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66 resultados encontrados para ""

  • Primeiros Beneméritos | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Primeiros Beneméritos Jean-Joseph Pasteur 1791-1865 *Ver a microbiografia de Jean-Joseph Pasteur no grupo Família Nuclear. O pai de Pasteur foi seu primeiro preceptor. Ele gostaria de ver o filho diretor do Collège d´Arbois. Tinha poucos amigos, mas eruditos: professores, o médico da cidade (Dr. Dumont – ex-médico militar que se tornou médico do hospital de Arbois) e outros (Debré, 1995, p. 33-34). Etienne Renaud ? Renaud era um jovem e ardente professor francês que se apegava aos alunos e sabia como diverti-los. Foi o primeiro professor de Louis Pasteur na escola primária, em 1831, na cidade de Arbois. Gostava de contar seus atos heroicos durante as campanhas bonapartistas. Mais tarde, na época das honras e dos discursos, Pasteur sempre citará, com reconhecimento, este docente que ministrou suas primeiras aulas (Debré, 1995, p. 32-33; Garozzo, 1974, p. 29-30). Emmanuel Bousson de Mairet 1796-1871 Amigo do pai de Pasteur, Mairet era homem de letras, filósofo e historiador francês. É autor de pelo menos 30 textos, dentre estes, sobre a história de Arbois, batalha de Alésia de Júlio César, escreveu uma tragédia sobre Joana d´Arc, dentre outros. Foi devido a este erudito local que a família de Pasteur se instalou em Arbois. Emmanuel foi professor no Collège d´Arbois, mas, vítima de surdez, teve de se aposentar prematuramente. Torna-se tutor de Louis Pasteur, ajudando-o a progredir consideravelmente, inclusive em retórica, onde amealha vários prêmios (Debré, 1995, p. 34-35; Viñas, 1991, p. 34; Garozzo, 1974, p. 32). Ref. https://data.bnf.fr/en/12251066/emmanuel_bousson_de_mairet/ Romanet ? Diretor do Collège d´Arbois, o francês Romanet teve influência decisiva na carreira de Louis Pasteur. Na época, Louis Pasteur o escuta enaltecer os benefícios da educação e descrever o único lugar que lhe parece digno das capacidades que vê no infante Louis: a École Normale Supérieure (Debré, 1995, p. 35, 39; Viñas, 1991, p. 36; Garozzo, 1974, p. 32-33). Barbier ? Amigo do pai de Pasteur, o capitão Barbier provinha de Arbois, na França. Era Oficial da Guarda Municipal de Paris. Propõe ao pai de Louis ser o correspondente do jovem caso fique decidido que ele prossiga os estudos em Paris. Barbier fala de uma instituição no Quartier Latin onde se preparam os alunos para as Écoles, dirigida por uma pessoa também do Franco-Condado, o sr. Barbet (Debré, 1995, p. 35-36, 39; Viñas, 1991, p. 36). Barbet ? Barbet, proveniente de Pagnoz, cidade do Franco-Condado, na França. Era dono do internato onde Louis Pasteur vai, primeiro aos 15 anos com Jules Vercel, e depois aos 17 anos com Cahrles Chappuis, se preparar para o concurso da École Normale Supérieure. Este senhor cortou pela metade as mensalidades de Pasteur e Jules. Aconselhou os rapazes e explicou o sistema de estudo. Aos 17 anos, Pasteur é recebido novamente neste internato. Logo, prontificou-se a dar aulas aos rapazes mais atrasados e conseguiu desconto de dois terços no valor da mensalidade. Barbet permitiu, desde que não lecionasse nos horários dedicados aos seus estudos, e assim decidiu-se por fazê-lo todos os dias das 6h às 7h da manhã. Depois de alguns meses, o Sr. Barbet resolveu isentá-lo de qualquer taxa, por toda sua dedicação e ajuda ao internato (Debré, 1995, p. 36; Viñas, 1991, p. 34, 36; Garozzo, 1974, p. 37, 39). Répécaud ? *Mais informações sobre os autores Droz e Pellico podem ser encontradas no grupo Leituras Iniciais. Répécaud era provedor do Colège de Besançon. Depois da formatura de Louis Pasteur, ofereceu-lhe o cargo de professor suplementar neste mesmo colégio, mas sem remuneração (Garozzo, 1974, p. 47-49). Louis aceitou a proposta, aos 18 anos, ganhando prática e com o tempo se tornando um dos professores mais queridos do colégio. Foi nesta época que achou indispensável aperfeiçoar o seu caráter, e algumas obras ajudaram bastante neste período, dentre elas a de Joseph Droz e de Silvio Pellico. Jean-Marie-Napoléon-Désiré Nisard 1806-1888 *Ver microbiografia de Désiré Nisard no grupo Academia Francesa. Crítico acadêmico e literato francês. Membro da Academia Francesa (eleito em 1850). Deputado (em 1842) e depois senador (em 1867). Publicou a "Coleção de autores latinos com tradução francesa" com muitos colaboradores, incluindo seus irmãos: Nisard, Auguste (1809-1892) e Nisard, Charles (1808-1889). Désiré Nisard nomeia Pasteur como Diretor de Estudos Científicos da École Normale Supérieure. Ref. https://data.bnf.fr/en/12052360/desire_nisard/ Próximo Grupo

  • Relações Políticas | Pasteur Brasil

    Relações Políticas No final de 1859, Pasteur não tinha a mínima subvenção para instalar-se na Rua Ulm. Escreveu a Gustave Rouland, então ministro da Instrução Pública a fim de chamar a atenção para os benefícios que poderiam ser extraídos de um estudo completo sobre a doença dos vinhos, solicitando fundos necessários para a instalação e experimentos no laboratório na rua Ulm em Paris: "Acho que obedeço, senhor ministro, a uma parte de suas instruções, consagrando todo o tempo de que disponho aos progressos da ciência." Era uma maneira indireta de pedir os fundos necessários destinados à instalação de um rico material. Responderam-lhe que os créditos deveriam ser "inteiramente consagrados à conservação dos edifícios e não à execução dos trabalhos que a conveniência das pessoas alojadas nesse edifícios reclama". De tanto insistir, Pasteur acabou, entretanto, obtendo alguns subsídios. Mas só podia tratar-se de uma instalação provisória. Todavia, o equipamento de que Pasteur precisava na época era modesto. Suas pesquisas sobre a fermentação só exigiam uma estufa, um microscópio, produtos químicos, recipientes de vidro. Mas, se o Ministério quisesse dar algum dinheiro para a reparação da água-furtada, claro estava que era impensável assegurar os respectivos equipamentos ou o funcionamento: "Não há orçamento ad hoc que nos permita subvencionar cinquenta cêntimos para os seus gastos com experiências." Foi, portanto, com seu próprio salário que Pasteur teve de equipar e manter seu laboratório. Tal instalação lhe custou cerca de dois mil francos, soma considerável para a época (Debré, 1995, p. 161, 551). Em 1863, ano seguinte à sua eleição para a Academia de Ciências, Pasteur é apresentado a Napoleão III, por Jean-Baptiste Dumas, segundo o costume da época ao ingressar na Academia. Naquele mesmo ano, Ildephonse Favé, oficial da ordem de Napoleão III, sugere que o imperador proponha a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho. Pasteur aceita o pedido, mas recusa qualquer ajuda financeira (Debré, 1995, 245-246, 254). Dois anos depois, Napoleão III disse ter muito interesse em se manter informado do andamento das pesquisas e o convida para passar 1 semana no castelo de Compiègne (Debré, p. 246). É realizada uma demonstração aos imperadores ao microscópio, com amostras de vinho (Debré, 1995, p. 251). Em 1863, Pasteur escreve a Napoleão III dizendo que “é chegado o tempo de libertar as ciências experimentais das misérias que as entravam” (Debré, 1995, p. 166). No dia seguinte, o imperador pede a Victor Duruy, Ministro da Instrução Pública, que empreenda a construção de um novo laboratório na Rua Ulm. Contudo surgem obstáculos para a continuidade da obra, pois os créditos suplementares que a construção exige são recusados pela administração. Encontra-se dinheiro para levantar a Ópera Garnier, mas não para a pesquisa científica. Pasteur fica indignado e, em 1868, prepara um artigo denominado “O orçamento da ciência” para o jornal Le Moniteur a fim de mobilizar a opinião pública. Em um dos trechos ele diz: “suprimam os laboratórios, e as ciências físicas se tornarão a imagem da esterilidade da morte”. Algumas semanas depois, o imperador reúne todos os membros do governo e um conjunto de cientistas, inclusive Pasteur. Napoleão III convida cada um a se exprimir. Pasteur recorda a criação da função de estagiário e fala em seguirem o exemplo da Alemanha, onde inclusive eles moram nas proximidades do seu laboratório (Debré, 1995, p. 166-168). Victor Duruy foi um interlocutor muito próximo de Pasteur, construindo uma verdadeira relação de amizade. Inclusive, a filha de Duruy, Hélène, era colega de Cécile, filha de Pasteur que faleceu ainda criança. A passagem de Duruy no Ministério da Instrução Pública ficará marcada pela atenção e ajuda concedida aos cientistas, não só a Pasteur. Ele é responsável por criar o decreto generalizando a criação de laboratórios de pesquisa nas faculdades, devido à forte influência de Pasteur. Ambos tinham a convicção de que a ciência constitui uma parte essencial do patrimônio nacional, e Duruy ajuda a vencer obstáculos administrativos para desbloquear o crédito para a finalização do laboratório de química fisiológica (Debré, 1995, p. 168-170). Duruy vela pelo ingresso de Pasteur na Legião de Honra e faz com que seja atribuído um prêmio pelos seus trabalhos sobre a fermentação do vinho, por ocasião da Exposição Universal de 1867. Nesta ocasião, Pasteur divide as honras com 63 outras pessoas, dentre as quais Ferdinand de Lesseps, que recebe uma imensa ovação pelo seu projeto de um canal ligando o Mar vermelho ao Mediterrâneo. Pasteur naquela época, ainda não era conhecido (Debré, 1995, p. 170-171). Por volta de 1863, Pasteur vai ao salão da princesa Mathilde. Lá fala da necessidade de uma reforma na produção do vinho ou do vinagre e queixa-se da pouca consideração de que dispõem os laboratórios e da inércia dos poderes públicos. No fundo esta é a intenção de Pasteur ao comparecer nestas ocasiões. O resultado obtido é a criação de uma cátedra de física e química aplicadas na École de Belas Artes, onde leciona para estudantes de arquitetura, onde fala bastante de higiene e do mal emprego da ventilação (Debré, 1995, p. 152-153). Pasteur é nomeado senador em 1870, mas o decreto não pôde ser oficialmente promulgado (devido à guerra), e portanto, o nome de Pasteur não figura na lista de senadores do Império (Debré, 1995, p. 271, 336-337). No início de 1876, após sua aposentadoria, Pasteur vai concorrer ao Senado Republicano. Ele está com 53 anos. Ele não adere a nenhum partido e diz que enquanto a ciência e a política estiverem separadas, o progresso será impossível. É atacado tanto pela esquerda quanto pela direita e fica em último lugar. Escreve a esposa dizendo-se muito feliz por ter sido derrotado, pois o sucesso o teria atrapalhado. Mesmo não tomando parte diretamente dos debates sobre a reforma do ensino superior, seu recado foi entendido e 3 meses depois toma conhecimento de que o Ministro da Instrução Pública vai conceder novos laboratórios ao Collége de France, aumentar e modernizar a Sorbonne (Debré, 1995, p. 335 a 338). D. Pedro II acompanhava com grande interesse os trabalhos de Pasteur, e desejava que o Brasil seguisse os passos do cientista. Durante os anos 1880 eles trocam algumas cartas. Pedro II preocupa-se particularmente com a febre amarela e em uma carta de 1882 escreve “espero que não se esqueça das pesquisas de micróbios da febre amarela, descobrindo-lhe uma vacina”. O imperador brasileiro desejava muito a vinda de Pasteur para o Brasil, o que não ocorreu devido à idade avançada de Pasteur e as sequelas do AVC. Em 1886, Pedro II confere a Pasteur a “Ordem da Rosa” pelo serviço prestado à humanidade (Lima; Marchand, 2005, p. 17, 25). Em 1884, em carta a Dom Pedro II, Pasteur participa ao imperador do Brasil que até aquele momento ainda não havia efetuado nenhuma experiência com humanos. Verifica a possibilidade de no dia da execução da sentença de morte dos condenados (que ele pensava existir), ser oferecida a escolha de ter uma morte iminente ou a possibilidade de participar de um experimento científico que consistiria em inoculações preventivas da raiva, de modo a tornar-se refratário à doença. Disse: “No caso de ser salvo, e estou persuadido de que isso aconteceria, como garantia para a sociedade que condenou o criminoso, eu o submeteria a uma vigilância para o resto da vida” (Debré, 1995, p. 484). Frederick Hamilton-Temple-Blackwood, conhecido por Lord Dufferin, enquanto embaixador britânico em Paris, escreveu às autoridades britânicas na Índia sugerindo que fossem oferecidas instalações a Waldemar Haffkine, bacteriologista ucraniano do império da Rússia, que iniciou os seus experimentos sobre a cólera no Instituto Pasteur, para continuar seus estudos de cólera naquele local. Lord Dufferin se destacou como diplomata, especialmente como embaixador britânico em São Petersburgo e como governador-geral do Canadá, o que levou à sua nomeação como vice-rei da Índia. Após, foi embaixador britânico em Paris (1891 – 1896). Sadi Carnot, presidente da França, comparece à cerimônia de inauguração do Instituto Pasteur (1888) e ao Jubileu de 70 anos de Pasteur (1892). Carnot disse “não faltarei, vosso Instituto é uma honra para a França” (Masi, 1999, p. 111). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. MASI, Domenico de (org.). A Emoção e a Regra: os grupos criativos na Europa de 1850 a 1950. Rio de Janeiro, RJ: José Olympio, 1999. https://www.encyclopedia.com/international/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/dufferin-lord Gustave Rouland. Jean-Baptiste Dumas. Napoleão III e Eugénia de Montijo. Victor Duruy. Dom Pedro II. Lord Dufferin Sadi Carnot. Continue lendo a biografia

  • Família Nuclear | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Família Nuclear Jean-Joseph Pasteur 1791-1865 O pai de Louis Pasteur era francês e tornou-se órfão na 1ª infância. Era filho único e foi criado pela avó e tias. Aos 21 anos foi convocado para a guerra da Espanha (1812-1813) e foi denominado “bravo entre os bravos”, sendo nomeado sargento-mor. Recebeu a cruz de Cavalheiro da Legião de Honra pelo imperador Napoleão Bonaparte. Como o pai, seu ofício era de curtidor. Era reservado e taciturno (Viñas, 1991, p. 25). Tinha caráter firme, meditativo e corajoso (Garozzo, 1974, p. 50). Zelava pela educação do filho, tornando-se seu professor particular, seu primeiro preceptor. Adquiriu o primeiro dicionário da família “Novo Vocabulário ou Dicionário Portátil da Língua Francesa com Pronúncia”, publicado por Rolland e Rivoire em 1803. Jean-Joseph Pasteur ansiava pelo conhecimento e encorajava os estudos do filho. Naquela época, o que gostaria era ver o filho diretor do Collège d´Arbois. L. Pasteur compartilhava com o pai seus progressos nos estudos, dúvidas e preocupações. Jean-Joseph tinha poucos amigos, mas eruditos, a exemplo de professores e o médico da cidade de Arbois, Dr. Dumont, um ex-médico militar que se tornou médico do Hospital desta urbe. Teve presença marcante na vida de Louis Pasteur, dando-lhe conselhos, ensinando sobre honra, justiça e dever. Possivelmente influenciou no patriotismo do filho. Jean-Joseph era um homem atencioso e trabalhador, que tinha como lema: "Nunca pense em nada além do que você está dizendo ou fazendo no momento" (Pasteur Vallery-Radot, 1956, p. 8). Resmungão, às vezes causava medo aos netos (Debré, 1995, p. 149). Em 1883, Pasteur, relembrando a memória de seus pais na frente da casa o nde nasceu, disse: "Ó meu pai e minha mãe! Ó meus queridos falecidos que viveram tão modestamente nesta casinha, é a vocês que devo tudo!" (...) Você, meu querido pai, cuja vida foi tão difícil quanto sua árdua profissão, me mostrou o que a paciência pode fazer em longos esforços. É a você que devo a tenacidade em meu trabalho diário. Você não só tinha as qualidades perseverantes que tornam a vida útil, mas também tinha a admiração de grandes homens e grandes coisas. Olhe para cima, aprenda além, busque sempre se elevar, foi isso que você me ensinou. Ainda posso vê-lo, depois de seu dia de trabalho, lendo, à noite, alguma história de batalha de um daqueles livros de história contemporânea que o lembrava de tempos gloriosos que você testemunhou. Enquanto me ensinava a ler, você teve a preocupação de ensinar-me a grandeza da França. Sejam abençoados ambos, meus queridos pais, pelo o que vocês foram (Pasteur Vallery-Radot, 1956, p. 8). Jeanne-Etienette Roqui 1793-1848 A mãe de Pasteur era uma mulher francesa simples e trabalhadora, proveniente de família de jardineiros. Possuía bom senso, imaginação e entusiasmo. Apresentava características contrastantes e complementares ao marido, mostrando-se entusiasta e imaginativa. Aos 13 anos, Pasteur faz o desenho de sua mãe, em pastel. A primeira tese de Pasteur, dedica-a ao pai. A segunda tese, dedica-a à mãe. Em última carta direcionada à Louis Pasteur, no início de 1848, Jeanne-Etienette parece se despedir para sempre do filho ao escrever "Meu querido menino, desejo-lhe um bom ano. Cuide de sua saúde. Às vezes me consolo de sua ausência pensando quanto me foi reconfortante ter um filho que conquistou uma posição que o tem feito feliz, como você mesmo nos disse em sua última carta" (Viñas, 1991, p. 59). E despede-se da seguinte forma: "O que quer que te aconteça, não fiques triste; na vida, tudo não passa de quimeras..." (Debré, 1995, p. 68). Estas palavras parecem pressagiar um evento que não tardará a ocorrer: a mãe de Pasteur falece em 21 de maio daquele ano aos 55 anos de um fulminante ataque de apoplexia (AVC) (Debré, 1995, p. 68). Pasteur escreve ao amigo Charles Chappuis: "Ela sucumbiu em poucas horas, e quando cheguei não estava mais entre nós. Vou pedir uma licença" (Viñas, 1991, p. 61). Fica evidente que o vínculo com a mãe era muito intenso já que, durante semanas, "Pasteur se fecha em um mutismo total e suspende toda a atividade científica” (Viñas, 1991, p. 61). Jean-Denis Pasteur 1816-1816 Primeiro filho do casal Pasteur. Falece nos primeiros meses de vida (Debré, 1995, p. 30). Jeanne-Antoine Pasteur (Virginie) 1818-1880 Irmã mais velha de Pasteur. Ela se casa com seu primo Gustave Vichot, que será sócio de Jean-Joseph antes de o suceder à frente do curtume, e morrerá em Arbois, em 1880 (Debré, 1995, p. 30). Joséphine Pasteur 1825-1850 Irmã mais nova de Pasteur. Joséphine sofria dos pulmões e morreu aos 25 anos (Debré, 1995, p. 31). Émilie Pasteur 1826-1853 Caçula da família. Émile contrai uma encefalite aos 3 anos de idade, o que acarreta um "retardo mental". Viveu no convento das Ursulinas em Voiteur, na região do Jura na França. Falece aos 26 anos (Debré, 1995, p. 31, 556). Próximo Grupo

  • Academia de Ciências | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Academia de Ciências Jean-Baptiste Biot 1774-1862 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste Biot no grupo Primeiras Influências Científicas. Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Antoine-Jérôme Balard 1802-1876 *Ver a microbiografia de Antoine-Jérôme Balard no grupo Primeiras Influências Científicas. Eilhardt Mitscherlich 1794-1863 *Ver a microbiografia de Eilhardt Mitscherlich no grupo Primeiras Influências Científicas. Em 1852, Mitscherlich vai a Paris para ser recebido como correspondente estrangeiro na Academia de Ciências, em companhia do mineralogista Gustav Rose, professor na Faculdade de Berlim. Ambos quiseram se encontrar com Pasteur para ouvir de sua própria boca as circunstâncias detalhadas de suas descobertas sobre o tártaro (Debré, 1995, p. 86). Os três cientistas (Pasteur, Mitscherlich e Rose) passam duas longas horas juntos discutindo as circunstâncias da observação, refletindo sobre as consequências. “Estudamos tanto e tanto esses cristais que estamos persuadidos de que se você não encontrasse, ao observá-los de novo, esse fato tão notável, nossa descoberta ficaria ignorada durante um tempo considerável” (Debré, 1995, p. 87). Gustav Rose 1798-1873 Mineralogista alemão. Presidente da Sociedade Geológica Alemã. A família de Rose tinha uma forte tradição científica. Seu avô, Valentin Rose, o mais velho, inventou a liga de baixo ponto de fusão ainda conhecida como metal de Rose. Klaproth, um amigo próximo da família até sua morte em 1817, havia anteriormente (1771-1780) encarregado da farmácia da família antes que o pai de Gustav, Valentin Rose, o mais jovem, um colaborador original da metodologia de análise química inorgânica, viesse de idade. Quando tinha apenas dezessete anos, Gustav e seus irmãos lutaram na campanha contra Napoleão em 1815. No ano seguinte, seu aprendizado em uma mina na Silésia foi interrompido por uma doença. Ele voltou para Berlim, onde estudou mineralogia com CS Weiss. Sua dissertação, De sphenis atque titanitae systematae crystallino, foi apresentada na Universidade de Kiel em dezembro de 1820. Neste trabalho, a primeira monografia sobre a morfologia do cristal de uma espécie mineral baseada em medições precisas com um goniômetro refletivo, Rose estabeleceu a identidade do esfênio e da titanita. Seguindo seu irmão mais velho Heinrich, mais tarde professor de química em Berlim, e Eilhard Mitscherlich , cuja descoberta do isomorfismo, anunciada em 1819, foi apoiada pelas medições goniométricas precisas de Rose, ele então passou vários anos no laboratório de Berzelius em Estocolmo. Rose voltou a Berlim em 1823 para se tornar um Dozent sob Weiss e professor extraordinário em 1826. Ele se tornou professor ordentlicher em 1839, sucedeu Weiss como diretor do Museu de Mineralogia em 1856 e permaneceu ativo nesses cargos até sua morte. Em 1829, Rose, com CG Ehrenberg, foi escolhido para acompanhar Humboldt em uma viagem científica encomendada pelo czar aos Urais, Altai e Mar Cáspio . Isso o levou até a fronteira da China. A crônica da viagem em dois volumes de Rose inclui extensas observações sobre geologia, mineralogia e recursos minerais das regiões percorridas que foram amplamente citadas e por muito tempo foram a principal fonte de informações sobre esses assuntos. Rose publicou cerca de 125 artigos, abordando quase todos os aspectos da mineralogia conhecidos em sua época. Muito de seu trabalho estava relacionado a minerais ou grupos de minerais específicos. Ele descobriu cerca de quinze novos minerais, todos ainda considerados espécies válidas, sendo o mais importante a anortita; e ele também fez contribuições significativas em muitos outros campos. Através de suas meticulosas medidas goniométricas contribuiu para o desenvolvimento do conceito de isomorfismo, acrescentando alguns exemplos importantes. Com Riess (1843), em seu único artigo com um co-autor, ele introduziu os termos ainda atuais “polo análogo” e “polo antilógico” em conexão com a correlação dos efeitos piroelétricos com a morfologia. Ele distinguiu adequadamente entre romboedros positivos e negativos no quartzo e estabeleceu sua classe de cristal correta. Experimentos de James Hall em mármore. Um de seus últimos artigos (1871) tratou das relações entre termoeletricidade e morfologia na pirita. A obra Elemente der Krystallographie de Rose, na primeira e na segunda edições, representou os últimos avanços da ciência na época. No entanto, o primeiro volume da terceira edição, que foi preparado por Alexander Sadebeck sob a direção de Rose e apareceu logo após a morte de Rose, praticamente não mostra nenhum sinal do progresso da ciência nos trinta e cinco anos após o lançamento da segunda edição. Em contraste, Rose's Mineralsystem (1852) era estritamente moderno e muito influente. Acabou com as “classificações naturais” que haviam impedido o progresso da mineralogia e se tornou um modelo para classificações posteriores. Com uma dezena de outros, entre eles Humboldt e Mitscherlich, Rose fundou a Deutsche Geologische Gesellschaft em julho de 1848, exatamente na época em que foi iniciada a publicação do mapa geológico 1: 100.000 da Silésia, de Rose e Beyrich. Rose era muito ativo na sociedade, servindo como secretário e, posteriormente, repetidamente como presidente. Em 1852, ele apresentou cinquenta seções finas de rochas em uma reunião da sociedade, sete anos antes do aparecimento do clássico artigo de Sorby, que normalmente é considerado o marco do início da petrografia microscópica. Todos os biógrafos de Rose enfatizam que ele era excepcionalmente modesto e gentil e desfrutava da estima duradoura de seus colegas e alunos. Entre os mais distintos destes últimos estavam o explorador Ferdinand von Richthofen, G. vom Rath, Paul von Groth e seu sucessor, CFM Websky. Ref. https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/metallurgy-and-mining-biographies/gustav-rose Friedrich Christian Fikentscher 1799-1864 Industrial alemão. Foi também vereador, membro saxão do parlamento estadual. Trabalhou cedo na fábrica de produtos químicos de seu pai sob a direção do mesmo. Em 1817, frequentou o famoso instituto de ensino de JB Trommsdorff em Erfurt e lá aperfeiçoou seus conhecimentos de química. As várias viagens que fez pela França e Inglaterra serviram ao mesmo propósito. Ainda jovem, dirigiu uma fábrica de vidro que pertencia a seu pai perto de Marktredwitz, onde foi o primeiro a introduzir o sulfato de sódio mais barato em vez de refrigerante na produção de vidro. Em 1822 ele conheceu Goethe em Marktredwitz. Para isso, ele fez óculos especiais “entópticos” para experimentos em sua teoria das cores. Após a morte de seu pai, ele e seu irmão Matthäus Wilhelm dirigiram a fábrica de produtos químicos. As diferenças de caráter tornavam a colaboração desagradável. Portanto, em 1845 fundou sua própria fábrica em Zwickau, uma vidraria para vidro oco e laminado, um departamento químico no qual eram produzidos ácido sulfúrico, ácido clorídrico, preparações de mercúrio, ácido tartárico, cal clorada, ácido arsênico e outros. Em 1848, ele deixou a empresa Redwitz por completo. Para se tornar independente das importações da Inglaterra, fez tentativas bem-sucedidas na produção de grés à prova de ácido e desenvolveu uma importante produção a partir dela, que mais tarde se tornou o principal ramo da fábrica. Os produtos gozavam de reputação mundial. Ref. https://www.deutsche-biographie.de/sfz39224.html Louis-Jacques Thénard 1777-1857 Químico francês. Professor no Collège de France e na École Polytechnique. Membro da Academia das Ciências. Membro Titular da Academia de Medicina. Barão. Foi professor e autor de um influente texto de quatro volumes sobre teoria e prática química básica (1813- 1816). Filho de um camponês, Thénard suportou dificuldades extremas para obter sua educação científica. Seus vários cargos de professor foram obtidos por influência de Nicolas-Louis Vauquelin, que também organizou a sucessão de Thénard para sua própria cadeira de química no Collège de France em 1802. Mais tarde, ele lecionou na École Polytechnique e na Sorbonne e eventualmente se tornou chanceler do Universidade de Paris. Em 1799 ele descobriu o azul de Thénard, pigmento usado na coloração de porcelanas. Ele fez muitas pesquisas notáveis com seu amigo Joseph-Louis Gay-Lussac. Suas realizações independentes incluíram estudos de ésteres (1807), a descoberta do peróxido de hidrogênio (1818) e o trabalho em compostos organofosforados. Tornou-se barão (1825), membro da Câmara dos Deputados (1828-32) e nobre (1832). Sua aldeia natal foi rebatizada de La Louptière-Thénard em sua homenagem (1865). Em 1852, Thénard era o químico mais coberto de honra do momento. Descobriu a água oxigenada, fez uma classificação dos metais. Foi também colaborador de Gay-Lussac. Era um bom-vivant, grande comilão (Debré, 1995, p. 86-87). Neste ano de 1852, o químico ofereceu um jantar em honra ao cientista alemão Eilhard Mitscherlich, que inventou o isomorfismo. Pasteur é convidado. Thénard ouviu a apresentação de Pasteur na Academia e se interessa por este jovem pesquisador, especialmente pelo fato de Pasteur se preocupar com as aplicações industriais de suas pesquisas. Assim como vários outros membros da Academia de Ciências, Thénard encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12402277/louis-jacques_thenard/ Ref. https://www.britannica.com/biography/Louis-Jacques-Thenard Henri-Victor Regnault 1810-1878 Professor de química na École Polytechnique e de física no Collège de France. Membro da Academia de Ciências (eleito em 1840). Diretor da Manufacture de Sèvres (1852-1871). Fotógrafo, membro fundador e presidente da Sociedade Francesa de Fotografia. Este químico e físico francês ficou conhecido por seu trabalho sobre as propriedades dos gases. Depois de estudar com Justus von Liebig, em Giessen, Regnault tornou-se professor de química sucessivamente na Universidade de Lyon, na École Polytechnique (1840) e no Collège de France (1841). Seu trabalho em quatro volumes sobre química apareceu em 1847. Enquanto diretor da fábrica de porcelana de Sèvres (desde 1854), ele continuou seu trabalho em ciências . Durante a Guerra Franco-Alemã (1870-71), seu laboratório foi destruído e seu filho Henri, o pintor, foi morto. Regnault projetou aparelhos para um grande número de medições físicas e redeterminou cuidadosamente os calores específicos de muitos sólidos, líquidos e gases. Ele mostrou que dois gases não têm exatamente o mesmo coeficiente de expansão e provou que a lei de Boyle da elasticidade de um “gás perfeito” é apenas aproximadamente verdadeira para gases reais. Ao apresentar seu termômetro de ar, ele determinou a expansão absoluta do mercúrio. Ele também desenvolveu um higrômetro. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Victor Regnault, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12537530/victor_regnault/ Ref. https://www.britannica.com/biography/Henri-Victor-Regnault Michel-Eugène Chevreul 1786-1889 Químico francês. Membro da Academia de Ciências (1826). Chevreul elucidou a composição química das gorduras animais e cujas teorias da cor influenciaram as técnicas da pintura francesa. A pesquisa da Chevreul levou a melhorias e maior uniformidade de produto na indústria de sabão e a um novo tipo de vela. Em 1825 ele obteve uma patente para a preparação de velas de ácido esteárico a partir de gordura. As velas de Chevreul, ao contrário das velas de sebo amplamente utilizadas, eram duras, inodoras e emitiam uma luz brilhante. As velas comerciais de estearina surgiram em Paris na década de 1830 e rapidamente se tornaram as velas mais populares da França. O fruto dos seus estudos das cores foi De la loi du contraste simultané des couleurs (1839; The Laws of Contrast of Color ), o seu livro mais influente. Ele forneceu muitos exemplos de como as cores justapostas podem aumentar ou diminuir a intensidade umas das outras e descreveu muitas maneiras de produzir os efeitos de cor desejados, como pontos monocromáticos em massa. Para representar as cores por padrões definidos, ele reuniu todas as cores do espectro visível, relacionando-as entre si em um sistema circular, e também produziu escalas de milhares de tons. Ele aplicou suas descobertas a tapeçarias e tecidos Gobelin, papel de parede, horticultura, cartografia, impressão em cores, mosaicos e pintura. Na verdade, ele “escreveu o livro” para artistas, designers e decoradores. Esta obra, com traduções para o inglês e o alemão, tornou-se o manual de cores mais usado do século XIX. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Chevreul, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12109972/eugene_chevreul/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Michel-Eugene-Chevreul Théophile-Jules Pelouze 1807-1867 Químico francês. Professor no Collège de France e na École Polytechnique. Pelouze era filho de Edmond Pelouze, cujos interesses em tecnologia industrial e invenção se refletiram em muitas publicações. Pelouze decidiu inicialmente seguir a carreira de farmacêutico e depois de servir como aprendiz em farmácias de La Fère e Paris, foi nomeado para estágio de farmácia hospitalar no Salpêtrière de Paris. Um encontro acidental com Joseph-Louis Gay-Lussac, cujo aluno e assistente de laboratório ele mais tarde se tornou, mudou o curso de sua vida. Pelouze, destemido pelas dificuldades financeiras, impressionou tanto Gay-Lussac com seu zelo e talento que Gay-Lussac se tornou patrono e amigo do jovem químico por toda a vida. Em 1830, Pelouze garantiu um cargo de professor de química em Lille e, pouco depois, competiu com sucesso pelo cargo de analisador na casa da moeda de Paris. Mais reconhecimento e sucesso vieram rapidamente: foi eleito para a Academia de Ciências (1837); ele ensinou e foi professor de química na École Polytechnique (1831-1846) e no Collège de France (1831-1850); foi membro do Conselho Municipal da Casa da Moeda de Paris (1848); foi membro do Conselho Municipal de Paris (1849); e ele sucedeu Gay-Lussac como químico consultor na fábrica de vidro da Saint-Gobain (1850). A partir de 1830, Pelouze rapidamente se estabeleceu como um notável químico analítico e experimental. Suas primeiras investigações incluíram estudos da salicina (1830), com Jules Gay-Lussac; beterraba sacarina (1831); fermentação (1831), com Frédéric Kuhlmann; conversão de ácido cianídrico em ácido fórmico; e decomposição do formato de amônio em ácido cianídrico e água (1831). Mais tarde, ele investigou o ácido pirogálico (1833); ácido etil fosfórico(1833); descobriu o cianeto de etilo (1834); e encontraram a fórmula correta para dinitrosulfito de potássio (1835). Em 1836, Pelouze e Liebig, com quem Pelouze havia trabalhado em Giessen, publicaram um longo livro de memórias tratando de várias substâncias orgânicas, incluindo a descoberta do éster enântico e do ácido correspondente. Digno de nota, também, foram a descoberta de nitrocelulose de Pelouze (1838); oxidação de borneol para obtenção de cânfora (1840); síntese de butirina (1843), com Amédée Gélis; produção de ácido glicerofosfórico (1845); trabalho sobre o curare (1850), com Claude Bernard ; e investigação do petróleo americano (1862-1864), com Auguste Cahours. Interessado principalmente em fatos empíricos, Pelouze era, infelizmente, indiferente às teorias químicas seminais de sua época. Em Paris, Pelouze fundou a escola de laboratório particular de química mais importante da França. Ele treinou muitos alunos e disponibilizou suas instalações de laboratório para a pesquisa pessoal de Claude Bernard e de outros químicos franceses e estrangeiros. Pelouze publicou pelo menos 90 artigos, sozinho ou com outros químicos eminentes. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Chevreul, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12529341/jules_pelouze/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/pelouze-theophile-jules Eugène Melchior Péligot 1811-1890 Químico francês. Administrador da Monnaie de Paris. Professor de Química no Instituto Agronômico (Debré, 1995, p. 87). A vida de Péligot vida foi dedicada ao ensino de química. Foi considerado um mestre despretensioso e trabalhador incansável. Como conferencista era conhecido pelo seu método, a clareza de posição, a amplitude de suas opiniões e a simplicidade da dicção. Depois de completar seus estudos no Colégio de Henrique IV ingressou como "elevè ingénieur" na Ecole Centrale des Arts et Manufactures, em 1829. A influência das palestras de Jean-Baptiste Dumas, professor de química daquela escola, foi logo sentida por Péligot, sendo decisiva a partir dessa data. Dedicou-se inteiramente à química e mal havia saído da escola quando Dumas percebeu sua capacidade e o admitiu em seu laboratório. Suas primeiras pesquisas envolveram o estudo do composto cromo. Ele descobriu e descreveu o monóxido deste elemento sulfato, oxalato e cloreto, o dióxido de cromo e dicromato de cloreto de potássio. Em 1841, Peligot produziu urânio puro a partir do óxido de urânio. Naquela época, não se sabia que o urânio era radioativo. Na verdade, a radioatividade não foi descoberta até 1898. Em sua vida, Peligot pesquisou uma ampla gama de assuntos, entre eles açúcares e suas reações, cromo, urânio, ferro e seus sais, a composição e estrutura do vidro, o bicho-da-seda, fertilizantes e água potável. Ele foi o primeiro a preparar o urânio, estudar suas propriedades e determinar sua massa atômica. Juntamente com Dumas, isolou o álcool metílico da aguardente de madeira, estudou suas reações e introduziu o termo metileno na química. Ele descobriu trioxocloro cromato de potássio (sal de Peligot) e suas propriedades especiais. Ele mostrou que o vidro deve ser composto de uma mistura de silicatos em proporções indefinidas para evitar sua cristalização. Ele obteve o vidro dicroico pela adição de óxido de urânio. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Peligot, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/12544505/eugene_peligot/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science-and-technology/chemistry/compounds-and-elements/uranium Mais informações: https://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja02125a012 Mais informações: http://www.revistas.unam.mx/index.php/req/article/view/64364 Louis Constant Prévost 1787-1856 Geólogo francês. Professor de Geologia da Faculdade de Ciências (Debré, 1995, p. 87). Depois de se decidir contra a carreira de advogado, a profissão de seu padrasto, Prévost estudou medicina, mas sob a influência de Cuvier e Brongniart se voltou para a geologia. Em 1830, Prévost foi um dos fundadores da Société Géologique de France (servindo como presidente em 1834, 1839 e 1851); e em 1831 foi nomeado, com o apoio de Cuvier, para uma nova cátedra de geologia na Sorbonne. No mesmo ano, ele acompanhou uma expedição oficial para estudar uma nova ilha vulcânica na Sicília. Retornando pela Itália, ele se convenceu, como Lyell, que os vulcões são formados apenas pelo acúmulo de material ejetado e não, como Leopold von Buch e seus seguidores sustentaram, pela elevação de baixo. Suas opiniões sobre sedimentação e vulcanismo o colocaram em uma posição pouco ortodoxa, especialmente dentro da geologia francesa. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Prévost, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/10644776/louis_constant_prevost/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/prevost-louis-constant Alexandre Antoine Brutus Bussy 1794-1882 Médico e farmacêutico francês. Membro da Academia de Medicina. Diretor da Escola de Farmácia (Debré, 1995, p. 87). Realizou seus estudos secundários no Lycée de Lyon aos 19 anos. Entrou na École Polytechnique. Junto com seus colegas de classe, participou da defesa de Paris contra os Aliados, após a queda de Napoleão. Ele lutou em Buttes-Chaumont e Vincennes, onde foi ligeiramente ferido pela lança de um cossaco. Desanimado com a mudança de regime político, abandonou a carreira que poderia ter seguido na École Polytechnique e aceitou um cargo em uma farmácia de Lyon, onde permaneceu por três anos. Em 1818 mudou-se para Paris para continuar os seus estudos e ocupou um cargo na farmácia de Félix Henri Boudet (1806-1878) e depois mudou-se para a de Pierre-Jean Robiquet (1780-1840), com quem colaborou em muitas das suas pesquisas, e tornou-se diretor do laboratório que Robiquet tinha em sua fábrica de produtos químicos e farmacêuticos. Em 1821, foi nomeado préparateur de chimie na École de Pharmacie de Paris; em 1823, após graduar-se como farmacêutico, foi nomeado professor adjunto e sete anos depois (1830) promovido a professor titular. Em 1844, assume a direção da escola (1844-1873), substituindo Edme Jean-Baptiste Bouillon-Lagrange (1764-1844). Ele permaneceu nesta posição até sua aposentadoria em 1873, quando foi nomeado directeur honorário da escola. Durante a sua administração foi responsável por uma reorganização fundamental do currículo. Ele adicionou cursos práticos aos teóricos no Departamento de Engenharia Química , uma novidade na França da época, contra muita oposição do meio acadêmico. Ele foi encarregado pela Assembleia da École de apresentar os resultados de uma escola prática. A prova original foi realizada em uma caverna, com turma de 20 alunos, divididos em dois anos, selecionados por concurso. Após sua aposentadoria, Bussy se ocupou dos planos de construção da nova École, sede da Enclos des Chartreux e também fundada no laboratório École para os jovens farmacêuticos que desejassem terminar seus estudos com uma tese, que seria publicada no Journal de Pharmacie. Infelizmente, ele não viveu o suficiente para ver os frutos de seus esforços: Bussy faleceu em Paris em 1º de fevereiro de 1882, com a idade de 88 anos. Sendo um homem muito simples, ele pediu que nenhum discurso fosse feito em seu funeral e nenhuma honra militar fosse paga. Bussy possuía uma capacidade incomum para o trabalho. Enquanto servia na École de Pharmacie, lecionou química no Athénée de Paris e na École de Commerce, e também começou os estudos na Faculté de Médicine de Paris, onde se formou em 1832. Em 1829 publicou um livro importante sobre a pureza das drogas, que foi o precursor das leis modernas de pureza de alimentos e drogas. Em 1853, em jantar oferecido por Thénard, Bussy, assim como vários outros membros da Academia de Ciências, encoraja e parabeniza Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/10673696/alexandre_antoine_brutus_bussy/ Mais informações: https://revista.cnic.cu/index.php/RevQuim/article/view/473/395 Henri-Marie Bouley 1814-1885 Veterinário francês. Professor de patologia cirúrgica, inspetor de escolas veterinárias. Foi um dos principais autores da legislação sobre saúde animal. Membro da Academia de Medicina (em 1855) e da Academia de Ciências (em 1868). Nasceu em Paris em 17 de maio de 1814. Eleito correspondente estrangeiro em 8 de maio de 1852 (seção sexta). Sócio honorário estrangeiro em 26 de outubro de 1867 (seção sexta). Professor da Escola de Veterinária de Alfort, Inspetor Geral das Escolas de Veterinária. Especialidades: patologia cirúrgica e medicina operatória. Henri Bouley foi laureado da École d'Alfort em 1836, chefe do serviço hospitalar em 1837, professor assistente em 1839, professor catedrático em 1845 e nomeado inspetor geral das escolas veterinárias imperiais em 1866. Foi professor de teoria da cirurgia de patologia, manual de operação, acessórios e terapia. Ele também ensinou clínica médica e cirúrgica. É membro titular da Academia Imperial de Medicina, honorário da Sociedade de Biologia, honorário da Sociedade Imperial de Cirurgia, titular da Sociedade Antropológica, da Comissão de Higiene Equestre estabelecida no Ministério da Guerra, comitê de higiene e saneamento no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Ele estava encarregado de várias missões científicas e foi o autor de inúmeras publicações. Cirurgião veterinário, inicialmente muito crítico da tese da origem microbiana das doenças contagiosas, ele rapidamente se tornou um defensor vigoroso de Pasteur antes mesmo da experiência de Pouilly-le-Fort. As medidas sanitárias prescritas por sua iniciativa permitem, ao travar o avanço das mais terríveis epizootias, proteger os agricultores franceses das calamidades que afligem ao mesmo tempo a maior parte das outras nações da Europa. Foi um dos mais fiéis apoios de Pasteur na Academia de Ciências. Bouley falece no mesmo dia que Louise Pelletier, terceira paciente tratada por Pasteur devido à hidrofobia (Debré, 1995, p. 495). Ref. https://data.bnf.fr/en/12159571/henri_bouley/ Ref. http://www.armb.be/index.php?id=1813 Mais informações: http://cths.fr/an/savant.php?id=651# Mais informações: http://www.armb.be/index.php?id=1813 Henri Hureau de Sénarmont 1808-1862 Mineralogista e físico francês. Professor de mineralogia na École des mines e de física na École polytechnique. Membro da Academia de Ciências (eleito em 1852). Sénarmont foi um renomado mineralogista francês do século XIX que se tornou o engenheiro-chefe das minas. Foi professor de mineralogia e diretor de estudos na École des Mines de Paris, destacando-se especialmente por suas pesquisas sobre polarização e estudos sobre a formação artificial de minerais. Ele também contribuiu para o Geological Survey of France, preparando mapas e ensaios geológicos. Talvez a contribuição mais significativa feita por de Sénarmont para a óptica foi o compensador de retardamento de luz polarizada que leva seu nome. A pedido de Sénarmont, nenhum obituário apareceu após sua morte; portanto, pouco se sabe de sua vida privada. Ele era filho de Amèdeè Hureau Sènarmont, um proprietário de terras em Badonville, na comuna de Brouè, e de Amèlie Rey. Depois de frequentar o Collège Rollin e o Collège Charlemangne em Paris, ele ingressou na École Polytechnique em 1826. Três anos depois, ingressou na administração estatal de mineração como eleve-ingenieur. Nesta posição, ele visitou (1831) o arsenal em Toulouse e foi designado para as siderúrgicas em Rive-de-Gier e LeCreusot. Em 1833 trabalhou temporariamente com o engenheiro Conte, que desempenhava funções especiais na bacia de Autun. Em 1835 tornou-se engenheiro de minas. O trabalho de Sénarmont o trouxe para Nantes e Angers em 1835-1836. No verão do último ano, ele foi designado para preparar mapas geológicos de Aube e Seine-et-Oise. (Seine-et-Marne foi adicionado em 1837, e o mapa de Aube foi cancelado em 1839.) Em 1843 ele publicou Sur la geologie des departements de Seine-et-Oise et Seine-et-Marne , que apareceu em duas seções do ano seguinte. De 1840 a 1847, Sénarmont se dedicou à inspeção de motores a vapor no departamento de Sena. Foi promovido a engenheiro de minas de primeira classe em 1841 e depois, em 1848, a engenheiro-chefe adjunto. Em 1847 foi nomeado examinador na École Polytechnique; mas no mesmo ano ele foi transferido para a École des Mines, onde recebeu a cadeira de mineralogia. Em 1849, Sénarmont juntou-se à redação dos Annales des mines. Mais tarde, ele foi nomeado reitor de estudantes, bibliotecário e secretário do conselho na École des Mines. Em 1852, após a morte de Beudant, Sénarmont tornou-se membro da seção de mineralogia como vice-presidente em 1858 e como presidente em 1859. Em 1854 ele se tornou editor dos Annales de chimie et de Physiquee manteve este cargo até sua morte. Ele também recebeu a cadeira de física na École Polytechnique (1856-1862). Ref. https://data.bnf.fr/en/12109887/henri_de_senarmont/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/senarmont-henri-hureau-de Mais informações: https://www.cambridge.org/core/journals/microscopy-today/article/pioneers-in-optics-henri-hureau-de-senarmont/3A15C8B879A1F0E542CA5A957F2855FF Próximo Grupo

  • Viagem Científica | Pasteur Brasil

    Viagem Científica Pasteur decide viajar para a Alemanha em busca do ácido paratartárico, sabendo que procura a “pedra filosofal”, remetendo-se aos antepassados alquimistas. Não obstante o hábito de destinar uma parte significativa de seu salário às próprias pesquisas, os gastos desta vez eram altíssimos. Seria impossível ir àquele país sem subvenção. Jean-Baptiste Dumas consegue financiamento à viagem de 1852, que foi considerada uma missão oficial francesa aos laboratórios alemães. Pasteur começa sua viagem em Zwickau, encontrando o industrial Friedrich Fikentscher (1799-1864), que explica que obteve muito paratártaro, mas que sua produção estava interrompida há 10 anos. A molécula desapareceu na Alemanha, tal como ocorreu no Thann, com o industrial Charles Kestner (1803-1870). Em Leipzig, passa 10 dias examinando amostras. É ajudado por colegas alemães. Otto Linné Erdmann (1804-1869) coloca gentilmente o próprio laboratório à disposição de Pasteur. Enquanto estuda os cristais, o cientista francês recebe Wilhelm Gottlieb Hankel (1814-1899), professor titular de física na Universidade de Leipzig. Hankel traduziu todas as dissertações de Pasteur para uma revista alemã. Deste modo, seu trabalho cruzava fronteiras. Sai de Leipzig a caminho de Veneza e consegue o endereço do prof. de química Josef Redtenbacher (1810-1870), que atuou como seu guia e levou-o a visitar a fábrica do industrial E. Seybel. Esta fábrica usava o ácido tartárico austríaco para produzir o que julgava ser o sulfato de magnésio. Porém, tratava-se justamente do ácido paratartárico e a questão essencial de Pasteur estava resolvida. Os dois meses de viagem se destinam à pesquisa, praticamente sem visitas a museus e monumentos. Em carta à esposa, Pasteur relata que, em sua opinião, a França é cheia de preconceitos sobre os estrangeiros, seus costumes, civilização e gostos. Na volta, Pasteur presta contas da viagem a Kestner e propõe o método para fabricação e venda do ácido racêmico. Redige uma nota à Academia de Ciências e insiste no fato de que a química pôde progredir graças à indústria. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Fotografia de escadaria no Palais de la Découvert em Paris, em local designado à Expo Pasteur de 14/12/2017 a 19/08/2018. Carta de Pasteur a Jean-Baptiste Biot comunicando sobre o ácido racêmico. Mapa designando as viagens de Pasteur. Friedrich Christian Fikentscher. Otto Linné Erdmann. Wilhelm Gottlieb Hankel. Josef Redtenbacher. Carta à esposa Marie, com detalhes da viagem e suas descobertas. Nota apresentada à Academia de Ciências sobre a transformação do ácido tartárico em ácido racêmico. Continue lendo a biografia

  • Instituto Pasteur | Pasteur Brasil

    Instituto Pasteur Devido ao grande volume de pacientes que procuram Pasteur e sua equipe no laboratório da Rua Ulm, Pasteur decide fazer um centro de cuidados independente da École Normale, e diz: “Minha intenção é fundar em Paris um estabelecimento-modelo sem precisar recorrer ao Estado, com a ajuda de donativos e subscrições internacionais” Diz também que será necessário formar neste estabelecimento em Paris jovens cientistas que levarão o método a países longínquos (Debré, 1995, p. 513 ). Pasteur recusa o dinheiro do estado e da cidade de Paris para ter a certeza de ser independente. O próprio Pasteur doa a quantia considerável de 100.000 francos. Émile Duclaux é quem encontra o terreno ideal: 11 mil metros quadrados. A dúvida paira para o nome deste centro de tratamento anti-rábico. A discussão começa com a mediação de Grancher. Escolhem Instituto (assim como o Instituto da França). Pasteur não quer que seu nome seja usado. No entanto, seus discípulos não pensam assim e acabam vencendo: o nome será Instituto Pasteur (Debré, 1995, p. 517). O primeiro passo do Instituto Pasteur é criado em 1887, por Émile Duclaux em comum acordo com Pasteur: uma revista mensal, os Annales de I´Institute Pasteur, uma revista independente. Ao longo do tempo, este periódico vai modificar a higiene pública e a política de saúde. Três meses depois é a vez de Grancher fundar uma revista especializada, o Bulletin Médical, que vai responder a cada golpe dos ataques insistentes a Pasteur. Os estatutos definitivos do Instituto Pasteur deixam claro se tratar de um estabelecimento científico autônomo, dotado de personalidade civil, com uma tripla missão: tratamento, centro de pesquisas e unidade de ensino superior. É encabeçado por um diretor assistido por um conselho de 12 membros, com uma assembleia de 30 membros, com renovação trienal do conselho (Debré, 1995, p. 518). Por decreto do presidente da França da época, Jules Grévy, o Instituto Pasteur é reconhecido de utilidade pública. A inauguração ocorre em 14 de novembro de 1888. 1.200 convites foram entregues. Muitas personalidades, dentre elas políticos de várias partes do mundo, estão presentes, por exemplo: Conde de Ormesson, Príncipe Roland Bonaparte, Henri Wallon, Victor Duruy, Duque de Broglie, Peyron, Poubelle, Savorgnan de Brazza, embaixadores de Itália, Turquia e Brasil, Sadi Carnot, Charles Floquet, Jules Viette, Édouard Lockroy. Doações e generosidade pública foram a base sobre a qual o Instituto Pasteur foi construído. A demonstração de generosidade na França e em todo o mundo foi sem precedentes. Na cerimónia de inauguração do Instituto Pasteur em 1888, o cientista declarou: “E aqui o vemos terminado, este grande edifício do qual se pode verdadeiramente dizer que não há uma única pedra que não seja o sinal material de um pensamento generoso. Todas as virtudes têm prestado homenagem para a construção desta morada de labuta". O discurso é lido pelo filho de Pasteur, Jean-Baptiste, pois ele havia sofrido o segundo e terceiro AVC, que o deixou coma fala fraca e embaralhada. Modestamente, Pasteur relembra que seu nome está inscrito na porta do Instituto contra sua vontade: "Minhas objeções persistem contra um título que reserva a um homem a homenagem de uma doutrina" (Debré, 1995, p. 523). Na fala por meio do filho, Pasteur defende o ensino e a pesquisa: "Cultivem o espírito crítico, Se deixado de lado, ele não desperta ideias, nem estimula a grandes coisas, Sem ele, nada tem valor. Ele tem sempre a última palavra. Isso que lhes peço é o que, por sua vez, vocês devem pedir aos discípulos que vão formar, é o que há de mais difícil para o inventor. Acreditar que se encontrou um fato científico importante, sentir um desejo ardente de anunciá-lo, e ser obrigado durante dias, sema nas e até mesmo durante anos a combater a si próprio, esforçando-se para desmentir suas próprias experiências e só proclamar sua descoberta quando se esgotaram todas as hipóteses contrárias, sim, é uma tarefa árdua. Porém, quando depois de tantos esforços chega-se, finalmente, à certeza, sentimos uma das maiores alegrias que a alma humana pode experimentar... (Debré, 1995, p. 523). Fora da França, o 1º Instituto Pasteur foi estabelecido por Albert Calmette em Saigon (1891) para administrar vacinas contra a raiva e a varíola. Vários outros foram estabelecidos na Ásia, como o fundado por Alexandre Yersin em 1895 em Nha Trang – Vietnã (na época, Indochina) e em Hanói em 1925. Muitos também foram estabelecidos na África. Primeiramente no Norte da África com um instituto inicial estabelecido em Tunis em 1893 (Tunísia), seguido por outro em Argel em 1894 (na Argélia), e então em Tânger em 1910 e Casablanca em 1929 (em Marrocos). As populações doentes da África e Ásia foram as primeiras a se beneficiarem com os Institutos Pasteur ultramarinos (Debré, p. 537, 540, 543). Atualmente (ano base: 2018) o Instituto Pasteur tem 33 institutos-membro localizados em 26 países nos cinco continentes, com mais de 23.000 pesquisadores envolvidos. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Ref. https://www.pasteur.fr/en/institut-pasteur/institut-pasteur-throughout-world/institut-pasteur-international-network Ref. https://www.pasteur.fr/en/research-journal/news/daniel-iffla-osiris-great-19th-century-philanthropist-and-institut-pasteur-s-most-generous-donor Foto da inauguração do Instituto Pasteur em Paris em 14 de novembro de 1888. Jornal da época com a manchete da inauguração. Inauguração em 1888. Louis Pasteur e seus colaboradores na Biblioteca do Instituto Pasteur. Discurso de Joseph Grancher na inauguração. Biblioteca do Instituto Pasteur em 1960. Galeria de bustos e quadros. Professores e alunos do curso técnico de microbiologia em 1895. Momento de vacinação. Fachada do Instituto Pasteur. Detalhe da fachada. Busto de Pasteur. Sinalização nas proximidades do Instituto Pasteur. Instituto Pasteur no mundo. 130 anos do Instituto Pasteur em 2018. Continue lendo a biografia

  • Pasteurização | Pasteur Brasil

    Pasteurização Os vinhos vinham sofrendo alterações comprometedoras ao comércio deste produto. Em 1863, devido à urgência de resolução da qualidade do vinho, Ildephonse Favé, oficial da ordem do imperador Napoleão III, solicita a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho, no qual o cientista realiza sob recusa em receber qualquer ajuda financeira. Durante os próximos dois anos, o cientista reuniu três alunos da École Normalle Supérieure, sendo um deles Émile Duclaux, para acompanhá-lo em Arbois no estudo prático sobre os vinhos. Em 29/11/1865, Pasteur aceita o convite do imperador e se desloca ao castelo de Compiègne. Napoleão III mostrou-se interessado pelas pesquisas do cientista e pediu para constatar pessoalmente as suas descobertas: queria examinar no microscópio amostras de vinho estragado. Foi realizada uma experimentação imperial, com boas impressões ao imperador e sua esposa, Eugênia de Montijo (Debré, 1995, p. 251). Pasteur demonstra que a contaminação era causada por micróbios. Para evitar esse inconveniente o cientista usou um procedimento simples: o aquecimento do vinho entre 60 e 100 graus Célsius, privado do ar, durante alguns minutos, processo este conhecido universalmente como pasteurização. Essa técnica é aplicada até hoje para a prevenção das doenças do vinho, cerveja, vinagre, leite e outros alimentos perecíveis. Pasteur tirou patente da descoberta e decidiu entregá-la ao público. Não obteve proveito financeiro nem mesmo do desenvolvimento ou venda de equipamento industrial em larga escala, inventados para a pasteurização (Dubos, 1967a, p. 51). Para Pasteur, "nada é mais gratificante para um cientista do que aumentar o número de descobertas, mas o máximo é ver suas observações colocadas em prática" (Birch, 1993, p. 33). Referências: BIRCH, Beverley. Louis Pasteur. São Paulo, SP: Globo, 1993. DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Idelphonse Favé Napoleão III e Eugénia de Montijo. Continue lendo a biografia

  • Doenças Infectocontagiosas | Pasteur Brasil

    Doenças Infectocontagiosas Ao longo da História humana, muitos foram os higienistas que alertaram para o contágio de doenças e a influência da falta de medidas de higiene: médicos e médicas da Escola Médica de Salerno na Itália, Michel de Nostredame (Nostradamus), Ignaz Semmelweis, dentre muitas outras personalidades de épocas e locais distintos. Por exemplo, o físico Robert Boyle já afirmava no século XVII: “aquele que conseguir sondar, até o fundo, a natureza dos fermentos e das fermentações estará mais apto, do que qualquer outro, para dar uma justa explicação dos fenômenos mórbidos”. Todos os tratados dos séculos XVIII e XIX assinalam as similitudes entre fermentação e doença: “o que se passa na fermentação do vinho pode servir muito bem para explicar certas doenças, principalmente a varíola” disse Nicolas Lémery em 1713 (Debré, 1995, p. 303). Portanto, o debate sobre a etiologia das doenças infecciosas não começou com Pasteur, mas ganhou uma intensidade particular quando ele quis impor a ideia da origem microbiana dessas doenças. Para Pasteur, os microrganismos, responsáveis pelos fenômenos de fermentação e putrefação, também deveriam ser a causa das doenças contagiosas. “Quando você vê cerveja e vinho”, escreveu ele, “sofrem profundas alterações porque esses líquidos deram refúgio a organismos microscópicos que entraram invisível e acidentalmente em seu interior, onde então enxamearam, como não ficar obcecados com o pensamento que fatos da mesma ordem podem e às vezes devem ocorrer em humanos e animais? No entanto, o papel de Pasteur em validar essa hipótese deve, não sem razão, ser questionado (Perrot; Schwartz, 2017, p. 173). Na época do debate sobre a geração espontânea, o médico Gilbert Déclat fez uma conferência sobre o papel dos micróbios e louvou os trabalhos de Pasteur sobre a fermentação e a compreensão das doenças. No fim da preleção, Pasteur, que não conhecia Déclat aproxima-se para agradecer e para fazer suas críticas: “Os argumentos que o senhor usou para sustentar minhas teorias são bem engenhosos mas faltam com o rigor. A analogia não é uma prova”. Pasteur está convencido que não adianta alimentar controvérsias por hipóteses, mesmo hábeis. Só o que conta é a experimentação (Debré, 1995, p. 304). Pasteur encontrava-se ocupado com outros estudos, pressionado pelas doenças do bicho-da-seda e dos vinhos, que foram retardados pela guerra de 1870 e pela hemiplegia. Além disso, Pasteur não é médico. Desde 1860, a difusão dos conceitos evolucionistas de Charles Darwin dá ênfase à hereditariedade, e a doença passa a ser interpretada habitualmente como uma predisposição mórbida. Havia o dogma “a doença está em nós, é nossa e para nós”. Pasteur não desaprova inteiramente, mas acrescenta que não crê que isso seja verdadeiro para todas as doenças (Debré, 1995, p. 305). Deste modo, no século XIX, diversas teorias médicas coexistiam: a favor e contra o papel dos micróbios nas doenças. Na Prússia, Rudolf Virchow rejeita a teoria microbiana, dizendo que “a doença não é uma aberração enxertada num organismo sadio. Ela é uma simples desordem da saúde”. Pasteur combaterá as ideias de Virchow na patologia do mesmo modo que recusou as ideias de Justus von Liebig sobre a fermentação (Debré, 1995, p. 345). Na França, havia cirurgiões que não estavam convencidos do papel dos micróbios nas doenças, dentre eles Édouard Chassaignac, Jules Émile Péan e Armand Després (Debré, 1995, p. 305). Havia também os partidários do contágio, os médicos contagionistas, dentre eles Pierre Bretonneau, René Laennec, Trousseau, Casimir Davaine, Jean-Antoine Villemin, por exemplo (Debré, 1995, p. 305-306). Diversos cirurgiões higienistas como Alphonse Guérin, Just Lucas-Championnière, Jules Helot, Stéphane Tarnier, Ulysse Trélat e Félix Terrier encorajam Pasteur a interpretar e exaltar os méritos da assepsia e da antissepsia e a pregar o combate contra o contágio por meio da higiene (Debré, 1995, p. 307). Mas, é ao cirurgião inglês Joseph Lister, que se atribui oficialmente a primeira aplicação das descobertas de Pasteur na Medicina. Lister tem acesso aos relatórios de Pasteur para a Academia de Ciências de Paris por meio de Thomas Anderson e se interessa pelos problemas de putrefação. Ele compreende a ligação que pode existir entre a decomposição da matéria orgânica e a infecção pós-operatória. Ajudado pela esposa, Lister reproduz no laboratório doméstico as experiências de Pasteur e confirma a que a putrefação e a fermentação só aparecem se são introduzidos germes externos. Entende, assim como Pasteur, que o ar ambiente é uma das principais causas da propagação dos micróbios. Também inventa um modo de destruir as bactérias no tecido lesado, descobrindo então a antissepsia (Debré, 1995, p. 317-318). Lister se corresponde com Pasteur agradecendo pelas suas pesquisas, e refere-se ao amor comum dos dois à ciência. Pasteur se surpreende com o reconhecimento de um cirurgião estrangeiro e retorna a carta de Lister dizendo-se admirado com a precisão de suas manipulações e a compreensão do método experimental, e também toma a liberdade de apresentar algumas observações críticas ao novo amigo para aumentar o rigor do método de cultura utilizado (Debré, 1995, p. 322). Em 1867, Lister anuncia no The Lancet a invenção da antissepsia e suas indicações para o tratamento. Nesta e em outras apresentações, Lister expõe primeiro as teorias de Pasteur e depois descreve seus próprios resultados (Debré, 1995, p. 319). Por outro lado, Armand Després, cirurgião, nega a assepsia e antissepsia, defendendo os curativos contaminados. Demonstra franca antipatia pelos métodos de Lister e pelos princípios de Pasteur (Debré, 1995, p. 331-332). Em 1877, os trabalhos de Pasteur sobre a origem das doenças infecciosas são direcionados para a medicina veterinária. Ele se dedica ao carbúnculo, a pedido do amigo e Ministro da Agricultura Jean-Baptiste Dumas. Pasteur havia vencido o flagelo do bicho-da-seda e é indicado a encontrar o remédio desta afecção que assola os rebanhos (Debré, 1995, p. 347). Casimir Davaine foi um dos primeiros a notar, no sangue carbunculoso, microorganismos na forma de bastonetes. Junto com o seu colega também médico, Pierre-François-Olive Rayer, fez um extenso estudo sobre o carbúnculo em animais de chifre em 1850. Davaine fez a seguinte pergunta: trata-se de um agente contagioso ou só de uma consequência inofensiva da doença? Na época, ele não avaliou o alcance de sua observação. Em 1863, já conhecedor dos trabalhos de Pasteur, retoma a sua observação e faz uma nova comunicação à Academia de Ciências sobre o papel mortal das bactérias do carbúnculo. Em sua nota, homenageia formalmente os trabalhos de Pasteur. Na Alemanha, aparecem as experiências de Robert Koch (Debré, 1995, p. 350, 388, 391), que tem 33 anos quando se interessa pelo problema do carbúnculo. Ele foi aluno de Jacob Henle, que o instruiu sobre a teoria microbiana e os seus obstáculos teóricos e experimentais (Debré, 1995, p. 344, 350). Num laboratório primitivo que organiza em casa, Koch, sozinho, se dedica ao problema, procurando repetir e ir além das observações de Davaine. Pasteur toma conhecimento da publicação de Koch sobre o carbúnculo e está de acordo com sua tese de que há esporos nos campos, mas acha suas provas insuficientes e propõe uma demonstração mais rigorosa. Há relatos de que o artigo de Koch foi um empurrão para Pasteur estudar as enfermidades nos animais e posteriormente em humanos. Durante as pesquisas, Pasteur, com a ajuda de um veterinário, que o acompanha, Daniel Boutet, consegue uma amostra de sangue de um animal morto recentemente de carbúnculo e constata que a inoculação de uma cultura, ainda que diluída deste sangue, mata. Deste modo, conclui que a doença com certeza é transmitida pela bactéria (Debré, 1995, p. 351). Pasteur vai além e descobre que há outra doença associada (assim como no bicho-da-seda) e batiza o microorganismo de vibrião séptico (Debré, 1995, p. 353). A partir do momento em que Pasteur se interessa pela doença do carbúnculo do carneiro, sua conversão para a Medicina está feita. Uma nova geração de estudos e experiências se iniciam (Debré, 1995, p. 339). Nas pesquisas em campo, junto ao rebanho, colaboram Charles Chamberland (estagiário titular do momento), Auguste Vinsot (veterinário) e Émile Roux (médico de 25 anos à época, e um dos mais assíduos ouvintes de Pasteur na Academia de Medicina). Pasteur encontra a explicação para a propagação do carbúnculo e orienta os criadores (Debré, 1995, p. 362-363). Porém, são as grandes epidemias da época, a peste, a cólera e a febre amarela que interessam mais a Pasteur (Debré, 1995, p. 386). Em 1865 Pasteur precisou pela primeira vez enfrentar um problema da medicina humana: uma epidemia de cólera que veio do Egito atinge a França (Debré, 1995, p. 345-346). Pasteur propõe ao Comitê Consultor de Higiene enviar uma missão francesa ao Cairo, no Egito. Três voluntários se declaram prontos para partir: Émile Roux, Edmond Nocard e Isidore Straus. Louis Thuillier inicialmente hesita e depois decide que fará parte da viagem. Infelizmente ele morre de um ataque fulminante de cólera, em Alexandria, aos 26 anos (Debré, 1995, p. 388). Robert Koch, que na mesma época dirigia uma equipe alemã, vai até a cabeceira de Thuillier e lhe presta as homenagens fúnebres. Pasteur fica devastado, pois um dos seus assistentes é vítima do dever. Sente-se torturado pelas lembranças das hesitações de Thuillier em embarcar nesta missão (Debré, 1995, p. 388). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. https://homoprojector.iipc.org/index.php/homoprojector/article/view/116 https://www.terredelouispasteur.fr/2020/03/20/pasteur-et-koch/ Escola Médica de Salerno, na Itália. Michel de Nostredame (Nostradamus). Ignaz Semmelweis em 1860. Robert Koch Louis Pasteur confirma as conclusões de Casimir Davaine e Robert Koch: é efetivamente uma bactéria que origina o carbúnculo, uma enfermindade que semeia estragos nos rebanhos de ovinos e bovinos. Jean-Baptiste Dumas. A invenção da antissepsia e da assepssia. "Se é bem espantoso pensar que a vida possa estar à merce da multiplicação do infinitamente pequeno, nos fica o consolo de esperar que a ciência não será sempre impotente frente a tais inimigos" (Louis Pasteur, 1878). Continue lendo a biografia

  • Leituras Iniciais | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Leituras Iniciais François-Xavier-Joseph Droz 1773-1850 Filósofo e historiador francês. Membro da Academia Francesa (eleito em 1824). Professor na Escola Central de Besançon (1797). Droz era escritor moralista do Franco-Condado, mais especificamente da cidade de Besançon, na França. Quando jovem, Pasteur leu a obra “Ensaio sobre a Arte de ser Feliz”. A vaidade, segundo ele, era o sentimento mais temível, o pai de todos os pecados. “Nunca li nada mais sábio, mais moral e mais virtuoso. Experimenta-se, lendo, um encanto irresistível que penetra na alma e a inflama com os mais sublimes e generosos sentimentos” (Debré, 1995, p. 26; Viñas, 1991, p. 40; Garozzo, 1974, p. 48). Ref. https://data.bnf.fr/en/12510964/joseph_droz/ Silvio Pellico 1789-1854 Pellico foi escritor e dramaturgo italiano, que também viveu em Lyon, cidade na França. Pasteur leu, na juventude, a obra “Minhas prisões”, a qual retrata as experiências do autor como prisioneiro, momento em que se converteu ao catolicismo, a fim de demonstrar como a religião é conforto em momentos de desgraça. Pasteur recomenda esta leitura também às suas irmãs. “Gostaria que elas lessem essa obra interessante em que se respira, a cada página, um perfume religioso que eleva e enobrece a alma” (Debré, 1995, p. 26; Viñas, 1991, p. 40; Garozzo, 1974, p. 48 ). Ref. https://data.bnf.fr/en/12059660/silvio_pellico/ Xavier Boniface de Saintine 1798-1864 Romancista, dramaturgo e poeta francês. Suas peças de teatro são assinadas "Xavier". Foi também fotógrafo amador. Sua o bra "Picciola" foi recomendada pela Academia Francesa, sendo considerada um clássico da literatura. Neste livro, o autor aborda um prisioneiro (por conspirar contra Napoleão) que descobre uma planta crescendo entre duas pedras no pavimento de sua cela. A planta é a imagem da força da natureza e da persistência, e se tornará símbolo de vida e amor. Ao lê-la o jovem Pasteur afirma: “Livro muito bonito, muito útil e muito interessante” (Debré, 1995, p. 40). Ref. https://data.bnf.fr/fr/12139654/x_-b__saintine/ Alphonse Marie Louis de Prat de Lamartine 1790-1869 Literato, orador e político francês. Membro da Académie Française (eleito em 1829). Suas obras influenciaram o Romantismo na França. No livro “Meditações”, lida por Pasteur, o autor escreveu inspirado num breve amor cuja a amada morreu prematuramente (Debré, 1995, p. 40). Ref. https://data.bnf.fr/en/11910800/alphonse_de_lamartine/ Próximo Grupo

  • Personalidades | Pasteur Brasil

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  • Jubileu: 70 Anos | Pasteur Brasil

    Jubileu: 70 Anos No início de 1892 a saúde de Pasteur deteriora bruscamente, e ele não sai do quarto. Em maio deste ano é formado na Dinamarca um comitê que anuncia a intenção de festejar os 70 anos do cientista e abre uma subscrição nacional para conseguir fundos para enviar uma medalha comemorativa. O movimento se estende à Noruega, Suécia. Na França, a Academia de Ciências forma um comitê e Joseph Grancher é nomeado secretário. O reitor da Academia de Paris abre as portas do grande anfiteatro da Sorbonne. 4.000 convites são distribuídos. A cerimônia acontece em 27/12, dia do aniversário de Pasteur. Da França, comparecem os Membros do Instituto Pasteur (pasteurianos), professores de faculdades, delegados das academias, representantes de sociedades científicas (francesas e estrangeiras), delegações da École Normale Supérieure, da École Polytechnique, da École Central, da École Vétérinaire, bem como estudantes de Medicina e Farmácia. Pasteur entra pelo braço do Presidente da República, Sadi Carnot. Os dois usam a grã-cruz da Legião de Honra. Discursos e homenagens são feitos de todos os departamentos da França, de todos os países da Europa e vários países do mundo. Falam em nome de presidentes, prefeitos, acadêmicos. Estão presentes representantes da Suécia, Turquia, Alemanha, Itália, Áustria-Hungria, Bélgica, Inglaterra, entre outros. Pasteur se levanta para abraçar Lister. Émille Gallé fabrica uma taça única para “cristalizar o pensamento” de Pasteur. Este vitralista encontrou um meio de incluir micróbios na transparência do cristal. Jean-Baptiste, filho de Pasteur, é quem lê o discurso (assim como na Inauguração do Instituto Pasteur). As palavras são dirigidas aos jovens para não se deixarem dominar pelo “ceticismo difamante e estéril” e para viverem na “paz serena dos laboratórios e bibliotecas”. Prossegue aconselhando “Digam a vocês mesmos: o que fiz pela minha instrução? Depois, à medida que forem avançando: o que fiz pelo meu país? Até o momento em que, talvez, tenham essa imensa felicidade de pensar que contribuíram alguma coisa para o progresso e o bem da humanidade”. Os últimos a falar são os habitantes de Dole (cidade natal de Pasteur). Durante esta homenagem, Pasteur mantém a mão no rosto para disfarçar a emoção. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. Jubileu de Pasteur na Sorbonne. Jornal da época do Jubileu. O filho de Pasteur, Jean-Baptiste, é quem lê o discurso de Louis Pasteur, assim como o fez na inauguração do Instituto Pasteur, devido às sequelas dos AVCs do pai. Sadi Carnot, presidente da República da França, acompanha Pasteur devido às sequelas dos AVCs. Joseph Lister, cirurgião inglês, saúda Pasteur. Gallé fabrica uma taça única para “cristalizar o pensamento” de Pasteur. Este vitralista encontrou um meio de incluir micróbios na transparência do cristal. Continue lendo a biografia

  • Academia Francesa | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Academia Francesa Ernest Legouvé 1807-1903 Dramaturgo, romancista, poeta e ensaísta francês. Membro da Académie française (eleito em 1855). Era filho do Acadêmico Gabriel-Marie Legouvé, falecido em 1812; ele obteve o prêmio de poesia na Academia em 1827 com a descoberta da impressão. Em 1847, ele foi encarregado de um curso gratuito no College de France, deu inúmeras palestras, escreveu poemas, brochuras sobre as mulheres, a família, leitura, esgrima, teatro. Como dramaturgo, seus melhores trabalhos são aqueles que fez em colaboração com Scribe: Adrienne Lecouvreur e Bataille de Dames. Em 1881, foi nomeado diretor de estudos da École normale de Sèvres e inspetor geral da educação pública. Quando se trata de recolher a sucessão de Jacques-François Ancelot, Emile Augier desapareceu antes Ernest Legouvé que foi eleito em 1 de março de 1855 contra François Ponsard: a Revue des Deux Mondes criticou a eleição. Foi recebido em 28 de fevereiro de 1856 por Jean-Pierre Flourens e em seu discurso de recepção elogiou a colaboração. Ernest Legouvé havia estabelecido, em 1869, o costume de discutir em reunião especial os títulos acadêmicos dos candidatos a poltrona; em 1896, requereu, sem o obter, o restabelecimento deste uso, que fora extinto em 1880 por proposta de Alexandre Dumas e Nisard. Ele era diretor e reitor da Academia quando o czar Nicolau II a visitou em 1896. A candidatura de Pasteur na Academia Francesa é apresentada por Ernest Legouvé, dramaturgo de sucesso, e tio avô de René Vallery-Radot, seu genro. Legouvé prepara o terreno e se encarrega de desencorajar os adversários (Debré, 1995, p. 419). Ref. https://data.bnf.fr/en/12505094/ernest_legouve/ Ref. http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/ernest-legouve Camille Doucet 1812-1895 Autor e poeta dramático francês. Advogado e escriturário. Secretário do Barão Fain no gabinete do Rei Louis-Philippe. Diretor Geral da Administração Teatral (em 1866). Membro da Académie Française (eleito em 1865), então secretário perpétuo (nomeado em 1876). Grande oficial da Legião de Honra (1891). Escritor e poeta dramático, foi assíduo do salão da princesa Mathilde e diretor de administração teatral do Ministério da Casa do Imperador, quando foi um dos doze candidatos à sucessão de Escriba; foi Octave Feuillet quem foi eleito; em 14 de abril de 1864, concorreu com Joseph Autran para suceder Alfred de Vigny; onze votações ocorreram sem resultado, a eleição foi adiada para o ano seguinte. Desta vez, Camille Doucet tinha Jules Janin como competidor; a aliança de governos e clérigos que queriam descartar este último garantiu a eleição de Camille Doucet, eleito em 6 de abril de 1865 para substituir Alfred de Vigny, e recebido por Jules Sandeau em 22 de fevereiro de 1866. Com a morte de Patin, em 1876, ele foi nomeado secretário perpétuo. Ele era um Grande Oficial da Legião de Honra. Ele fazia parte da Comissão de Dicionário. Pasteur envia ao secretário vitalício da Academia Francesa, Camille Doucet, sua candidatura oficial (Debré, 1995, p. 419). Ref. https://data.bnf.fr/en/12466429/camille_doucet/ Ref. http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/camille-doucet?fauteuil=32&election=06-04-1865 Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 *Ver microbiografia de Jean-Baptiste Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Depois da morte de Claude Bernard, só resta o amigo Jean-Baptiste Dumas para representar os cientistas nesta Academia (Debré, 1995, p. 420). Pasteur consulta Jean-Baptiste Dumas e Désiré Nisard, que revisam os manuscritos do discurso. Eles foram escolhidos por Pasteur para serem seus padrinhos acadêmicos no dia da sessão solene na Academia Francesa (Vallery-Radot, 1951, p. 316). Claude Bernard 1813-1878 *Ver microbiografia de Claude Bernard no grupo Fermentação. Depois da morte de Claude Bernard, só resta o amigo Jean-Baptiste Dumas para representar os cientistas nesta Academia (Debré, 1995, p. 420). Charles-Augustin Sainte-Beuve 1804-1869 Romancista francês. Poeta. Crítico. Membro da Académie Française (eleito em 1844). Curador da Biblioteca Mazarina (1840-1848). Professor na Escola Normal (1858-1861). Senador (em 1865). Frequentou o salão de Charles Nodier no Arsenal, fez parte do primeiro "Cenáculo" de Victor Hugo com quem mais tarde brigou, foi amigo de saint-simonianos e místicos, de Pierre Leroux, de Lamennais e de Lacordaire. Seus poemas apareceram sob o pseudônimo de Joseph Delorme em 1829; seu primeiro trabalho, o Tableau historique et critique de la Poésie française au XVIe siècle, publicado no ano anterior, ainda está sendo consultado com frutas, assim como sua Histoire de Port-Royal; sua Crítica Literária e Retratos, 5 volumes publicados de 1832 a 1839, seu Lundi Causeries e seu Nouveaux Lundis, formam um monumento mais notável da crítica literária; nestas duas últimas obras, muitas vezes lida com o presente e também com o passado da Academia, julgando os autores e as obras com grande autoridade, mas sem dúvida trazendo um pouco de parcialidade nas escolhas contemporâneas; pode-se, no entanto, considerá-lo um dos melhores historiadores da Academia, se agruparmos em uma obra especial tudo o que publicou nela ou na ocasião. Sainte-Beuve escreveu um romance, Volupté, e contribuiu para o Globe, Revue de Paris, Revue des Deux-Mondes, Constitutionnel, Moniteur; foi, durante quatro anos, professor da Escola Normal, professor de poesia latina no College de France, curador da Biblioteca Mazarina, membro do Senado Imperial. Candidato à Academia, seu concorrente foi Jean Vatout, e, após 7 votações, nenhuma delas tendo obtido a maioria, a eleição foi adiada para outra data. Ele foi eleito em 14 de março de 1844 para substituir Casimir Delavigne; Victor Hugo que, ao que consta, votou onze vezes contra ele, o recebeu em 27 de fevereiro de 1845 e, em sua resposta, esqueceu-se de elogiar o agraciado. A inimizade do grande poeta foi atribuída a motivos pessoais que, apesar da publicidade que lhes foi dada por Alphonse Karr e pelas polémicas recentes, preferimos ignorar. Ele fazia parte da Comissão de Dicionário. No Segundo Império, Sainte-Beuve, que conhecia o salão da princesa Mathilde, era na Academia o líder do partido governamental e anticlerical; desempenhou um papel importante, mas geralmente malsucedido, nas eleições; ele lutou ardentemente o bispo Dupanloup, Victor de Laprade, o padre Lacordaire, que foram eleitos, e não conseguiu nomear nem Théophile Gautier nem Charles Baudelaire; ele conseguiu, no entanto, nas eleições de Émile Augier, de Champagny e Camille Doucet, aprovar candidatos que eram agradáveis ou menos hostis ao imperador. Certas escolhas feitas pela Academia irritavam-no a tal ponto que em 1856 retomou a ideia anteriormente avançada pelo Evento de Victor Hugo de uma Academia de sufrágio universal (cf. nota 376), e em 1862 solicitou no Constitutionnel que a Academia foi dividido em oito seções, cada uma representando um gênero de literatura. Essa proposta, aprovada pelo Século e pelo Parecer Nacional, e contestada pela Time, não foi aceita. O centenário de Sainte-Beuve foi celebrado em 23 de dezembro de 1904. Ele mesmo escreveu sua biografia (Nouveaux Lundis, XIII). Charles-Augustin Sainte-Beuve solicita a Pasteur sua candidatura na Academia Francesa. Conquanto suas opiniões, em política e religião, sejam opostas às de Pasteur, ele admira o cientista. E a recíproca é verdadeira (Debré, 1995, p. 143, 152, 154-159). Ref. https://data.bnf.fr/en/11923412/charles-augustin_sainte-beuve/ Ref. http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/charles-augustin-sainte-beuve?fauteuil=28&election=14-03-1844 Alexandre Dumas (filho) 1824-1895 Romancista e dramaturgo francês. Membro da Academia Francesa (eleito em 1874). Escritor e romancista dramático, publicou seu primeiro romance, La Dame aux Camélias , em 1848, e teve sua primeira peça, Diane de Lys, encenada em 1851. Seus principais sucessos teatrais são: La Dame aux Camélias , 1852; Le Demi-Monde , 1855, Le Fils naturel, 1858, Les Idées de Madame Aubray , 1867, Princess Georges , 1871, L'Etrangère , 1876; ele também publicou uma série de brochuras sobre divórcio, a busca pela paternidade, etc. Foi eleito em 29 de janeiro de 1874 para substituir Pierre-Antoine Lebrun, por 22 votos contra 11 votos atribuídos a vários concorrentes: Victor Hugo, ausente da Academia desde 1851, voltou a votar em Alexandre Dumas fils; ele foi recebido em 11 de fevereiro de 1875 pelo conde d'Haussonville, cuja resposta foi imbuída de cortês ironia. Alexandre Dumas fils fez um discurso notável em 1877 sobre os prêmios à virtude. Alexandre Dumas (filho) agradece a Pasteur por “querer ser um dos nossos” (Vallery-Radot, 1951, p. 313). Em 1º de janeiro de 1895 (ano da morte de ambos), Pasteur recebe todos os seus alunos e colaboradores para exprimir-lhes seus votos de fim de ano. Neste dia, também aparece Alexandre Dumas (filho), colega da Academia Francesa, para cumprimentá-lo (Debré, 1995, p. 546). Ref. https://data.bnf.fr/en/11901062/alexandre_dumas/ Ref. http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/alexandre-dumas-fils?fauteuil=2&election=29-01-1874 Jean-Marie-Napoléon-Désiré Nisard 1806-1888 Crítico acadêmico e literato francês. Membro da Académie Française (eleito em 1850). Deputado (em 1842) e depois senador (em 1867). - Publicou a "Coleção de autores latinos com tradução francesa" com muitos colaboradores, incluindo seus irmãos: Nisard, Auguste (1809-1892) e Nisard, Charles (1808-1889). Crítico, contribuiu para o Journal des Débats, o National, a Revue de Paris e a Revue des Deux Mondes; ele foi professor de eloqüência latina no College de France em 1833, depois de eloqüência francesa. Seu curso deu origem a distúrbios seguidos de um julgamento sensacional na polícia correcional. Deputado em 1842, foi senador em 1867; foi diretor da Escola Normal e membro da Académie des Inscriptions. Oponente apaixonado dos românticos, ataca Victor Hugo em 1836, também quando foi eleito para a Academia a 28 de novembro de 1850 para substituir o Abade de Féletz, a sua eleição foi ainda mais fortemente criticada pela imprensa literária e romântica. tinha sido preferido a Alfred de Musset. O jornal de Victor Hugo, L'Événement, gritou escândalo e propôs que os acadêmicos fossem eleitos pela Société des Gens de Lettres e pela Société des Auteurs dramatiques. Ele foi recebido por Saint-Marc-Girardin em 22 de maio de 1851; Pertenceu ao partido imperialista, recebeu Alfred de Musset, Victor de Broglie, Ponsard e Cuvillier Fleury e fez parte da Comissão de Dicionário. Pasteur consulta Jean-Baptiste Dumas e Désiré Nisard, que revisam os manuscritos do discurso . Eles foram escolhidos por Pasteur para serem seus padrinhos acadêmicos no dia da sessão solene na Academia Francesa (Vallery-Radot, 1951, p. 316). Ref. https://data.bnf.fr/en/12052360/desire_nisard/ Ref. http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/desire-nisard?fauteuil=39&election=28-11-1850 Maximilien-Paul-Émile Littré 1801-1881 *Ver microbiografia de Émile Littré no grupo Academia de Medicina. Pasteur é admitido na Academia Francesa em 08/12/1881, pouco antes de completar 60 anos, sucedendo Émile Littré (Debré, 1995, p. 392). Quando Littré era vivo, Pasteur o presenteou com a obra escrita por ele em 1879 “Exame crítico de um escrito póstumo de Claude Bernard sobre a fermentação”. O livro contém uma dedicatória de Pasteur a Émile Littré: “ao senhor Littré, da Academia Francesa, homenagem de profundo respeito. L. Pasteur”. Pasteur e Littré se respeitam, mas existem entre eles diferenças: Littré é republicano, franco-maçon e positivista. Para Pasteur, os positivistas não entenderam o sentido do método científico, e afirma “Para julgar o valor do positivismo, meu primeiro pensamento foi procurar nele a invenção. Não achei. Como não me oferece nenhuma ideia nova, o positivismo me deixa reservado e desconfiado” (Debré, 1995, p. 413). As profundas razões que levam Pasteur a se opor à filosofia positivista são mais específicas, por exemplo, o positivismo rejeita o uso do microscópio, e separa a química da biologia, por exemplo. Entretanto, é a questão da existência de Deus, que Pasteur chama de infinito, que o afasta do positivismo. Pasteur diz: “aquele que proclama a existência do infinito reúne mais sobrenatural nessa afirmação do que o existente em todos os milagres de todas as religiões. (...) Vejo em toda a parte a inevitável expressão da noção do infinito no mundo. A ideia de Deus é uma forma da ideia do infinito” (Debré, 1995, p. 414). Ao ingressar na Academia, a preocupação de Pasteur passa a ser o discurso tradicional de sucessão, no qual deve elogiar o seu predecessor. Além do desacordo quanto ao positivismo, a antipatia de Pasteur deve-se a um desacordo político, pois Littré foi um dos primeiros a pedir a perda do trono de Napoleão III. Um longo espaço de tempo vai separar a eleição da recepção: mais de 4 meses. Pasteur passa todo o inverno a trabalhar nisso. À noite, se isola e tenta polir as frases. Contudo, não quer deixar de ser justo (em sua visão): o positivismo lhe parece um erro perigoso que é preciso combater, mas nada o impede de reconhecer as qualidades pessoais de Littré e o valor de seus trabalhos. Então, vai até a casa de campo onde vive a viúva e a filha de Littré. Lá Pasteur se sente comovido pela simplicidade com a qual Littré vivia, cujo trabalho, na intimidade da vida em família era sua verdadeira felicidade (Vallery-Radot, 1951, p. 313). Percorrendo a casa e o pequeno jardim onde Littré cultivava seus legumes e colhia frutas, Pasteur tenta compreendê-lo, mas considera um erro que o positivismo não tinha em conta a noção do infinito (Vallery-Radot, 1951, p. 315). Pasteur consulta Jean-Baptiste Dumas e Désiré Nisard, que revisam seus manuscritos. Eles foram escolhidos por Pasteur para serem seus padrinhos acadêmicos no dia da sessão solene na Academia Francesa (Vallery-Radot, 1951, p. 316). Em 27 de abril de 1882 Pasteur entra na Academia Francesa acompanhado dos dois padrinhos (Dumas e Nisard), com um estilo enérgico e físico robusto (como descreve um jornalista). Além dos vários membros da Academia e de toda a família de Pasteur, está presente também a princesa Matilde, que veio aplaudi-lo. Na época, alguns jornalistas destacam que neste mesmo dia, Charles Darwin, que havia falecido em 19 de abril, é enterrado com grande pompa na abadia de Westminster. Cabe lembrar que foi Littré quem popularizou na França as teorias sobre a evolução das espécies. Pasteur discursa com uma homenagem a Littré, mas também com a confissão quase imediata de um distanciamento filosófico. Pasteur mostra, em sua visão, o erro do positivismo ao querer suprimir a ideia de infinito (Vallery-Radot, 1951, p. 319). Também critica a pretensão positivista de encontrar um fundamento científico na política e sociologia devido ao grande número de fatores que concorrem para a solução de questões que elas levantam, e diz “nesse lugar onde as paixões humanas intervêm, o campo do imprevisto é imenso” (Debré, 1995, p. 423). Ref. https://www.abebooks.com/signed-first-edition/DEDICATED-PASTEUR-VICTOR-HUGO-Examen-critique/19603200427/bd Joseph Ernest Renan 1823-1892 Filólogo, filósofo, escritor e historiador francês. Professor de hebraico no Collège de France (de 1862, depois 1870-1883), depois administrador (de 1883). Membro da Académie des Inscriptions et belles-lettres (eleito em 1856), e da Académie française (eleito em 1879). Ernest Renan era filólogo bem versado nas línguas semíticas, depois de ter abandonado o estado eclesiástico, foi duas vezes laureado pelo Instituto; Professor de hebraico no College de France em 1862, publicou em 1863 a Vida de Jesus , que é sua obra principal e que suscitou controvérsias extraordinárias; incríveis quantidades de ataques ou defesas dessa obra apareceram na França e no exterior; o papa o chamou de blasfemador europeu, manifestações hostis ocorreram no Collège de France, o que levou à suspensão de seu curso. O governo imperial ofereceu-lhe como compensação a administração da Biblioteca Nacional, que ele recusou. Seu nome foi pronunciado para uma poltrona na Academia, mas o bispo Dupanloup associou o nome de Ernest Renan e Taine ao de Littré, por quem ele lutou com paixão. Após a guerra de 1870, as ideias do mundo governamental mudaram, Ernest Renan foi reintegrado em sua cadeira em 1870 e nomeado pelo administrador eleitoral do Colégio da França em 1883, onde foi reeleito a cada três anos. Membro da Académie des Inscriptions desde 1856, foi eleito para a Académie Française em 13 de junho de 1878 para substituir Claude Bernard, e recebido em 3 de abril de 1879 por Alfred Mézières. Seu discurso de recepção produziu uma forte emoção na Alemanha que Ernest Renan teve que acalmar ao publicar uma carta supostamente endereçada a um amigo na Alemanha. O ódio do partido religioso contra Renan nunca se desarmou; O marechal Mac-Mahon recusou-se a nomeá-lo oficial da Legião de Honra; Renan obteve esta patente apenas em 1880, ele morreu Grande Oficial da Legião de Honra no College de France em 2 de outubro de 1892; seu funeral aconteceu às custas do estado. Onze anos após sua morte, uma estátua foi erguida para ele em Tréguier, seu país natal; a inauguração deu origem a tais manifestações que o governo que as havia planejado teve que tomar medidas policiais importantes para evitar tumultos (13 de setembro de 1903). Ernest Renan deixou a História das origens do Cristianismo , 8 volumes, a História do povo de Israel , 5 volumes, Estudos de História Religiosa , Dramas Filosóficos , traduções e várias outras obras. A história comparada das línguas semíticas . Recebeu Claretie e fez parte da Comissão de Dicionário. Três novas segundas-feiras, incluindo uma pela vida de Jesus. O diretor da Academia Francesa em exercício, Ernest Renan (autor de Vida de Jesus), recebe Pasteur na Academia Francesa e profere um discurso após o cientista A obra e a personalidade de Renan foi descrita como situada na junção do espiritualismo com o positivismo. Convertido ao positivismo, torna-se o porta voz do ceticismo, embora continue a se dizer “católico fervoroso”. Em seu discurso, Renan diz que “na ordem intelectual também existem sentidos diversos, oposições aparentes que não excluem um fundo de similitude” (Debré, 1995, p. 424). Segue parte da resposta de Renan ao discurso de Pasteur: "Sua vida austera, inteiramente devotada à pesquisa altruísta, é a melhor resposta àqueles que consideram nosso século privado dos grandes dons da alma. Sua diligência meticulosa não queria conhecer distrações nem descanso. Recebam a recompensa pelo respeito que vos rodeia, por esta simpatia cujas marcas hoje tão numerosas se produzem ao vosso redor e, sobretudo, pela alegria de ter cumprido bem a vossa tarefa, de teres lugar na primeira fila". Ref. https://data.bnf.fr/en/11921486/ernest_renan/ Ref. http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/ernest-renan?fauteuil=29&election=13-06-1878 Ref. http://www.academie-francaise.fr/reponse-au-discours-de-reception-de-louis-pasteur Victor-Marie Hugo 1823-1892 Escritor francês. Membro da Académie française (eleito em 1841). Poeta precoce, concorreu ao Prêmio de Poesia da Academia aos 15 anos; a Academia acreditava que o jovem poeta ria dela ao dar essa idade e lhe deu apenas uma menção; Prémio dos Jogos Florais de Toulouse em 1819 e 1820, foi nomeado Mestre dos Jogos Florais. Ele publicou o primeiro volume de Odes et Ballades em 1822 e o segundo em 1826; entre esses dois volumes apareceram os dois primeiros romances, Han d'Islande em 1823 e Bug Jargal em 1825, e o Cenáculo foi fundado. O Prefácio de Cromwell em 1827 fez de Victor Hugo o líder da nova escola romântica; Les Orientales apareceu em 1828. Luís XVIII havia aposentado o jovem poeta, e a censura tendo banido Marion Delorme, o primeiro drama escrito para o palco, Carlos X queria compensá-lo dobrando o valor de sua pensão, mas Victor Hugo recusou. Em seguida, escreveu Hernani, cuja primeira apresentação no Théâtre-Français, em 26 de fevereiro de 1830, foi uma batalha entre as duas partes literárias e um triunfo dos românticos. Le Roi Amuse, tocado em 22 de novembro de 1832, foi banido no dia seguinte; um julgamento foi realizado no Tribunal de Comércio e o autor apresentou um magnífico apelo pela liberdade do teatro. Um após o outro, Victor Hugo publicou poemas, um romance admirável e encenou dramas: Notre-Dame de Paris, sua obra-prima em prosa, em 1831, o Feuilles d'automne, mesmo ano, Lucrèce Borgia e Marie Tudor, 1833, Angelo et les Chants du Crépuscule, 1835, les Voix interiors, 1837, Ruy Blas, 1838, les Rayons et les Ombres, 1840, le Rhin, 1842, les Burgraves, 1843. A trágica morte de sua filha Léopoldine, afogada em Villequier com Charles Vacquerie, a quem ela acabara de se casar, mergulhou o poeta em dores profundas e o deixou mudo por vários anos. Nomeado par da França em 15 de abril de 1845, foi capturado pela política: deputado à Assembleia Constituinte em 4 de junho de 1848, e reeleito à Assembleia Legislativa, votou com a direita na primeira assembleia e com a extrema esquerda na segunda, lutou com ardor apaixonado o príncipe-presidente e organizou a resistência contra o golpe de estado de 2 de dezembro. Durante esses cinco anos, ele fez muitos discursos que foram reunidos no primeiro volume de Atos e Palavras, Antes do Exílio; durante os últimos dois anos desse período, ele fundou e dirigiu The Event, que, após processo e condenação, se tornou The Event; ele defendeu suas idéias políticas e literárias lá e muitas vezes lidou com os atos da Academia. Proscrito em 1851, refugiou-se em Jersey, de onde teve de partir em 1855 para Guernsey, onde permaneceu quinze anos. Ele publicou em Bruxelas Napoléon le Petit em 1852 e os Châtiments em 1853, em Paris as Contemplações em 1856, o Légende des Siècles em 1859, que foi concluído mais tarde, Les Misérables em 1862 que teve um grande impacto, os Chansons des Rues e des Bois em 1865, Les Travailleurs de la Mer em 1866, L'Homme qui rit em 1869. Nesse mesmo ano, ele contribuiu para o novo jornal que seus filhos fundaram com Auguste Vacquerie e Paul Meurice, Le Recall. Os desastres da guerra de 1870 e a queda do Império trouxeram Victor Hugo de volta a Paris, onde encontrou uma popularidade que continuou a crescer até sua morte. Deputado à Assembleia Nacional, então senador pelo Sena, interveio frequentemente por meio de cartas e discursos nas lutas políticas dos primeiros anos da Terceira República. Ao mesmo tempo, ele continuou a publicar suas obras-primas: O Ano Terrível apareceu em 1872, Noventa e três em 1874, A História de um Crime e a Arte de Ser Avô em 1877, então a nova série da Lenda dos Séculos e os Quatro Ventos do Espírito; a morte não interrompeu este desabrochar extraordinário: bastariam as suas obras póstumas para imortalizar um poeta. Victor Hugo fez campanha pela candidatura acadêmica de Lamartine em 1825; frequentou o salão de Charles Nodier e criou o Cenáculo. Candidato à Academia desde 1836, foi espancado por Dupaty, Mignet e Flourens. Toda a energia e toda a fúria dos clássicos concentraram-se no nome de Victor Hugo, reconhecido por todos como o verdadeiro líder da escola romântica; ele foi finalmente eleito em 7 de janeiro de 1841 por 17 votos de 32 eleitores, substituindo Népomucène Lemercier e recebido em 3 de junho pelo conde de Salvandy. Esta vitória, dolorosamente obtida, consagra, no entanto, o triunfo do romantismo. Victor Hugo apoiou a candidatura de Alfred de Vigny, Balzac, Alexandre Dumas, Alfred de Musset, de Béranger; recebeu Saint-Marc-Girardin e Sainte-Beuve. Alfred de Vigny, tendo feito inimigos na Academia, foi quase colocado em quarentena; Victor Hugo deu-lhe provas de simpatia e estima ao recusar-se a ser diretor, enquanto durou esse ostracismo. Insatisfeito com algumas das escolhas feitas pela Academia, o jornal de Victor Hugo, L'Événement, frequentemente atacava a Companhia e, após a eleição de Nisard em 1850, ele exigiu que as eleições para acadêmicos fossem feitas pela Society. Des Gens de Lettres e o Sociedade de Autores Dramáticos. A primeira visita à Academia após o regresso do exílio foi para dar voz a Alexandre Dumas fils, “não tendo podido votar no pai”, disse. Ele votou em Jules Simon, que foi eleito, e em Leconte de Lisle, que foi nomeado apenas para substituí-lo. Nos últimos anos de sua vida e após sua morte, grandes homenagens foram prestadas a ele, tanto pelo povo como pelo mundo literário e pelo poder público. O quinquagésimo aniversário de Hernani foi festejado com esplendor na Comédie Française; uma grande manifestação foi organizada por ocasião da entrada do poeta em seus oitenta anos, em 26 de fevereiro de 1881. Por ocasião de sua morte, a igreja de Sainte-Geneviève (Panthéon) foi abandonada e devolvida ao túmulo de grande homens; seu funeral nacional aconteceu em meio a uma imensa multidão de pessoas, com todas as honras civis e militares que o governo poderia lhe render; seu corpo descansou por três dias sob o Arco do Triunfo, guardado à noite por couraceiros carregando tochas. O centenário de seu nascimento foi celebrado brilhantemente; incluiu entre outras cerimônias a inauguração do monumento elevado à sua glória e a inauguração do Museu Victor-Hugo instalado na casa da Place des Vosges onde o poeta havia escrito obras-primas imortais, enquanto ela era chamada de Place Royale. Ele legou seus manuscritos e desenhos à Biblioteca Nacional. Pasteur, na época da candidatura à Academia Francesa, parece não duvidar da própria eleição, quaisquer que sejam os outros candidatos. Vários nomes são citados para ocupar a vaga, a exemplo de Ferdinand de Lesseps (canal de Suez), o poeta Sully Prudhomme (que será em 1901 o primeiro laureado do prêmio Nobel de Literatura), Paul de Saint-Victor (jornalista brilhante patrocinado / apoiado por Victor Hugo) e Victor Cherbuliez (romancista) (Debré, 1995, p. 419-420). Em 27 de abril de 1882, Pasteur vai à cúpula. Nem todos os 40 membros estão presentes. Victor Hugo, doente, manda se desculpar pela ausência. No entanto, há relato de que “Louis Pasteur era sem dúvida um grande admirador de Victor Hugo. Em um manuscrito datado de 07/02/1885, pouco antes da morte do grande poeta, Pasteur escreve ´O menino sublime como Chateaubriand o chamou, merece ser chamado de velho sublime. Diante desta longevidade gloriosa, a França dá um espetáculo lindo. Sua aclamação é um grito de patriotismo”. Antes da eleição, Pasteur havia se apresentado a Victor Hugo, e este respondeu resmungando “O que o senhor diria se eu pretendesse ser eleito para a Academia de Ciências?” (Debré, 1995, p. 420). Ref. https://data.bnf.fr/en/11907966/victor_hugo/ Ref. http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/victor-hugo?fauteuil=14&election=07-01-1841 Ref. https://www.abebooks.com/signed-first-edition/DEDICATED-PASTEUR-VICTOR-HUGO-Examen-critique/19603200427/bd Próximo Grupo Em construção

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