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- École Normale Supérieure | Pasteur Brasil
École Normale Supérieure Pasteur é reprovado no 1º exame para a conquista do baccalauréat em ciências. Esse fracasso o fará se dedicar de modo mais determinado e menos orgulhoso aos estudos. Louis sente-se inclinado às realizações práticas, e pensa, naquele momento, que seria melhor tornar-se engenheiro em vez de professor. Começa a se preparar concomitantemente para a École Polytechinique e para a École Normale Supérieure (ENS), mas o que o faz desviar da primeira opção é o aspecto militar, pois não está disposto a servir à bandeira. Volta-se para o objetivo inicial das ciências. É admitido para a 2ª fase dos exames, mas insatisfeito com a 15ª colocação dentre 22 candidatos, prefere não fazer as provas e se preparar melhor para a reapresentação no ano seguinte. Decide realizar novo ano preparatório em Paris, e não mais em Besançon. A habituação local junto ao amigo Chappuis o ajudará a superar o antagonismo repulsa-atração pela capital francesa. Em Paris, assiste às aulas no Collège Saint-Louis e também atua como professor particular de matemática elementar a colegas igualmente instalados no Instituto Barbet. Pasteur nem pensa em se distrair com a vida parisiense. Interessa-se por assistir às aulas ministradas na Sorbonne pelo químico Jean-Baptiste Dumas (1800-1884). O curso atrai um público considerável, de até 700 pessoas. A força deste exemplo o fará perceber a importância de ser capaz de cativar um auditório. Este primeiro contato com a química será decisivo na escolha profissional de Pasteur, que seguirá admirando Dumas por toda a vida. Este respeitável químico se tornará seu mentor, peça-chave de diversas pesquisas científicas vindouras e também grande amigo. Em 1843, Pasteur é admitido na E. Normale em 4º lugar. Solicita e obtém permissão para morar nesta École. Diariamente se dedica a 12h de estudos, incluindo conferências e trabalhos práticos. Durante os 3 anos na ENS, Pasteur estuda e trabalha sem parar. O amigo Chappuis o arrasta para passeios forçados no Jardim de Luxemburgo, mas as conversas só dizem respeito às aulas e às experiências em andamento. As primeiras experiências científicas vitoriosas enquanto aluno o motivavam a fazer parte da engrenagem universitária de compartilhamento de saberes. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. PICHOT, André. Louis Pasteur: écrits scientifiques et médicaux. Paris, França: Flammarion, 2012. ENS situada na Rua d'Ulm em Paris. Louis Pasteur aos 21 anos, época em que ingressou na ENS. Sorbonne Université Sorbonne Université Pasteur se inspira em Jean-Baptiste Dumas, em sua eloquência e capacidade de cativar um auditório. Dumas torna-se um mentor para Pasteur, além também de um grande amigo. Seu afeto por Pasteur é evidente nas correspondências. Ao ingressar futuramente na Academia de Ciências, é Dumas quem apresenta Pasteur a Napoleão III. Busto Jean-Baptiste Dumas. Entrada histórica da École Normale Supérieure. Ingresso na École Normale Suérieure em 1843. Um dos acessos ao Jardim de Luxemburgo. Passeio do Jardim de Luxemburgo Jardim de Luxemburgo Continue lendo a biografia
- Academia de Medicina | Pasteur Brasil
Academia de Medicina Apesar de ser químico, Pasteur foi admitido na Academia Médica de Paris em 25 de março de 1873, onde desde o início defendeu seus pontos de vista sobre os microrganismos e os fenômenos de putrefação que ocorriam no homem. Assim, são poucos os que vêm Pasteur sentar-se na Academia de Medicina de bom grado, mas graças à sua reputação e conexões, o cientista torna-se membro. Sua eleição é disputada por um voto, o que novamente mostra quão grande é a desconfiança do químico. Pasteur foi escolhido para ser ouvido como um especialista. Raros foram os que imaginaram Pasteur intervindo nos debates, ousando aconselhar e até a dar ordens sobre a arte de curar (Debré, 1995, p. 340). Claude Bernard vê em Pasteur um aliado contra médicos que desprezam a fisiologia (Debré, 1995, p. 327). Eles sentam-se lado a lado e conversam familiarmente (Debré, 1995, p. 392). Bernard defende as experiências de Pasteur e reconhece sua originalidade, concedendo-o o prêmio de fisiologia experimental. Bernard é mais cientista do que médico, pois a seus olhos, o trabalho de laboratório é que fundamenta a medicina experimental e permite às antigas terapias se transformarem em ciências (Debré, 1995, p. 395). Durante muito tempo o bisturi ficou separado do microscópio. Só as lições de Pasteur e de Claude Bernard, juntos, na Academia de Medicina conseguirão mudar essa mentalidade. Por chocar com os hábitos de uma casta médica, as contribuições conceituais da microbiologia levarão mais de ¼ de século para penetrar nos costumes e práticas médicas (Debré, 1995, p. 301). Bernard preparou o terreno e foi Pasteur quem redesenhou a paisagem médica onde evoluímos há 1 século (Debré, 1995, p. 550). Bernard fala pouco, não sorri e raramente faz algum comentário. Faz inúmeras experiências com animais, relata as observações feitas e redige comunicações extensas para os padrões das Academias. Nunca faz propaganda de si mesmo e diferentemente de Pasteur, nunca quis sair falando de suas teorias e resultados. Apesar de ser reconhecido em toda a Europa como o primeiro fisiologista de sua época, Bernard só se sente à vontade em seu laboratório (Debré, 1995, p. 395). Uma estima recíproca vai unir estes dois amigos, em laços verdadeiramente pessoais. Bernard, uns 10 anos mais velho, sempre apoiou Pasteur prontamente, sobretudo na época da eleição de Pasteur para a Academia de Ciências. Eles se encontravam regularmente e participaram juntos de um pequeno grupo de peritos encarregado por Napoleão III para fazer um relatório sobre a situação do ensino científico na França (Debré, 1995, p. 397). Na ocasião do adoecimento por enterite de Bernard, Pasteur, para apoiar seu amigo em convalescença e em repouso afastado de Paris, publica o artigo “Claude Bernard, importância de seus trabalhos, seus ensinamentos e de seu método”. Para isso, releu todos os trabalhos do amigo fisiologista. Bernard fica emocionado e agradecido, e lhe escreve “a admiração que o senhor demonstra por mim é recíproca”. Quando, por sua vez, Pasteur é atingido por um AVC, Bernard é um dos primeiros a comparecer à sua cabeceira para lhe trazer, afetuosamente, o seu apoio moral (Debré, 1995, p. 398). Mais adiante, em 1878, Bernard fica gravemente doente. Acamado, é assistido pelo seu aluno Arsène d´Arsonval, a quem revela suas dúvidas sobre as teorias de Pasteur a respeito das fermentações. Ele acha que o fenômeno independe das leveduras, negando o papel da bactéria como organismo vivo, e diz ter anotações de resultados preliminares confirmando suas hipóteses. Neste mesmo ano, Bernard falece e seu aluno encontra seus papéis no quarto, e percebe que não são resultados, mas um esboço de trabalhos a realizar. D´Arsonoval e seus amigos optam pela publicação e enviam os papéis a Marcellin Berthelot, que não acredita no papel do ser vivo na fermentação, e publica as notas de Bernard em revista científica. A curiosidade é grande por esta publicação, pois Bernard não era amigo de Pasteur? (Debré, 1995, p. 399). Pasteur inicialmente não sabe se deve reagir publicamente, pois sabia ser uma atitude inerente de Bernard a de questionar tudo, a fim de não deixar passar nenhum erro de raciocínio. Pasteur consulta então a opinião de colegas na Academia. Alguns aconselham a não se deixar incomodar pelo que seria uma volta ao passado; outros pensam que o respeito à memória de Bernard obriga a responder apenas com fatos, já que Bernard não está presente para sustentar uma discussão. O que mais choca a retidão de Pasteur é polemizar com um morto, no entanto, após ler os documentos por inteiro, decide se posicionar sugerindo que a publicação de Berthelot não é fiel ao pensamento de Bernard e anuncia que está começando uma nova série de experiências sobre fermentação, não para defender sua teoria, mas para dar continuidade aos trabalhos que Bernard não teve tempo de terminar. Naquele ano, as férias de Pasteur são consagradas a estas experiências e consegue resultados taxativos: a levedura é indispensável para a fermentação. Pasteur publica suas conclusões sob a forma de um exame crítico de um escrito póstumo de Claude Bernard sobre a fermentação, onde afirma no final que “a glória do nosso ilustre colega não foi diminuída” (Debré, 1995, p. 401). Michel Peter afirma que um médico não precisa se sobrecarregar com os saberes de um químico, de um físico ou de um fisiologista. Dirigindo-se a Pasteur, fala a respeito da febre tifoide: “O que me importa o seu micróbio?”. Em resposta, Pasteur denuncia o que para ele é uma “blasfêmia médica” e insiste que o médico deve não só curar, mas prevenir a doença, e recomenda a profilaxia e a higiene (Debré, 1995, p. 301). Peter é um dos mais influentes membros da Academia, e afirma que “as descobertas das bactérias são curiosidades da história moderna (...) quase sem nenhum proveito para a Medicina”. "Na Academia, Peter se arvora de promotor e transforma a assembleia em uma audiência de acusação: 'A desculpa do senhor Pasteur é a de ser um químico, que inspirado no desejo de ser útil, quis dar força à medicina, ciência que lhe é totalmente estranha" (Debré, 1995, p. 460). Peter e Pasteur se desprezam, mas são parentes afastados do lado de suas esposas, por meio de um ancestral comum, Joseph Loir, que foi veterinário do exército do Egito. Ele havia se casado sob as ordens de Napoleão Bonaparte. Seu neto é Adrien Loir, sobrinho de Pasteur, que trabalha de manhã com Peter e de tarde com Pasteur. Deste modo, participa da briga dos dois “patrões” (Debré, 1995, p. 459). Gabriel Constant Colin se revela um adversário da teoria de Pasteur. Este veterinário se apoia em 12 anos de trabalho com o carbúnculo para afirmar que Pasteur está errado em acreditar que o bacilo é o responsável pela doença. Colin também se recusa a admitir o fenômeno de incubação de certas doenças. Pasteur se esforça em vão em convencê-lo apesar das explicações. Colin conserva vários adeptos entre os médicos. Diante de vários debates contraditórios na Academia, Pasteur exclama aos jovens que assistem às sessões: “jovens, vocês que se sentam no alto destas arquibancadas provavelmente são a esperança do futuro médico do nosso país. Não venham aqui para procurar a excitação da polêmica; venham se instruir com os métodos” (Debré, 1995, p. 356-358). Henri-Marie Bouley, veterinário, se declara impressionado com a interpretação de Colin e embora partidário de Pasteur, convida-o a examinar de perto as objeções que lhe são feitas, as quais Pasteur replica vigorosamente. Porém, cabe ressaltar que Bouley é um dos grandes apoios de Pasteur (Debré, 1995, p. 355, 448, 460, 495). Na Academia, cada vez que Bouley tenta louvar os méritos de Pasteur, Peter intervém e é aplaudido em nome da medicina tradicional (Debré, 1995, p. 460). Alphonse Guérin cria o laboratório de anatomia e química patológica para observar os benefícios do uso dos curativos acolchoados. Ele associa o abcesso às febres infecciosas (Debré, 1995, p. 327). Pasteur constata que os curativos de Guérin, assim como os de Lister, são os verdadeiros responsáveis pelos sucessos cirúrgicos constatados, graças à filtragem dos germes por essa separação acolchoada e a consequente destruição destes pela solução anti-séptica (Debré, 1995, p. 328). Quando Pasteur faz uma comunicação à Academia de Medicina dizendo que pretende produzir vacinas, mas ainda sem relatar o processo (que ainda iria dar início), os adversários de Pasteur, encabeçados por Jules Guérin o censuram por não comunicar os detalhes de sua técnica e conseguem que a Academia repreenda a conduta de Pasteur. Ele fica furioso e abatido, pois naquele mesmo período sua irmã Virginie acaba de falecer. Pasteur faz diversos rascunhos de uma carta de demissão da Academia, mas volta atrás. Mais adiante, Pasteur estará apto a revelar em detalhes o seu processo experimental de virulência atenuada (vacinação), que marcará o nascimento de uma nova disciplina, a imunologia (Debré, 1995, p. 427-428). As discussões sobre a varíola e a vacina continuam na Academia, o que se torna cansativo para Pasteur. O conflito entre os dois se agrava e Pasteur o responde grosseiramente e recusando-se a responder a Jules Guérin, e acrescenta: “Doravante, seremos dois no combate e veremos qual de nós sairá ferido e machucado desta luta”. A sessão é suspensa por um grande tumulto. Guérin furioso se precipita sobre Pasteur e é impedido pelo barão Larrey, que se interpõe. Na época, Guérin tem quase 80 anos e Pasteur quase 60 anos. Depois de alguns dias, o conflito vai se extinguir e Pasteur aceita se desculpar, cujas palavras ficaram registradas na ata: “Se, no calor do debate, pronunciei alguma palavra ou julgamento que pudesse prejudicar o renome do senhor Jules Guérin, eu as retiro e declaro que nunca desejei ferir nosso sábio colega. Em nossas discussões, só tive uma preocupação, a de defender, energicamente, a exatidão dos meus trabalhos” (Debré, 1995, p. 441-442). Gabriel Colin e Jules Guérin continuam a atacar Pasteur, mesmo após o sucesso do experimento em Poilly-le-Fort. Não raro, Pasteur deixa a sala, com raiva contra os que não compreendem o valor de suas experiências. Finalmente, resigna-se a não mais assistir às sessões da Academia. Sua ausência, no entanto, não impede as controvérsias sobre a teoria microbiana, a teoria do contágio e sobre as terapias propostas (Debré, 1995, p. 459). Charles-Emmanuel Sédillot (não era membro da Academia) era um fervoroso partidário de Pasteur. Com 64 anos, foi um dos primeiros a aceitar e encorajar os trabalhos de Pasteur e suas aplicações cirúrgicas. Ele lê uma nota na Academia resumindo a evolução positiva do tratamento das lesões, com curas mais frequentes e redução de gangrenas e amputações. Se relatório termina com uma apologia à palavra micróbio (em vez de animálculo), dizendo: “a palavra micróbio tem a vantagem de ser mais curta e de possuir um significado mais geral e, tendo meu ilustre amigo Littré, o linguista mais competente da França, aprovado esse nome, nós o adotaremos” (Debré, 1995, p. 408). Maximilien-Paul-Émile Littré era unanimemente respeitável, sendo descrito como uma das grandes mentes do século, e pela sagacidade de sua mente, Ernest Renan disse ser “uma das consciências mais completas do universo”. Foi autor do célebre Dictionnaire, e mesmo deixando de praticar a medicina, torna-se um erudito na área. Deste modo, torna-se a autoridade mais competente para batizar os pequenos organismos que Pasteur detectou em seu microscópio. Em resposta a Sédillot, afirma: “para designar os animálculos, eu daria preferência a ‘micróbio’; primeiro, porque, como você diz, é mais curto, depois porque ele destina ´microbia´, substantivo feminino, para a designação de estudo do micróbio” (Debré, 1995, p. 410). Pasteur e Littré se respeitam, mas existem entre eles diferenças: Littré é republicano, franco-maçon e positivista. Para Pasteur, os positivistas não entenderam o sentido do método científico, e afirma “Para julgar o valor do positivismo, meu primeiro pensamento foi procurar nele a invenção. Não achei. Como não me oferece nenhuma ideia nova, o positivismo me deixa reservado e desconfiado” (Debré, 1995, p. 413). As profundas razões que levam Pasteur a se opor à filosofia positivista são mais específicas, por exemplo, o positivismo rejeita o uso do microscópio, e separa a química da biologia, por exemplo. Entretanto, é a questão da existência de Deus, que Pasteur chama de infinito, que o afasta do positivismo. Pasteur diz: “aquele que proclama a existência do infinito reúne mais sobrenatural nessa afirmação do que o existente em todos os milagres de todas as religiões. (...) Vejo em toda a parte a inevitável expressão da noção do infinito no mundo. A ideia de Deus é uma forma da ideia do infinito” (Debré, 1995, p. 414). "Nos bancos da antiga Casa de Caridade, Pasteur encontra cinco dos maiores positivistas: Claude Bernard, Émile Littré e, é claro, Marcelin Berthelot; também Paul Broca, o célebre neurologista a quem se deve a primeira descrição anatômica do cérebro e Charles Robin, colaborador de Littré, inventor das palavras "hemácias" e "leucócitos" para designar os glóbulos vermelhos e brancos do sangue. Como revelam as atas das sessões, depois da morte de Claude Bernard, esses cientistas deixam Pasteur lutar sozinho. Por ocasião da famosa comunicação de maio de 1880, quando Pasteur descreve o estafilococo do furúnculo como sendo também responsável pela osteomielite, nenhum deles toma a palavra para destacar a importância da descoberta" (Debré, 1995, p. 416). Alfred Vulpian é um dos médicos mais respeitados de sua época. Se torna membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação. Após o sucesso do tratamento e diante da Academia de Ciências, Vulpian pede a palavra dizendo que Pasteur trabalhou durante anos, com uma série de pesquisas feitas sem interrupção até criar um tratamento do qual não duvida do sucesso (Debré, 1995, p. 489, 494). Após a descoberta da vacina da raiva, Jean-Martin Charcot aproveita para posicionar-se perante os inimigos de Pasteur na Academia de Medicina: “o inventor da vacina antirrábica hoje, com mais razão do que nunca, pode andar com a cabeça erguida e prosseguir o cumprimento de seu glorioso labor sem deixar-se desviar dele, no mínimo pelos clamores da contradição sistemática ou pelas insidiosas murmurações da difamação” (Viñas, 1991, p. 156). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. VIÑAS, David. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Labor, 1991. https://www.ccih.med.br/wp-content/uploads/2014/07/capitulo7-As-bases-do-hospital-contempor%C3%A2neo-a-enfermagem-os-ca%C3%A7adores-de-micr%C3%B3bios-e-o-controle-de-infec%C3%A7%C3%A3o.pdf https://www.pourlascience.fr/sd/histoire-sciences/la-mort-par-les-microbes-3896.php Fachada da Academia de Medicina. Frente da Academia de Medicina. Detalhe da inscrição da Academia de Medicina em Paris. Biblioteca da Academia de Medicina. Interior da Academia de Medicina. Continue lendo a biografia
- Jubileu: 70 Anos | Pasteur Brasil
Voltar para os Grupos Jubileu: 70 Anos Jacques-Joseph Grancher 1843-1907 *Ver a microbiografia de Joseph Grancher no grupo Vacinação: Raiva. No início de 1892 a saúde de Pasteur deteriora bruscamente, e ele não sai do quarto. Em maio deste ano é formado na Dinamarca um comitê que anuncia a intenção de festejar os 70 anos do cientista e abre uma subscrição nacional para conseguir fundos para enviar uma medalha comemorativa. O movimento se estende à Noruega, Suécia. Na França, a Academia de Ciências forma um comitê e Joseph Grancher é nomeado secretário (Debré, 1995, p. 543-544) Marie-François-Sadi Carnot 1837-1894 *Ver a microbiografia de Sadi Carnot no grupo Políticos. O reitor da Academia de Paris abre as portas do grande anfiteatro da Sorbonne. 4.000 convites são distribuídos. A cerimônia acontece em 27 de dezembro, dia do aniversário de Pasteur. Da França, comparecem os Membros do Instituto Pasteur (pasteurianos), professores de faculdades, delegados das academias, representantes de sociedades científicas (francesas e estrangeiras), delegações da École Normale Supérieure, da École Polytechnique, da École Central, da École Vétérinaire, bem como estudantes de Medicina e Farmácia. Pasteur entra pelo braço do Presidente da República, Sadi Carnot. Os dois usam a grã-cruz da Legião de Honra (Debré, 1995, p. 543-544). Joseph Lister 1827-1912 *Ver a microbiografia de Joseph Lister no grupo Doenças Infectocontagiosas. Na cerimônia, estão presentes representantes da Suécia, Turquia, Alemanha, Itália, Áustria-Hungria, Bélgica, Inglaterra, entre outros. Pasteur se levanta para abraçar Lister (Debré, 1995, p. 544). Émile Gallé 1846-1904 Vitralista e ebanista francês. Émile Gallé foi um dos expoentes da art nouveau. Trabalhou com vidros opacos e semitransparentes, ganhando fama internacional pelos motivos florais. Em termos de mobiliário reinaugurou a tradição da marchetaria. A principal temática de seus artefatos são flores e folhagens, realizadas em camadas sobrepostas de vidro, técnica por ele desenvolvida, trabalhando com maestria a opacidade e translucidez do material. Uma produção de fins de século XIX e início do Século XX, traz especificamente paisagens tropicais, inspiradas no Rio de Janeiro. Gallé fabrica uma taça única para “cristalizar o pensamento” de Pasteur. Este vitralista encontrou um meio de incluir micróbios na transparência do cristal (Debré, 1995, p. 544). Jean-Baptiste Pasteur 1851-1908 *Ver microbiografia de Jean-Baptiste Pasteur no grupo Família Louis Pasteur. O filho de Pasteur, é quem lê o discurso de Louis Pasteur, assim como o fez na inauguração do Instituto Pasteur, devido às sequelas dos AVCs do pai. As palavras são dirigidas aos jovens para não se deixarem dominar pelo “ceticismo difamante e estéril” e para viverem na “paz serena dos laboratórios e bibliotecas”. Prossegue aconselhando “Digam a vocês mesmos: o que fiz pela minha instrução? Depois, à medida que forem avançando: o que fiz pelo meu país? Até o momento em que, talvez, tenham essa imensa felicidade de pensar que contribuíram alguma coisa para o progresso e o bem da humanidade” (Debré, 1995, p. 544-545). Próximo Grupo
- Academia de Ciências | Pasteur Brasil
Voltar para os Grupos Academia de Ciências Jean-Baptiste Biot 1774-1862 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste Biot no grupo Primeiras Influências Científicas. Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Antoine-Jérôme Balard 1802-1876 *Ver a microbiografia de Antoine-Jérôme Balard no grupo Primeiras Influências Científicas. Eilhardt Mitscherlich 1794-1863 *Ver a microbiografia de Eilhardt Mitscherlich no grupo Primeiras Influências Científicas. Em 1852, Mitscherlich vai a Paris para ser recebido como correspondente estrangeiro na Academia de Ciências, em companhia do mineralogista Gustav Rose, professor na Faculdade de Berlim. Ambos quiseram se encontrar com Pasteur para ouvir de sua própria boca as circunstâncias detalhadas de suas descobertas sobre o tártaro (Debré, 1995, p. 86). Os três cientistas (Pasteur, Mitscherlich e Rose) passam duas longas horas juntos discutindo as circunstâncias da observação, refletindo sobre as consequências. “Estudamos tanto e tanto esses cristais que estamos persuadidos de que se você não encontrasse, ao observá-los de novo, esse fato tão notável, nossa descoberta ficaria ignorada durante um tempo considerável” (Debré, 1995, p. 87). Gustav Rose 1798-1873 Mineralogista alemão. Presidente da Sociedade Geológica Alemã. A família de Rose tinha uma forte tradição científica. Seu avô, Valentin Rose, o mais velho, inventou a liga de baixo ponto de fusão ainda conhecida como metal de Rose. Klaproth, um amigo próximo da família até sua morte em 1817, havia anteriormente (1771-1780) encarregado da farmácia da família antes que o pai de Gustav, Valentin Rose, o mais jovem, um colaborador original da metodologia de análise química inorgânica, viesse de idade. Quando tinha apenas dezessete anos, Gustav e seus irmãos lutaram na campanha contra Napoleão em 1815. No ano seguinte, seu aprendizado em uma mina na Silésia foi interrompido por uma doença. Ele voltou para Berlim, onde estudou mineralogia com CS Weiss. Sua dissertação, De sphenis atque titanitae systematae crystallino, foi apresentada na Universidade de Kiel em dezembro de 1820. Neste trabalho, a primeira monografia sobre a morfologia do cristal de uma espécie mineral baseada em medições precisas com um goniômetro refletivo, Rose estabeleceu a identidade do esfênio e da titanita. Seguindo seu irmão mais velho Heinrich, mais tarde professor de química em Berlim, e Eilhard Mitscherlich , cuja descoberta do isomorfismo, anunciada em 1819, foi apoiada pelas medições goniométricas precisas de Rose, ele então passou vários anos no laboratório de Berzelius em Estocolmo. Rose voltou a Berlim em 1823 para se tornar um Dozent sob Weiss e professor extraordinário em 1826. Ele se tornou professor ordentlicher em 1839, sucedeu Weiss como diretor do Museu de Mineralogia em 1856 e permaneceu ativo nesses cargos até sua morte. Em 1829, Rose, com CG Ehrenberg, foi escolhido para acompanhar Humboldt em uma viagem científica encomendada pelo czar aos Urais, Altai e Mar Cáspio . Isso o levou até a fronteira da China. A crônica da viagem em dois volumes de Rose inclui extensas observações sobre geologia, mineralogia e recursos minerais das regiões percorridas que foram amplamente citadas e por muito tempo foram a principal fonte de informações sobre esses assuntos. Rose publicou cerca de 125 artigos, abordando quase todos os aspectos da mineralogia conhecidos em sua época. Muito de seu trabalho estava relacionado a minerais ou grupos de minerais específicos. Ele descobriu cerca de quinze novos minerais, todos ainda considerados espécies válidas, sendo o mais importante a anortita; e ele também fez contribuições significativas em muitos outros campos. Através de suas meticulosas medidas goniométricas contribuiu para o desenvolvimento do conceito de isomorfismo, acrescentando alguns exemplos importantes. Com Riess (1843), em seu único artigo com um co-autor, ele introduziu os termos ainda atuais “polo análogo” e “polo antilógico” em conexão com a correlação dos efeitos piroelétricos com a morfologia. Ele distinguiu adequadamente entre romboedros positivos e negativos no quartzo e estabeleceu sua classe de cristal correta. Experimentos de James Hall em mármore. Um de seus últimos artigos (1871) tratou das relações entre termoeletricidade e morfologia na pirita. A obra Elemente der Krystallographie de Rose, na primeira e na segunda edições, representou os últimos avanços da ciência na época. No entanto, o primeiro volume da terceira edição, que foi preparado por Alexander Sadebeck sob a direção de Rose e apareceu logo após a morte de Rose, praticamente não mostra nenhum sinal do progresso da ciência nos trinta e cinco anos após o lançamento da segunda edição. Em contraste, Rose's Mineralsystem (1852) era estritamente moderno e muito influente. Acabou com as “classificações naturais” que haviam impedido o progresso da mineralogia e se tornou um modelo para classificações posteriores. Com uma dezena de outros, entre eles Humboldt e Mitscherlich, Rose fundou a Deutsche Geologische Gesellschaft em julho de 1848, exatamente na época em que foi iniciada a publicação do mapa geológico 1: 100.000 da Silésia, de Rose e Beyrich. Rose era muito ativo na sociedade, servindo como secretário e, posteriormente, repetidamente como presidente. Em 1852, ele apresentou cinquenta seções finas de rochas em uma reunião da sociedade, sete anos antes do aparecimento do clássico artigo de Sorby, que normalmente é considerado o marco do início da petrografia microscópica. Todos os biógrafos de Rose enfatizam que ele era excepcionalmente modesto e gentil e desfrutava da estima duradoura de seus colegas e alunos. Entre os mais distintos destes últimos estavam o explorador Ferdinand von Richthofen, G. vom Rath, Paul von Groth e seu sucessor, CFM Websky. Ref. https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/metallurgy-and-mining-biographies/gustav-rose Friedrich Christian Fikentscher 1799-1864 Industrial alemão. Foi também vereador, membro saxão do parlamento estadual. Trabalhou cedo na fábrica de produtos químicos de seu pai sob a direção do mesmo. Em 1817, frequentou o famoso instituto de ensino de JB Trommsdorff em Erfurt e lá aperfeiçoou seus conhecimentos de química. As várias viagens que fez pela França e Inglaterra serviram ao mesmo propósito. Ainda jovem, dirigiu uma fábrica de vidro que pertencia a seu pai perto de Marktredwitz, onde foi o primeiro a introduzir o sulfato de sódio mais barato em vez de refrigerante na produção de vidro. Em 1822 ele conheceu Goethe em Marktredwitz. Para isso, ele fez óculos especiais “entópticos” para experimentos em sua teoria das cores. Após a morte de seu pai, ele e seu irmão Matthäus Wilhelm dirigiram a fábrica de produtos químicos. As diferenças de caráter tornavam a colaboração desagradável. Portanto, em 1845 fundou sua própria fábrica em Zwickau, uma vidraria para vidro oco e laminado, um departamento químico no qual eram produzidos ácido sulfúrico, ácido clorídrico, preparações de mercúrio, ácido tartárico, cal clorada, ácido arsênico e outros. Em 1848, ele deixou a empresa Redwitz por completo. Para se tornar independente das importações da Inglaterra, fez tentativas bem-sucedidas na produção de grés à prova de ácido e desenvolveu uma importante produção a partir dela, que mais tarde se tornou o principal ramo da fábrica. Os produtos gozavam de reputação mundial. Ref. https://www.deutsche-biographie.de/sfz39224.html Louis-Jacques Thénard 1777-1857 Químico francês. Professor no Collège de France e na École Polytechnique. Membro da Academia das Ciências. Membro Titular da Academia de Medicina. Barão. Foi professor e autor de um influente texto de quatro volumes sobre teoria e prática química básica (1813- 1816). Filho de um camponês, Thénard suportou dificuldades extremas para obter sua educação científica. Seus vários cargos de professor foram obtidos por influência de Nicolas-Louis Vauquelin, que também organizou a sucessão de Thénard para sua própria cadeira de química no Collège de France em 1802. Mais tarde, ele lecionou na École Polytechnique e na Sorbonne e eventualmente se tornou chanceler do Universidade de Paris. Em 1799 ele descobriu o azul de Thénard, pigmento usado na coloração de porcelanas. Ele fez muitas pesquisas notáveis com seu amigo Joseph-Louis Gay-Lussac. Suas realizações independentes incluíram estudos de ésteres (1807), a descoberta do peróxido de hidrogênio (1818) e o trabalho em compostos organofosforados. Tornou-se barão (1825), membro da Câmara dos Deputados (1828-32) e nobre (1832). Sua aldeia natal foi rebatizada de La Louptière-Thénard em sua homenagem (1865). Em 1852, Thénard era o químico mais coberto de honra do momento. Descobriu a água oxigenada, fez uma classificação dos metais. Foi também colaborador de Gay-Lussac. Era um bom-vivant, grande comilão (Debré, 1995, p. 86-87). Neste ano de 1852, o químico ofereceu um jantar em honra ao cientista alemão Eilhard Mitscherlich, que inventou o isomorfismo. Pasteur é convidado. Thénard ouviu a apresentação de Pasteur na Academia e se interessa por este jovem pesquisador, especialmente pelo fato de Pasteur se preocupar com as aplicações industriais de suas pesquisas. Assim como vários outros membros da Academia de Ciências, Thénard encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12402277/louis-jacques_thenard/ Ref. https://www.britannica.com/biography/Louis-Jacques-Thenard Henri-Victor Regnault 1810-1878 Professor de química na École Polytechnique e de física no Collège de France. Membro da Academia de Ciências (eleito em 1840). Diretor da Manufacture de Sèvres (1852-1871). Fotógrafo, membro fundador e presidente da Sociedade Francesa de Fotografia. Este químico e físico francês ficou conhecido por seu trabalho sobre as propriedades dos gases. Depois de estudar com Justus von Liebig, em Giessen, Regnault tornou-se professor de química sucessivamente na Universidade de Lyon, na École Polytechnique (1840) e no Collège de France (1841). Seu trabalho em quatro volumes sobre química apareceu em 1847. Enquanto diretor da fábrica de porcelana de Sèvres (desde 1854), ele continuou seu trabalho em ciências . Durante a Guerra Franco-Alemã (1870-71), seu laboratório foi destruído e seu filho Henri, o pintor, foi morto. Regnault projetou aparelhos para um grande número de medições físicas e redeterminou cuidadosamente os calores específicos de muitos sólidos, líquidos e gases. Ele mostrou que dois gases não têm exatamente o mesmo coeficiente de expansão e provou que a lei de Boyle da elasticidade de um “gás perfeito” é apenas aproximadamente verdadeira para gases reais. Ao apresentar seu termômetro de ar, ele determinou a expansão absoluta do mercúrio. Ele também desenvolveu um higrômetro. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Victor Regnault, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12537530/victor_regnault/ Ref. https://www.britannica.com/biography/Henri-Victor-Regnault Michel-Eugène Chevreul 1786-1889 Químico francês. Membro da Academia de Ciências (1826). Chevreul elucidou a composição química das gorduras animais e cujas teorias da cor influenciaram as técnicas da pintura francesa. A pesquisa da Chevreul levou a melhorias e maior uniformidade de produto na indústria de sabão e a um novo tipo de vela. Em 1825 ele obteve uma patente para a preparação de velas de ácido esteárico a partir de gordura. As velas de Chevreul, ao contrário das velas de sebo amplamente utilizadas, eram duras, inodoras e emitiam uma luz brilhante. As velas comerciais de estearina surgiram em Paris na década de 1830 e rapidamente se tornaram as velas mais populares da França. O fruto dos seus estudos das cores foi De la loi du contraste simultané des couleurs (1839; The Laws of Contrast of Color ), o seu livro mais influente. Ele forneceu muitos exemplos de como as cores justapostas podem aumentar ou diminuir a intensidade umas das outras e descreveu muitas maneiras de produzir os efeitos de cor desejados, como pontos monocromáticos em massa. Para representar as cores por padrões definidos, ele reuniu todas as cores do espectro visível, relacionando-as entre si em um sistema circular, e também produziu escalas de milhares de tons. Ele aplicou suas descobertas a tapeçarias e tecidos Gobelin, papel de parede, horticultura, cartografia, impressão em cores, mosaicos e pintura. Na verdade, ele “escreveu o livro” para artistas, designers e decoradores. Esta obra, com traduções para o inglês e o alemão, tornou-se o manual de cores mais usado do século XIX. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Chevreul, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12109972/eugene_chevreul/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Michel-Eugene-Chevreul Théophile-Jules Pelouze 1807-1867 Químico francês. Professor no Collège de France e na École Polytechnique. Pelouze era filho de Edmond Pelouze, cujos interesses em tecnologia industrial e invenção se refletiram em muitas publicações. Pelouze decidiu inicialmente seguir a carreira de farmacêutico e depois de servir como aprendiz em farmácias de La Fère e Paris, foi nomeado para estágio de farmácia hospitalar no Salpêtrière de Paris. Um encontro acidental com Joseph-Louis Gay-Lussac, cujo aluno e assistente de laboratório ele mais tarde se tornou, mudou o curso de sua vida. Pelouze, destemido pelas dificuldades financeiras, impressionou tanto Gay-Lussac com seu zelo e talento que Gay-Lussac se tornou patrono e amigo do jovem químico por toda a vida. Em 1830, Pelouze garantiu um cargo de professor de química em Lille e, pouco depois, competiu com sucesso pelo cargo de analisador na casa da moeda de Paris. Mais reconhecimento e sucesso vieram rapidamente: foi eleito para a Academia de Ciências (1837); ele ensinou e foi professor de química na École Polytechnique (1831-1846) e no Collège de France (1831-1850); foi membro do Conselho Municipal da Casa da Moeda de Paris (1848); foi membro do Conselho Municipal de Paris (1849); e ele sucedeu Gay-Lussac como químico consultor na fábrica de vidro da Saint-Gobain (1850). A partir de 1830, Pelouze rapidamente se estabeleceu como um notável químico analítico e experimental. Suas primeiras investigações incluíram estudos da salicina (1830), com Jules Gay-Lussac; beterraba sacarina (1831); fermentação (1831), com Frédéric Kuhlmann; conversão de ácido cianídrico em ácido fórmico; e decomposição do formato de amônio em ácido cianídrico e água (1831). Mais tarde, ele investigou o ácido pirogálico (1833); ácido etil fosfórico(1833); descobriu o cianeto de etilo (1834); e encontraram a fórmula correta para dinitrosulfito de potássio (1835). Em 1836, Pelouze e Liebig, com quem Pelouze havia trabalhado em Giessen, publicaram um longo livro de memórias tratando de várias substâncias orgânicas, incluindo a descoberta do éster enântico e do ácido correspondente. Digno de nota, também, foram a descoberta de nitrocelulose de Pelouze (1838); oxidação de borneol para obtenção de cânfora (1840); síntese de butirina (1843), com Amédée Gélis; produção de ácido glicerofosfórico (1845); trabalho sobre o curare (1850), com Claude Bernard ; e investigação do petróleo americano (1862-1864), com Auguste Cahours. Interessado principalmente em fatos empíricos, Pelouze era, infelizmente, indiferente às teorias químicas seminais de sua época. Em Paris, Pelouze fundou a escola de laboratório particular de química mais importante da França. Ele treinou muitos alunos e disponibilizou suas instalações de laboratório para a pesquisa pessoal de Claude Bernard e de outros químicos franceses e estrangeiros. Pelouze publicou pelo menos 90 artigos, sozinho ou com outros químicos eminentes. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Chevreul, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12529341/jules_pelouze/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/pelouze-theophile-jules Eugène Melchior Péligot 1811-1890 Químico francês. Administrador da Monnaie de Paris. Professor de Química no Instituto Agronômico (Debré, 1995, p. 87). A vida de Péligot vida foi dedicada ao ensino de química. Foi considerado um mestre despretensioso e trabalhador incansável. Como conferencista era conhecido pelo seu método, a clareza de posição, a amplitude de suas opiniões e a simplicidade da dicção. Depois de completar seus estudos no Colégio de Henrique IV ingressou como "elevè ingénieur" na Ecole Centrale des Arts et Manufactures, em 1829. A influência das palestras de Jean-Baptiste Dumas, professor de química daquela escola, foi logo sentida por Péligot, sendo decisiva a partir dessa data. Dedicou-se inteiramente à química e mal havia saído da escola quando Dumas percebeu sua capacidade e o admitiu em seu laboratório. Suas primeiras pesquisas envolveram o estudo do composto cromo. Ele descobriu e descreveu o monóxido deste elemento sulfato, oxalato e cloreto, o dióxido de cromo e dicromato de cloreto de potássio. Em 1841, Peligot produziu urânio puro a partir do óxido de urânio. Naquela época, não se sabia que o urânio era radioativo. Na verdade, a radioatividade não foi descoberta até 1898. Em sua vida, Peligot pesquisou uma ampla gama de assuntos, entre eles açúcares e suas reações, cromo, urânio, ferro e seus sais, a composição e estrutura do vidro, o bicho-da-seda, fertilizantes e água potável. Ele foi o primeiro a preparar o urânio, estudar suas propriedades e determinar sua massa atômica. Juntamente com Dumas, isolou o álcool metílico da aguardente de madeira, estudou suas reações e introduziu o termo metileno na química. Ele descobriu trioxocloro cromato de potássio (sal de Peligot) e suas propriedades especiais. Ele mostrou que o vidro deve ser composto de uma mistura de silicatos em proporções indefinidas para evitar sua cristalização. Ele obteve o vidro dicroico pela adição de óxido de urânio. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Peligot, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12544505/eugene_peligot/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science-and-technology/chemistry/compounds-and-elements/uranium Mais informações: https://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja02125a012 Mais informações: http://www.revistas.unam.mx/index.php/req/article/view/64364 Louis Constant Prévost 1787-1856 Geólogo francês. Professor de Geologia da Faculdade de Ciências (Debré, 1995, p. 87). Depois de se decidir contra a carreira de advogado, a profissão de seu padrasto, Prévost estudou medicina, mas sob a influência de Cuvier e Brongniart se voltou para a geologia. Em 1830, Prévost foi um dos fundadores da Société Géologique de France (servindo como presidente em 1834, 1839 e 1851); e em 1831 foi nomeado, com o apoio de Cuvier, para uma nova cátedra de geologia na Sorbonne. No mesmo ano, ele acompanhou uma expedição oficial para estudar uma nova ilha vulcânica na Sicília. Retornando pela Itália, ele se convenceu, como Lyell, que os vulcões são formados apenas pelo acúmulo de material ejetado e não, como Leopold von Buch e seus seguidores sustentaram, pela elevação de baixo. Suas opiniões sobre sedimentação e vulcanismo o colocaram em uma posição pouco ortodoxa, especialmente dentro da geologia francesa. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Prévost, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/10644776/louis_constant_prevost/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/prevost-louis-constant Alexandre Antoine Brutus Bussy 1794-1882 Médico e farmacêutico francês. Membro da Academia de Medicina. Diretor da Escola de Farmácia (Debré, 1995, p. 87). Realizou seus estudos secundários no Lycée de Lyon aos 19 anos. Entrou na École Polytechnique. Junto com seus colegas de classe, participou da defesa de Paris contra os Aliados, após a queda de Napoleão. Ele lutou em Buttes-Chaumont e Vincennes, onde foi ligeiramente ferido pela lança de um cossaco. Desanimado com a mudança de regime político, abandonou a carreira que poderia ter seguido na École Polytechnique e aceitou um cargo em uma farmácia de Lyon, onde permaneceu por três anos. Em 1818 mudou-se para Paris para continuar os seus estudos e ocupou um cargo na farmácia de Félix Henri Boudet (1806-1878) e depois mudou-se para a de Pierre-Jean Robiquet (1780-1840), com quem colaborou em muitas das suas pesquisas, e tornou-se diretor do laboratório que Robiquet tinha em sua fábrica de produtos químicos e farmacêuticos. Em 1821, foi nomeado préparateur de chimie na École de Pharmacie de Paris; em 1823, após graduar-se como farmacêutico, foi nomeado professor adjunto e sete anos depois (1830) promovido a professor titular. Em 1844, assume a direção da escola (1844-1873), substituindo Edme Jean-Baptiste Bouillon-Lagrange (1764-1844). Ele permaneceu nesta posição até sua aposentadoria em 1873, quando foi nomeado directeur honorário da escola. Durante a sua administração foi responsável por uma reorganização fundamental do currículo. Ele adicionou cursos práticos aos teóricos no Departamento de Engenharia Química , uma novidade na França da época, contra muita oposição do meio acadêmico. Ele foi encarregado pela Assembleia da École de apresentar os resultados de uma escola prática. A prova original foi realizada em uma caverna, com turma de 20 alunos, divididos em dois anos, selecionados por concurso. Após sua aposentadoria, Bussy se ocupou dos planos de construção da nova École, sede da Enclos des Chartreux e também fundada no laboratório École para os jovens farmacêuticos que desejassem terminar seus estudos com uma tese, que seria publicada no Journal de Pharmacie. Infelizmente, ele não viveu o suficiente para ver os frutos de seus esforços: Bussy faleceu em Paris em 1º de fevereiro de 1882, com a idade de 88 anos. Sendo um homem muito simples, ele pediu que nenhum discurso fosse feito em seu funeral e nenhuma honra militar fosse paga. Bussy possuía uma capacidade incomum para o trabalho. Enquanto servia na École de Pharmacie, lecionou química no Athénée de Paris e na École de Commerce, e também começou os estudos na Faculté de Médicine de Paris, onde se formou em 1832. Em 1829 publicou um livro importante sobre a pureza das drogas, que foi o precursor das leis modernas de pureza de alimentos e drogas. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Bussy, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/10673696/alexandre_antoine_brutus_bussy/ Mais informações: https://revista.cnic.cu/index.php/RevQuim/article/view/473/395 Henri-Marie Bouley 1814-1885 Veterinário francês. Professor de patologia cirúrgica, inspetor de escolas veterinárias. Foi um dos principais autores da legislação sobre saúde animal. Membro da Academia de Medicina (em 1855) e da Academia de Ciências (em 1868). Nasceu em Paris em 17 de maio de 1814. Eleito correspondente estrangeiro em 8 de maio de 1852 (seção sexta). Sócio honorário estrangeiro em 26 de outubro de 1867 (seção sexta). Professor da Escola de Veterinária de Alfort, Inspetor Geral das Escolas de Veterinária. Especialidades: patologia cirúrgica e medicina operatória. Henri Bouley foi laureado da École d'Alfort em 1836, chefe do serviço hospitalar em 1837, professor assistente em 1839, professor catedrático em 1845 e nomeado inspetor geral das escolas veterinárias imperiais em 1866. Foi professor de teoria da cirurgia de patologia, manual de operação, acessórios e terapia. Ele também ensinou clínica médica e cirúrgica. É membro titular da Academia Imperial de Medicina, honorário da Sociedade de Biologia, honorário da Sociedade Imperial de Cirurgia, titular da Sociedade Antropológica, da Comissão de Higiene Equestre estabelecida no Ministério da Guerra, comitê de higiene e saneamento no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Ele estava encarregado de várias missões científicas e foi o autor de inúmeras publicações. Cirurgião veterinário, inicialmente muito crítico da tese da origem microbiana das doenças contagiosas, ele rapidamente se tornou um defensor vigoroso de Pasteur antes mesmo da experiência de Pouilly-le-Fort. As medidas sanitárias prescritas por sua iniciativa permitem, ao travar o avanço das mais terríveis epizootias, proteger os agricultores franceses das calamidades que afligem ao mesmo tempo a maior parte das outras nações da Europa. Foi um dos mais fiéis apoios de Pasteur na Academia de Ciências. Bouley falece no mesmo dia que Louise Pelletier, terceira paciente tratada por Pasteur devido à hidrofobia (Debré, 1995, p. 495). Ref. https://data.bnf.fr/en/12159571/henri_bouley/ Ref. http://www.armb.be/index.php?id=1813 Mais informações: http://cths.fr/an/savant.php?id=651# Mais informações: http://www.armb.be/index.php?id=1813 Henri Hureau de Sénarmont 1808-1862 Mineralogista e físico francês. Professor de mineralogia na École des mines e de física na École polytechnique. Membro da Academia de Ciências (eleito em 1852). Sénarmont foi um renomado mineralogista francês do século XIX que se tornou o engenheiro-chefe das minas. Foi professor de mineralogia e diretor de estudos na École des Mines de Paris, destacando-se especialmente por suas pesquisas sobre polarização e estudos sobre a formação artificial de minerais. Ele também contribuiu para o Geological Survey of France, preparando mapas e ensaios geológicos. Talvez a contribuição mais significativa feita por de Sénarmont para a óptica foi o compensador de retardamento de luz polarizada que leva seu nome. A pedido de Sénarmont, nenhum obituário apareceu após sua morte; portanto, pouco se sabe de sua vida privada. Ele era filho de Amèdeè Hureau Sènarmont, um proprietário de terras em Badonville, na comuna de Brouè, e de Amèlie Rey. Depois de frequentar o Collège Rollin e o Collège Charlemangne em Paris, ele ingressou na École Polytechnique em 1826. Três anos depois, ingressou na administração estatal de mineração como eleve-ingenieur. Nesta posição, ele visitou (1831) o arsenal em Toulouse e foi designado para as siderúrgicas em Rive-de-Gier e LeCreusot. Em 1833 trabalhou temporariamente com o engenheiro Conte, que desempenhava funções especiais na bacia de Autun. Em 1835 tornou-se engenheiro de minas. O trabalho de Sénarmont o trouxe para Nantes e Angers em 1835-1836. No verão do último ano, ele foi designado para preparar mapas geológicos de Aube e Seine-et-Oise. (Seine-et-Marne foi adicionado em 1837, e o mapa de Aube foi cancelado em 1839.) Em 1843 ele publicou Sur la geologie des departements de Seine-et-Oise et Seine-et-Marne , que apareceu em duas seções do ano seguinte. De 1840 a 1847, Sénarmont se dedicou à inspeção de motores a vapor no departamento de Sena. Foi promovido a engenheiro de minas de primeira classe em 1841 e depois, em 1848, a engenheiro-chefe adjunto. Em 1847 foi nomeado examinador na École Polytechnique; mas no mesmo ano ele foi transferido para a École des Mines, onde recebeu a cadeira de mineralogia. Em 1849, Sénarmont juntou-se à redação dos Annales des mines. Mais tarde, ele foi nomeado reitor de estudantes, bibliotecário e secretário do conselho na École des Mines. Em 1852, após a morte de Beudant, Sénarmont tornou-se membro da seção de mineralogia como vice-presidente em 1858 e como presidente em 1859. Em 1854 ele se tornou editor dos Annales de chimie et de Physiquee manteve este cargo até sua morte. Ele também recebeu a cadeira de física na École Polytechnique (1856-1862). Ref. https://data.bnf.fr/en/12109887/henri_de_senarmont/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/senarmont-henri-hureau-de Mais informações: https://www.cambridge.org/core/journals/microscopy-today/article/pioneers-in-optics-henri-hureau-de-senarmont/3A15C8B879A1F0E542CA5A957F2855FF Próximo Grupo
- Absorção reflexiva | Pasteur Brasil
Absorção Reflexiva Durante muitos anos Pasteur trabalhou sozinho. Mais tarde, jovens colaboradores se uniram a ele, sendo informados apenas da parte essencial do trabalho diário. “O silêncio olímpico que ele gostava de se ver rodeado ia até o dia em que seu trabalho lhe parecia maduro para dar publicidade”, disse Émile Duclaux. Adrien Loir, sobrinho de Pasteur e seu assistente técnico, confirmou essa característica: “ele queria ficar sozinho em seu laboratório e nunca falava do objetivo que tinha em mente”. Mesmo durante períodos de maior movimento, ele tinha poucos ajudantes, cada um em sua sala, onde trabalhavam em silêncio para não incomodar o cientista, exceto quando era chamado para participar de alguma discussão. Enquanto formulava as fases seguintes dos experimentos, Pasteur se absorvia em si mesmo e no estudo de suas notas, permanecendo isolado de todo o mundo e sem levantar a cabeça por muitas horas. Daí emergiam fragmentos ideativos que, como em um campo magnético pela força de seu pensamento, se organizariam em novas e inesperadas formas. Essas meditações solitárias duravam vários dias. Nestes períodos, ele ficava tão absorto em seus pensamentos que não notava as pessoas a seu redor. Quando Duclaux levou um assunto urgente a discutir, Pasteur reagiu como se despertasse de um sonho, mas não demonstrava impaciência. Depois que suas ideias tomavam forma, Pasteur se reconectava com seus colaboradores, falando o essencial para a elaboração dos detalhes técnicos dos experimentos, que eram realizados com cuidado para determinar se a hipótese inicial tinha uma base verdadeira. Se os resultados fossem negativos, as ideias eram imediatamente rejeitadas de sua mente. Do contrário, se resultados positivos sugeriam que a hipótese fosse válida, os experimentos eram multiplicados incansavelmente para explorar e desenvolver suas possibilidades. Pasteur não se desanimava com obstáculos, qualidade que ele se referia como seu maior dom. “Deixe-me contar-lhe o segredo que me fez chegar a meu objetivo. Minha única força reside em minha tenacidade". Este juízo foi confirmado por Émile Roux, que mais tarde dirá “Quantas vezes, na presença de dificuldades imprevistas, quando nós não imaginávamos como sairíamos delas, ouvi Pasteur nos dizer: ‘Façamos o mesmo experimento outra vez; o essencial é não abandonar o caso!´” (Dubos, 1967a, p. 55-59). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Émile Duclaux. Émile Roux. Adrien Loir. Continue lendo a biografia
- Pasteurização | Pasteur Brasil
Pasteurização Os vinhos vinham sofrendo alterações comprometedoras ao comércio deste produto. Em 1863, devido à urgência de resolução da qualidade do vinho, Ildephonse Favé, oficial da ordem do imperador Napoleão III, solicita a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho, no qual o cientista realiza sob recusa em receber qualquer ajuda financeira. Durante os próximos dois anos, o cientista reuniu três alunos da École Normalle Supérieure, sendo um deles Émile Duclaux, para acompanhá-lo em Arbois no estudo prático sobre os vinhos. Em 29/11/1865, Pasteur aceita o convite do imperador e se desloca ao castelo de Compiègne. Napoleão III mostrou-se interessado pelas pesquisas do cientista e pediu para constatar pessoalmente as suas descobertas: queria examinar no microscópio amostras de vinho estragado. Foi realizada uma experimentação imperial, com boas impressões ao imperador e sua esposa, Eugênia de Montijo (Debré, 1995, p. 251). Pasteur demonstra que a contaminação era causada por micróbios. Para evitar esse inconveniente o cientista usou um procedimento simples: o aquecimento do vinho entre 60 e 100 graus Célsius, privado do ar, durante alguns minutos, processo este conhecido universalmente como pasteurização. Essa técnica é aplicada até hoje para a prevenção das doenças do vinho, cerveja, vinagre, leite e outros alimentos perecíveis. Pasteur tirou patente da descoberta e decidiu entregá-la ao público. Não obteve proveito financeiro nem mesmo do desenvolvimento ou venda de equipamento industrial em larga escala, inventados para a pasteurização (Dubos, 1967a, p. 51). Para Pasteur, "nada é mais gratificante para um cientista do que aumentar o número de descobertas, mas o máximo é ver suas observações colocadas em prática" (Birch, 1993, p. 33). Referências: BIRCH, Beverley. Louis Pasteur. São Paulo, SP: Globo, 1993. DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Idelphonse Favé Napoleão III e Eugénia de Montijo. Continue lendo a biografia
- Arte | Pasteur Brasil
Arte Entre os 13 e 20 anos, Pasteur produziu cerca de 40 pinturas, sendo a maioria em pastel, sem benefícios financeiros. Desde criança sempre se deleitou desenhando: copiava as gravuras dos livros a carvão ou grafite. Retratou homens, mulheres e crianças: familiares, amigos, o prefeito de Arbois, o escrivão da corte de Arbois, uma freira, um professor da Faculdade de Medicina de Besançon, a costureira da família, um viticultor, dentre outros. Em Arbois, teve aulas de desenho com Étienne-Charles Pointurier (1809-1853) e em Besançon torna-se aluno de Charles-Antoine Flajoult (1774-1840), que havia sido professor de Gustave Coubert (1819-1877). O estilo deste último pintor, bem como de impressionistas como Manet, Monet, Sisley e Pissarro não agradavam L. Pasteur, que preferia a arte clássica de Thomas Couture, Jean-Jacques Henner e Paul Dubois, a quem o cientista conheceu pessoalmente. Ao ingressar na École Normale Supérieure, Louis dedicou-se definitivamente à ciência. No entanto, suas habilidades artísticas foram transpostas, por exemplo, para a compreensão da existência de moléculas idênticas, porém espelhadas no espaço (3D). Deste modo, Pasteur funda a Estereoquímica, o ramo científico que estuda os aspectos tridimensionais das moléculas. Moldes dos ácidos tartárico e paratartárico, construídos por Pasteur, podem ser vistos em exposições e museus ao redor do mundo. Quanto à avaliação das obras que Pasteur produziu, Albert Edelfelt (1854-1905), pintor finlandês de diversos quadros de L. Pasteur e sua família, disse em 1887: “Seus trabalhos são bons ao extremo, e feitos com energia, cheios de caráter, muito superiores ao trabalho habitual de jovens que se dedicam à carreira artística. Há algo de um grande analisador nestes retratos. Estou seguro que se Pasteur tivesse escolhido a arte em vez da ciência, a França contaria hoje com um de seus mais capazes pintores” (Dubos, 1967, p. 28). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. https://phototheque.pasteur.fr/fr/asset/fullTextSearch/WS/HOME_MENU/node/173/slug/oeuvre-artistique-de-louis-pasteur/nobc/1/page/1 Continue lendo a biografia
- Beneméritos | Pasteur Brasil
Beneméritos Louis Pasteur teve seu pai como primeiro preceptor. O primeiro dicionário da família “Novo Vocabulário ou Dicionário Portátil da Língua Francesa com Pronúncia” foi publicado por Rolland e Rivoire em 1803. Jean-Joseph Pasteur ansiava pelo conhecimento e encorajava os estudos do filho. O pai de Louis tinha poucos amigos, mas eruditos, a exemplo de professores e o médico de Arbois, Dr. Dumont. Aos 9 anos, L. Pasteur é admitido no Collège d´Arbois (atualmente Lycée Pasteur). Seu primeiro mestre foi o jovem Etienne Renaud, apegado aos alunos e contador de seus atos heroicos durante as campanhas bonapartistas. Mais tarde, ao receber homenagens e prêmios, Pasteur sempre reconhecerá este primevo professor. Emmanuel Bousson de Mairet (1796-1871), literato e filósofo, foi o amigo que ajudou a família Pasteur a se instalar em Arbois. Este erudito local escreveu pelo menos 30 textos, dentre os quais, a história dos habitantes de Arbois, a batalha de Alésia de Júlio César, e uma tragédia sobre Joana d´Arc. Mairet foi professor no Collège d´Arbois, mas, acometido pela surdez, precisou se aposentar prematuramente. Torna-se tutor de Louis, ajudando-o a progredir consideravelmente nos estudos, inclusive em retórica, onde Pasteur amealha vários prêmios. No entanto, quem terá influência decisiva nos futuros estudos de Pasteur será o Sr. Romanet, diretor do Collège d´Arbois. Ele ajuda a desenvolver no jovem aluno a circunspecção e a motivação pelos estudos. Pasteur o admira e, ainda criança, o escuta enaltecer os benefícios da educação, descrevendo a instituição que seria digna às suas capacidades: a École Normale Supérieure em Paris. A proposta prática para viabilizar a ida do jovem a Paris provém do capitão Barbier. Este amigo do pai de Pasteur, proveniente de Arbois, é Oficial da Guarda Municipal de Paris, e é quem fala de uma instituição no Quartier Latin, onde se preparam os alunos para as Écoles, dirigida por uma pessoa também do Franco-Condado, o sr. Barbet. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. Etienne Renaud foi o 1º professor em Arbois (escola primária). É um jovem e ardente professor que se apega aos alunos e sabe como diverti-los. Gostava de contar seus atos heroicos durante as campanhas bonapartistas. Mais tarde, na época das honras e dos discursos, Pasteur sempre citará, com reconhecimento, este professor que lhe deu suas primeiras aulas. Romanet era Diretor do Collège d´Arbois. Teve influência decisiva na carreira de Pasteur. Pasteur o escuta enaltecer os benefícios da educação e descrever o único lugar que lhe parece digno das capacidades que vê na criança Pasteur: a École Normale. O primeiro dicionário da família de Pasteur, “Novo Vocabulário ou Dicionário Portátil da Língua Francesa com Pronúncia”, foi publicado por Rolland e Rivoire em 1803. Jean-Joseph Pasteur ansiava pelo conhecimento e encorajava os estudos do filho, Louis Pasteur. Emmanuel Bousson de Mairet (1796-1871). Homem de letras e filósofo, amigo do pai de Louis. É autor de pelo menos 30 textos: história de Arbois, batalha de Alésia de Júlio César, tragédia sobre Joana d´Arc, dentre outros. Foi devido a ele que a família de Pasteur se instalou em Arbois. Foi professor no Collège d´Arbois, mas, vítima de surdez, teve de se aposentar prematuramente. Torna-se tutor de Louis, ajudando-o a progredir consideravelmente, inclusive em retórica, onde amealha vários prêmios. Barbet, dono do internato em Paris onde Pasteur vai aos 15 anos com Jules Vercel, e aos 17 com Chappuis se preparar para o concurso da École Normale. Barbet cortou pela metade as mensalidades dos jovens. Aconselhou-os e explicou o sistema de estudo. Aos 17 anos, Pasteur é recebido novamente neste internato. Logo, prontificou-se a dar aulas aos rapazes mais atrasados e conseguiu desconto de dois terços no valor da mensalidade. Depois de alguns meses, o Sr. Barbet resolveu isentá-lo de taxas. Lições elementares a Louis Pasteur na infância. Placa Rue du Collège Pasteur em Arbois. Lycée Pasteur. Placa em frente ao Collège Pasteur, onde o cientista estudou de 1831 a 1838. Vista interior do Collège Pasteur. Concours publics em 1832. Livro de Louis Pasteur sobre a história dos imperadores. Busto de Pasteur em praça de Arbois. Continue lendo a biografia
- Infância e Juventude | Pasteur Brasil
Infância e Juventude Pasteur cresceu entre o cheiro do curtume da família e o aroma da uva das viticulturas locais de Arbois, no Jura. Essas primeiras sensações olfativas serão fundamentais para seus futuros trabalhos sobre as leveduras e seus preceitos higiênicos. Dois dos melhores amigos de infância, os irmãos Jules e Altin Vercel, são filhos de vinhateiros, e residem em frente à sua casa. Pasteur produz o retrato de Altin em pastel. O amigo do pai de Pasteur, capitão Barbier, fala de uma instituição no Quartier Latin, onde se preparam os alunos para as Écoles, dirigida por uma pessoa também do Franco-Condado, o sr. Barbet. Aos 15 anos, Pasteur e Jules vão à Paris para estudar e alojam-se neste local, Instituto Barbet, situado na Rua des Feuillantines, sem saída. Jules era divertido e alegre, de modo que tudo era bom e agradável em Paris. Porém, Pasteur fica sem dormir, não come direito e só fala do Jura. O Sr. Barbet faz tudo o que pode para ajudar na nostalgia do jovem Pasteur, que se encontra mudo e triste pela distância da família e saudades de Arbois. No entanto, vendo a situação não mudar, o dono do internato escreve ao pai para vir buscá-lo. Futuramente, aos 17 anos, Pasteur retornará a este mesmo internato em Paris para se preparar para as provas da École Normale Supérieure. Desta vez irá com o amigo Charles Chappuis, conhecido desde o período em que estudou na cidade de Besançon, dos 15 aos 17 anos. Logo, Pasteur prontificou-se a dar aulas particulares aos colegas mais atrasados, e conseguiu desconto de dois terços no valor da mensalidade. O sr. Barbet permitiu, desde que o jovem não lecionasse nos horários dedicados aos estudos, e assim decidiu-se por fazê-lo todos os dias, das 6h às 7h da manhã. Depois de alguns meses, o Sr. Barbet resolveu isentá-lo de qualquer taxa, pela sua dedicação e ajuda ao internato. Pasteur e Chappuis eram amigos próximos, compartilhavam leituras e mergulhavam em seus deveres de Filosofia. Gostavam de passar os finais de semana em uma biblioteca, lendo obras filosóficas. Os passeios na cidade eram raros. Futuramente, Chappuis torna-se filósofo, doutor em Letras, professor e escritor, atuando como professor de Filosofia da Faculdade de Letras de Besançon. Uma das principais obras de Chappuis é sobre a Travessia dos Alpes por Aníbal (247 a.e.c-184 a.e.c), um dos primeiros eventos da Segunda Guerra Púnica. Uma litografia deste amigo é feita por Pasteur em 1841, na época em que estudaram juntos em Besançon. “Chappuis vai tornar-se, na vida, o amigo privilegiado e confidente de Pasteur” (Debré, 1995, p. 41). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. Pintura em pastel de Altin Vercel, amigo de infância, feita por Louis Pasteur em 1839, aos 16 anos. Altin e Jules eram filhos de vinhateiros. Este último acompanhou Louis Pasteur em sua primeira estada na cidade de Paris. Jules Vercel, amigo de infância de Pasteur. Eles mantiveram contato por toda a vida. Cartas ao amigo Jules Vercel. Placa sinalizadora da Maison Vercel em Arbois. Maison Vercel em Arbois, situada em frente à Maison Louis Pasteur. Charles Chappuis, em litografia realizada por Louis Pasteur e dedicada: "Retrato do meu amigo da filosofia, Ch. Chappuis. Feito em Besançon em 1841", Chappuis foi amigo e confidente de Pasteur até o fim da vida. Obra de Charles Chappuis. Continue lendo a biografia
- Cronologia | Pasteur Brasil
Cronologia Louis Pasteur nasceu em 27 de dezembro de 1822 em Dole, cidade na região do Jura, França, em uma família de curtidores. Ele estudou em Arbois, depois em Besançon, onde recebeu o baccalauréat em letras. Em 1842 foi admitido na École Normale Supérieure em Paris, mas em 15º lugar, o que não lhe pareceu suficiente. Preferiu fazer um novo ano de preparação e refazer o concurso no ano seguinte, em 1843, sendo aprovado em 4º lugar. Em 1846 obteve a agrégation em física. Em 1847 defendeu suas teses em química e física na Faculdade de Paris e, em 1848, realiza sua primeira comunicação na Academia de Ciências. Demonstra que a dissimetria molecular é marca registrada dos seres vivos. Em 1849 foi nomeado professor adjunto de química da Universidade de Estrasburgo. Neste ano, casou-se com a filha do reitor desta universidade, Marie Laurent. Continuou a trabalhar na assimetria molecular. Em 1852 viaja para a Alemanha e Áustria. Visita diversas fábricas e contata cientistas. Em 1853 redige nota à Academia de Ciências sobre a origem do ácido racêmico. É nomeado Cavaleiro da Ordem Imperial da Legião de Honra. Recebe prêmio da Sociedade de Farmácia. Em 1854, foi nomeado reitor da nova Faculdade de Ciências de Lille. Começa seu trabalho com a fermentação. Em 1856 recebe a medalha Rumford da Royal Society de Londres por seus estudos sobre a cristalografia. Em 1857 é nomeado coordenador e diretor dos estudos científicos na École Normale Supérieure em Paris. Manteve este cargo até 1867. Neste mesmo ano, publica uma dissertação sobre a fermentação lática, sendo esta considerada a certidão de nascimento da Microbiologia. Em 1858 instala um laboratório no sótão da École Normale. Começa seu trabalho sobre geração espontânea, enquanto segue estudando a fermentação. Em 1859 recebe o prêmio da Academia de Ciências em fisiologia experimental, depois de um relatório de Claude Bernard. Em 1861 descobre a vida sem oxigênio (anaeróbia). Recebe o prêmio Jecker da Academia de Ciências por seus trabalhos sobre geração espontânea. Em 1862 foi eleito para a Academia de Ciências na seção de Mineralogia. Em 1863, solicitado por Napoleão III, Pasteur estuda doenças do vinho. É nomeado professor de geologia, física e química na Escola de Belas Artes de Paris, ministrando aulas a estudantes de arquitetura (ficará neste posto até 1867). Em 1864 instala, na cidade de Arbois, um laboratório para as pesquisas sobre o vinho. Em 1865 comunica à Academia de Ciências o processo de conservação e melhora dos vinhos. Início da pasteurização. Neste ano vai a Alès estudar as doenças do bicho-da-seda. Com o início da epidemia de cólera em Paris, é nomeado membro da comissão encarregada de investigar a doença. Em 1866 emite comunicações sobre as doenças dos bichos-da-seda. Em 1867, deixando o cargo de administrador, cria um laboratório de química fisiológica na École Normale S upérieure na Rua Ulm. Em 1868 recebe o título de doutor honoris causa em medicina, pela Universidade de Bonn. Sofre um ataque de apoplexia (AVC) que o deixa hemiplégico. Em 1869 continuou suas pesquisas sobre as doenças do bicho-da-seda e, em 1870, seus estudos sobre a cerveja. Neste ano é nomeado senador do Império, mas o decreto nunca será promulgado devido à guerra. Em 1871 ao tomar conhecimento do bombardeiro no Museu de História Natural, pelos prussianos, devolve seu diploma de doutor honoris causa da Universidade de Bonn. Neste ano, vai a Londres para continuar seus estudos sobre a cerveja e entrevista Tyndall, que lhe fala de Joseph Lister. Em 1872 usa seus direitos para a aposentadoria como professor da Sorbonne. Em 1873 é eleito para a Academia de Medicina. Recebe o título de comendador da Ordem da Rosa do Brasil. Em 1874 troca as primeiras cartas com o cirurgião inglês Joseph Lister. A Royal Society de Londres entrega a medalha Copley por seus trabalhos sobre a fermentação. Em 1875 instala em Arbois um laboratório para pesquisas sobre a fermentação. Em 1876 concorreu às eleições senatoriais no Jura, mas não é eleito. Neste ano, representa a França no Congresso Internacional Sericícola de Milão. Em 1877 realiza comunicações à Academia de Ciências sobre o carbúnculo e a septicemia. Em 1878 emite nota sobre o carbúnculo das galinhas. É promovido a grande oficial da Legião de Honra. Em 1879 faz comunicação sobre a septicemia puerperal. Em 1880 é nomeado membro da Sociedade Central de Medicina Veterinária. Realiza comunicação sobre as doenças virulentas, no qual expõe, pela primeira vez o princípio vírus-vacina. Ameaça pedir demissão da Academia de Medicina. Jules Guérin desafia Pasteur em um duelo, que não se realiza. Início das pesquisas sobre a raiva. Em 1881 realiza o experimento Pouilly-le-Fort, onde vacina um rebanho de ovelhas contra o carbúnculo. Declara sua candidatura à cadeira de Émile Littré na Academia Francesa, na qual é eleito. Recebe a grã-cruz da Legião de Honra. Em 1882 é recebido na Academia Francesa. Comparece ao Congresso de Higiene em Genebra. Controvérsia com Robert Koch. Em 1883 controvérsias com Michel Peter. Discurso na cidade natal, Dole, por ocasião da colocação de uma placa na casa onde nasceu. Envia Émile Roux, Isidore Straus, Edmond Nocard e Louis Thuillier ao Egito, para estudarem a cólera. Este último falece da doença. Em 1884 é publicada a primeira biografia de Pasteur: Histoire d´un savant par un ignorant, escrita (mas não assinada) pelo seu genro, René Vallery-Radot. Experiências com cães raivosos. Comunicação no Congresso Internacional de Medicina em Copenhague sobre o princípio geral das vacinações e os métodos preventivos contra a raiva humana. Carta de Pasteur ao imperador D. Pedro II do Brasil sobre a experimentação humana da vacina anti-rábica. Em 1885 vacinou Joseph Meister, que havia sido mordido por um cachorro raivoso. Prosseguiu com a vacinação em pessoas de diversos países. Em 1886 decidiu criar um instituto de combate à raiva (hidrofobia) e são recebidos os primeiros donativos. Nikolay Gamaleya e Élie Metchnikov criam um laboratório anti-rábico em Odessa. Alexandre Yersin torna-se assistente de Roux. Em 1887 Pasteur é vítima de um segundo AVC, e teve que diminuir sua atividade. É lançado o primeiro número dos Annales de l´Institut Pasteur, revista criada por Émile Duclaux. Em 1888 é inaugurado o Instituto Pasteur. Em 1891 é criado o Instituto Pasteur em Saigon (cidade no atual Vietnã), dirigido por Albert Calmette. Em 1892 uma cidade da Argélia recebe o nome de Pasteur. É celebrado o jubileu de Louis Pasteur na Sorbonne. Em 1894 sofre outro AVC que o deixa bastante enfraquecido. Em 1895 os alunos da École Normale são recebidos no Instituto Pasteur, por ocasião do centenário da École. Pasteur recusa a condecoração de Ordem ao Mérito da Prússia, e deixa Paris para ir à Villeneuve-l´Etang, onde falece aos 72 anos, em 28 de setembro. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. PICHOT, André. Louis Pasteur: écrits scientifiques et médicaux. Paris, França: Flammarion, 2012. RICHET, Charles. L´Œuvre de Pasteur. Paris, França: Félix Alcan, 1923. Biografia resumida
- Doenças do Bicho-da-Seda | Pasteur Brasil
Doenças do Bicho-da-Seda Em 1865, a pedido de Jean-Baptiste Dumas, Pasteur vai se dedicar às pesquisas do bicho-da-seda. Dumas era Ministro da Agricultura e Comércio e precisava redigir um relatório para o Senado sobre o flagelo que dizimava a indústria sericícola na França. Ele solicita, então, a cooperação de Pasteur para salvar a seda (Debré, 1995, p. 203). Pasteur inicialmente hesita. Entende que o objetivo da pesquisa é nobre, mas se sente embaraçado, pois nunca havia antes tocado em um bicho-da-seda. De todo modo, escreve que teria remorsos em recusar a proposta devido a toda bondade que Dumas já havia dispensado a ele, e se dispõe a enfrentar este desafio. Pasteur aceitou o pedido de Dumas, em parte por sua devoção ao mestre. É provável que ele também ansiava pela oportunidade de abordar o campo da patologia experimental, como sugere uma frase de sua carta de aceitação; "Pode ser que o problema ... se enquadre nos meus estudos atuais." Há muito ele previa que seu trabalho com fermentação teria consequências para o estudo dos processos fisiológicos e patológicos do homem e dos animais, mas sua falta de hábito com problemas biológicos foi reconhecida e a insistência de Dumas o ajudou a enfrentar uma experiência que tanto desejava como ele temia (Dubos, 1967a, p. 185). Serão 6 anos dedicados esta pesquisa. Além do sentimento de gratidão ao seu professor, há a possibilidade de salvar uma indústria importante da França, além de pesquisar a possível intervenção do micróbio em seres vivos . As doenças do bicho-da-seda permitirão Pasteur compreender as causas das epidemias. É dito que a lagarta é que o conduzirá ao homem. Pasteur, juntamente com o seu assistente Duclaux vai até a Sorbonne ter aulas com Claude Bernard. Toma notas, como na época da faculdade, mas não tem muito tempo para isso e opta por formar uma ideia pessoal sobre o assunto e segue viagem ao Gard (Debré, 1995, p. 209). Tem contato com Jean Henri Fabre, entomologista, chamado de Homero dos insetos, onde então pela primeira vez vê um casulo e o sacode perto do ouvido. Fabre fica maravilhado com a segurança de Pasteur que, mesmo sem conhecer o bicho-da-seda, chegava para reabilitá-lo (Debré, 1995, p. 210). Pasteur é criticado pelos sericicultores antes mesmo das primeiras verificações práticas e acham lamentável que o governo tenha confiado a um químico o cuidado de esclarecer uma doença tão misteriosa. Ele vai a Paris com algumas mariposas e crisálidas saudáveis e depois retorna a Alès acompanhado de dois ex-alunos que se tornaram seus assistentes, Désiré Gernez e Eugène Maillot. Mais tarde, Émile Duclaux e Jules Raulin vão também se juntar a eles. Eles se engajam durante vários meses neste projeto e se estabelecem em uma casa que servirá de moradia para todos e que também será transformada em laboratório. Eles viviam em comunidade nesta grande casa, mantida sempre limpa. O trabalho era duro. Levantam-se às 4h30 para observar as larvas e no local era preconizada a mais rigorosa higiene. Duclaux afirma que obviamente eles não eram a cabeça pensante, pois Pasteur guardava para si suas ideias e projetos. Porém, relata que eles acreditavam adivinhá-las e que isso era suficiente para que as milhares de observações microscópicas de todo dia se tornassem atraentes e despertassem interesse. Depois da morte da filha de Pasteur, Cécile, aos 12 anos, a esposa Marie e a filha mais nova, Marie-Louise, vão se juntar a Pasteur em Alès, e elas também participam do trabalho, realizando experiências microscópicas, acompanhamento das criações e colheita das folhas. O filho mais velho, Jean-Baptiste, fica em Paris para estudar. Pasteur introduz o microscópio entre os sericicultores de Alès, e afirma que o método é fácil, e até uma criança é capaz de fazer. Diz: “Há em meu laboratório uma menina pequena de 8 anos de idade que aprendeu a usá-lo sem dificuldade” (Dubos, 1967a, p. 188). Existem aqueles que se convencem e também os céticos que se recusam a aplicar o método e continuam a criticá-lo, preferindo usar outros remédios. A maioria dos jornais de agricultura prática divulgam relatórios, pareceres e testemunhos, a maioria favoráveis a Pasteur. Nesta mesma época, Pierre-Jacques-Antoine Béchamp era professor da Faculdade de Montpellier, e também estudou doenças do bicho-da-seda e, em 6 de junho de 1865, o mesmo dia em que Pasteur deixou Paris para Alès, fez uma comunicação à Société d Agricultura em Hérault, onde presumiu que a pebrina era parasita. Propôs uma remediação que, seja por serem de baixa eficácia, seja por serem mal aplicados, não surtiram efeito. Por muito tempo, Pasteur se opôs a Béchamp, considerando que a pebrina era constitucional e não parasitária e só depois de vários anos é que ele finalmente admitiu essa natureza parasitária. Diz-se que Pasteur ocultou a obra de Béchamp (Brunet, 2017, p. 147-148). Depois de alguns anos, a doença (pebrina) é esclarecida, porém, nem tudo estava resolvido. Depois, Pasteur percebe que havia uma segunda doença no bicho-da-seda, chamada flacidez. Duclaux e os outros colaboradores ficam entusiasmados para recomeçar a identificação e a prevenção da nova doença descoberta. Pasteur, de início está desencorajado. Duclaux escreve “éramos jovens e tínhamos confiança, não em nós, mas nele” (Debré, 1995, p. 227). Procurando por meios de prevenção, Pasteur observa a pequena filha Marie-Louise. Quando ela cria as larvas na lareira vazia da sala de jantar, ele nota que as criações estão sempre saudáveis e acha que é devido à saída de ar pelo duto, então aconselha ventilação (Debré, 1995, p. 232). Por outro lado, os comerciantes de sementes difundem notícias enganosas sobre os métodos de Pasteur para a prevenção das doenças do bicho-da-seda. O sogro de Pasteur demonstra preocupação e escreve a Marie: noticiaram por aqui que o pouco sucesso dos procedimentos de Pasteur causou comoção na população a ponto de obrigá-lo a deixar a cidade, agredido pelas pedras que os habitantes jogavam de todos os lados (Debré, 1995, p. 234). Pasteur escreve ao Ministro da Agricultura, Jean-Baptiste Dumas, em 1868: “... É próprio de todas as novas práticas uma dificuldade para se impor às pessoas interessadas e até inspirar, de início, a inveja de uns e a desconfiança de muitos”. Enquanto o debate sobre o método de sementagem prossegue no sul, Pasteur encontra em Paris um aliado especial: o marecham Vaillant, ministro da casa do Imperador e membro do Instituto da Sociedade Imperial e Central de Agricultura. Ele mesmo iniciou uma pequena criação de bicho-da-seda em seus escritórios, inspirada no sistema de Pasteur. Convencido de que se tratava de uma técnica eficaz e desejoso de que uma vez por todas fosse colocado um fim nas discussões, não só por causa de Pasteur, mas pela indústria, Vaillant tem a ideia de aplicar o processo em uma serigaria imperial. Devido às suas funções, dentre as quais a manutenção da produtividade das propriedades imperiais, Vaillant aplica o método no local e propõe a Pasteur a fiscalizar as experiências na Vila Vicentina. Como Pasteur estava em convalescença do 1º AVC, ainda enfraquecido, vai acompanhado da esposa e dos dois filhos. Neste período, reúne publicações, notas e documentos e dita a Marie, página por página, aquilo que se transformará em um grosso livro (Debré, 1995, p. 240-241). A colheita de casulos daquele ano é um sucesso, e Vaillant escreve ao imperador Napoleão III dizendo que ele está maravilhado e pensa recompensá-lo com uma cadeira no Senado, assim como fez com Dumas e Claude Bernard. O nome de Pasteur é indicado “pelos serviços prestados à ciência por meio de seus belos trabalhos”. A estada nesta propriedade imperial coroa, simbolicamente, um estudo empreendido pelo governo de Napoleão III, e por isso, ele dedica a publicação de seu trabalho à imperatriz Eugénia de Montijo, escrevendo “a imperatriz dignou-se a se interessar pelas minhas primeiras observações e convidou-me a continuá-la ao me dizer que a maior grandeza da ciência está em seus esforços para estender o círculo de suas aplicações benéficas. Fiz, então, Vossa Majestade, uma promessa que procurei cumprir durante cinco anos de perseverantes pesquisas” (Debré, 1995, p. 243). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Banner da Expo Pasteur na fachada do Palais de la Découverte em Paris, França. Expo Pasteur no Palais de la Découverte em Paris, França. Personalidades envolvidas na resolução das doenças do bicho-da-seda. Imagem da Expo Pasteur no Palais de la Découverte em Paris, França. Em 1865, a pedido de Jean-Baptiste Dumas, Pasteur vai se dedicar às pesquisas do bicho-da-seda. Dumas era Ministro da Agricultura e Comércio e precisava redigir um relatório para o Senado sobre o flagelo que dizimava a indústria sericícola na França. Ele solicita, então, a cooperação de Pasteur para salvar a seda. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda no Instituto Pasteur de Lille, na França. Désiré Gernez. Eugène Maillot. Jules Raulin. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda no Instituto Pasteur de Lille, na França. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda no Instituto Pasteur de Lille, na França. Jean-Henri Fabre. Émile Duclaux. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda na Maison natale de Pasteur na cidade de Dole, França. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda na Maison natale de Pasteur na cidade de Dole, França. Marie e Louis Pasteur. Marie-Louise Pasteur. Continue lendo a biografia
- Vacinação: Raiva | Pasteur Brasil
Vacinação: Raiva Para designar o micróbio invisível da raiva, Pasteur usa a palavra “vírus”. Ele mantém este termo porque é mais abstrato, porque torna o contágio uma força nociva que é exercida no organismo. Ele adivinha a existência de um vírus porque espera por ele, sem nunca duvidar de sua existência pelo fato de não poder vê-lo (Debré, 1995, p. 463). Nesta etapa, Pasteur se dedica à patologia humana, e ultrapassa a abordagem profilática para inventar uma imunoterapia ativa, o tratamento por estimulação da imunidade. Pasteur se lembrava da angústia de ouvir o comentário de um lobo com raiva que andava na região de Arbois e mordia homens e animais. Na época ele tinha 8 anos. Estudar a raiva seria um benefício para a humanidade e um triunfo para a difusão das descobertas sobre a vacinação. No estudo experimental da raiva, Pasteur tem um predecessor, Pierre Victor Galtier, que comunica à Academia de Medicina, da qual Pasteur faz parte, uma nota que chama a atenção de Pasteur: mostrou que os coelhos eram os melhores animais para desenvolverem a raiva, depois da inoculação, de cachorros suspeitos. Pasteur faz um experimento, mas percebe que o coelho morre rápido demais para que seja “raiva”. De modo cauteloso, analisa o sangue dos coelhos mortos no laboratório e sua descrição o leva a revelar a descoberta do pneumococo. Para os adversários de Pasteur, encabeçados por Michel Peter, essa descoberta prova que não é possível acreditar nos micróbios, e diz “Pasteur pretende trabalhar com a raiva, e na verdade estuda outra afecção?”. Com a ajuda de Chamberland, Roux e Thuillier, Pasteur começa a estudar a raiva, e se apoia em trabalhos anteriores, não só de Galtier, mas também de Henri Duboué. Este médico envia seus trabalhos a Pasteur e se mostra particularmente interessado em tudo o que diz respeito à localização evidente da doença na substância cerebral. Depois da morte de Claude Bernard, Pasteur se torna o alvo principal dos antivivissecionistas, Inclusive na Inglaterra. Em defesa de Pasteur, Charles Darwin declara que “a fisiologia não poderá avançar se suprimirmos experiências com animais vivos, e tenho a íntima convicção de que retardar o progresso da fisiologia é cometer um crime contra o gênero humano” (Debré, 1995, p. 482). O primeiro paciente tratado por Pasteur será Joseph Meister, uma criança de 9 anos que foi atacada por um cão raivoso. Ele e sua mãe correm até Pasteur pedindo ajuda. Pasteur conta 14 lesões de gravidade alarmante, mas a circunstância favorável é de que as mordidas são recentes. Antes de se pronunciar, Pasteur consulta dois médicos nos quais confia plenamente: Alfred Vulpian (seu colega na Academia de Medicina), que é um dos médicos mais respeitados de sua época. Ele é membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação. O outro médico é Jacques-Joseph Grancher, um jovem doutor chefe da unidade de Pediatria do Hospital Enfants-Malades, que associa um excelente conhecimento de microbiologia e a especialização em pediatria. Grancher também aconselha a Pasteur administrar o tratamento anti-rábico. Estes dois médicos examinam o paciente e realizam as inoculações, o que é de grande felicidade para Pasteur, tendo em vista que precisa de um médico para fazer as injeções, e Roux se opõe frontalmente, recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489). O tratamento é um sucesso e Pasteur continua a se interessar pela educação do menino, inclusive abrindo-lhe uma poupança para suas pequenas despesas. Os Meister pedem a Pasteur ajuda para arranjar um emprego ao pai, pois como são da Alsácia, querem sair da tutela alemã. Pasteur faz todo o possível para ajudar a família. Futuramente, Joseph será empregado como guarda do Instituto Pasteur (Debré, 1995, p. 492). Em 1940, quando os alemães invadiram Paris, querem entrar no túmulo de Pasteur e de Marie. Eles encontram a oposição de Joseph Meister, zelador do Instituto. Ele se recusa a abrir os portões da cripta, e numa profunda depressão, ele se tranca em seu pequeno alojamento e acaba cometendo suicídio (Debré, 1995, p. 548). O segundo paciente será Jean-Bapiste Jupille, um jovem de 15 anos. O tratamento também é realizado com sucesso e há grande repercussão na imprensa, com o jovem se tornando uma “celebridade”. Futuramente, este também será empregado como porteiro do Instituto Pasteur, assim como Meister (Debré, 1995, p. 492-493). O mesmo sucesso não ocorre com a criança Louise Pelletier, que só é levada a Pasteur 37 dias após ser mordida por um cachorro raivoso, com lesões supurando. Pasteur sabe que o prazo é muito longo e que caminha para o fracasso do tratamento. Contudo, ele se dobra diante da insistência dos pais e diante do sofrimento da criança. Poucos dias depois a criança falece, no mesmo dia do enterro do amigo Henri Bouley, da Academia de Medicina e Academia de Ciências. Os adversários de Pasteur tentam explorar o drama, mas não conseguem abalar a confiança geral no tratamento (Debré, 1995, p. 495). A notícia do tratamento da raiva atravessa oceanos, e 4 crianças norte-americanas são tratadas em Paris e são salvas, trazendo uma publicidade de proporções inesperadas. Poucos meses depois, é a vez de a Rússia apelar para Pasteur e 19 vítimas também são tratadas. Devido ao longo tempo até chegarem a Paris, algumas já estão em estado muito grave, mas 16 se curam. Sabendo do sucesso, o príncipe Alexandre Oldenburg decide fundar em São Petesburgo um laboratório anti-rábico. Adrien Loir é quem vai para a Rússia. O tratamento se difunde e logo também se vacina em Londres, Viena, na Versóvia, e outros. As pessoas vêm de toda parte para o laboratório na Rua Ulm. Pasteur afirma em 1886 que de 1.235 franceses (França e Argélia) tratados preventivamente contra a raiva, o tratamento só foi ineficaz para 3, e diz, “desafio qualquer um a contradizer esses fatos e asserções” (Debré, 1995, p. 497). No entanto, por mais eloquentes que sejam os números apresentados, os adversários de Pasteur procuram as menores falhas, fazendo com que ele tenha que se justificar constantemente. Michel Peter, um dos mais obstinados oponentes de Pasteur, continua a atacá-lo. Há vezes em que Vulpian é quem responde as controvérsias, defendendo Pasteur. No entanto, há aqueles que acusam Pasteur de homicida, inclusive na Faculdade de Medicina. Alguns alunos se dividiam entre pasteurianos e antipasteurianos e trocavam socos por causa disso (Debré, 1995, p. 498-501). Roux continua denegrindo o método e as críticas diárias chegam a impressionar os mais fiéis colaboradores, em particular Adrien Loir. Os ataques repetidos de Peter e a desconfiança de Roux modificam a atmosfera do tratamento, e Pasteur tem dificuldades em convencer os médicos a respeito da eficácia do método. Mesmo com os ataques, inclusive dos jornais da época, Pasteur se mantém seguro de suas convicções, mas já se encontra com mais de 60 anos e começa a sentir alterações do ritmo cardíaco. Cedendo às orientações dos médicos, aceita fazer um pouco de repouso e viaja com a família para a Itália (Debré, 1995, p. 501-504). Os raros fracassos do tratamento são explorados. Por isso, depois de cada morte, Pasteur levanta provas para se defender. Um dos primeiros casos, que transforma a vida no laboratório é de Jules Rouyer, é de uma criança mordida que é tratada. Depois, falece logo após receber um pontapé na região lombar. O médico legista solicita necropsia. Pasteur está na Itália de férias com a família, então Loir vai até o necrotério acompanhado de um delegado de polícia, onde a necrópsia é feita na sua presença e de Grancher. Roux pede que enviem o bulbo raquiano, pois é o único modo de saber se a criança morreu de raiva. No dia seguinte, duas testemunhas, hostis ao método de Pasteur comparecem à necropsia: um conselheiro municipal, Adolphe Rueff e o médico Georges Clemenceau, defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur. O médico legista, Paul Broudael observa a disfunção renal provocada pelo pontapé. No laboratório de Pasteur identificam também o vírus da raiva. Broudael sabe que se colocar no relatório as duas doenças como causa da morte, a responsabilidade de Pasteur será questionada e se recuaria 50 anos na evolução da ciência (em suas palavras), então opta por colocar apenas insuficiência renal. Posteriormente, após a inoculação em coelhos que ficam bem e não morrem, comprova-se definitivamente a versão oficial da morte dada por Broudael. Pasteur também precisou lidar com os ataques hostis das revistas especializadas e de publicações da imprensa geral, especialmente alemãs e italianas, e responde cada um dos argumentos. Contudo, só excepcionalmente escreve em jornais de grandes tiragens, preferindo atuar por meio de comunicações acadêmicas. No entanto, Grancher, Vulpian e Charles Richet o defendem sempre que necessário, publicando numerosos artigos que se propagam por toda a França. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´Œuvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. Doenças e vacinas. Cão raivoso. Coleta de saliva de cão raivoso. Pasteur e coelhos usados nos experimentos. Pasteur em seu laboratório na École Normale Supérieure em 1885, segurando o frasco contendo a vacina anti-rábica. Óleo sobre tela de Albert Edelfelt, 1886. Joseph Meister, por volta de 1885, quando recebeu a vacina anti-rábica desenvolvida por Pasteur. Pasteur e Jean-Bapiste Jupille, um jovem de 15 anos que foi o segundo paciente vacinado. Pacientes russos de Smolensk em 1886. Pacientes árabes e bretões em 1890. Pasteur, Metchnikoff, pacientes e equipe de apoio ao serviço de vacinação. Pasteur rodeado de pacientes que buscam seu laboratório para a vacinação anti-rábica. Conferência antipasteuriana. Continue lendo a biografia