerciantes de sementes difundem notícias enganosas sobre os métodos de Pasteur para a prevenção das doenças do bicho-da-seda. O sogro de Pasteur demonstra preocupação e escreve a Marie: noticiaram por aqui que o pouco sucesso dos procedimentos de Pasteur causou comoção na população a ponto de obrigá-lo a deixar a cidade, agredido pelas pedras que os habitantes jogavam de todos os lados (Debré, 1995, p. 234). Pasteur escreve ao Ministro da Agricultura (Dumas) em 1868: “... É próprio de todas as novas práticas uma dificuldade para se impor às pessoas interessadas e até inspirar, de início, a inveja de uns e a desconfiança de muitos” (Debré, 1995, p. 234). Marie-Louise Pasteur 1858-1934 *Ver a microbiografia de Marie Pasteur no grupo Família Louis Pasteur. Depois da morte da filha Cécile (aos 12 anos), Marie Pasteur e a pequena Marie-Louise Pasteur vão se juntar a Louis Pasteur em Alès, e elas também participam do trabalho, realizando experiências microscópicas, acompanhamento das criações e colheita das folhas. Jean-Baptiste, o outro filho, permanece em Paris para estudar (Debré, 1995, p. 217). Pasteur introduz o microscópio entre os sericicultores de Alès, e afirma que o método é fácil, e até uma criança é capaz de fazer. Diz: “Há em meu laboratório uma menina pequena de 8 anos de idade que aprendeu a usá-lo sem dificuldade” (Dubos, 1967b, p. 188). Procurando por meios de prevenção, Pasteur observa a pequena Marie-Louise. Quando ela cria as larvas na lareira vazia da sala de jantar, ele nota que as criações estão sempre saudáveis e acha que é devido à saída de ar pelo duto, então aconselha ventilação (Debré, 1995, p. 232). Pierre-Jacques-Antoine Béchamp 1816-1908 Médico, químico e farmacêutico francês. Agrégé de farmácia (1851), doutor em ciências (Estrasburgo, 1853) e doutor em medicina (Stasbourg, 1856) francês. Professor nas universidades de Estrasburgo, Montpellier e Lille. Correspondente da Academia de Medicina. Béchamp, filho de um moleiro, deixou a França muito jovem para viver em Bucareste, onde estudou farmácia, provavelmente no St. Sava College. No final da adolescência mudou-se para Estrasburgo, onde foi aprendiz em uma farmácia e obteve o título de farmacêutico em 1843. Ele rapidamente abandonou a farmácia para retomar seus estudos. No início de 1851, ele foi nomeado professeur agrégé por um júri incluindo Louis Pasteur, Béchamp lecionou na Faculdade de Ciências de Estrasburgo (1853-1854), onde sucedeu a Pasteur, e depois na Escola de Farmácia de Estrasburgo (1854-1856), em Em 1853 obteve o doutoramento em ciências físicas e em 1856 obteve o doutoramento em medicina com uma importante tese sobre substâncias albuminoides. De 1856 a 1876, Béchamp ensinou química médica na Faculdade de Medicina de Montpellier. Ele renunciou ao cargo para se tornar reitor da Faculdade de Medicina Livre (Católica) de Lille. Ele se aposentou do último cargo em 1886, em meio a uma controvérsia amarga. Com seu filho. Béchamp retomou o comércio farmacêutico em Le Havre. A morte acidental de seu filho levou Béchamp a se mudar para Paris, onde a generosa hospitalidade de Charles Friedel lhe proporcionou um pequeno laboratório. Lá, ele realizou experiências até 1899. Béchamp fez descobertas em vários campos. Sua tese de doutorado de 1856 resultou em um volumoso tratado (1884). Por meio de um uso hábil e sistemático da atividade óptica de substâncias albuminóides, Béchamp foi capaz de distinguir um grande número de compostos complexos que seus predecessores, contando com métodos analíticos mais padronizados, não conseguiram descobrir. Ele também desenvolveu um processo industrial barato para produzir anilina (1852) e, assim, contribuiu muito para o surgimento da indústria de corantes sintéticos. Por este trabalho em particular, a Société Industrielle de Mulhouse concedeu a Béchamp o Prêmio Daniel Dollfus (1864) juntamente com WH Perkin AW von Hofmann e E. Verguin. Ele também identificou a natureza parasitária de duas doenças do bicho-da-seda e, nesse contexto, antecipou os resultados de Pasteur. Os dois se tornaram rivais amargos nesse assunto. A teoria da vida de Béchamp constituiu o principal impulso de sua atividade, no entanto, e também gerou uma sequência interminável de disputas, com Pasteur em particular. Ele não aceitava a geração espontânea nem a teoria parasitária da doença e da fermentação. Ele alegou, em vez disso, que toda a vida era derivada de pequenas “granulações moleculares” subcelulares, caso contrário, como micozimas. Béchamp, erroneamente, gostava de comparar seu projeto com o de Lavoisier e, de fato, as microzimas desempenharam um papel análogo aos elementos químicos. Eles diferiam dos elementos, no entanto, por serem considerados os fundamentos finais das estruturas vivas, enquanto para Lavoisier os elementos existiam apenas como construções experimentais. Quando os organismos vivos morrem, argumentou Béchamp, eles voltam a substâncias químicas inertes e microzimas, sendo estas últimas essencialmente eternas. Os microzyams também atuam como o princípio organizador dos seres vivos. A forma como a organização procede, entretanto, depende tanto das substâncias químicas realmente presentes e das circunstâncias quanto da natureza das microzimas. Em outras palavras, os microzimas não têm especificidade de ação, como os micróbios na teoria de Pasteur; pelo contrário, são bastante polivalentes. A força da teoria de Béchamp repousava em sua capacidade de usar um único princípio para explicar uma ampla gama de fenômenos; com isso, ele poderia explicar resultados tão contraditórios como os aduzidos por Pasteur e Pouchet no curso de sua famosa controvérsia sobre a geração espontânea. Mas essa também era a fraqueza da teoria de Béchamp: ela explicava muito sem se prestar a testes experimentais. Sua base empírica assentou em duas afirmações gerais: o microscópio revela granulações moleculares; e sempre que (e aparentemente apenas quando) aparecem granulações moleculares. processos de vida ocorrem. É claro que a alegação de ter descoberto o local básico e material da vida, formulada em termos científicos e apoiada pelo método científico, teve importância direta para debates extra-científicos. Não é nenhuma surpresa, portanto, que a teoria de Béchamp foi mantida ou atacada por católicos, evolucionistas e materialistas. Mas estar no centro de muitas questões controversas nem sempre é a melhor maneira de buscar uma carreira de sucesso, especialmente se estiver confinado a cargos de ensino provinciais; e Béchamp terminou sua vida em isolamento quase completo. Ele morreu ignorado pela maioria e elogiado como um mártir científico por alguns. Nesta mesma época em que Pasteur, Béchamp também estudou doenças do bicho-da-seda e, em 6 de junho de 1865, o mesmo dia em que Pasteur deixou Paris para Alès, fez uma comunicação à Société d Agricultura em Hérault, onde presumiu que a pebrina era parasita. Propôs uma remediação que, seja por serem de baixa eficácia, seja por serem mal aplicados, não surtiram efeito. Por muito tempo, Pasteur se opôs a Béchamp, considerando que a pebrina era constitucional e não parasitária e só depois de vários anos é que ele finalmente admitiu essa natureza parasitária (Brunet, 2017, p. 147-148). Enquanto Pasteur começava a estudar doenças do bicho-da-seda, Béchamp repetidamente afirmava que a pebrina era causada por um parasita, uma teoria que Pasteur refutou completamente no início. Mais tarde, Béchamp cairia no descrédito ao promover uma teoria obscura das "microzimas", tipos de corpúsculos elementares cujo aglomerado teria constituído organismos vivos e que seriam a causa de todas as doenças. No final da vida, em 1904, Béchamp publicou um panfleto anti-Pasteur, onde se lia em particular: “O plagiador mais descarado do século XIX e de todos os séculos: é Pasteur” (Perrot; Schwartz, 2017, p. 174). Existe uma obra chamada "Pasteur ou Béchamp" do início do séc. XX que usa a rivalidade entre os dois cientistas para tentar justificar a homeopatia e o movimento anti-vacina. De qualquer forma, diz-se que Pasteur não deu os devidos créditos à obra de Béchamp. Ref. https://data.bnf.fr/en/12459796/antoine_bechamp/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/bechamp-pierre-jacques-antoine Jean-Baptiste Philibert Vaillant 1790-1872 Marechal francês. Ministro da Guerra (1854-1859). Ministro da Casa do Imperador (1860-1870). Participou das campanhas da Rússia (1812) e da Alemanha (1813) antes de participar da captura de Argel (1830). Ministro da Guerra de 1854 a 1859, foi nomeado em 1859 Comandante-em-Chefe do Exército da Itália. (Academia de Ciências, 1853). Enquanto o debate sobre o método de sementagem prossegue no sul, Pasteur encontra em Paris um aliado especial: o Marechal Vaillant, ministro da casa do Imperador e membro do Instituto da Sociedade Imperial e Central de Agricultura. Ele mesmo iniciou uma pequena criação de bicho-da-seda em seus escritórios, inspirada no sistema de Pasteur. Convencido de que se tratava de uma técnica eficaz e desejoso de que uma vez por todas fosse colocado um fim nas discussões, não só por causa de Pasteur, mas pela indústria, Vaillant tem a ideia de aplicar o processo em uma serigaria imperial. Devido às suas funções, dentre as quais a manutenção da produtividade das propriedades imperiais, Vaillant aplica o método no local e propõe a Pasteur a fiscalizar as experiências na Vila Vicentina. Como Pasteur estava em convalescença do 1º AVC, ainda enfraquecido, vai acompanhado da esposa e dos dois filhos. Neste período, reúne publicações, notas e documentos e dita a Marie, página por página, aquilo que se transformará em um grosso livro (Debré, 1995, p. 240-241). Ref. https://data.bnf.fr/en/13756998/jean-baptiste_philibert_vaillant/ Ref. https://www.larousse.fr/encyclopedie/personnage/Jean-Baptiste_Philibert_Vaillant/148013 Napoleão III 1808-1873 *Ver a microbiografia de Napoleão III no grupo Políticos. A colheita de casulos daquele ano é um sucesso, e Vaillant escreve ao imperador Napoleão III dizendo que ele está maravilhado e pensa recompensá-lo com uma cadeira no Senado, assim como fez com Dumas e Claude Bernard. O nome de Pasteur é indicado “pelos serviços prestados à ciência por meio de seus belos trabalhos” (Debré, 1995, p. 242). A estada nesta propriedade imperial coroa, simbolicamente, um estudo empreendido pelo governo de Napoleão III, e por isso, ele dedica a publicação de seu trabalho a Eugénia (imperatriz), escrevendo “a imperatriz dignou-se a se interessar pelas minhas primeiras observações e convidou-me a continuá-la ao me dizer que a maior grandeza da ciência está em seus esforços para estender o círculo de suas aplicações benéficas. Fiz, então, Vossa Majestade, uma promessa que procurei cumprir durante cinco anos de perseverantes pesquisas” (Debré, 1995, p. 243). Eugénia de Montijo 1826-1920 *Ver a microbiografia de Eugénia de Montijo no grupo Políticos. A estada na propriedade imperial coroa, simbolicamente, um estudo empreendido pelo governo de Napoleão III, e por isso, ele dedica a publicação de seu trabalho a Eugénia (imperatriz), escrevendo “a imperatriz dignou-se a se interessar pelas minhas primeiras observações e convidou-me a continuá-la ao me dizer que a maior grandeza da ciência está em seus esforços para estender o círculo de suas aplicações benéficas. Fiz, então, Vossa Majestade, uma promessa que procurei cumprir durante cinco anos de perseverantes pesquisas” (Debré, 1995, p. 243). Próximo Grupo

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    Citações Excertos de escritos e declarações de Louis Pasteur, agrupados por temas. Acesse as referências utilizadas nesta compilação. Foi utilizada tradução livre de trechos extraídos de outros idiomas. Ciência e Pesquisa "O grande segredo consiste em fazer experiências que não deixem lugar à fantasia do observador. No começo das pesquisas em torno de um determinado objetivo, a força da imaginação deve dar asas ao pensamento. No momento de se tirar uma consequência e da demonstração de fatos colhidos pelas observações, a fantasia deve, pelo contrário, ser dominada pelos resultados concretos das experiências e a eles submetida" (Unger, [196-], p. 24). “Na ciência, algumas pessoas têm convicções; outros têm apenas opiniões. A convicção supõe prova; as opiniões são frequentemente baseadas em hipóteses" ( Cuny, 1963, p. 172) . "Acreditar que se descobriu um fato científico importante, ansiar anunciá-lo e ainda assim esperar dias, semanas ou até anos; esforçar-se para invalidar as próprias experiências; publicar as descobertas só depois de exaustivas verificações - sim, a tarefa é dura. Mas, quando se consegue a certeza, a recompensa é um dos melhores bálsamos para a alma humana" (Birch, 1993, p. 32; Cuny, 1963, p. 172 ). "Sempre duvide de si mesmo, até que os fatos se apresentem de forma indubitável" (Birch, 1993, p. 7). "Não apresente nada que não possa ser comprovado de forma simples e decisiva" ( Cuny, 1963, p. 172) . "Vamos, revolucionemos o mundo com os nossos descobrimentos!"(Unger, [196-], p. 97). "Nada é mais gratificante para um cientista do que aumentar o número de descobertas, mas o máximo é ver suas observações colocadas em prática" (Birch, 1993, p. 33). "Para quem dedica sua vida à ciência, nada pode dar-lhe mais felicidade do que aumentar o número de suas descobertas, mas sua alegria transborda quando os resultados de seus estudos encontram imediatamente aplicações práticas" (Dubos, 1967a, p. 76). "Não há ciência pura e ciência aplicada - há apenas ciência, e as aplicações da ciência" (Dubos, 1967b, p. 51). "Não existe uma categoria de ciências que possa ser chamada de ciências aplicadas. Existe a ciência e as aplicações da ciência, ligadas entre si como o fruto à árvore que o gerou" (Cuny, 1963, p. 173 ). "Sem teoria, a prática nada mais é do que rotina nascida do hábito. Somente a teoria pode trazer o avanço e o desenvolvimento do espírito de invenção" (Dubos, 1967a, p. 22). "Quando medito sobre uma doença nunca penso encontrar um remédio para ela, porém, em vez disso procuro meios de preveni-la" (Dubos, 1967b, p. 106). "A cultura das ciências em sua expressão mais elevada talvez seja ainda mais necessária para o estado moral de uma nação do que sua prosperidade material" ( Cuny, 1963, p. 174) . "O papel dos infinitamente pequenos na Natureza é infinitamente grande" (Dubos, 1967b, p. 57). "As concepções mais elevadas, as especulações mais legítimas, ganham corpo e alma apenas no dia em que são consagradas pela observação e pela experiência. Acabem com o trabalho, as ciências físicas se tornarão a imagem da esterilidade e da morte. Não serão mais do que ciências da educação, limitadas e impotentes, e não ciências do progresso e do futuro" ( Cuny, 1963, p. 175) . "O verdadeiro sábio tem um só dever e uma única tarefa: procurar aquilo que existe" (Unger, [196-], p. 66). Vida "A vida não tem valor, quando não se pode ser útil a outrem" (Unger, [196-], p. 12). "Há na vida de todo homem, na carreira das ciências experimentais, uma idade em que o emprego do tempo é inestimável: a idade rápida em que floresce o espírito de invenção, na qual cada ano deve ser marcado por um progresso" (Debré, 1995, p. 162). "Gostaria de ser mais jovem para me dedicar com novo ardor ao estudo de novas doenças" ( Cuny, 1963, p. 171) . "Se eu tivesse outra vida para viver, tentaria sempre me lembrar do admirável preceito de Bossuet: 'A pior atitude que podemos tomar é acreditar que as coisas são como são porque queremos que elas assim sejam´" (Birch, 1993, p. 36; Cuny, 1963, p. 171). "O único consolo, quando começamos a sentir que as nossas próprias forças se esvaem, é dizer a nós mesmos que podemos ajudar quem nos segue a fazer mais e melhor do que nós, caminhando com os olhos fixos nos grandes horizontes que só podemos vislumbrar" ( Cuny, 1963, p. 172) . Personalidade "Deixe-me contar-lhe o segredo que me fez chegar a meu objetivo. Minha única força reside em minha tenacidade" (Birch, 1993, p. 6). "No campo da experimentação, o acaso favorece as mentes preparadas" (Birch, 1993, p. 52). "Não basta amar a verdade, é preciso defendê-la também" (Unger, [196-], p. 49). "Sou o mais hesitante dos homens, o que mais teme se comprometer quando não tem provas. Mas, ao contrário, nenhuma consideração pode me impedir de defender o que penso ser a verdade quando posso contar com sólidas provas científicas" (Birch, 1993, p. 6). "Querer é muito, porque do querer se segue sempre uma ação, um trabalho, a maioria das vezes coroado de êxito. Destas três coisas, vontade, trabalho e êxito é que se compõe a vida humana. A vontade abre as portas de uma carreira feliz; o trabalho tudo vence; e o êxito coroa a obra" (Unger, [196-], p. 74). "Seria aos meus próprios olhos um ladrão, se passasse um dia inteiro sem trabalhar" (Unger, [196-], p. 112). "Meu trabalho, minha família, minha pátria, isso é o que sempre amei" (Vallery-Radot, 1994, p. 58). Residindo em Lille, Pasteur escreve ao amigo Charles Chappuis: "Tenho, finalmente, o que sempre quis, um laboratório que posso ir a qualquer hora, no andar térreo do meu aposento; e, por vezes, enquanto estou dormindo, principalmente nestes dias, o gás queima toda a noite e as operações continuam em curso (...) Trabalhemos todos, só isso é que diverte" (Debré, 1995, p. 111). "É na leitura das obras dos inventores que a chama sagrada da invenção se acende e se mantém unida" (Blaringhem, 1923, p. vii). "Seria muito interessante e proveitoso se dos progressos da ciência participasse também o coração" (Unger, [196-], p. 84). "A grandeza dos atos humanos mede-se pela intenção de que se originam" (Unger, [196-], p. 123). "Frequentemente, uma observação do homem mais inculto, mas que faz bem o que faz, é infinitamente preciosa" ( Cuny, 1963, p. 174) . "O cientista que se entrega à tentação das aplicações industriais deixa assim de ser o homem da ciência pura, complica a sua vida e a ordem normal dos seus pensamentos de preocupações que paralisam nele qualquer inventividade para o futuro" ( Cuny, 1963, p. 174) . "Mantenha o seu entusiasmo, mas dê a este companheiro um controle severo" (Cuny, 1963, p. 175) . "Cultive o pensamento crítico. Reduzido apenas a ele, não será um despertador de ideias, nem um estimulante de grandes coisas, mas sem ele, tudo é nulo e vazio. Ele sempre tem a última palavra" (Cuny, 1963, p. 175) . "Quando me aproximo de uma criança, ela me inspira dois sentimentos: o de ternura pelo presente, e o de respeito por aquilo que um dia pode se tornar"(Cuny, 1963, p. 175) . Religião e Espiritualidade "Não há aqui nenhuma questão religiosa, filosófica, materialista ou espiritualista. Posso até acrescentar que o fato de eu ser um cientista não teve a menor importância. Trata-se apenas da realidade. Quando comecei as experiências, estava pronto para ser convencido que a geração espontânea existe, como estou certo agora de que aqueles que acreditam nela são cegos" (Birch, 1993, p. 37). "Os gregos nos deram uma das mais belas palavras de nossa linguagem, a palavra 'entusiasmo' um deus interno. A grandeza dos atos dos homens é medida pela inspiração que lhes dá origem. Feliz é aquele que tem um deus interno" (Dubos, 1967a, p. 25; Dubos, 1967b, p. 119). "A ciência é incapaz de resolver a questão da origem e do fim das coisas" (Vallery-Radot, 1994, p. 377). "Além desta abóbada estrelada, o que há? Novos céus estrelados, que assim seja! E além? ... Além... é infinito". "Aquele que proclama a existência do infinito, e ninguém pode escapar disso, acumula nesta afirmação mais sobrenatural que não há em todos os milagres [religiosos], porque a noção de infinito tem esse duplo caráter de ser imposta e de ser incompreensível" (Vallery-Radot, 1994, p. 399-400). "Pretender introduzir a religião na ciência é um equívoco da mente. Ainda mais falsa é a mente de quem afirma introduzir a ciência na religião, porque é obrigada a respeitar o método científico" ( Cuny, 1963, p. 173-174) . "Onde estão as verdadeiras fontes da dignidade humana, da liberdade e da democracia moderna, senão na noção do infinito perante o qual todos os homens são iguais?" ( Cuny, 1963, p. 174) . Pátria / Nação "A ciência não tem pátria" (Vieira, 2014, p. 885). "A ciência não tem pátria, ou melhor, a pátria da ciência é o mundo inteiro" (Unger, [196-], p. 7). "Estou imbuído de duas profundas impressões; a primeira, que a ciência não conhece países; a segunda, que parece contradizer a primeira, embora seja na realidade uma consequência direta dela, que a ciência é a mais alta personificação da nação. A ciência não conhece país, porque o conhecimento pertence à humanidade, e ela é a tocha que ilumina o mundo. A ciência é a mais alta personificação de uma nação porque a primeira dentre as nações será aquela que levar mais longe os trabalhos do pensamento e da inteligência. A convicção de ter alcançado a verdade é uma das maiores alegrias do homem, e a ideia de ter contribuído para a honra do nosso país torna esta alegria ainda mais profunda. Se a ciência não tem país, o homem de ciência tem. E é ao seu país que deve dedicar sua influência para que sua obra tenha impacto no mundo" (Dubos, 1967a, p. 76; Dubos, 1967b, p. 118-119). "Quem sofre não é questionado sobre qual é o seu país e qual é a sua religião. Diz-se simplesmente: 'Você sofre, isso me basta: você me preocupa e eu o ajudarei" (Dubos, 1967a, p. 76-77). "Estou absolutamente convencido de que a Ciência e a Paz triunfarão sobre a Ignorância e a Guerra. Que as nações finalmente se unirão, não para destruir, mas para construir, e que o futuro pertencerá àqueles que trabalharam mais para o benefício da humanidade sofredora" (Dubos, 1967a, p. 77). Política "Não tenho e não quero ter nenhuma coloração política. Não quero ser nada senão um cidadão, um trabalhador dedicado ao seu país" ( Cuny, 1963, p. 171) . "A ciência, em nosso século, é a alma da prosperidade das nações e a fonte viva em todo o progresso. Sem dúvida, a política, com suas discussões cansativas e diárias parecem ser a nossa guia. Aparência vã! O que nos conduz são as descobertas científicas e suas aplicações... É a ciência que representarei no Senado" ( Cuny, 1963, p. 22-23). "Uma das grandes desgraças da França é que existem muitos políticos nas Assembleias. A política com suas fatigantes e cotidianas discussões parece ser nosso guia. Vã aparência! O que nos governa são algumas descobertas científicas e suas aplicações. No século atual, a ciência é a alma da prosperidade dos povos e a fonte festejada de todo o progresso" (Debré, 1995, p. 337). "É a Ciência na sua pureza, sua dignidade, sua independência que representarei no Senado" (Debré, 1995, p. 336). "A verdadeira democracia é aquela que permite a cada indivíduo dar o seu máximo esforço no mundo. Por que é necessário que ao lado desta fecunda democracia haja outra, estéril e perigosa, que, não sei sob que pretexto de igualdade quimérica, sonha em absorver ou aniquilar o indivíduo no Estado? Esta falsa democracia tem o gosto, atrevo-me a dizer o culto, da mediocridade ... Poderíamos definir esta democracia: a liga de todos aqueles que querem viver sem trabalhar, consumir sem produzir, chegar ao trabalho sem estar preparados para isso, para honrar sem ser digno..." ( Cuny, 1963, p. 29). Pasteur, enquanto candidato ao Senado confessa não aderir a nenhum partido, e seu discurso suscita indignação tanto da direita quanto da esquerda. Para o cientista, enquanto a ciência e a política estiverem separadas, o progresso será impossível: "Se, na nossa infeliz França, há trinta ou quarenta anos, os governos e as grandes corporações do Estado não se tivessem desinteressado das instituições próprias para fazer florescer as ciências, a Alemanha teria sido vencida. Ignoram vocês que, enquanto a política nos irrita por suas divisões insensatas que fazem a alegria satânica de nossos inimigos, o vapor, a telegrafia e tantas outras maravilhas transformam as sociedades modernas?" (Debré, 1995, p. 336). Arte "Grandes artistas quase sempre têm grandes corações" ( Cuny, 1963, p. 171). Animais " O sofrimento de um animal me impressiona o suficiente para que eu nunca quisesse matar um animal enquanto caçava (pescava). O gemido de uma cotovia ferida iria rasgar meu coração. Mas se se trata de escrutinar os mistérios da vida e adquirir uma nova verdade, a soberania da meta carrega tudo consigo (Em resposta a um protesto antiviseccionista) ( Cuny, 1963, p. 173). Com cães, você nunca deve começar. É muito difícil separar-se de um cachorro que você ama. Tudo bem não começar a amar um. Nunca tenha um (Resposta a uma pergunta feita durante a pesquisa sobre raiva) ( Cuny, 1963, p. 172 ). Exposições orais Após os desastres franceses na Guerra Franco-Prussiana de 1870-71, quando o governo italiano ofereceu-lhe uma cadeira de Química na Universidade de Pisa, com um alto salário: "O pensamento da França sustentou minha coragem durante as horas difíceis que foram uma parte inevitável dos prolongados esforços. Associei sua grandeza à grandeza da Ciência". "Eu me sentiria como um desertor se procurasse, fora de meu país em desgraça, uma situação material melhor do que aquela que ele pode oferecer-me (Dubos, 1967b, p. 116-117). Conferência pública na Sorbonne: "Na imensidão da criação, peguei minha gota de água, cheia de um alimento rico - ou seja, para usar a linguagem científica, cheia de elementos apropriados para o desenvolvimento de pequenos seres. E espero, observo, interrogo-a, peço-lhe mais uma vez que tenha a gentileza de começar, só para me agradar, o ato primário da criação. Seria tão lindo se ela me atendesse! Mas ela é muda! Permaneceu muda por anos. Ah! Isso aconteceu porque eu a mantive longe, e ainda a mantenho, da única coisa que o homem não pode produzir. Eu a mantive protegida dos micróbios que flutuam no ar; eu a protegi da vida, da vida de um micróbio, pois um micróbio é uma vida. A teoria da geração espontânea jamais se recuperará do golpe mortal que sofreu com esta simples experiência" (Birch, 1993, p. 10). Em discurso na Academia de Medicina: "Essa água, essa esponja, esse algodão com o qual vocês lavam ou cobrem uma ferida, podem depositar germes que têm o poder de se multiplicar rapidamente dentro dos tecidos... Se eu tivesse a honra de ser um cirurgião, impressionado como estou com os perigos a que o paciente está sujeito pelos micróbios presentes sobre as superfícies de todos os objetos, particularmente nos hospitais, não apenas usaria somente instrumentos perfeitamente limpos, como limparia minhas mãos com o maior cuidado e as sujeitaria a um rápido flambar... Eu usaria algodão, ataduras e esponjas previamente expostas a uma temperatura de 130 a 150º C." (Dubos, 1967b, p. 106-107). Para jovens cientistas no Instituto Pasteur: "Aquele entusiasmo que vocês mostraram desde o início, meus queridos colaboradores, conservem-no, mas deixem que a checagem precisa seja sua companheira de viagem. Jamais emitam uma opinião que não possa ser provada, cultuem o espírito crítico. Ele sozinho não pode despertar ideias nem levar a mente a fazer coisas brilhantes. Mas, sem ele, tudo é precário. Invariavelmente, ele dá a última palavra" (Birch,1993, p. 63). No discurso de seu jubileu: "Jovens, confiem no método científico, cujos primeiros segredos nós mal desvendamos. Não percam a coragem. Vivam no sereno ambiente dos laboratórios e das bibliotecas. No fim da vida, que vocês possam dizer: 'Fiz o que pude'." (Birch, 1993, p. 63; Dubos, 1967a, p. 52 ). "Jovens, tenham fé nos métodos eficientes e seguros dos quais ainda não conhecemos todos os segredos. E, qualquer que seja vossa carreira, não vos deixei desencorajar pela tristeza de certas horas que passam sobre as nações. Vivam na paz serena dos laboratórios e bibliotecas..." (Dubos, 1967b, p. 121). Sobre os laboratórios: "Tomem interesse, eu lhes imploro, naquelas sagradas instituições que designamos sob o expressivo nome de laboratórios. Peçam que elas sejam multiplicadas e adornadas; eles são os templos da riqueza e do futuro. Lá é que a humanidade cresce, torna-se mais forte e melhor. Lá é que ela aprende a ler nos trabalhos da Natureza, símbolos do progresso e da harmonia universal, enquanto que os trabalhos do ser humano são muito frequentemente aqueles do fanatismo e da destruição" ( Dubos, 1967a, p. 71; Dubos, 1967b, p. 119-120 ). Um dia, disse a seus alunos: "Vocês me trazem toda a alegria que pode sentir um homem cuja crença inabalável é a de que a ciência e a paz triunfarão sobre a ignorância e a guerra (...) que o futuro pertence àqueles que mais trabalharem para amenizar o sofrimento da humanidade" (Birch, 1993, p. 59). No discurso de inauguração do Instituto Pasteur: "Duas leis contrárias parecem estar lutando entre si atualmente: a primeira, a lei do sangue e da morte, sempre imaginando novos meios de destruição e forçando as nações a se encontrarem constantemente prontas para a batalha; a outra, a lei da paz, trabalho e saúde, sempre desenvolvendo novos meios para libertar o homem dos flagelos que o assolam" ( Dubos, 1967b, p. 120 ). Ao olhar pelo microscópio pela última vez em vida (micróbio da peste bubônica descoberto por Alexandre Yersin), comentou: "Ah, quanta coisa ainda há por fazer!" (Birch, 1993, p. 58). Em construção

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    Voltar para os Grupos Academia de Medicina Claude Bernard 1813-1878 *Ver a microbiografia de Claude Bernard no grupo Fermentação. Em 1873 Pasteur é eleito para a Academia de Medicina (Debré, 1995, p. 325). Claude Bernard vê em Pasteur um aliado contra médicos que desprezam a fisiologia (Debré, 1995, p. 327). Eles sentam-se lado a lado e conversam familiarmente (Debré, 1995, p. 392). Bernard defende as experiências de Pasteur e reconhece sua originalidade, concedendo-o o prêmio de fisiologia experimental. Ele é mais cientista do que médico, pois a seus olhos, o trabalho de laboratório é que fundamenta a medicina experimental e permite às antigas terapias se transformarem em ciências (Debré, 1995, p. 395). Durante muito tempo o bisturi ficou separado do microscópio. Só as lições de Pasteur e de Claude Bernard, juntos, na Academia de Medicina conseguirão mudar essa mentalidade. Por chocar com os hábitos de uma casta médica, as contribuições conceituais da microbiologia levarão mais de ¼ de século para penetrar nos costumes e práticas médicas (Debré, 1995, p. 301). Bernard preparou o terreno e foi Pasteur quem redesenhou a paisagem médica onde evoluímos há 1 século (Debré, 1995, p. 550). Bernard fala pouco, não sorri e raramente faz algum comentário. Faz inúmeras experiências com animais, relata as observações feitas e redige comunicações extensas para os padrões das Academias. Nunca faz propaganda de si mesmo e diferentemente de Pasteur, nunca quis sair falando de suas teorias e resultados. Apesar de ser reconhecido em toda a Europa como o primeiro fisiologista de sua época, Bernard só se sente à vontade em seu laboratório (Debré, 1995, p. 395). Uma estima recíproca vai unir estes dois amigos, em laços verdadeiramente pessoais. Bernard, uns 10 anos mais velho, sempre apoiou Pasteur prontamente, sobretudo na época da eleição de Pasteur para a Academia de Ciências. Eles se encontravam regularmente e participaram juntos de um pequeno grupo de peritos encarregado por Napoleão III para fazer um relatório sobre a situação do ensino científico na França (Debré, 1995, p. 397). Na ocasião do adoecimento por enterite de Bernard, Louis Pasteur, para apoiar seu amigo em convalescença e em repouso afastado de Paris, publica o artigo “Claude Bernard, importância de seus trabalhos, seus ensinamentos e de seu método”. Para isso, releu todos os trabalhos do amigo fisiologista. Bernard fica emocionado e agradecido, e lhe escreve “a admiração que o senhor demonstra por mim é recíproca”. Quando, por sua vez, Pasteur é atingido por um AVC, Bernard é um dos primeiros a comparecer à sua cabeceira para lhe trazer, afetuosamente, o seu apoio moral (Debré, 1995, p. 398). Mais adiante, em 1878, Bernard fica gravemente doente. Acamado, é assistido pelo seu aluno Arsène d´Arsonval, a quem revela suas dúvidas sobre as teorias de Pasteur a respeito das fermentações. Ele acha que o fenômeno independe das leveduras, negando o papel da bactéria como organismo vivo, e diz ter anotações de resultados preliminares confirmando suas hipóteses. Neste mesmo ano, Bernard falece e seu aluno encontra seus papéis no quarto, e percebe que não são resultados, mas um esboço de trabalhos a realizar. D´Arsonoval e seus amigos optam pela publicação e enviam os papéis a Marcellin Berthelot (que não acredita no papel do ser vivo na fermentação), e publica as notas de Bernard em revista científica. A curiosidade é grande por esta publicação, pois Bernard não era amigo de Pasteur? (Debré, 1995, p. 399). Pasteur inicialmente não sabe se deve reagir publicamente, pois sabia ser uma atitude inerente de Bernard a de questionar tudo, a fim de não deixar passar nenhum erro de raciocínio. Pasteur consulta a opinião de colegas na Academia. Alguns aconselham a não se deixar incomodar pelo que seria uma volta ao passado; outros pensam que o respeito à memória de Bernard obriga a responder apenas com fatos, já que Bernard não está presente para sustentar uma discussão. O que mais choca a retidão de Pasteur é polemizar com um morto, no entanto, após ler os documentos por inteiro, decide se posicionar sugerindo que a publicação de Berthelot não é fiel ao pensamento de Bernard e anuncia que está começando uma nova série de experiências sobre fermentação, não para defender sua teoria, mas para dar continuidade aos trabalhos que Bernard não teve tempo de terminar. Naquele ano, as férias de Pasteur são consagradas a estas experiências e consegue resultados taxativos: a levedura é indispensável para a fermentação. Pasteur publica suas conclusões sob a forma de um exame crítico de um escrito póstumo de Claude Bernard sobre a fermentação, onde afirma no final que “a glória do nosso ilustre colega não foi diminuída” (Debré, 1995, p. 401). Charles-Félix-Michel Peter 1824-1893 *Ver a microbiografia de Michel Peter no grupo Vacinação: Raiva. Michel Peter afirma que um médico não precisa se sobrecarregar com os saberes de um químico, de um físico ou de um fisiologista. Dirigindo-se a Pasteur, fala a respeito da febre tifoide: “O que me importa o seu micróbio?”. Em resposta, Pasteur denuncia o que para ele é uma “blasfêmia médica” e insiste que o médico deve não só curar, mas prevenir a doença, e recomenda a profilaxia e a higiene (Debré, 1995, p. 301). Peter é um dos mais influentes membros da Academia, e afirma que “as descobertas das bactérias são curiosidades da história moderna (...) quase sem nenhum proveito para a Medicina” (Debré, 1995, p. 460). Ele e Pasteur se desprezam, mas são parentes afastados do lado de suas esposas, por meio de um ancestral comum, Joseph Loir, que foi veterinário do exército do Egito. Ele havia se casado sob as ordens de Napoleão Bonaparte. Seu neto é Adrien Loir, sobrinho de Pasteur, que trabalha de manhã com Peter e de tarde com Pasteur. Deste modo, participa da briga dos dois “patrões” (Debré, 1995, p. 459). "Na Academia, Peter se arvora de promotor e transforma a assembleia em uma audiência de acusação: 'A desculpa do senhor Pasteur é a de ser um químico, que inspirado no desejo de ser útil, quis dar força à medicina, ciência que lhe é totalmente estranha" (Debré, 1995, p. 460). Gabriel Constant Colin 1825-1896 Veterinário francês. Foi professor da Escola de Veterinária de Alfort. Membro da Academia de Medicina. Filho de Louis Gabriel Colin e Jeanne Claude Amélie Menoux. Após os estudos veterinários, foi nomeado chefe de departamento na Escola de Veterinária de Lyon 1845, chefe de departamento em Alfort 1847, professor de higiene, botânica, zoologia em Alfort 1862, professor de botânica, zoologia e higiene em Toulouse 1865, professor de patologia e terapia geral, manual de operação, doenças parasitárias e encarregado do Departamento de aplicações cirúrgicas de Alfort 1866. Admitido a seu pedido de aposentadoria e nomeado professor honorário em 1887. Eleito membro da Academia de Medicina para a seção de medicina veterinária em 3 de janeiro de 1865. Nomeado Cavaleiro da Legião de Honra em 1869, promovido a Oficial em 1887. Gabriel Colin se revela um adversário da teoria de Pasteur. O veterinário se apoia em 12 anos de trabalho com o carbúnculo para afirmar que Pasteur está errado em acreditar que o bacilo é o responsável pela doença. Colin também se recusa a admitir o fenômeno de incubação de certas doenças. Pasteur se esforça em vão em convencê-lo apesar das explicações. Colin conserva vários adeptos entre os médicos. Diante de vários debates contraditórios na Academia, Pasteur exclama aos jovens que assistem às sessões: “jovens, vocês que se sentam no alto destas arquibancadas provavelmente são a esperança do futuro médico do nosso país. Não venham aqui para procurar a excitação da polêmica; venham se instruir com os métodos” (Debré, 1995, p. 356-358). Ref. https://data.bnf.fr/en/12298184/gabriel_colin/ Ref. https://cths.fr/an/savant.php?id=127642 Mais informações: https://mediatheque.ifce.fr/index.php?lvl=author_see&id=35842 Henri-Marie Bouley 1814-1885 *Ver a microbiografia de Henri Bouley no grupo Academia de Ciências. Bouley, que é veterinário, se declara impressionado com a interpretação de Colin, e embora partidário de Pasteur, convida-o a examinar de perto as objeções que lhe são feitas, as quais Pasteur replica vigorosamente. Porém, cabe ressaltar que Bouley é um dos grandes apoios de Pasteur (Debré, 1995, p. 355). No bem sucedido experimento de Pouilly-le-Fort, dentre o grande público presente, Bouley também está lá e participa do entusiasmo geral (Debré, 1995, p. 448). Na Academia, cada vez que Bouley tenta louvar os méritos de Pasteur, Peter intervém e é aplaudido em nome da medicina tradicional (Debré, 1995, p. 460). Bouley, um dos mais fiéis apoios de Pasteur na Academia de Ciências e na Academia de Medicina, e amigo de Pasteur, falece no mesmo dia que Louise Pelletier, criança de 10 anos que Pasteur tentou salvar da hidrofobia (raiva) (Debré, 1995, p. 495). Alphonse François Marie Guérin 1817-1895 Doutor em medicina francês (Paris, 1847). Cirurgião. Membro (eleito em 1868) da Academia de Medicina, seção de medicina operativa, então presidente em 1884. Ficou famoso com a invenção da bandagem de algodão que tornava possível proteger os feridos de envenenamento e infecção purulenta. Nomeado Cavaleiro da Legião de Honra em 12 de agosto de 1864. Oficial em 1871. Comandante em 1884. Recebe o colar de um alto funcionário da ordem do czar Stanislas II. A Academia de Ciências concedeu-lhe o Prêmio Montyon em 1875 e o Prêmio Godart em 1879. Alphonse Guérin estudou em Paris. Tornou-se Aide d'anatomie em 1843 e obteve o doutoramento em 1847, tornando-se 'prosector' do anfiteatro em 1848. Em 1850, através de concours, tornou-se Chirurgien des hôpitaux. Foi então sucessivamente cirurgião dos hospitais Lourcine (1857) e Cochin (1862), antes de ser nomeado Chirurgien en chef do Hôpital Saint-Louis. Finalmente, em 1872, foi nomeado cirurgião do Hôtel-Dieu. Ele se aposentou desta posição em 1879 para se tornar cirurgião honorário do hospital. Em 1858, os cirurgiões do hospital elegeram-no seu representante no Conseil deillance d'assistance publique e em 1864 no Conseil général de Departement Morbihan do cantão de Mauron. Em 1896 sua cidade natal teve uma homenagem a ele levantada, como o descobridor do curativo de algodão. Além disso, e de seus muitos epônimos, ele também descreveu um procedimento de transfusão de sangue imediata sob o termo "Communauté de la Circulation. Seu principal interesse era a cirurgia urológica. Diversos cirurgiões higienistas, como Alphonse Guérin, Just Lucas-Championnière, Jules Helot, Stéphane Tarnier, Ulysse Trélat e Félix Terrier encorajam Pasteur a interpretar e exaltar os méritos da assepsia e da anti-sepsia e a pregar o combate contra o contágio por meio da higiene (Debré, 1995, p. 307). "Foi no fim da guerra de 1870 que, na França, um cirurgião, Alphonse Guérin, faz a suposição de que a infecção poderia ser causada pelos germes do fermento descritos por Pasteur. Então, escreve: Acreditava, mais do que nunca, que os miasmas que emanavam do pus dos feridos eram a causa real dessa doença horrorosa pela qual tive a dor de ver sucumbir os feridos. (...) Pensei, então, que os miasmas, cuja existência eu já admitira por não conseguir explicar de outro modo a produção da infecção purulenta e dos quais eu só conhecia a influência deletéria, pode riam ser os corpúsculos dotados de vida, iguais aos que Pasteur vira no ar. (...) Se os miasmas são fermentos, eu poderia evitar sua influência funesta nos feridos, filtrando o ar, como Pasteur havia feito. (...) Imaginei, então, um curativo acolchoado com algodão e tive a satisfação de ver minhas previsões se realizarem" (Debré, 1995, p. 311). Alphonse Guérin cria o laboratório de anatomia e química patológica para observar os benefícios do uso dos curativos acolchoados. Ele associa o abcesso às febres infecciosas (Debré, 1995, p. 327). Pasteur constata que os curativos de Guérin, assim como os de Lister, são os verdadeiros responsáveis pelos sucessos cirúrgicos constatados, graças à filtragem dos germes por essa separação acolchoada e a consequente destruição destes pela solução antisséptica (Debré, 1995, p. 328). Ref. https://data.bnf.fr/en/12107429/alphonse_guerin/ Ref. http://www.whonamedit.com/doctor.cfm/2626.html Mais informações: https://trehorenteuc-eglise-broceliande.fr/docteur-guerin/ Jules-René Guérin 1801-1886 Médico belga, especialista em deformidades do corpo humano, cujo nome está ligado à síndrome de Guérin-Stern, ao sinal de Guérin-Kerguistel, à lei de J. Guérin. Lançou as bases da ortopedia científica e cirúrgica. Fundador e diretor do Medical Gazette of Paris, de 1830 a 1872. Iniciou seus estudos médicos em Paris em 1821, obtendo seu doutorado nessa universidade em 1826. Desde cedo se interessou pelo jornalismo e, dois anos depois, fundou a revista médica Gazette de santé, da qual foi editor e editor, e para a qual também escreveu artigos. Foi rebatizada de Gazette médicale de Paris em 1830, e foi dirigida por Guérin até 1872. Ele era um advogado de sua profissão, trabalhando, entre outras coisas, para a reintrodução de concursos. Além disso, atuou como escritor em diversas sociedades médicas, relator da comissão ministerial instituída pelos médicos e trabalhou em novas leis relacionadas a uma reforma no ensino e na prática da medicina. Com isso, ele procurou garantir a mais elevada liberdade de ensino possível. Ele foi o criador do Feulleton médico. A partir de 1832 passou a fazer mais trabalhos científicos, primeiro investigando a cólera, antes de voltar seu interesse para a ortopedia, que se tornaria sua especialidade e alicerce de sua reputação (1, 4). Depois de publicar alguns trabalhos nessa área, ele conseguiu estabelecer um hospital ortopédico, o Institut de la Muette em Passsy. Um ano depois, em 1839, foi-lhe confiada a liderança de uma unidade ortopédica de um hospital infantil. De 1838 a 1843 surgiram 13 trabalhos sobre problemas ortopédicos. Os fisiológicos foram recebidos com aclamação quase unânime, enquanto os de terapia e patologia foram recebidos com muita animosidade, especialmente a teno e miotonia recomendados por Guérin. Apesar disso, ele recebeu vários prêmios por seu trabalho. Em 1837 recebeu o grande prêmio de 10.000 francos por seu trabalho sobre as diferenças do sistema esquelético. Guérin era o responsável pela revista que fundou por mais de quarenta anos, mas também contribuiu para outras. A partir de 1842 também esteve bastante ocupado como membro da Academia de Medicina (1). Ele tinha 85 anos quando foi a Marselha e Toulon para ajudar as autoridades da cidade a combater um surto de cólera e evitar que se propagasse. Ele recebeu três prêmios Monthyon da Academia por seu trabalho fisiológico. Quando Pasteur faz uma comunicação à Academia de Medicina dizendo que pretende produzir vacinas, mas ainda sem relatar o processo, que ainda iria dar início, os adversários de Pasteur, encabeçados por Jules Guérin o censuram por não comunicar os detalhes de sua técnica e conseguem que a Academia repreenda a conduta de Pasteur. O cientista fica furioso e abatido, pois naquele mesmo período sua irmã (Virginie) acaba de falecer. Pasteur faz diversos rascunhos de uma carta de demissão da Academia, mas volta atrás. Mais adiante, Pasteur estará apto a revelar em detalhes o seu processo experimental de virulência atenuada (vacinação), que marcará o nascimento de uma nova disciplina, a imunologia (Debré, 1995, p. 427-428). As discussões sobre a varíola e a vacina continuam na Academia, o que se torna cansativo para Pasteur. O conflito entre os dois se agrava e Pasteur o responde grosseiramente. Recusando-se a 'responder a curiosidade indiscreta, intempestiva e malsã do senhor Guérin', acrescenta: 'Doravante, seremos dois no combate e veremos qual de nós sairá ferido e machucado desta luta'. A sessão é suspensa por um grande tumulto. Guérin furioso se precipita sobre Pasteur e é impedido pelo barão Larrey, que se interpõe. Na época, Guérin tem quase 80 anos e Pasteur quase 60 anos. "Jules Guérin desafia Pasteur em um duelo" (Debré, 1995, p. 562). Depois de alguns dias, o conflito vai se extinguir e Pasteur aceita se desculpar, cujas palavras ficaram registradas na ata: “Se, no calor do debate, pronunciei alguma palavra ou julgamento que pudesse prejudicar o renome do senhor Jules Guérin, eu as retiro e declaro que nunca desejei ferir nosso sábio colega. Em nossas discussões, só tive uma preocupação, a de defender, energicamente, a exatidão dos meus trabalhos” (Debré, 1995, p. 441-442). Gabriel Colin e Jules Guérin continuam a atacar Pasteur, mesmo após o sucesso do experimento em Poilly-le-Fort. Não raro, Pasteur deixa a sala, com raiva contra os que não compreendem o valor de suas experiências. Finalmente, resigna-se a não mais assistir às sessões da Academia. Sua ausência, no entanto, não impede as controvérsias sobre a teoria microbiana, a teoria do contágio e sobre as terapias propostas (Debré, 1995, p. 459). Ref. https://data.bnf.fr/en/12462139/jules_guerin/ Ref. https://www.researchgate.net/publication/334005498_The_Most_Influential_Scientists_in_the_Development_of_Public_Health_1_Jules_Rene_Guerin_1801-1886 Ref. https://search.proquest.com/openview/1a85063c7254dd03ebf3d9c9468cfb48/1?pq-origsite=gscholar&cbl=1226372 Mais informações: https://www.bookdepository.com/Gazette-Medicale-de-Paris-Vol-2-Jules-Rene-Guerin/9781390324983 Charles-Emmanuel Sédillot 1804-1883 Médico militar e cirurgião francês. O professor Charles Sédillot é um dos pioneiros da medicina moderna, cirurgia, anestesiologia, histopatologia e infectologia. Infelizmente, ele permanece desconhecido fora dos círculos dos historiadores da medicina militar francesa. Foi o primeiro cirurgião do mundo a oferecer técnicas como luxação coxofemoral e uretrotomia interna, tornando-se pioneiro na cirurgia endoscópica. Ao introduzir a anestesia geral na França, ele revolucionou o atendimento ao paciente. Além disso, ele lançou as bases para o tratamento moderno e algorítmico de tumores, adotando os princípios da histopatologia clínica. Muito antes da descrição feita por Semmelweiss (1818-1865), ele previu e compreendeu a existência e a ação dos microrganismos, que chamou de micróbios, no desenvolvimento de infecções pós-operatórias. Por seu trabalho, ele foi homenageado por seus pares na França, mas permaneceu desconhecido além das fronteiras de sua terra natal. Charles Sédillot foi o inventor da palavra “micróbio” (do grego: mikros , “pequeno” e bios , “vida”), que ele propôs em 1878 em suas comunicações à Academia de Ciências, intitulado 'Sobre a influência do trabalho do Sr. Pasteur sobre o andamento da cirurgia'. Sédillot, que conheceu Pasteur enquanto era nomeado Professor de Química em Estrasburgo de 1848 a 1854, escreveu: Esses organismos formam um mundo composto de espécies, famílias e variedades cuja história, mal iniciada, já é rica em previsão e resultados da maior importância. Louis Pasteur (1822-1895), então com 56 anos, aprovou a palavra “micróbio” e ficou profundamente comovido com as marcas de apego que Sédillot lhe conferiu, especialmente porque as críticas não haviam diminuído. Em 19 de março de 1881, Pasteur escreveu em uma carta a Sédillot sobre este assunto: Caro e ilustre mestre, permita-me publicar (e dizer que é feito com sua permissão) a carta em que o senhor Littré aprovava a palavra micróbio , proposto por você, para silenciar os escrúpulos de algumas pessoas mais ou menos interessadas. Queira aceitar, com a esperança de que eu e todos os seus colegas também ajudemos na recuperação da sua saúde, uma homenagem do meu mais profundo e afetuoso respeito. Em conclusão, Sédillot teve um papel importante e impacto no desenvolvimento da medicina e cirurgia modernas. A evocação de sua vida excepcional, rica e eclética deve nos levar a abordar a questão recorrente da adequação da hiperespecialização em medicina e ciências. Em nossa mente, a vida e a obra de Sédillot estão questionando, de forma adequada, paradigmas médicos “estabelecidos”. Sédillot não era membro da Academia de Medicina, mas era um fervoroso partidário de Pasteur. Com 64 anos, foi um dos primeiros a aceitar e encorajar os trabalhos de Pasteur e suas aplicações cirúrgicas. Ele lê uma nota na Academia resumindo a evolução positiva do tratamento das lesões, com curas mais frequentes e redução de gangrenas e amputações. Se relatório termina com uma apologia à palavra micróbio (em vez de animálculo), dizendo: “a palavra micróbio tem a vantagem de ser mais curta e de possuir um significado mais geral e, tendo meu ilustre amigo Littré, o linguista mais competente da França, aprovado esse nome, nós o adotaremos” (Debré, 1995, p. 408). Ref. https://data.bnf.fr/en/12337301/charles_sedillot/ Mais informações: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1743919112007601?via%3Dihub Mais informações: https://www.academie-sciences.fr/fr/Liste-des-membres-depuis-la-creation-de-l-Academie-des-sciences/les-membres-du-passe-dont-le-nom-commence-par-s.html Maximilien-Paul-Émile Littré 1801-1881 Médico, filósofo, filólogo, lexicógrafo e político francês. Membro da Academia de Medicina (eleito em 1858) e membro da Academia Francesa (eleito em 1871). Estudioso da língua francesa, lexicógrafo e filósofo cujo monumental Dictionnaire de la langue française, 4 vol. (1863-73; “Dicionário da Língua Francesa”), é uma das realizações lexicográficas mais notáveis de todos os tempos. Littré era unanimemente respeitável, sendo descrito como uma das grandes mentes do século, e pela sagacidade de sua mente, Ernest Renan disse ser “uma das consciências mais completas do universo”. Foi autor do célebre Dictionnaire, e mesmo deixando de praticar a medicina, torna-se um erudito na área. Deste modo, torna-se a autoridade mais competente para batizar os pequenos organismos que Pasteur detectou em seu microscópio. Em resposta a Sédillot afirma: “para designar os animálculos, eu daria preferência a ‘micróbio’; primeiro, porque, como você diz, é mais curto, depois porque ele destina ´microbia´, substantivo feminino, para a designação de estudo do micróbio” (Debré, 1995, p. 410). Pasteur e Littré se respeitam, mas existem entre eles diferenças: Littré é republicano, franco-maçon e positivista. Para Pasteur, os positivistas não entenderam o sentido do método científico, e afirma “Para julgar o valor do positivismo, meu primeiro pensamento foi procurar nele a invenção. Não achei. Como não me oferece nenhuma ideia nova, o positivismo me deixa reservado e desconfiado” (Debré, 1995, p. 413). As profundas razões que levam Pasteur a se opor à filosofia positivista são mais específicas, por exemplo, o positivismo rejeita o uso do microscópio, e separa a química da biologia, por exemplo. Entretanto, é a questão da existência de Deus, que Pasteur chama de infinito, que o afasta do positivismo. Pasteur diz: “aquele que proclama a existência do infinito reúne mais sobrenatural nessa afirmação do que o existente em todos os milagres de todas as religiões. (...) Vejo em toda a parte a inevitável expressão da noção do infinito no mundo. A ideia de Deus é uma forma da ideia do infinito” (Debré, 1995, p. 414). "Nos bancos da antiga Casa de Caridade, Pasteur encontra cinco dos maiores positivistas: Claude Bernard, Émile Littré e, é claro, Marcelin Berthelot; também Paul Broca, o célebre neurologista a quem se deve a primeira descrição anatômica do cérebro e Charles Robin, colaborador de Littré, inventor das palavras "hemácias" e "leucócitos" para designar os glóbulos vermelhos e brancos do sangue. Como revelam as atas das sessões, depois da morte de Claude Bernard, esses cientistas deixam Pasteur lutar sozinho. Por ocasião da famosa comunicação de maio de 1880, quando Pasteur descreve o estafilococo do furúnculo como sendo também responsável pela osteomielite, nenhum deles toma a palavra para destacar a importância da descoberta" (Debré, 1995, p. 416). Ref. https://data.bnf.fr/en/11913139/emile_littre/ Mais informações: NAHAS, Jacqueline; F ERNANDES, Pedro. Homo lexicographus. Foz do Iguaçu, PR: Editares, 2017. Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Paul-Emile-Littre Mais informações: https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803100109344 Mais informações: https://www.encyclopedia.com/reference/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/littre-maximilien-paul-emile Edmé Félix Alfred Vulpian 1826-1887 *Ver microbiografia de Alfred Vulpian no grupo Vacinação: Raiva. Vulpian era um dos médicos mais respeitados de sua época. Torna-se membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação. Após o sucesso do tratamento e diante da Academia de Ciências, Vulpian pede a palavra dizendo que Pasteur trabalhou durante anos, com uma série de pesquisas feitas sem interrupção até criar um tratamento do qual não duvida do sucesso (Debré, 1995, p. 489, 494). Jean-Martin Charcot 1825-1893 Doutor em Medicina francês (Paris, 1853). Especialista em doenças nervosas para as quais estabelece a nosologia. Conhecido por suas descobertas sobre esclerose múltipla, doença de Parkinson e por suas "aulas de terça-feira" sobre hipnotismo exercido sobre histéricos em La Salpêtrière, Paris. Diretor do Service des hysteriques de la Salpêtrière, Paris. Jean-Martin Charcot foi indiscutivelmente o médico mais conhecido da França durante o início da Terceira República. Ele foi reconhecido por suas brilhantes realizações em três campos distintos da medicina clínica : neurologia, geriatria e medicina interna . Ele também era conhecido pelo círculo de estudantes de medicina leais e talentosos que orientou e por suas extravagantes demonstrações de síndromes patológicas. Além de suas atividades médicas, Charcot conviveu com políticos poderosos, se esforçou para fazer avançar a agenda legislativa do republicanismo francês e reuniu a elite da sociedade cultural parisiense em sua casa para salões semanais. Após a descoberta da vacina da raiva, Charcot aproveita para posicionar-se perante os inimigos de Pasteur na Academia: “o inventor da vacina antirrábica hoje, com mais razão do que nunca, pode andar com a cabeça erguida e prosseguir o cumprimento de seu glorioso labor sem deixar-se desviar dele, no mínimo pelos clamores da contradição sistemática ou pelas insidiosas murmurações da difamação” (Viñas, 1991, p. 156). Ref. https://data.bnf.fr/en/12424494/jean-martin_charcot/ Ref. https://www.encyclopedia.com/history/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/charcot-jean-martin Ulysse Trélat 1828-1890 Cirurgião francês. Doutor em medicina (Paris, 1854). Agrégé da Faculdade de Medicina de Paris. Professor de medicina (1872). Membro da Academia de Medicina (1874). Trélat era filho do médico do exército de mesmo nome (1795-1879). Ele recebeu sua educação científica e prática de seu pai, Philippe-Frédéric Blandin (1798-1849), Philibert Joseph Roux (1780-1854) e Auguste Nélaton (1807-1873). Tornou-se assistente de anatomia em 1853, recebeu o título de doutor em medicina em 1854 e em 1855 assumiu a função de procurador. Ele se tornou agrégé em 1857, chirurgien des hôpitaux em 1860, chirurgien-en-chef na Maternité em 1864. Após extensa prática em outros grandes hospitais de Paris, ele se tornou professor de cirurgia clínica no Hôpital Necker em 1860, e em 1872 foi eleito membro da academia. Na década de 1860, "São os cirurgiões que vão obrigar Pasteur a deixar de lado a timidez a respeito da medicina humana: explicitando as hipóteses do mestre, Alphonse Guérin, Just-Lucas Championnière, Stéphane Tarnier, Ulysse Trélat, Félix Terrier encorajam Pasteur a interpretar e exaltar os méritos da assepsia e da anti-sepsia, e a pregar o combate contra o contágio por meio da higiene" (Debré, 1995, p. 307). Ref. https://data.bnf.fr/en/10737796/ulysse_trelat/ Ref. http://www.whonamedit.com/doctor.cfm/1682.html Jacques François Édouard Hervieux 1818-1905 Médico francês. Muito de seu trabalho foi com doenças de mulheres e crianças; o mais notável é o Tratado clínico e prático das doenças puerperais após o parto, onde Hervieux estudou todas as doenças das puérperas do ponto de vista triplo clínico, necroscópico e terapêutico. Este livro, fruto de dez anos de prática em um hospital reservado exclusivamente para o parto e suas consequências, começa com a apresentação da doutrina da intoxicação puerperal, pela qual Hervieux explica a mortalidade que grassa nos hospitais. A par da profissão de obstetra, esteve também envolvido na vacinação, da qual a Academia de Medicina era um dos centros, da qual era diretor. Embora ele mesmo fizesse as vacinas, tinha menos em vista o estudo anatômico e fisiológico dos procedimentos do que sua aplicação profilática imediata. Ele aproveitou todas as oportunidades para intervir assim que chegou uma comunicação a esse respeito e, ao menor alarme, partiu apressadamente em campanha; no dia seguinte à sessão em que o mal havia sido denunciado, ele era visto chegando, às vezes de madrugada, para indagar sobre os fatos relatados e dar sua resposta. Era para ele um sinal de atividade febril, de necessidade de luta, de qualquer explosão ou ameaça de varíola, seja no território ou nas colônias, ou no exterior. Ainda mais, se fosse uma epidemia excepcional. Em 1870, a varíola eclodiu no exército francês, provada pelas misérias do cerco de Paris. Só o hospital Bicêtre recebeu quase 10.000 varíola em três meses. De todos os médicos presentes, nenhum sentiu uma agitação mais profunda do que Hervieux. Essas preocupações com a varíola, que deviam absorver o fim da vida de seu autor, em nada diminuíram a importância de suas outras obras, nem diminuíram o mérito de inúmeras produções sobre os mais diversos temas da patologia médica. Ele foi eleito membro da Academia de Medicina na seção de partos em 10 de junho de 1873. Foi presidente no ano de 1896. Certa vez, Pasteur interrompeu aos brados uma conferência sobre febre puerperal, de Édouard Hervieux, um famoso ginecologista, repleta de termos gregos e romanos, mas sem fazer menção aos microrganismos, para afirmar: "O que está matando as mulheres com infecção puerperal não é nada disso! São vocês, médicos, que transportam micróbios mortais das mulheres doentes para as salas". Colhendo sangue e secreções vaginais das pacientes de Hervieux, que gentilmente abriu a Pasteur as suas enfermarias, Pasteur conseguiu isolar microrganismos nas culturas de caldo de galinha que ele desenvolveu, identificando o estreptococo como o agente causador da febre puerperal, e para sua profilaxia indicou a anti-sepsia com ácido bórico. Ref. https://data.bnf.fr/en/10708546/edouard_hervieux/ Ref. https://www.ccih.med.br/wp-content/uploads/2014/07/capitulo7-As-bases-do-hospital-contempor%C3%A2neo-a-enfermagem-os-ca%C3%A7adores-de-micr%C3%B3bios-e-o-controle-de-infec%C3%A7%C3%A3o.pdf Ref. http://cths.fr/an/savant.php?id=3827# Louis-Félix Terrier 1837-1908 Médico cirurgião francês. Lecionou no Hôpital de la Pitié, Paris. Louis-Félix Terrier nasceu em Paris em 1837. Iniciou os estudos veterinários na Maison-Alfort em 1854 e em 1859 matriculou-se na Faculdade de Medicina da capital francesa. Em 1862 foi internado nos serviços de Jarjavay, Oulmont, Gosselin e Chassaignac. Em 1870 obteve o grau de doutor com a tese De l'oesophagotomie externe (Paris, Baillière, 1870), e em 1872 a agregação com a obra Des anévrismes cirsoïdes (Paris, Baillière, 1872). Foi cirurgião do Central Bureau (1873), cirurgião dos hospitais Salpêtrière (1878), Saint-Antoine (1882) e Bicaht (1883). Ele também foi professor de cirurgia clínica (quarta cadeira) em La Pitié. Quanto ao seu trabalho científico, pode-se dizer que trouxe "o espírito bacteriológico de Pasteur" para as salas de cirurgia e se declarou a favor da esterilização com ar seco. A assepsia permitia que ele, como Courvoisier, penetrasse em campos como a cavidade abdominal que antes eram proibidos. Na década de 1860, "São os cirurgiões que vão obrigar Pasteur a deixar de lado a timidez a respeito da medicina humana: explicitando as hipóteses do mestre, Alphonse Guérin, Just-Lucas Championnière, Stéphane Tarnier, Ulysse Trélat, Félix Terrier encorajam Pasteur a interpretar e exaltar os méritos da assepsia e da anti-sepsia, e a pregar o combate contra o contágio por meio da higiene" (Debré, 1995, p. 307). Ref. https://data.bnf.fr/en/12337285/felix_terrier/ Ref. https://historiadelamedicina.org/terrier.html Just Marie-Marcellin Lucas-Championnière 1843-1913 Cirurgião francês em hospitais de Paris. Membro da Academia de Ciências, secção de medicina e cirurgia (eleito em 1912). Membro da Academia de Medicina, seção de medicina operativa (eleito em 1894). Editor-chefe do "Journal of Practical Medicine and Surgery". - Neto do oficial Vendée Pierre-Suzanne Lucas de La Championnière. Just Lucas-Championnière é um médico francês, nascido em Saint-Léonard no Oise em 15 de agosto de 1843 e morreu em 22 de outubro de 1913 em Paris, de um acidente vascular cerebral, durante uma intervenção pública na Academia de Ciências durante a qual acabava de entregou uma importante comunicação sobre trepanação pré-histórica. Filho do doutor Just Lucas-Championnière (1803-1858), fundador da Revista de medicina prática e cirurgia , a primeira revista profissional amplamente distribuída destinada a clínicos gerais disponível nos CFDRMs , ele será codiretor com seu irmão Paul Championnière. Estagiário em medicina em 1866, passou sua tese de doutorado em 1870 antes de ingressar na 5ª ambulância internacional durante a guerra de 1870. Foi nomeado cirurgião hospitalar em 1874. Dirigiu sucessivamente os serviços cirúrgicos do hospital Cochin (maternidade), hospital Tenon, Hospital Saint-Louis, hospital Beaujon e, finalmente, Hôtel-Dieu, até sua aposentadoria em 1906. Em 1867, ainda estudante de medicina, Just Lucas-Championnière ficou intrigado com um artigo na revista médica The Lancet onde o cirurgião britânico Joseph Lister descreveu o trabalho de antissepsia, inspirado nas teorias de Louis Pasteur, que vinha desenvolvendo para dois anos na Glasgow Royal Infirmary. No ano seguinte, ele viajou para a Escócia para observar os métodos de Lister, fez amizade com ele e passou um mês em seu serviço. Em janeiro de 1869, publicou o primeiro artigo em francês sobre as virtudes da antissepsia. Ele será um propagandista fervoroso por toda a vida. Ele é o autor da primeira obra de referência francesa sobre este método, o Manual de cirurgia anti-séptica , publicado em 1875 (segunda edição 1880). Nomeado diretor da maternidade do hospital de Cochin, ele introduziu a antissepsia por meios muito simples: ensaboar as mãos antes das operações, tratar feridas com ácido carbólico. A queda da mortalidade no parto é espetacular: “Em seu departamento de Cochin, em 1878, a mortalidade era de apenas 2 por 1000, enquanto no mesmo ano, nos hospitais onde não se praticava antissepsia, a mortalidade às vezes era de 50 por 1000 ”. Também realizou inúmeros trabalhos considerados na época muito inovadores sobre a cura radical das hérnias (1880-1893) , a trepanação guiada por localizações cerebrais (1878) ou o tratamento de fraturas (1887-1895). Ele é o autor de Tratamento de fraturas por massagem e mobilização de 1895. Currículo: Eleito membro da National Academy of Medicine em 1894 e do Institut de France (Academy of Sciences) em 1912, Just Lucas-Championnière também foi cooptado por prestigiosas instituições estrangeiras: Royal College of Surgeons de Londres, Royal College Edinburgh Surgeons , New York Medical Academy. Ele também foi um doutor honorário da Universidade de Edimburgo e da Universidade de Sheffield. Foi eleito presidente da Sociedade de Cirurgia em 1894, da Associação Francesa de Cirurgia em 1901 e da Sociedade Internacional de Cirurgia em 1911. Na década de 1860, "São os cirurgiões que vão obrigar Pasteur a deixar de lado a timidez a respeito da medicina humana: explicitando as hipóteses do mestre, Alphonse Guérin, Just-Lucas Championnière, Stéphane Tarnier, Ulysse Trélat, Félix Terrier encorajam Pasteur a interpretar e exaltar os méritos da assepsia e da anti-sepsia, e a pregar o combate contra o contágio por meio da higiene" (Debré, 1995, p. 307). "Em 1869, um jovem cirurgião, Just Lucas-Championnière, vai a Glasgow para encontrar Lister. Ele volta entusiasmado, mas seu relatório, publicado no Journal de médicine et de chirurgie pratique, não convenceu ninguém. Ele vê recusada a solicitação para experimentar, na França, o método de Lister. Só consegue uma evolução das mentalidades em 1874: chamado para substituir o chefe do serviço do hospital Lariboisière, onde todos os feridos têm supuração, ele pode, então, mostrar a eficácia da anti-sepsia. Essa primeira experiência coincide com o início das relações diretas entre Lister e Pasteur" (Debré, 1995, p. 321). "Just Lucas-Championnière, um dos primeiros a introduzir as teorias de Pasteur no hospital, é neto de um chefe vendéen (nome dado durante a Revolução Francesa aos insurretos monarquistas do oeste da França) - seus adversários se aproveitam disso para acusá-lo de obscurantismo católico..." (Debré, 1995, p. 417). Ref. https://data.bnf.fr/en/12950431/just_lucas-championniere/ Ref. http://www.cfdrm.fr/CV_Just_Lucas-Championniere_fils_1843-1913.htm Ref. http://www.whonamedit.com/doctor.cfm/3332.html Mais informações: https://education.persee.fr/doc/revin_1775-6014_1913_num_66_2_9105 Mais informações: https://www.academie-sciences.fr/pdf/eloges/lucas_vol3268.pdf Étienne-Stéphane Tarnier 1828-1897 Médico obstetra francês. Pioneiro da medicina neonatal e inventor da incubadora. Stéphane Tarnier estudou medicina em Paris e se tornou o decano da obstetrícia na França durante a segunda metade do século XIX. Ele foi pioneiro em muitos avanços e encorajou uma abordagem perinatal para o parto que foi desenvolvida por seus discípulos, Budin e Pinard. Tarnier também cuidava da alimentação dos recém-nascidos e, mais particularmente, das crianças prematuras. O final da década de 1880 viu um verdadeiro boom na nutrição infantil, especialmente com as descobertas de Pasteur, e a esterilização então se tornou a regra. Ele se interessou pela causa e prevenção da febre puerperal, que na época ceifava a vida de uma em cada seis parturientes no hospital. Em 1857, Tarnier apresentou à Académie sua dissertação inaugural sobre o assunto. Ele mostrou que a mortalidade por sepsia puerperal foi 13 vezes maior no hospital do que nas mulheres que deram à luz no bairro fora e declarou estar convicto de que a doença era contagiosa. Tal sugestão foi considerada muito polêmica na época, mas seu chefe, Paul Dubois, ficou impressionado e o nomeou chefe da clínica da Maternité e, em 1867, cirurgião-chefe. Durante os 22 anos seguintes sob sua direção, a higiene do hospital foi melhorada; ele introduziu o isolamento de casos infectados e foi o primeiro na França a adotar a antissepsia de Lister, incluindo o spray de ácido carbólico e uma técnica de exclusão peritoneal para cesariana. A mortalidade por infecção puerperal na Maternité caiu de 93/1000 partos para 23/1000 no período de 1870-1880, e então para 7/1000 na década seguinte. Eventualmente, 1000 mulheres consecutivas deram à luz no hospital sem qualquer perda materna. Os estudos de Tarnier sobre a febre puerperal de mais de 40 anos foram publicados em 1894. 4 Em 1886, ele e Oliver Windell Holmes foram nomeados os honorários da Universidade de Edimburgo. Em 1891, Tarnier foi eleito presidente da Academia de Medicina de Paris. Ele estava sobrecarregado há muitos anos e seis anos depois decidiu se aposentar. No mesmo dia de sua aposentadoria, ele sofreu um derrame e morreu pouco depois, em 22 de novembro de 1897. Ele tinha 69 anos. Assim morreu um homem que era amado por seus alunos e adorado por seus pacientes. Ele havia lançado as bases do cuidado perinatal na França. Talvez, porém, sua maior contribuição tenha sido nos homens que treinou, homens como Pierre Budin e Alphonse Pinard que levaram adiante e desenvolveram seus conceitos. Na década de 1860, "São os cirurgiões que vão obrigar Pasteur a deixar de lado a timidez a respeito da medicina humana: explicitando as hipóteses do mestre, Alphonse Guérin, Just-Lucas Championnière, Stéphane Tarnier, Ulysse Trélat, Félix Terrier encorajam Pasteur a interpretar e exaltar os méritos da assepsia e da anti-sepsia, e a pregar o combate contra o contágio por meio da higiene" (Debré, 1995, p. 307). Ref. https://data.bnf.fr/en/13479433/etienne_tarnier/ Ref. https://fn.bmj.com/content/86/2/F137 Mais informações: https://fr.aleteia.org/2018/11/16/stephane-tarnier-le-medecin-qui-a-consacre-sa-vie-aux-meres-et-aux-enfants/ Mais informações: https://embryo.asu.edu/pages/etienne-stephane-tarnier-1828-1897 Mais informações: https://www.cambridge.org/core/books/eponyms-and-names-in-obstetrics-and-gynaecology/tarnier-etienne-stephane-18281897/4610AAE20D62E806A228DB3110C26C25 Próximo Grupo

  • Descobertas | Pasteur Brasil

    Principais Descobertas O químico lançou as bases para várias disciplinas: Biologia Molecular, Epidemiologia Infecciosa, Imunologia, Vacinologia. Primeiras descobertas Cristalografia Os trabalhos nesta área abriram um novo campo na química, denominado Estereoquímica, trazendo o caráter operativo das representações tridimensionais das moléculas. Início da microbiologia científica Fermentação Desvendou-se o mistério da fermentação: o papel dos microorganismos. As repercussões vão desde o fim da era da geração espontânea até ao papel dos organismos invisíveis na etiologia de uma série de doenças. Em construção Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. Extensão do método experimental Teoria dos Germes A elucidação detalhada das doenças do bicho-da-seda permitiram a comprovação científica de contágios de microorganismos nas áreas agrícola, animal e humana. Houve o estabelecimento do método científico experimental. Estabelecimento da vacinação Imunologia Abertura ao vasto campo de tratamentos de doenças infectocontagiosas e o início da vacinação em massa.

  • Biógrafos | Pasteur Brasil

    Biógrafos Biografia resumida Contextualização da análise de parte dos biógrafos "Se Pasteur foi frequentemente descrito com um excesso de complacência (santificação), ele também sofreu ataques severos durante sua vida e após sua morte (demonização). Os oponentes e detratores não falharam. E ainda há alguns de nossos contemporâneos 'revisionistas' que publicam artigos de vez em quando. De que valem essas acusações, esses julgamentos de falsificação e plágio? Não se pode negar que Pasteur foi inspirado por um trabalho anterior ao seu, uma prática comum na pesquisa científica, e que ele não avançou suficientemente os nomes de seus predecessores é um fato. Mas não podemos negar-lhe a paternidade de suas descobertas validadas por experimentos decisivos e consagrados por aplicações. Neste ensaio, Jean-Pierre Brunet quer expressar sua opinião, muito pessoal - mas também muito compartilhada por numerosos pesquisadores e historiadores - sobre os escritos dos contundentes, denegridores e outros difamadores de Pasteur. Se o autor não lista todos os detratores, ele aponta alguns para relembrar suas críticas e desmontá-las. Porque observamos que essas críticas muitas vezes são recorrentes, copiadas por historiadores, ou afirmadas como tal, sem nos preocuparmos em voltar às fontes, que assim perpetuam indefinidamente afirmações errôneas, falsas ou totalmente fantasiosas". Tradução livre de excerto do prefácio de Annick Perrot ao livro "La Rage Envers Pasteur: de la sanctification à la diabolisation?" de Jean-Pierre Brunet (2017, p. 9-10 ) "Em 28 de setembro de 1895, Louis Pasteur morreu com 72 anos de idade (...) Depois de um período de 'contestação', em que foi perpetuamente objeto de crítica, e depois um período de 'celebração' em que suas descobertas foram finalmente admitidas, Pasteur entrou em um período que poderia ser descrito sem exagerar como santificação. O governo decreta um funeral nacional. Uma grande procissão acompanha o carro funerário onde, entre a multidão, podemos reconhecer Felix Faure, seus ministros, Constantino da Rússia, Nicolau da Grécia e muitos outros. Ao contrário do que alguns desejam, Pasteur não será enterrado no Panteão. Ele vai descansar um ano em uma capela de Notre-Dame de Paris enquanto espera a conclusão da cripta que lhe foi destinada, no porão do Instituto que leva seu nome (...) E, embora os institutos Pasteur sejam fundados em vários países, que avenidas, avenidas, ruas tomem o nome de Pasteur, não só na França, mas no exterior, que suas estátuas se ergam por toda parte, que colégios, clínicas, hospitais sejam colocados sob seu nome (...) que selos, moedas, medalhas são emitidas com sua efígie, que peças de teatro, filmes representem-no no palco ou na tela, (...) a publicidade se aproveita de sua imagem para promover marcas de cerveja ou camembert. Pasteur tornou-se uma glória nacional, conhecida e celebrada universalmente". Tradução livre de trecho adaptado do livro "La Rage Envers Pasteur: de la sanctification à la diabolisation?" de Jean-Pierre Brunet (2017, p. 13-15 ) Santificação René Vallery-Radot (A Vida de Pasteur. 4ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Vecchi, 1951). Louis Pasteur Vallery-Radot (Pasteur Inconnu. Paris, França: Flammarion, 1954). Hellmuth Unger (Luís Pasteur: retrato de um gênio. São Paulo, SP: Melhoramentos, [196-]). J. M. Escamez (Pasteur. São Paulo, SP: Cultura Moderna, [19--]). Exemplos de biografias de teor hagiográfico René Vallery-Radot Entre 1879 e 1895, René Vallery-Radot ajudou o sogro a enfrentar seus detratores, fazendo contato com a imprensa, dando apoio nas respostas às cartas de polemistas e reescrevendo seus discursos. Com objetivo diplomático, auxiliou na adaptação dos textos a serem publicados na imprensa e reescreveu cartas redigidas com raiva por Louis Pasteur, pois o cientista era irascível. O desejo de Vallery-Radot de suavizar as coisas explica a surpresa que se pode ter quando, depois de ler seu livro "La Vie de Pasteur", mergulha-se na correspondência do próprio Pasteur, onde aspectos de seu temperamento o seu genro não conseguiu falar. Louis Pasteur Vallery-Radot Guardadas todas as considerações ao grande trabalho de compilação da obra de Pasteur em sete tomos e disponibilização de diversos materiais do cientista em variadas publicações, o neto de Pasteur, o médico Louis Pasteur Vallery-Radot (1886-1970), retrata, em suas palavras "a glória científica de Pasteur e suas qualidades excepcionais", sendo necessário ter em consideração o viés do afeto genuíno pelo avô em suas análises. Hellmuth Unger O médico e escritor alemão Hellmuth Unger (1891-1953), autor de mais de 60 livros, inclusive biográficos, referentes a Robert Koch, Rudolf Virchow e outros, utilizou tons elogiosos à figura de Louis Pasteur. Ainda assim, nesta obra traduzida para o português, é possível extrair diversas citações diretas de Pasteur, as quais estão indicadas na página Citações, deste site. "Contudo, depois do fluxo, vem o refluxo. Se Pasteur não foi mais contestado por várias décadas, a partir do século XX surgiu um movimento que, segundo um jargão, poderia ser qualificado de demonização". Tradução livre de trecho adaptado do livro "La Rage Envers Pasteur: de la sanctification à la diabolisation?" de Jean-Pierre Brunet (2017, p. 13-15 ) Demonização Ethel Douglas Hume (Pasteur exposed, germs genes vaccines, the false foundations of modern medicine, first published 1923, last published 1988, Ed. Bookreal, Australia). Jules Tissot (Constitution des organismes animaux et végétaux Causes des maladies qui les atteignent. Preuves de l'inefficacité et des dangers des vaccinations actuelles, 1926). Pierre Yves Laurioz (Louis Pasteur, la réalité après la légende, Ed. De Paris, 2005). Sylvie Simon (Pasteur, l'intouchable mythe, Univers Spirale, 2005). Eric Ancelet (Pour en finir avec Pasteur: un siècle de mystification scientifique. vétérinaire. Ed. Résurgences, 1998). Marc Averous (Un bon Pasteur?. Ed. Louise Courteau, 2007). Gérald Geison (The private science of Louis Pasteur. Ed. Princeton University Press, 1995 / A ciência particular de Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Contraponto, 2002). Yves Robin (Lettre ouverte à Monsieur Pasteur Louis. Éditions Livres, 2003). Gerald Geison A despeito dos pontos positivos desta obra, Max Perutz (1914-2002) chegou a uma conclusão muito desfavorável sobre a vida de Pasteur de Gerald Geison: "Derrubar grandes homens de seus pedestais, às vezes com a menor evidência, tornou-se uma indústria elegante e lucrativa, e segura, já que eles não podem processar porque estão mortos. Geison está em boa companhia, mas ele, em vez de Pasteur, parece-me culpado de conduta antiética e desagradável quando vasculha os cadernos de Pasteur em busca de fragmentos de supostas irregularidades e, em seguida, os aumenta desproporcionalmente, a fim de arrastar Pasteur para baixo. Na verdade, sua evidência é artificial e não sobrevive ao exame científico" (New York Review of Books, 21 de dezembro de 1995). O link de acesso ao texto encontra-se a seguir. Ethel Douglas Hume Nesta obra, segundo Ethel Hume (1923), “O herói da medicina ortodoxa, Pasteur, é apresentado como um químico que, mesmo sem ter sido médico, ousou nada menos do que alegar revolucionar a medicina. A busca pelo sucesso pessoal dominou seu ego. Ele alcançou seus objetivos com sua energia e tenacidade. Ao fazer isso, ele deixou de lado toda a ternura e amor pela vida, cometendo friamente atrocidades bárbaras em animais para 'provar' suas teorias". Acerca desta passagem, Jean-Pierre Brunet (2017, p. 53-54) pondera: "Em seu laboratório, Pasteur não lidava apenas com micróbios ou pessoas. Ele também lidava com animais, já que os experimentos que fazia exigiam seu uso, o que permitiria que pessoas como Ethel Douglas Hume o acusassem de se envolver em 'atrocidades bárbaras'. No entanto, Pasteur, embora não hesitasse em inoculá-los com todo tipo de doenças, manteve-se sensível ao sofrimento dos animais. É Adrien Loir quem diz que: 'Durante os experimentos com raiva, Pasteur mandou preparar uma caixa de zinco e quando não era necessário deixar os animais morrerem de sua bela morte, ele os colocou nessa caixa para asfixiá-los com clorofórmio e evitar assim uma longa agonia'. Pasteur nunca havia feito uma vivissecção. Ele fazia vacinas e principalmente para raiva. Quando trepanava animais, sempre exigia que eles fossem anestesiados de antemão. Que diferença com seu amigo Claude Bernard, que incisou, dissecou, recortou sem escrúpulos um zoológico inteiro gemendo de dor, porque a anestesia teria estragado as condições fisiológicas necessárias para os experimentos, e assim se justificava em sua Introdução ao Estudo da Medicina Experimental: 'É essencialmente moral ter experiências com um animal que são dolorosas e perigosas para ele, pois podem ser úteis ao homem'. Podemos imaginar os diálogos que ele poderia ter com a esposa, integrante da iniciante SPA e, como tal, contrária à vivissecção!". Além disso, a presente obra "Béchamp ou Pasteur" se utiliza da rivalidade entre os dois cientistas para tentar justificar a homeopatia e o movimento anti-vacina. Eric Ancelet "Na apresentação do livro de Eric Ancelet: nosso fim com Pasteur 'desmonta-se, em 250 páginas, mais de um século de dogmas em torno das vacinas, da medicina alopática, mantidos em vigor por líderes religiosos, científicos, estaduais e industriais, graças à ignorância e ao medo'. É neste trabalho que podemos encontrar, em uma fórmula concisa, todas as alegações hostis, ou melhor, insultuosas a respeito de Pasteur: '(...) oposição ao químico Louis Pasteur, plagiador, mentiroso, impostor e criminoso', reitera, caso o leitor não entenda a mensagem, na seguinte frase: 'Geralmente não se sabe quem foi Louis Pasteur: um agressivo sem escrúpulos, intrigante, cortesão, trapaceiro, plagiador e, no final, um assassino de crianças" (Brunet, 2017, p. 19). Equilíbrio Annick Perrot e Maxime Schwartz (Pasteur et Koch. Paris, França: Odile Jacob, 2014, dentre outros). Patrice Debré (Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995). René J. Dubos (Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a; Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967b). Bruno Latour (Pasteur: une science, une style, um siècle. Paris, França: Perrin, 1994, dentre outros). Exemplos de biografias tendentes à análise equilibrada dos fatos Annick Perrot e Maxime Schwartz Esta obra redigida por Perrot e Schwartz inspirou o documentário Pasteur e Koch: Duelo de Gigantes no Mundo dos Micróbios, acessível pelo Youtube no link a seguir. Patrice Debré Este biógrafo é um dos pesqiusadores mais respeitados e completos a respeito da vida e obra de Louis Pasteur. Foi, inclusive, um dos entrevistados no canal espanhol Historia para o documentário "Pasteur y Koch: medicina y revolución". É possível conhecer um pouco da abordagem deste pesquisador no vídeo do Youtube a seguir. René Dubos Microbiologista, humanista e ambientalista franco-estadunidense, René Jules Dubos (1901-1982) é autor de pelo menos 20 livros, e foi professor emérito na The Rockefeller University em New York. Devido às suas contribuições científicas, ele mesmo foi também biografado por James G. Hirch e Carol L.. Moberg da National Academy of Sciences nos Estados Unidos, sendo possível visualizá-la no link a seguir. Destaque: Biógrafos pasteurianos Émile Duclaux (Pasteur, histoire d'un esprit. Paris, França: Imprimerie Charaire, 1896). Charles Richet (L´Œuvre de Pasteur: leçons professés a la faculté de médecine de Paris. Paris, França: Félix Alcan, 1923). Albert Delaunay (Pasteur e os Micróbios. Lisboa, Portugal: Publicações Europa-América, [ca. 1950]. / L´Institut Pasteur des Origines a Aujourd´hui. Paris, França: France-Empire, 1962.). Exemplos de biografias redigidas por pesquisadores ligados à Pasteur, autodenominados "pasteurianos" Émile Duclaux Um dos mais próximos colaboradores de Pasteur, Émile Duclaux (1840-1904) escreve a biografia "Pasteur, histoire d´un esprit", da qual podemos assinalar a tradução livre da sinopse: "Se quisermos obter um relato exato do progresso feito na ciência pelas várias obras de Pasteur, a primeira coisa a fazer é imaginar o estado de nosso conhecimento no momento em que cada uma delas estava progredindo. Para compreender totalmente o progresso que fizeram, você precisa saber de onde elas começaram. Mas não é tão fácil quanto você imagina. Não se pode contentar em ter uma ideia do estado de espírito geral em qualquer período, sem ler os livros clássicos e livros didáticos da época: esses livros estão sempre por trás da ciência dos laboratórios, aquilo que flutua no ar que respiramos e que empolga os pesquisadores". A obra completa pode ser acessada gratuitamente no site da BNF (Biblioteca Nacional Francesa), no link indicado a seguir. Ressalta-se também a iniciativa original de Duclaux em criar, em comum acordo com Pasteur, os Annales de l´ Institut Pasteur, revista científica mensal publicada desde 1887 até os dias de hoje. "(...) Mês após mês os Annales vão modificar a higiene pública e a política da saúde (...)" (Debré, 1995, p. 518). Charles Richet Largamente conhecido pela fundação da Metapsíquica e grandes contribuições à Medicina, Charles Richet (1850-1935) foi colaborador próximo de Louis Pasteur, mesmo antes da fundação do Instituto em 1888. Médico, laureado com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1913, Richet escreveu a seguinte biografia, em tradução livre: "A Obra de Pasteur: lições professadas na Faculdade de Medicina de Paris", a qual pode ser consultada gratuitamente no link indicado a seguir. Destaca-se o último parágrafo desta obra, em que Richet, na página 118, direciona sua fala aos jovens: "Meditem, jovens, nesta bela vida de trabalho perseverante e tenaz, e compreendam que o que faz o cientista não é apenas sua inteligência, seu trabalho, seu saber. Você ainda precisa de fé, ardor, entusiasmo. Ninguém mais que Pasteur era apaixonado pela ciência, e é porque ele fertilizou seu poderoso gênio com entusiasmo perpétuo que ele foi o maior benfeitor da humanidade". Ademais, Richet publicou uma poesia intitulada "La Gloire de Pasteur", tendo recebido prêmio de poesia pela Academia Francesa. Albert Delaunay Médico e chefe do departamento de Patologia Experimental do Instituto Pasteur entre 1956 e 1974, Albert Delaunay (1910-1993) escreveu mais de uma obra referente a Pasteur. Além do livro intitulado "Pasteur et la microbiologie", Delunay também redigiu em 1962, "L´Institut Pasteur: des origines a aujourd´hui" e "Presence de Pasteur" em 1973. Seus trabalhos podem ser conhecidos no link abaixo.

  • Academia de Ciências | Pasteur Brasil

    Academia de Ciências Mais tarde, Pasteur dirá sobre a época que viveu em Estrasburgo como “o tempo em que floresceu o espírito da invenção”. De fato, o desabrochar de experiências cristalográficas audaciosas datam deste período, cujos resultados são comunicados por Biot à Academia de Ciências, despertando interesse pelos trabalhos de Pasteur. Em 1852, Pasteur vai a Paris apresentar seus trabalhos à Academia de Ciências. Em geral, o clima é favorável, mas há também críticas, pois alguns começam a achar que o jovem cientista começa a dar muito o que falar de si próprio. Louis Jaques Thénard (1777-1857), um dos membros desta Academia, é barão e o químico mais coberto de honra do momento. Descobriu a água oxigenada, fez uma classificação dos metais e foi colaborador de Gay-Lussac (1778-1850). Thénard é descrito como bom-vivant e um grande comilão. Oferece um jantar em honra ao cientista alemão Eilhard Mitscherlich (1794-1863) para eminentes cientistas da Academia. Pasteur é convidado. O interesse de Thénard pelo jovem Pasteur reside especialmente pelo fato de Louis se preocupar com as aplicações industriais de suas pesquisas. O químico alemão Mitscherlich vai a Paris como correspondente estrangeiro na Academia de Ciências, em companhia do mineralogista Gustav Rose (1798-1873), professor na Faculdade de Berlim. Ambos quiseram se encontrar com Pasteur para ouvir de sua própria boca as circunstâncias detalhadas de suas descobertas sobre o tártaro. Pasteur, Mitscherlich e Rose passam duas horas juntos discutindo as circunstâncias da observação e refletindo sobre as consequências. Durante o jantar, Mitscherlich levanta o copo e brinda o jovem cientista Louis dizendo: “Estudamos tanto e tanto esses cristais que estamos persuadidos de que se você não encontrasse, ao observá-los de novo, esse fato tão notável, nossa descoberta ficaria ignorada durante um tempo considerável” (Debré, 1995, p. 87). Portas se abrirão para Pasteur. Mitscherlich conhece um produtor de ácido paratartárico na Alemanha, o industrial Friedrich Fikentscher (1799-1864), e o cientista decide viajar à Alemanha para encontrar a tal molécula, sabendo que procura a “pedra filosofal”, remetendo-se aos seus antecessores alquimistas. Pasteur escreve ao pai sobre a busca que estava prestes a empreender: “Sabes muito bem que eu procuro a pedra filosofal e já leste todas as alegrias, depois todas as decepções dos alquimistas que me precederam. Eles acreditavam que estavam às vésperas de encontrá-la. Estou a ponto de achá-la. Eles morreram na busca. Espero muito que o meu zelo não falhe antes da hora final. Meu venerável mentor dá-me o exemplo, e eu acho, assim como ele, que só há uma coisa que me entretém: o trabalho” (Debré,1995, p. 89). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René. Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. Academia de Ciências. Jean-Baptiste Biot. Louis-Jacques Thénard, barão e químico. Joseph-Louis Gay-Lussac. Eilhard Mitscherlich. Gustav Rose. Alquimista aquecendo um pote com fole. Continue lendo a biografia

  • Parapsiquismo | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Parapsiquismo Paul Gibier 1851-1900 Médico e cientista francês. Naturalista assistente na cadeira de patologia comparada do Museu Nacional de História Natural (em 1882). Dirigiu o Instituto Pasteur de Nova York em 1891. Interessou-se pela história comparada das religiões. Paul Gibier interessou-se pela pesquisa psíquica em 1885 e encontrou um médium notável na Sra. Salmon (pseudônimo de Carrie M. Sawyer), com quem conduziu experimentos por dez anos tanto em seu laboratório em Nova York quanto em sua casa de campo. Gibier estabeleceu a realidade de alguns fenômenos surpreendentes e planejou levar a médium para a Inglaterra, França e Egito, mas seus planos foram interrompidos quando ele foi morto por um cavalo em fuga. Na noite anterior ao acidente, ele teria sonhado que cavalgou sozinho, foi jogado de seu carrinho e morreu; ele contou seu sonho à esposa e riu de seus medos. No obituário da US National Library of Medicine de 14 de julho de 1900 consta, em tradução livre: “Dr. Paul Gibier, Diretor do Instituto Pasteur de Nova York em 1879, cujo falecimento em resultado de um acidente foi o recentemente anunciado no British Medical Journal, nasceu na França em 1851. Formou-se em Paris. Por suas investigações sobre o cólera na Espanha, ele recebeu uma medalha de ouro, e por seu trabalho sobre a mesma doença no sul da França e foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra. O governo francês o enviou para a Flórida e Havana em 1888 para estudar a febre amarela, e dois anos depois ele estabeleceu o Instituto Pasteur para a inoculação de pessoas mordidas por animais em Nova York. Dr. Gibier era um membro do New York Academy of Medicine e da Medical Association of New York, e foi o editor do Therapeutic Review. Ele estava muito interessado em fenômenos psíquicos e escreveu um livro intitulado Spiritisme: Analyze des Choses, que foi traduzido para o inglês sob o título Psychism: Analysis of Things Eristing. Ele foi um escritor volumoso. O Banner of Light diz que com a ‘transição’ do Dr. Gibler, o espiritualismo perdeu um de seus amigos mais verdadeiros. Por testamento, ele deixou 4.000 francos para o Instituto Pasteur, em Nova York”. Gibier pesquisou e escreveu sobre o tratamento da raiva e estudos sobre a cólera, como pode ser consultado no site da Biblioteca Nacional Francesa, indicado abaixo. O governo francês havia confiado a Gibier o estudo local de duas epidemias de cólera (Antilhas) e duas epidemias de febre amarela (Antilhas e Flórida). Ele era muito estimado por Pasteur, que considerava bastante a sua pessoa e suas pesquisas. Paul Gibier foi à Nova Iorque, onde fundou um Instituto Pasteur. Após a publicação da sua primeira obra, denominada “Espiritismo” em 1886, os inimigos do Espiritismo acusaram-no de fraude, de ser cúmplice de prestidigitadores, que o teriam usado. Paul Gibier, impulsionado pela necessidade de se defender, publicou relatórios de serviços, indícios de as faculdades de observação e também uma carta de Louis Pasteur, para cortar pela raiz as polêmicas. A carta dizia: “Caro Sr. Gibier, Conhecendo os novos métodos aplicados ao estudo das doenças contagiosas, o senhor poderá abordar as difíceis pesquisas que irá empreender. Desconfie sobretudo, de uma coisa: a precipitação no desejo de concluir. Seja um inimigo vigilante e tenaz consigo mesmo. Pense sempre que está em erro... Meus parabéns e um cordial aperto de mão. L. Pasteur” (Gibier, 2001, p. 12-13). Ref. https://data.bnf.fr/en/13002175/paul_gibier/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/gibier-paul-1851-1900 Ref. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2463115/?page=1 e https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2463115/?page=2 Mais informações: https://www.scientificamerican.com/article/death-of-dr-paul-gibier/ Mais informações: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM190006141422408 Charles Robert Richet 1850-1935 Fisiologista francês. Membro da Academia de Ciências. Professor de fisiologia na Faculdade de Medicina de Paris (1887-1925). Prêmio Nobel de Medicina em 1913. Richet era filho de Alfred Richet, um ilustre cirurgião. Enquanto frequentava o Lycée Bonaparte, ficou indeciso se se dedicava à literatura ou à ciência. Ele entrou na faculdade de medicina, mas estava entediado com anatomia e cirurgia, e escrevia poesia e drama para se divertir. Servindo como estagiário em 1873, ele foi colocado à frente de uma enfermaria feminina, onde testemunhou um experimento hipnótico. Nos dois anos seguintes, ele produziu inúmeros transes hipnóticos em seus pacientes, publicando um resumo de suas experiências em 1875. O comportamento característico dos sujeitos hipnóticos, argumentou ele, não pode ser explicado como simulação. Os fenômenos básicos de um transe hipnótico seguiram um curso tão regular quanto uma doença. Quanto mais frequentemente uma pessoa é colocada em um estado hipnótico, observou Richet, mais distintos se tornam os fenômenos hipnóticos. A experiência de Richet com o hipnotismo estimulou um interesse vitalício nas associações entre fenômenos psíquicos e fisiológicos e ajudou a persuadi-lo a abandonar a carreira de cirurgião e voltar-se para a fisiologia. Charles Richet nasceu em 26 de agosto de 1850, em Paris. Ele era filho de Alfred Richet, Professor de Cirurgia Clínica na Faculdade de Medicina de Paris, e de sua esposa Eugenie, nascida Renouard. Ele estudou em Paris, tornando-se Doutor em Medicina em 1869, Doutor em Ciências em 1878 e Professor de Fisiologia a partir de 1887 na Faculdade de Medicina de Paris. Durante 24 anos (1878-1902) foi Editor da Revue Scientifique, e a partir de 1917 foi co-editor do Journal de Physiologie et de Pathologie Générale. Ele publicou artigos sobre fisiologia, química fisiológica, patologia experimental, psicologia normal e patológica e numerosas pesquisas, todas feitas no laboratório fisiológico da Faculdade de Medicina de Paris, onde tentou estudar fatos normais e patológicos juntos. Em fisiologia, ele trabalhou o mecanismo de termorregulação em animais homoiotérmicos. Antes de suas pesquisas (1885-1895) sobre polipneia e tremores devido à temperatura, pouco se sabia sobre os métodos pelos quais animais privados de transpiração cutânea podem se proteger do superaquecimento e como os animais gelados podem se aquecer novamente. Em terapêutica experimental, Richet mostrou que o sangue de animais vacinados contra uma infecção protege contra essa infecção (novembro de 1888). Aplicando esse princípio à tuberculose, ele aplicou a primeira injeção soroterapêutica no homem (6 de dezembro de 1890). Em 1900, Charles Richet mostrou que alimentar com leite e carne crua (zomoterapia) pode curar cães tuberculosos. Em 1901, ele estabeleceu que, ao diminuir o cloreto de sódio nos alimentos, o brometo de potássio se torna tão eficaz no tratamento da epilepsia que a dose terapêutica cai de 10 g para 2 g. Em 1913, ele recebeu o Prêmio Nobel por suas pesquisas sobre anafilaxia. Ele inventou essa palavra para designar a sensibilidade desenvolvida por um organismo após ter recebido uma injeção parenteral de um coloide, substância proteica ou toxina (1902). Mais tarde, ele demonstrou os fatos de anafilaxia passiva e anafilaxia in vitro. As aplicações da anafilaxia na medicina são extremamente numerosas. Já em 1913, mais de 4000 memórias foram publicadas sobre esta questão e ela desempenha um papel importante hoje em dia na patologia. Ele mostrou que de fato a injeção parenteral de substância proteica modifica profunda e permanentemente a constituição química dos fluidos corporais. A maioria dos trabalhos fisiológicos de Charles Richet espalhados em várias revistas científicas foram publicados no Travaux du Laboratoire de la Faculté de Médecine de Paris (Alcan, Paris, 6 vols. 1890-1911) (Trabalhos do Laboratório de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Paris). Entre suas outras obras estão: Suc Gastrique chez l'Homme et chez les Animaux, 1878 (Suco gástrico no homem e nos animais); Leçons sur les Muscles et les Nerfs, 1881 (Palestras sobre os músculos e nervos); Leçons sur la Chaleur Animale, 1884 (Palestras sobre o calor animal); Essai de Psychologie Générale, 1884 (Ensaio sobre psicologia geral); Souvenirs d'un Physiologiste, 1933 (Memórias de um fisiologista). Ele também foi o editor do Dictionnaire de Physiologie, 1895-1912 (Dicionário de Fisiologia), do qual apareceram 9 volumes. Entre seus interesses estava o espiritualismo e a escrita de algumas obras dramáticas. Em 1877, Charles Richet casou-se com Amélie Aubry. Tiveram cinco filhos, Georges, Jacques, Charles (que, como seu pai, foi professor na Faculdade de Medicina de Paris e foi, por sua vez, sucedido por seu filho Gabriel), Albert e Alfred, e duas filhas, Louise (Mme Lesné) e Adèle (Mme le Ber). Charles Richet era filho de Alfred Richet, reconhecido cirurgião e professor da Faculté de Médecine de Paris, de quem Pasteur era colega (Debré, 1995, p. 384, 394). Na época do levantamento de fundos para a construção do Instituto Pasteur, em que muitas ações foram feitas, Charles Richet também contribuiu sugerindo a organização de uma noite de gala, que ocorre em 11 de maio de 1886 (Debré, 1995, p. 515). Dentre as várias obras (dentre artigos, livros e tratados) de Fisiologia, Psicologia e Metapsíquica, Charles Richet escreveu o livro “L´Oeuvre de Pasteur” (A obra de Pasteur: Aulas Ministradas na Faculdade de Medicina de Paris) em 1923, em homenagem ao centenário do nascimento de Pasteur. Também escreveu “La Gloire de Pasteur”, a qual ganhou prêmio de poesia na Academia Francesa. Ref. https://data.bnf.fr/en/11921904/charles_richet/ Ref. https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1913/richet/biographical/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/medicine-biographies/charles-robert-richet Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Charles-Richet Mais informações: https://www.interparadigmas.org.br/wp-content/uploads/2019/01/Interparadigmas-Chiesa-N5.pdf Michel de Nostredame (Nostradamus) 1503-1563 *Ver microbiografia de Nostradamus no grupo Doenças Infectocontagiosas. Nas Profecias de Nostradamus - Centúria 25, chama a atenção a citação nominal de Pasteur (Cheetham, 1977, p. 24). “Perdu trouvé, caché de si long siecle, Perdido recuperado, escondido por muitos séculos. Sera Pasteur demi Dieu honoré: Pasteur será celebrado como semideus. Ains que la lune acheve son grand siecle, E assim que a lua complete seu grande ciclo, Par autres vents sera deshonoré”. Por outros ventos será desonrado. “Não bastasse citar o nome de Pasteur, também especifica a data, embora isso não seja logo evidente. A descoberta de Pasteur, de que germes poluem a atmosfera, foi das mais importantes da história de medicina e levou à teoria da esterilização de Lister. A Enciclopédia Britânica diz que Pasteur, o “semi-deus”, “era agora reconhecido como o iniciador do maior movimento da química da época”. Ele fundou o Instituto Pasteur a 14 de novembro de 1888; o ciclo da lua teve lugar de 1535 a 1889. Os ventos (rumores) que o teriam desonrado podem significar a violenta oposição aos seus métodos, entre os poderosos membros da Academia, contra as novas práticas do Instituto, tais como, vacinas contra a hidrofobia, etc.” (Cheetham, 1977, p. 24). Edgard Pereira Armond 1894-1982 Militar brasileiro. Médium. Aos 21 anos, ingressa na Força Pública de São Paulo, onde inicia a carreira que lhe daria o um título, pelo qual é conhecido até hoje: “Comandante”. Participou de vários movimentos militares, atuando nas revoluções de 1922 e 1924 onde fez parte das tropas de ocupação nas nossas fronteiras com o Paraguai e Argentina. Em 1926 diploma-se como dentista pela Escola de Farmácia e Odontologia do Estado de São Paulo. Paralelamente, começa a estudar e trabalhar no Espiritismo. Em 1939, já considerado inválido para o serviço militar após um acidente de carro, é convidado a ocupar o cargo de secretário-geral da Federação Espírita do Estado de São Paulo, após reestruturar seus trabalhos espirituais. Em 1950, após a criação da Escola de Aprendizes do Evangelho, Edgard cria também o Curso de Médiuns, visando à melhoria do intercâmbio com o mundo espiritual e a Fraternidade dos Discípulos de Jesus, como órgão de agrupamento dos trabalhadores do campo religioso. Uma destas Fraternidades, chamada Fraternidade dos Irmãos Humildes, é por hipótese, o agrupamento de médicos e cientistas, orientando trabalhos de cura e pesquisa. Colaboram neste setor: Bezerra de Menezes, Louis Pasteur, André Luiz, Eurípedes Barsanulfo, e ainda, Hilarion e Ramatis, em caráter pessoal (Armond, 2000, p. 140). Por hipótese, Pasteur orientou o Comandante Armond na criação dos atendimentos personalizados. A padronização do passe Pasteur foi introduzida na FEESP por iniciativa de Edgard Armond, por meio do livro “Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura”, de 1950 (Valenti, 2005, p. 41). Na Federação Espírita, os agrupamentos de médiuns experientes e selecionados para processos avançados, são denominados Grupos Pasteur, em homenagem ao espírito chefe da equipe que atua no plano espiritual, sendo os passes conhecidos como Pasteur 1 (P1), Pasteur 2 (P2), Pasteur 3 (P3) e Pasteur 4 (P4) (Armond, 1950, p. 138-144; Zühlke, 2002, p. 109). Edgard Armond escreveu mais de 20 livros. Ref. https://feesp.com.br/edgard-pereira-armond/ Martha Gallego Thomaz (Vó Martha) 1915-2014 Médium brasileira. Martha teve sua primeira experiência mediúnica aos 3 anos, em 1918, e desenvolveu uma extensa carreira na área. Autora de dois livros ditados e três psicografados, ela dirigiu trabalhos na Federação Espírita do Estado de São Paulo, desde 1956, e no Grupo Noel, casa que ajudou a fundar em 1977 e que oferece atendimento social e doutrinário a mais de 3 mil pessoas por mês. Autora de 5 obras, dentre elas “O Instituto de Confraternização Universal e as Fraternidades do Espaço”, em que explica que as “Fraternidades” são agrupamentos espirituais dedicados ao bem (Thomaz, 1994, p. 29). Martha escreve sobre a ajuda de Pasteur, orientando Edgard Armond, na criação dos atendimentos padronizados, e que Pasteur trouxe consigo, para esta mesma tarefa, Santo Agostinho, ambos dedicados a harmonizar os tratamentos existentes (Thomaz, 1994, p. 46). Ref. https://www.revistaplaneta.com.br/martha-gallego-thomaz/ Neide Prado Zühlke ? Médium e autora brasileira. Em sua obra, "O Mestre Louis Pasteur", Zühlke (2002, p. 103-112 ) afirma que a implantação dos trabalhos espirituais aconteceu a partir de 1936, data da Fundação da Federação Espírita do estado de São Paulo (FEESP). Por volta de 1940, o cientista Pasteur agrupou-se à Fraternidade dos Irmãos Humildes. Com os cooperadores encarnados, entre eles Edgard Armond, foram fundados os Trabalhos Especializados Pasteur, para o atendimento de moléstias e curas magnéticas, de obsessão profunda, males físicos, doenças graves (câncer, Aids), tabagistas, toxicômanos, alcoolistas, pessoas com ideação / tentativa de suicídio, crianças e adolescentes, etc. Próximo Grupo

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