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  • Arte | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Arte Étienne-Charles Pointurier 1809-1853 Pintor francês. Nasceu em Dole em 3 de julho de 1809. Depois de uma estada em Paris, Étienne-Charles venceu em maio de 1833 o concurso de desenho organizado pela cidade de Arbois para substituir o escultor Victor Huguenin, professor de desenho, renunciou. Ele então se estabeleceu em Arbois, onde residiria até sua morte prematura em 8 de dezembro de 1853. Esse conterrâneo de Pasteur foi professor de desenho do cientista francês em Arbois. Ref. http://www.deartibussequanis.fr/xix/pointurier.php Ref. https://francearchives.fr/fr/article/128963310 Ref. https://rcf.fr/actualite/pointurier-professeur-de-dessin-de-louis-pasteur Charles-Antoine Flajoulot 1774-1840 Professor de desenho de Pasteur aos 17 anos, quando é aluno em Besançon. Porém, Pasteur já pintava desde a infância. No ano anterior, Flajoulot havia sido professor de Gustave Coubert (Debré, 1995, p. 39). Ref. http://deartibussequanis.fr/xix/flajoulot.php Albert Edelfelt 1854-1905 Pintor finlandês. Fez o famoso retrato de Pasteur em 1887 em seu laboratório e também pintou outros membros da família de Pasteur. Em carta aos amigos, Edelfelt fala sobre Pasteur: “seus trabalhos são bons ao extremo, e feitos com energia, cheios de caráter, muito superiores ao trabalho habitual de jovens que se dedicam à carreira artística. Há algo de um grande analisador nestes retratos. Estou seguro que se Pasteur tivesse escolhido a arte em vez da ciência, a França contaria hoje com um de seus mais capazes pintores” (Dubos, 1967b, p. 28). Ref. https://finland.fi/pt/arte-amp-cultura/albert-edelfelt-mestre-da-pintura-plein-air-a-pintura-ao-ar-livre/ Próximo Grupo

  • Vacinação: Raiva | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Vacinação: Raiva Pierre-Victor Galtier 1846-1908 Veterinário francês. Membro da Academia Veterinária Francesa (1903-1908). Galtier nasceu em 1846 em Langogne, filho de pais de baixos recursos. Em 1853, ele foi confiado às freiras que dirigiam a escola local. Ele escapou desta escola duas vezes e foi então colocado com sua avó na cidade de Langogne. A partir daquele momento, com o incentivo de professores que lhe incutiram a importância do trabalho escolar, sua atitude em relação à escola mudou. Frequentou a escola secundária em Langone e depois em Mende, Lozère, saindo após a décima série. Ele leu os estudos greco-romanos em La Chapelle-Saint-Mesmin no "Petit Séminaire", a famosa escola secundária eclesiástica do bispo Félix Dupanloup, um posto avançado do Seminar d'Orléans. Ele recebeu seu diploma de bacharel com honras. Ele estudou para seu mestrado e sua licença veterinária na faculdade Marvejols. Por volta dessa época, Lozère criou uma bolsa para ajudar estudantes pobres a estudar para se tornarem veterinários, que Galtier recebeu e usou para estudar na École Vétérinaire de Lyon. Ele foi o primeiro da classe por quatro anos consecutivos e se formou em 1873 como orador da turma, recebendo o "Grande Prêmio Bourgelat". Galtier começou sua carreira profissional como associado de Monsieur Delorme, um veterinário em Arles, com quem se casou com a filha. Ele começou a ensinar patologia veterinária e eventualmente se tornou o Presidente de Doenças Infecciosas. Aos 33 anos, ele começou seu trabalho com a raiva. Em 1876, foi nomeado Presidente de Patologia e Medicina Interna do Departamento de Ciências Veterinárias de Lyon. Em 1877, seu departamento começou a realizar estudos sobre patologia microbiana e microbiologia. Isso fez com que a escola apoiasse a ideia de doenças contagiosas como a tuberculose, o resfriado comum e a raiva, em oposição à Escola de Alfort que sustentava a ideia de geração espontânea. Em 1878 foi nomeado professor de patologia de doenças infecciosas, saúde animal, comércio e direito médico. No mesmo ano, o Sr. Bouley, Inspetor Geral das escolas veterinárias, cria um novo departamento que separaria o ensino de patologia geral do de doenças transmissíveis. Pierre Victor Galtier foi nomeado chefe do departamento e ocupou o cargo por 30 anos. Em 1879, ele fez descobertas importantes sobre duas doenças mortais: o resfriado comum e a raiva. Em 1883, ele se formou em direito. Galtier foi indicado ao Prêmio Nobel por seu trabalho sobre a raiva. Mas ele morreu em 1908, pouco antes de o vencedor ser escolhido, então foi concedido a Paul Ehrlich e Ilya Ilyich Mechnikov. Em 1879, Pierre-Victor Galtier (1846–1908), professor da Escola de Veterinária de Lyon, demonstrou que a raiva podia ser transmitida de cães para coelhos, o que fornecia um animal experimental mais seguro. Pasteur e seus associados prepararam uma vacina suspendendo a medula espinhal de coelhos infectados em uma câmara de secagem para atenuar o vírus da raiva. Após cerca de duas semanas, o material tornou-se essencialmente inofensivo. Usando essas preparações, Pasteur poderia proteger cães que foram mordidos por animais raivosos ou inoculados com preparações de laboratório virulentas contendo o vírus vivo. No estudo experimental da raiva, Pasteur teve Galtier como predecessor, que comunica à Academia de Medicina, da qual Pasteur faz parte, uma nota que chama a atenção de Pasteur: mostrou que os coelhos eram os melhores animais para desenvolverem a raiva, depois da inoculação, de cachorros suspeitos. Pasteur faz um experimento, mas percebe que o coelho morre rápido demais para que seja “raiva”. De modo cauteloso, analisa o sangue dos coelhos mortos no laboratório e sua descrição o leva a revelar a descoberta do pneumococo (Debré, 1995, p. 468-469). Convém especificar que a parte de Galtier no sucesso de Pasteur nunca foi suficientemente destacada (Debré, 1995, p. 470). Ref. https://data.bnf.fr/en/10352816/victor_galtier/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/science-magazines/biomedicine-and-health-virology Mais informações: https://peoplepill.com/people/pierre-victor-galtier Pierre-Henri Duboué 1834-1889 Médico francês. Doutor em medicina (Paris, 1859). Correspondente da Academia de Medicina. Com a ajuda de seus assistentes, Pasteur começa a estudar a raiva, e se apoia em trabalhos anteriores, não só de Galtier, mas também de Henri Duboué. Este médico envia seus trabalhos a Pasteur e se mostra particularmente interessado em tudo o que diz respeito à localização evidente da doença na substância cerebral. Duboué escreve: 'O agente mórbido progride lentamente, numa direção centripeta, do lugar da mordida para o bulbo raquiano, e muito rapidamente, numa direção centrífuga, deste último para os nervos que saem dele'. Contudo, Pierre-Victor Galtier está inquieto com os trabalhos de Pasteur: não precisava de um rival com tanto prestigio... Por isso, ele se apressa a oferecer a Henri Bouley novos dados pedindo-lhe que os comunique, urgentemente, à Academia de Medicina. No início de 1881, afirma só encontrar o vírus rábico na saliva e assinala, também, que os tecidos nervosos não são contagiosos: ' Inoculei mais de dez vezes, sem nenhum sucesso, o produto extraído da substância cerebral do cerebelo e da medula do cão raivoso'. A partir dessas constatações científicas opostas, Pasteur formula um problema para resolver, ao mesmo tempo que deduz o esboço de um procedimento. Trata-se, em primeiro lugar, de localizar o vírus rábico e depois responder às seguintes perguntas: a substância cerebral é ou não infectada A baba é o único lugar onde o vírus está presente? Se Pasteur segue a pista indicada por Duboué e por Galtier, é porque ainda não conseguiu isolar o vírus rábico na saliva e porque está pesquisando novas vias de inoculação. A substância cerebral de um cão raivoso vai constituir sua primeira e principal abordagem da doença" (Debré, 1995, p. 469-470). Ref. https://data.bnf.fr/en/10432755/henri_duboue/ Mais informações: https://bibliotheques-numeriques.defense.gouv.fr/document/aabcc7fd-08ad-4d08-a512-2ee70838d61a Charles Darwin 1809-1882 Naturalista e geólogo inglês. Autor da teoria da seleção natural. Charles Darwin foi um cientista inglês que estudou a natureza e se tornou célebre por sua teoria da evolução por meio da seleção natural. De acordo com essa teoria, todos os seres vivos estão em uma constante luta para sobreviver. Aqueles que possuem as características mais úteis em seu ambiente tendem a permanecer. Esses seres vivos então transmitem tais características úteis à prole (isto é, seus filhos). Dessa maneira, os animais se transformam, ou evoluem, ao longo de centenas de anos. Darwin apresentou essas ideias em seu importante livro Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou A conservação das raças favorecidas na luta pela vida (1859), mais conhecido como A origem das espécies. Charles Robert Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shropshire, na Inglaterra. Na escola, nunca se saiu muito bem, mas mesmo assim estudou na Universidade de Edimburgo e na Universidade de Cambridge. Um professor em Cambridge incentivou seu interesse por história natural. Em 1831, Darwin partiu em uma expedição para explorar o litoral da América do Sul. O grupo iniciou a viagem em 27 de dezembro de 1831 no navio HMS Beagle. O propósito era estudar a história natural das regiões visitadas. A viagem durou cerca de cinco anos. As observações que Darwin fez durante esse período o levaram a indagar-se sobre como se desenvolvem novas espécies. Para explicar esse processo, ele formulou a teoria da seleção natural. Darwin apresentou sua teoria pela primeira vez em 1858. O conceito de evolução não era novo, mas a teoria de Darwin explicava como ela se dava. Quando Darwin publicou A origem das espécies, o livro fez sucesso imediato. No entanto, não foi bem recebido pelos criacionistas (os criacionistas acreditam que Deus criou tudo o que existe no mundo, tudo ao mesmo tempo). Darwin continuou a escrever sobre sua teoria em vários outros livros. Ele morreu em 19 de abril de 1882. Depois da morte de Claude Bernard, Pasteur se torna o alvo principal dos antivivissecionistas,inclusive na Inglaterra. Em defesa de Pasteur, Charles Darwin declara que “a fisiologia não poderá avançar se suprimirmos experiências com animais vivos, e tenho a íntima convicção de que retardar o progresso da fisiologia é cometer um crime contra o gênero humano” (Debré, 1995, p. 482). Ref.https://data.bnf.fr/en/11898689/charles_darwin/ Ref. https://escola.britannica.com.br/artigo/Charles-Darwin/481114 Charles-Édouard Chamberland 1851-1908 Pierre-Paul-Émile Roux 1853-1933 Louis Thuillier 1856-1883 Adrien Loir 1862-1941 *Ver microbiografias de Chamberland, Roux e Thuillier no grupo Doenças Infectocontagiosas. *Ver microbiografia de Adrien Loir no grupo Família Laurent. Com a ajuda de seus colaboradores Chamberland, Roux, Thuillier e Loir Pasteur começa a estudar a raiva (Debré, 1995, p. 469). Porém, Roux se opõe frontalmente à vacinação da primeira criança (Joseph Meister), recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489). Joseph Meister 1876-1940 O primeiro paciente tratado por Pasteur será Joseph Meister, uma criança francesa de 9 anos que foi atacada por um cão raivoso. Ele e sua mãe correm até Pasteur pedindo ajuda. Pasteur conta 14 lesões de gravidade alarmante, mas a circunstância favorável é de que as mordidas são recentes. Antes de se pronunciar, Pasteur consulta dois médicos nos quais confia plenamente: Alfred Vulpian (seu colega na Academia de Medicina), que é um dos médicos mais respeitados de sua época. Ele é membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação. O outro médico é Jacques-Joseph Grancher, um jovem doutor chefe da unidade de Pediatria do Hospital Enfants-Malades, que associa um excelente conhecimento de microbiologia e a especialização em pediatria. Grancher também aconselha a Pasteur administrar o tratamento anti-rábico. Estes dois médicos examinam o paciente e realizam as inoculações, o que é de grande felicidade para Pasteur, tendo em vista que precisa de um médico para fazer as injeções, e Roux se opõe frontalmente, recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489). O tratamento é um sucesso e Pasteur continua a se interessar pela educação do menino, inclusive abrindo-lhe uma poupança para suas pequenas despesas. Os Meister pedem a Pasteur ajuda para arranjar um emprego ao pai, pois como são da Alsácia, querem sair da tutela alemã. Pasteur faz todo o possível para ajudar a família. Futuramente, Joseph será empregado como guarda do Instituto Pasteur (Debré, p. 492). Em 1940, quando os alemães invadiram Paris, querem entrar no túmulo de Pasteur e de Marie. Eles encontram a oposição de Joseph Meister, zelador do Instituto. Ele se recusa a abrir os portões da cripta, e numa profunda depressão, ele se tranca em seu pequeno alojamento e acaba cometendo suicídio (Debré, 1995, p. 548). Edmé Félix Alfred Vulpian 1826-1887 Médico francês. Professor e Reitor da Faculdade de Medicina de Paris. Membro da Academia de Ciências e da Academia de Medicina, seção de anatomia e fisiologia. Médico neurologista e patologista. Ele foi o co-descobridor da atrofia muscular espinhal de Vulpian-Bernhardt e do fenômeno Vulpian-Heidenhain-Sherrington. Entre outras descobertas e experimentos notáveis, Vulpian descobriu adrenalina na medula adrenal. Ele foi o primeiro a usar o termo "fibrilação" para descrever um ritmo caótico e irregular do coração. Antes de se pronunciar sobre a vacinação da criança Joseph Meister, Pasteur consulta Alfred Vulpian (seu colega na Academia de Medicina), que é um dos médicos mais respeitados de sua época. Ele é membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação (Debré, 1995, p. 489). Ref. https://data.bnf.fr/en/13084570/alfred_vulpian/ Ref. https://dbpedia.org/page/Alfred_Vulpian Mais informações: https://collection.sciencemuseumgroup.org.uk/people/cp83366/edme-felix-alfred-vulpian Jacques-Joseph Grancher 1843-1907 Médico francês. Doutor em medicina (Paris, 1873). Presidente do Conselho de Administração do Instituto Pasteur, Paris, e membro da Academia de Medicina na seção de anatomia patológica. Além de Alfred Vulpian, outro médico que Pasteur consulta é Jacques-Joseph Grancher, um jovem doutor chefe da unidade de Pediatria do Hospital Enfants-Malades, que associa um excelente conhecimento de microbiologia e a especialização em pediatria. Grancher também aconselha a Pasteur administrar o tratamento anti-rábico. Os dois médicos examinam o paciente e realizam as inoculações, o que é de grande felicidade para Pasteur, tendo em vista que precisa de um médico para fazer as injeções, e Roux se opõe frontalmente, recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489). Ref. https://data.bnf.fr/en/12487158/joseph_grancher/ Mais informações: https://artsandculture.google.com/entity/jacques-joseph-grancher/m02pk6lc?categoryid=historical-figure Mais informações: http://himetop.wikidot.com/jacques-joseph-grancher-s-bust Mais informações: https://web.archive.org/web/20070221115153/http://www.pasteur.fr/infosci/archives/grc0.html Jean-Baptiste Jupille 1869-1923 O segundo paciente será Jean-Baptiste Jupille, um jovem francês de 15 anos. O tratamento também é realizado com sucesso e há grande repercussão na imprensa, com o jovem se tornando uma “celebridade”. Futuramente, este também será empregado como porteiro do Instituto Pasteur, assim como Meister (Debré, 1995, p. 492-493). Louise Pelletier ? O mesmo sucesso da vacinação contra a raiva não ocorre com a criança francesa Louise Pelletier, que só é levada a Pasteur 37 dias após ser mordida por um cachorro raivoso, com lesões supurando. Pasteur sabe que o prazo é muito longo e que caminha para o fracasso do tratamento. Contudo, ele se dobra diante da insistência dos pais e diante do sofrimento da criança. Poucos dias depois a criança falece, no mesmo dia do enterro do amigo Henri Bouley, da Academia de Medicina e Academia de Ciências. Os adversários de Pasteur tentam explorar o drama, mas não conseguem abalar a confiança geral no tratamento (Debré, 1995, p. 495). Charles-Félix-Michel Peter 1824-1893 Médico francês. Foi professor de patologia interna na Faculdade de Paris. Membro da Academia de Medicina. "Michel Peter (1824-1893) era parente de um cunhado de Pasteur. Isso não o impediu de ser um de seus adversários mais ferozes. Nascido em Paris, de pais muito pobres, começou como aprendiz e depois como tipógrafo em uma gráfica. Autodidata, preparou e obteve o bacharelado em ciências. Enquanto permanecia como chefe de oficina na mesma gráfica, ele começou seus estudos médicos. Estagiário aos 30 anos, doutor em medicina aos 35, chefe da clínica de Armand Trousseau no Hôtel-Dieu em 1863, encerrou a carreira como professor da faculdade de medicina, membro da Academia de Medicina. Excelente médico, orador eloquente e espirituoso, infelizmente considerou uma heresia aplicar experimentos de laboratório à patologia. Ele defendeu uma teoria, 'espontaneidade mórbida', que se opunha à teoria dos germes de Pasteur. Segundo ele, '... toda essa pesquisa sobre micróbios não vale o tempo que passamos lá, nem o barulho que fazemos a respeito ...'. Nisso se enganou, mas teve o mérito de fazer as pessoas admitirem que nem sempre é suficiente que um germe entre no organismo para que uma doença infecciosa se desenvolva; isso também requer o que ele chamou de 'consentimento do organismo'. A oposição entre Peter e Pasteur era particularmente violenta na época do trabalho de vacinação contra a raiva. Ela liderou as sessões da Academia de Medicina por dez anos" (Perrot & Schwartz, 2017, p. 176). Por mais eloquentes que fossem os números apresentados, os adversários de Pasteur procuraram as menores falhas, fazendo com que ele tivesse que se justificar constantemente. Michel Peter, um dos mais obstinados oponentes de Pasteur, continuou a atacá-lo. Havia vezes em que Vulpian é quem respondia as controvérsias, defendendo Pasteur. No entanto, havia aqueles que acusavam Pasteur de homicida, inclusive na Faculdade de Medicina. Alguns alunos se dividiam entre pasteurianos e antipasteurianos e trocavam socos por causa disso (Debré, 1995, p. 498-501). Ref. https://data.bnf.fr/en/13167090/michel_peter/ Adolphe Rueff 1854-1912 Médico francês. Vice-chefe da clínica de patologia mental da Faculdade de Medicina de Paris, anexo à enfermaria especial da Prefeitura de Polícia de Paris, então médico da cidade de Paris. Os raros fracassos do tratamento contra a raiva são explorados. Por isso, depois de cada morte, Pasteur levanta provas para se defender. Um dos primeiros casos, que transforma a vida no laboratório é de Jules Rouyer, é de uma criança mordida que é tratada. Depois, falece logo após receber um pontapé na região lombar. O médico legista solicita necropsia. Pasteur está na Itália de férias com a família, então Loir vai até o necrotério acompanhado de um delegado de polícia, onde a necropsia é feita na sua presença e de Grancher. Roux pede que enviem o bulbo raquiano, pois é o único modo de saber se a criança morreu de raiva. No dia seguinte, duas testemunhas, hostis ao método de Pasteur comparecem à necropsia: um conselheiro municipal, Adolphe Rueff e o médico Georges Clemenceau, defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur (Debré, 1995, p. 505-506). Ref. https://data.bnf.fr/fr/17145865/adolphe_rueff/ Mais informações: https://curiosity.lib.harvard.edu/contagion/catalog?f%5Bcreators-contributors_ssim%5D%5B%5D=Rueff%2C+Ad.+%28Adolphe%29&f%5Bplace-of-origin_ssim%5D%5B%5D=France&f%5Bsubjects_ssim%5D%5B%5D=Tuberculosis--Treatment Georges Clemenceau 1841-1929 Estadista francês, apelidado de "O Tigre" ou "O Pai da Vitória" após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Chefe do Governo (1906-1909; 1917-1920). Deputado pelo Sena (1876-1885), depois pelo Var (1885-1893). Senador de Var (1902-1920). Jornalista, diretor-fundador do jornal "La Justice" (em 1880), depois de "L'Homme libre" (em 1913) que se tornou "L'Homme enchaîné" (em 1914). Doutor em medicina (Paris, 1865). Membro da Academia de Ciências e da Academia Francesa (eleito em 1918). Foi primeiro-ministro da França por vários mandatos, dos quais o mais importante ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, quando assumiu o cargo em 15 de novembro de 1917. Seus sentimentos antialemães antes da guerra e uma ardente determinação para derrotar a Alemanha o fizeram insistir que o Tratado de Versalhes exigisse o desarmamento alemão e estritas indenizações à França. Esta fotografia faz parte da Guerra das Nações, uma compilação de 1.398 imagens de rotogravura com breves legendas descritivas referentes à Primeira Guerra Mundial e suas consequências imediatas. O livro foi publicado pela New York Times Company e inclui imagens que apareceram na Mid-Week Pictorial, uma revista semanal de fotografias de notícias publicada pela New York Times Company entre 1914 e 1937. As fotografias retratam os principais líderes militares e civis dos países envolvidos na guerra, cenas de batalha, importantes sistemas de armas, ruínas e destruições causadas pelo conflito, o retorno das tropas depois da guerra e as celebrações de vitória em vários países, e cenas da Conferência de Paz de Paris. Além da frente ocidental na França e na Bélgica, as imagens abrangem outros teatros de operações, incluindo as frentes orientais, italianas e dos Balcãs, a Campanha de Galípoli (ou Batalha dos Dardanelos), e a campanha na Mesopotâmia e na Palestina. Entre os acontecimentos do pós-guerra estão as revoluções na Alemanha e na Rússia e a intervenção de tropas aliadas e americanas na Sibéria. O livro contém um índice; 32 mapas, incluindo mapas pictóricos que ilustram frentes e campanhas; e um apêndice de três páginas que fornece uma cronologia de 1914 a 1919, estatísticas (incluindo a força mobilizada e o número de mortos, feridos e desaparecidos de todos os beligerantes), os principais eventos durante a guerra, e as principais disposições do Tratado de Versalhes, que encerrou formalmente a guerra. "Muito mais grave foi a oposição de parte da Academia de Medicina, liderada em particular pelo médico Michel Peter. Segundo os opositores, que contavam com o jovem médico Georges Clemenceau, não só o tratamento de Pasteur era ineficaz, mas perigoso" (Perrot; Schwartz, 2017, p. 182). Georges Clemenceau inicialmente era defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur (Debré, 1995, p. 506). Como um jovem jornalista, Clemenceau atacou violentamente o trabalho de Louis Pasteur (que não era médico). No entanto, uma vez que as demonstrações deste último foram realizadas e endossadas por Joseph Lister, ele admitiu seu erro. Ref. https://data.bnf.fr/en/11897013/georges_clemenceau/ Ref. https://www.histoiredumonde.net/Georges-Clemenceau.html Mais informações: https://www.wdl.org/pt/item/19316/ Paul Camille Hippolyte Brouardel 1837-1906 Médico patologista francês. Médico do hospital Saint-Antoine (desde 1873), depois do hospital Pitié, em Paris. Doutor em medicina (1865). Decano da Faculdade de Medicina de Paris (desde 1887). Membro da Academia Nacional de Medicina (eleito em 1880). Membro do Instituto, membro livre da Academia das Ciências (eleito em 1892). Em 1858 ele se tornou um externe do Hôpital Cochin, em Paris, e em 1865 obteve seu doutorado médico. Em 1873 ele se tornou diretor de serviços médicos no Hôpital Saint-Antoine e de la Pitié. Em 1879 ele se tornou um professor de ciência forense na Faculté de Médecine de Paris, e conseguiu Auguste Ambroise Tardieu, como decano da medicina forense francesa. De 1884 a 1904 foi presidente da Comissão Consultiva de Higiene, e em 1899 foi eleito presidente da Associação Francesa para o Avanço das Ciências. Brouardel foi uma das principais autoridades da medicina legal e também foi um defensor apaixonado sobre todos os aspectos da saúde pública e higiene. Ele estava na vanguarda de questões como segurança alimentar, tuberculose, doenças venéreas, abuso infantil, alcoolismo e da decência pública. Brouardel exerceu uma grande influência sobre a carreira do neurologista Georges Gilles de la Tourette. Os raros fracassos do tratamento contra a raiva são explorados. Por isso, depois de cada morte, Pasteur levanta provas para se defender. Um dos primeiros casos, que transforma a vida no laboratório é de Jules Rouyer, é de uma criança mordida que é tratada. Depois, falece logo após receber um pontapé na região lombar. O médico legista solicita necropsia. Pasteur está na Itália de férias com a família, então Loir vai até o necrotério acompanhado de um delegado de polícia, onde a necropsia é feita na sua presença e de Grancher. Roux pede que enviem o bulbo raquiano, pois é o único modo de saber se a criança morreu de raiva. No dia seguinte, duas testemunhas, hostis ao método de Pasteur comparecem à necropsia: um conselheiro municipal, Adolphe Rueff e o médico Georges Clemenceau, defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur. O médico legista, Paul Brouardel observa a disfunção renal provocada pelo pontapé. No laboratório de Pasteur identificam também o vírus da raiva. Brouardel sabe que se colocar no relatório as duas doenças como causa da morte, a responsabilidade de Pasteur será questionada e se recuaria 50 anos na evolução da ciência (em suas palavras), então opta por colocar apenas insuficiência renal. Posteriormente, após a inoculação em coelhos que ficam bem e não morrem, comprova-se definitivamente a versão oficial da morte dada por Brouard el (Debré, 1995, p. 506-507). Ref. https://data.bnf.fr/en/12208850/paul_brouardel/ Ref. https://artsandculture.google.com/entity/paul-brouardel/m02q_xf0 Próximo Grupo

  • Cristalografia | Pasteur Brasil

    Cristalografia Aos 24 anos, Pasteur é designado professor-estagiário no laboratório do químico Antoine-Jérôme Balard (1802-1876), seu ex-professor, de personalidade simples e bem-humorada, que descobriu o bromo. Balard o apresenta ao experiente Auguste Laurent (1807-1853), que ajudou na fundação da química orgânica e trabalhava com a cristalografia. Pasteur começa suas investigações junto a este pesquisador de temperamento calmo, que o influenciará na formulação de hipóteses e teorias. No início do século XIX, a Mineralogia e a Cristalografia eram inseparáveis das pesquisas óticas que se desenvolviam a passos largos. O polarímetro era um dos principais instrumentos utilizados, permitindo observar as modificações angulares que a luz sofria ao passar pelos materiais. Dentre outras pesquisas, Pasteur vai se dedicar ao mistério do ácido tartárico, posto pelo químico alemão Eilhard Mitscherlich (1794-1863): porque dois produtos químicos aparentemente idênticos têm um efeito diferente na luz polarizada? Após observações meticulosas dos cristais, Pasteur conclui que só os produtos nascidos sob a influência da vida são assimétricos, isto porque o seu desenvolvimento preside forças cósmicas que também são assimétricas. Constata que a dissimetria é a principal linha de demarcação entre o mundo orgânico e o mundo mineral, ou seja, d emonstra que a dissimetria molecular é marca registrada dos seres vivos. Esta descoberta esclarece a característica central dos isômeros, ou seja, moléculas idênticas, porém que desviam a luz de modo contrário. Balard, que captou a importância destas conclusões, comunica-as a Jean-Baptiste Biot (1774-1862), que recebe Pasteur para uma entrevista e demonstração. Ao analisar o experimento, e visivelmente emocionado com o que via, Biot disse a Pasteur “Meu filho querido, em minha vida amei tanto as ciências que isso me faz disparar o coração” (Debré, 1995, p. 74). Desde seus primeiros trabalhos, Pasteur se referia constantemente a Biot, que agora tinha a felicidade de conhecer. Este astrônomo, matemático, físico e químico, com o passar do tempo, irá considerar Pasteur igual a um filho adotivo, tamanha a proximidade científica e afetiva entre os dois. Das críticas científicas aos conselhos mais pessoais, Biot desempenhou um papel ativo em toda a vida de Pasteur. Posteriormente, o filho de Pasteur receberá o nome deste amigo, que será também o padrinho da criança. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René. Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. Litografia de 1857 de Balard, químico francês. Descobriu o bromo aos 24 anos. Levava uma vida simples e estava sempre de bom humor. Foi professor de Pasteur na École Normale, que o convida a se tornar professor-estagiário em seu laboratório. Foi no laboratório de Balard que Pasteur, trabalhando com o ácido tartárico, descobre as formas dextrógiras e levógiras. Balard apresenta Pasteur a Auguste Laurent. Moeda em homenagem a Balard, químico francês descobridor do bromo. Auguste Laurent, químico. Ajudou na fundação da química orgânica. Seus trabalhos sobre cristalografia valeram-lhe a nomeação de correspondente da Academia de Ciências. De espírito muito original, Laurent reparou em Pasteur, e oferece que ele pesquise junto a ele. Pasteur gosta muito de trabalhar com este pesquisador de temperamento calmo, mas o trabalho dura poucos meses, pois Laurent se torna suplente de Dumas na Sorbonne. Polarímetro usado por Pasteur. Eilhard Mitscherlich, químico e físico alemão. Professor de química na Universidade de Berlim. Construiu o primeiro polarizador. Foi o primeiro a anunciar o mistério do ácido tartárico. Pasteur, na época um jovem químico recém-formado, se debruçou sobre este mistério colocado por Mitscherlich: porque 2 produtos químicos aparentemente idênticos tem um efeito diferente na luz polarizada? Cristalografia e Dessimetria Molecular. Jean-Baptiste Biot, astrônomo, matemático, físico e químico. Membro de 3 Academias (Ciências, Belle-Lettres, Francesa). Em 1804, Gay-Lussac subiu num balão de hidrogênio com Jean-Baptiste Biot para investigar o campo magnético da Terra a elevada altitude e a composição atmosférica. Atingiram uma altitude de 4000 metros. Moldes dos cristais. Carta de Pasteur a Biot sobre o ácido racêmico. Caderno de experiências de Pasteur e amostras de ácidos tartáricos. Continue lendo a biografia

  • Vacinação: Raiva | Pasteur Brasil

    Vacinação: Raiva Para designar o micróbio invisível da raiva, Pasteur usa a palavra “vírus”. Ele mantém este termo porque é mais abstrato, porque torna o contágio uma força nociva que é exercida no organismo. Ele adivinha a existência de um vírus porque espera por ele, sem nunca duvidar de sua existência pelo fato de não poder vê-lo (Debré, 1995, p. 463). Nesta etapa, Pasteur se dedica à patologia humana, e ultrapassa a abordagem profilática para inventar uma imunoterapia ativa, o tratamento por estimulação da imunidade. Pasteur se lembrava da angústia de ouvir o comentário de um lobo com raiva que andava na região de Arbois e mordia homens e animais. Na época ele tinha 8 anos. Estudar a raiva seria um benefício para a humanidade e um triunfo para a difusão das descobertas sobre a vacinação. No estudo experimental da raiva, Pasteur tem um predecessor, Pierre Victor Galtier, que comunica à Academia de Medicina, da qual Pasteur faz parte, uma nota que chama a atenção de Pasteur: mostrou que os coelhos eram os melhores animais para desenvolverem a raiva, depois da inoculação, de cachorros suspeitos. Pasteur faz um experimento, mas percebe que o coelho morre rápido demais para que seja “raiva”. De modo cauteloso, analisa o sangue dos coelhos mortos no laboratório e sua descrição o leva a revelar a descoberta do pneumococo. Para os adversários de Pasteur, encabeçados por Michel Peter, essa descoberta prova que não é possível acreditar nos micróbios, e diz “Pasteur pretende trabalhar com a raiva, e na verdade estuda outra afecção?”. Com a ajuda de Chamberland, Roux e Thuillier, Pasteur começa a estudar a raiva, e se apoia em trabalhos anteriores, não só de Galtier, mas também de Henri Duboué. Este médico envia seus trabalhos a Pasteur e se mostra particularmente interessado em tudo o que diz respeito à localização evidente da doença na substância cerebral. Depois da morte de Claude Bernard, Pasteur se torna o alvo principal dos antivivissecionistas, Inclusive na Inglaterra. Em defesa de Pasteur, Charles Darwin declara que “a fisiologia não poderá avançar se suprimirmos experiências com animais vivos, e tenho a íntima convicção de que retardar o progresso da fisiologia é cometer um crime contra o gênero humano” (Debré, 1995, p. 482). O primeiro paciente tratado por Pasteur será Joseph Meister, uma criança de 9 anos que foi atacada por um cão raivoso. Ele e sua mãe correm até Pasteur pedindo ajuda. Pasteur conta 14 lesões de gravidade alarmante, mas a circunstância favorável é de que as mordidas são recentes. Antes de se pronunciar, Pasteur consulta dois médicos nos quais confia plenamente: Alfred Vulpian (seu colega na Academia de Medicina), que é um dos médicos mais respeitados de sua época. Ele é membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação. O outro médico é Jacques-Joseph Grancher, um jovem doutor chefe da unidade de Pediatria do Hospital Enfants-Malades, que associa um excelente conhecimento de microbiologia e a especialização em pediatria. Grancher também aconselha a Pasteur administrar o tratamento anti-rábico. Estes dois médicos examinam o paciente e realizam as inoculações, o que é de grande felicidade para Pasteur, tendo em vista que precisa de um médico para fazer as injeções, e Roux se opõe frontalmente, recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489). O tratamento é um sucesso e Pasteur continua a se interessar pela educação do menino, inclusive abrindo-lhe uma poupança para suas pequenas despesas. Os Meister pedem a Pasteur ajuda para arranjar um emprego ao pai, pois como são da Alsácia, querem sair da tutela alemã. Pasteur faz todo o possível para ajudar a família. Futuramente, Joseph será empregado como guarda do Instituto Pasteur (Debré, 1995, p. 492). Em 1940, quando os alemães invadiram Paris, querem entrar no túmulo de Pasteur e de Marie. Eles encontram a oposição de Joseph Meister, zelador do Instituto. Ele se recusa a abrir os portões da cripta, e numa profunda depressão, ele se tranca em seu pequeno alojamento e acaba cometendo suicídio (Debré, 1995, p. 548). O segundo paciente será Jean-Bapiste Jupille, um jovem de 15 anos. O tratamento também é realizado com sucesso e há grande repercussão na imprensa, com o jovem se tornando uma “celebridade”. Futuramente, este também será empregado como porteiro do Instituto Pasteur, assim como Meister (Debré, 1995, p. 492-493). O mesmo sucesso não ocorre com a criança Louise Pelletier, que só é levada a Pasteur 37 dias após ser mordida por um cachorro raivoso, com lesões supurando. Pasteur sabe que o prazo é muito longo e que caminha para o fracasso do tratamento. Contudo, ele se dobra diante da insistência dos pais e diante do sofrimento da criança. Poucos dias depois a criança falece, no mesmo dia do enterro do amigo Henri Bouley, da Academia de Medicina e Academia de Ciências. Os adversários de Pasteur tentam explorar o drama, mas não conseguem abalar a confiança geral no tratamento (Debré, 1995, p. 495). A notícia do tratamento da raiva atravessa oceanos, e 4 crianças norte-americanas são tratadas em Paris e são salvas, trazendo uma publicidade de proporções inesperadas. Poucos meses depois, é a vez de a Rússia apelar para Pasteur e 19 vítimas também são tratadas. Devido ao longo tempo até chegarem a Paris, algumas já estão em estado muito grave, mas 16 se curam. Sabendo do sucesso, o príncipe Alexandre Oldenburg decide fundar em São Petesburgo um laboratório anti-rábico. Adrien Loir é quem vai para a Rússia. O tratamento se difunde e logo também se vacina em Londres, Viena, na Versóvia, e outros. As pessoas vêm de toda parte para o laboratório na Rua Ulm. Pasteur afirma em 1886 que de 1.235 franceses (França e Argélia) tratados preventivamente contra a raiva, o tratamento só foi ineficaz para 3, e diz, “desafio qualquer um a contradizer esses fatos e asserções” (Debré, 1995, p. 497). No entanto, por mais eloquentes que sejam os números apresentados, os adversários de Pasteur procuram as menores falhas, fazendo com que ele tenha que se justificar constantemente. Michel Peter, um dos mais obstinados oponentes de Pasteur, continua a atacá-lo. Há vezes em que Vulpian é quem responde as controvérsias, defendendo Pasteur. No entanto, há aqueles que acusam Pasteur de homicida, inclusive na Faculdade de Medicina. Alguns alunos se dividiam entre pasteurianos e antipasteurianos e trocavam socos por causa disso (Debré, 1995, p. 498-501). Roux continua denegrindo o método e as críticas diárias chegam a impressionar os mais fiéis colaboradores, em particular Adrien Loir. Os ataques repetidos de Peter e a desconfiança de Roux modificam a atmosfera do tratamento, e Pasteur tem dificuldades em convencer os médicos a respeito da eficácia do método. Mesmo com os ataques, inclusive dos jornais da época, Pasteur se mantém seguro de suas convicções, mas já se encontra com mais de 60 anos e começa a sentir alterações do ritmo cardíaco. Cedendo às orientações dos médicos, aceita fazer um pouco de repouso e viaja com a família para a Itália (Debré, 1995, p. 501-504). Os raros fracassos do tratamento são explorados. Por isso, depois de cada morte, Pasteur levanta provas para se defender. Um dos primeiros casos, que transforma a vida no laboratório é de Jules Rouyer, é de uma criança mordida que é tratada. Depois, falece logo após receber um pontapé na região lombar. O médico legista solicita necropsia. Pasteur está na Itália de férias com a família, então Loir vai até o necrotério acompanhado de um delegado de polícia, onde a necrópsia é feita na sua presença e de Grancher. Roux pede que enviem o bulbo raquiano, pois é o único modo de saber se a criança morreu de raiva. No dia seguinte, duas testemunhas, hostis ao método de Pasteur comparecem à necropsia: um conselheiro municipal, Adolphe Rueff e o médico Georges Clemenceau, defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur. O médico legista, Paul Broudael observa a disfunção renal provocada pelo pontapé. No laboratório de Pasteur identificam também o vírus da raiva. Broudael sabe que se colocar no relatório as duas doenças como causa da morte, a responsabilidade de Pasteur será questionada e se recuaria 50 anos na evolução da ciência (em suas palavras), então opta por colocar apenas insuficiência renal. Posteriormente, após a inoculação em coelhos que ficam bem e não morrem, comprova-se definitivamente a versão oficial da morte dada por Broudael. Pasteur também precisou lidar com os ataques hostis das revistas especializadas e de publicações da imprensa geral, especialmente alemãs e italianas, e responde cada um dos argumentos. Contudo, só excepcionalmente escreve em jornais de grandes tiragens, preferindo atuar por meio de comunicações acadêmicas. No entanto, Grancher, Vulpian e Charles Richet o defendem sempre que necessário, publicando numerosos artigos que se propagam por toda a França. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´Œuvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. Doenças e vacinas. Cão raivoso. Coleta de saliva de cão raivoso. Pasteur e coelhos usados nos experimentos. Pasteur em seu laboratório na École Normale Supérieure em 1885, segurando o frasco contendo a vacina anti-rábica. Óleo sobre tela de Albert Edelfelt, 1886. Joseph Meister, por volta de 1885, quando recebeu a vacina anti-rábica desenvolvida por Pasteur. Pasteur e Jean-Bapiste Jupille, um jovem de 15 anos que foi o segundo paciente vacinado. Pacientes russos de Smolensk em 1886. Pacientes árabes e bretões em 1890. Pasteur, Metchnikoff, pacientes e equipe de apoio ao serviço de vacinação. Pasteur rodeado de pacientes que buscam seu laboratório para a vacinação anti-rábica. Conferência antipasteuriana. Continue lendo a biografia

  • Primeiras Influências Científicas | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Primeiras Influências Científicas Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 Químico e político francês. Foi um dos fundadores da École Centrale de Paris (1829). Leitor no Collège de France (1836). Membro da Academia de Ciências, seção de Química (eleito em 1832), então secretário perpétuo (1868). Membro da Academia Francesa (eleito em 1875). Deputado pelo Norte (1849-1851). Ministro da Agricultura e Comércio (1850) no governo de Napoleão III . Senador (1852-1870). Membro (1854), então presidente (1859) da Câmara Municipal de Paris. O pai de Dumas era o escrivão da cidade de Alès e Dumas frequentou a escola local. Embora por um breve período como aprendiz de um boticário, em 1816 Dumas viajou para Genebra, onde estudou farmácia, química e botânica. Seu nome apareceu em artigos de revistas em farmácia e fisiologia antes de ele completar a adolescência. Em 1823, com a ajuda do naturalista alemão Alexander von Humboldt, Dumas voltou para a França e tornou-se assistente do químico francês Louis-Jacques Thénard na École Polytechnique de Paris. Dumas logo se tornou professor de química no Athenaeum, apenas o primeiro de muitos compromissos acadêmicos que teria - na Sorbonne, na École Polytechnique e na École de Médecine. Como era comum na época, ele ocupou vários desses cargos simultaneamente e passou muitas horas viajando de uma escola para outra. Dumas estabeleceu um laboratório de ensino, inicialmente às suas custas. Ele foi um professor magistral, servindo como mentor de muitos químicos franceses importantes, incluindo Auguste Laurent, Charles-Adolphe Wurtz e Louis Pasteur. Foi ministro da Agricultura de 1850 a 1851 e, quando Napoleão III se tornou imperador, foi nomeado senador. Foi também membro, vice-presidente (1855) e presidente (1859) do Conselho Municipal de Paris. Com Haussmann, Dumas empreendeu a transformação e modernização da capital, supervisionando a instalação de modernos sistemas de drenagem, abastecimento de água e sistemas elétricos. Ele se tornou secretário permanente da Academia de Ciências em 1868. Um dia, Pasteur foi até a Sorbonne assistir, por curiosidade, uma conferência deste célebre químico, que reunia entre 600 a 700 pessoas. Esse primeiro contato com a química vai ser determinante para Pasteur, que seguirá o admirando por toda a vida. Pasteur se inspira em Dumas, em sua eloquência e capacidade de cativar um auditório (Debré, 1995, p. 48; Garozzo, 1974, p. 55). Dumas torna-se um mentor para Pasteur, além também de um grande amigo. Seu afeto por Pasteur é evidente nas correspondências. Ao ingressar futuramente na Academia de Ciências, é Dumas quem apresenta Pasteur a Napoleão III. Ref. https://data.bnf.fr/en/12647737/jean-baptiste_dumas/ Mais informações: http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/jean-baptiste-dumas?fauteuil=40&election=16-12-1875 Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Jean-Baptiste-Andre-Dumas Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/jean-baptiste-andre-dumas Antoine-Jérôme Balard 1802-1876 Químico e Farmacêutico (1826) francês. Descobridor do bromo em 1826, aos 24 anos de idade. Professor no Collège de France (1851-1876). Membro da Academia de Ciências (1844). Balard nasceu em uma família de circunstâncias modestas; seus pais eram produtores de vinho. Sua madrinha percebeu sua inteligência e permitiu que ele frequentasse o liceu em Montpellier. Em 1819, ao se formar, começou a se preparar para a carreira de farmacêutico. Enquanto treinava em Montpellier, ele serviu como préparateur em química para Joseph Anglada da Faculté des Sciences e préparateur na École de Pharmacie. No último, ele estudou química e física com Jacques Étienne Bérard, que permitiu a Balard fazer pesquisas na fábrica química da qual Bérard era o diretor. Balard formou-se em farmácia em 1826, tendo escrito uma tese sobre o cianogênio e seus compostos. Foi nesse período, por volta de 1825, que Balard fez a descoberta do elemento bromo. A descoberta de um novo elemento químico por um jovem e obscuro farmacêutico provinciano causou sensação nos círculos científicos parisienses e, posteriormente, estrangeiros. O feito de Balard foi reconhecido pela Académie des Sciences e ele foi premiado com uma medalha pela Royal Society of London. Ao estudar a flora do pântano salgado das águas mediterrâneas, Balard, depois de cristalizar cloreto de sódio e sulfato de sódio da água do mar, saturar o resíduo com cloro e destilar o produto, descobriu o único elemento não metálico líquido, o bromo. Determinou suas propriedades e estudou alguns de seus compostos . Mais tarde, ele provou a presença de bromo em plantas marinhas e animais. Expoente do valor potencial do mar como fonte de produtos químicos, Balard lecionou na École de Pharmacie de Montpellier, onde se formou em 1826. Tornou-se professor de química na Sorbonne (1842) e no Collège de France, Paris (1851). Balard era principalmente um químico experimental, embora sua experimentação fosse guiada por uma aguda consciência das analogias entre as substâncias que estava investigando e outras cuja química era mais conhecida. Ele não publicou muito, mas o que apareceu foi de alta qualidade e de grande interesse. O modo de vida de Balard era modesto, mesmo em seus anos de sucesso em Paris. Além disso, sua abstinência influenciou o estilo de sua pesquisa científica; Jean-Baptiste Dumas e Charles Adolphe Wurtz testemunharam a preferência de Balard por aparelhos simples e reagentes caseiros em vez de técnicas e materiais elaborados. Ele era amável e generoso tanto com seus colegas quanto com seus alunos. Talvez de maior importância do que suas pesquisas químicas foi o interesse de Balard pelas carreiras de seus alunos, especialmente as de Louis Pasteur e Marcelin Berthelot. Balard fez uma petição para que Pasteur fosse designado a ele como assistente em 1846, e em 1851 ele garantiu uma posição semelhante para Berthelot no Collége de France. Ele manteve amizade íntima com esses dois alunos, vindo em defesa de Pasteur na controvérsia da geração espontânea e garantindo a criação da cadeira de química orgânica no Collége de France para Berthelot. Como foi dito, Balard levava uma vida simples e estava sempre de bom humor. Foi professor de Pasteur na École Normale, e o convidou a se tornar professor-estagiário em seu laboratório (Debré, 1995, p. 55-57). Balar interveio, junto ao Ministério da Instrução Pública, quando Pasteur foi designado professor de física no liceu de Tournon, pois estava trabalhando em uma tese de doutoramento em química. Foi no laboratório de Balard que Pasteur, trabalhando com ácido tartárico, descobre as formas dextrógiras e levógiras. Em vários momentos da vida de Pasteur, Balard o recomenda moderação e calma (Debré, 1995, p. 363). É Balard quem apresenta Pasteur a Auguste Laurent. Ref. https://data.bnf.fr/en/10563454/antoine-jerome_balard/ Ref. https://www.britannica.com/biography/Antoine-Jerome-Balard Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/balard-antoine-jerome Auguste Laurent 1807-1853 Químico francês. Ajudou a lançar as bases para a fundação da química orgânica. Seus trabalhos sobre cristalografia valeram-lhe a nomeação de correspondente da Academia de Ciências. Após o ensino clássico convencional, Laurent formou-se em engenharia pela prestigiosa École des Mines de Paris. A partir de 1830, ele foi contratado como assistente de laboratório por Jean-Baptiste Dumas , o principal químico francês e professor da École Centrale des Arts et Manufactures. Depois de vários postos industriais de curta duração e uma tentativa de dirigir uma escola particular de química em Paris, Laurent foi nomeado professor de química na Universidade de Bordeaux em 1838. Mais tarde naquele ano, ele se casou com Anne-Françoise Schrobilgen de Luxemburgo. Laurent não estava feliz “no exílio” nas províncias, mas seus sete anos em Bordeaux foram os mais produtivos de sua carreira. De espírito muito original. Laurent reparou em Pasteur, e oferece que ele pesquise junto a ele. Pasteur gostava muito de trabalhar com este pesquisador de temperamento calmo, mas trabalha por poucos meses com Laurent, que se torna suplente de Jean-Baptiste Dumas na Sorbonne em abril de 1847. Apesar de Pasteur ter trabalhado pouco tempo com Laurent, a sua influência foi grande, especialmente na formação de hipóteses a teorias (Debré, 1995, p. 57). Laurent falece de tuberculose aos 45 anos. Não há parentesco deste químico com o sogro de Pasteur, Aristide Laurent. Ref. https://data.bnf.fr/en/12560058/auguste_laurent/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Auguste-Laurent Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/auguste-laurent Jean-Baptiste Biot 1774-1862 Físico, químico, astrônomo e matemático francês. Membro da Academia das Ciências (eleito em 1803), membro da Académie des inscriptions et belles-lettres (eleito em 1841) e membro da Academia Francesa (eleito em 1856). Educado na École Polytechnique, Biot foi nomeado professor de matemática na Universidade de Beauvais em 1797, tornou-se professor de física matemática no Collège de France em 1800 e foi eleito membro da Academia Francesa de Ciências em 1803. Colaborou com Gay-Lussac em análises atmosféricas. Em 1804, ambos subiram em um balão de hidrogênio para investigar o campo magnético da Terra a elevada altitude e a composição atmosférica. Atingiram uma altitude de 4000 metros. Eles mostraram que o campo magnético da Terra n ão varia visivelmente com a altitude e testaram a composição da atmosfera superior . Biot colaborou também com o famoso físico Dominique-François-Jean Arago na investigação das propriedades refrativas dos gases. Em 1820, Biot e o físico Félix Savart descobriram que a intensidade do campo magnético criado por uma corrente que flui por um fio é inversamente proporcional à distância do fio. Essa relação é agora conhecida como lei de Biot-Savart e é uma parte fundamental da teoria eletromagnética moderna. Em 1835, ao estudar a luz polarizada (a luz tendo todas as suas ondas no mesmo plano), Biot descobriu que soluções de açúcar, entre outras, giram o plano de polarização quando um feixe de luz polarizada passa. Outras pesquisas revelaram que o ângulo de rotação é uma medida direta da concentração da solução. Este fato tornou-se importante na análise química porque forneceu uma maneira simples e não destrutiva de determinar a concentração de açúcar. Por este trabalho, Biot recebeu a Medalha Rumford da Royal Society em 1840. Aos 19 anos, Biot já exibia um ceticismo precoce ao afirmar: "Sempre, nas questões duvidosas, o ignorante crê, o cientista improvisado decide, o homem instruído examina" (Witkowski, 2004, p. 107). Buscou ainda identificar os enigmas astronômicos gravados nas colunas dos templos egípcios (Witkowski, 2004, p. 107). Ao conhecer as pesquisas de Pasteur, no início tem dúvida sobre a sua descoberta na área da cristalografia, e ao reconhecer a veracidade, propõe que a apresente na Academia. Em carta, escreve a Pasteur: “Meu filho, em minha vida amei tanto as ciências que isso me faz disparar o coração” (Debré, 1995, p. 74). Biot considerava Pasteur quase seu filho adotivo. Torna-se seu padrinho científico. Das críticas científicas aos conselhos mais pessoais, Biot desempenha um papel ativo na vida de Pasteur. Mostra-se o grande confidente de Pasteur. O filho de Pasteur recebe o nome deste amigo, que será também seu padrinho. Ref. https://data.bnf.fr/en/12150160/jean-baptiste_biot/ Ref. https://www.britannica.com/biography/Jean-Baptiste-Biot Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/physics-biographies/jean-baptiste-biot Eilhardt Mitscherlich 1794-1863 Químico e físico alemão. Professor de química na Universidade de Berlim. Era filho de um ministro. Recebeu sua educação inicial em Jever, na escola dirigida pelo historiador Friedrich Christoph Schlosser, que o encorajou a se dedicar às 'artes liberais', nome dado no final da época romana a disciplinas consideradas estudos preparatórios para a filosofia; geralmente eram contados em número de sete e agrupados como trivium (gramática, retórica e lógica) e quadrivium (aritmética, geometria, música e astronomia). Mitscherlich estudou línguas orientais (persa) em Heidelberg e Berlim. Ele então se voltou para o estudo da medicina em Göttingen em 1817, onde se interessou pela cristalografia. Simultaneamente aos seus estudos médicos, Mitscherlich completou a pesquisa em antigos textos persas, pelos quais obteve o doutorado. Ao mesmo tempo, seu interesse se voltava cada vez mais para a química. De 1818 a 1820, Mitscherlich trabalhou no laboratório de Berlim do botânico alemão Heinrich F. Link, onde primeiro empreendeu o estudo de arsenatos e fosfatos. Em 1819, ele descobriu a partir desse estudo que compostos com composição semelhante geralmente têm a mesma estrutura cristalina. Neste mesmo ano conheceu Jöns Berzelius, quando este passava por Berlim. Berzelius tinha ouvido falar do trabalho de Mitscherlich e reconheceu o significado de suas descobertas. Quando o Ministério da Educação prussiano ofereceu a Berzelius a cadeira de química na Universidade de Berlim, deixada vaga com a morte de Klaprolh, Berzelius sugeriu nomear Mitscherlich em seu lugar. Mitscherlich foi considerado jovem demais para ocupar o cargo, entretanto, um acordo foi acertado pelo qual ele seria enviado para trabalhar com Berzelius em Estocolmo por dois anos, a fim de ampliar seus conhecimentos de química. No decurso desta parceria frutífera, Mitscherlich trabalhou no laboratório de Berzelius, visitou e estudou as minas e trabalhos metalúrgicos em Falun e adquiriu mais experiência em análise química e química inorgânica. Mais importante, ele continuou seu trabalho com isomorfismo. Em 1821, Mitscherlich se tornou professor de química na Universidade de Berlim. Mitscherlich também foi membro da Academia de Ciências de Berlim e diretor de seu laboratório, localizado no observatório. Ele fez uso extensivo desta instalação para ensino, bem como para pesquisa, uma vez que a universidade não oferecia instalações para o ensino prático de química. Além de ter estado na Suécia, Mitscherlich fez outras viagens ao exterior para trabalhar com cientistas estrangeiros. Em 1823-1824, ele estava em Paris, onde colaborou com Fresnel na investigação da alteração da refração dupla dos cristais em função da temperatura; ele também conheceu Thénard e Gay-Lussac. Em 1824, ele visitou Humphry Davy, Faraday, Wollaston e Dalton na Inglaterra, onde inspecionou várias fábricas. De volta a Berlim, ele trabalhou em várias áreas da química orgânica e inorgânica, além de seus estudos de isomorfismo. Mitscherlich talvez tenha tido mais sucesso como escritor de livros didáticos. Seu Lehrbuch der Chemie foi publicado pela primeira vez em 1829; em 1847, teve quatro novas edições em alemão, bem como duas edições em francês e uma em inglês. A obra continha as palestras de Mitscherlich sobre todos os aspectos da química pura e aplicada, bem como uma quantidade considerável de material sobre física, todos ilustrados com uma série de belas xilogravuras. As próprias palestras são caracterizadas por sua clareza exemplar e experimentos engenhosos; o livro foi muito elogiado pelos contemporâneos de Mitscherlich, incluindo Berzelius e Liebig. Como professor, Mitscherlich estava ciente de que seus alunos precisavam de instrução prática; e os levava para visitar as fábricas. Mitscherlich foi quem promulgou a teoria do isomorfismo, uma relação entre a estrutura cristalina e a composição química. Construiu o primeiro polarizador. Foi o primeiro a anunciar o mistério do ácido tartárico. Pasteur, na época um jovem químico recém-formado, se debruçou sobre este mistério colocado por Mitscherlich: porque dois produtos químicos aparentemente idênticos tem um efeito diferente na luz polarizada? Pasteur descobre que “só os produtos nascidos sob a influência da vida são assimétricos, isto porque o seu desenvolvimento preside forças cósmicas que também são assimétricas". A dissimetria é a principal linha de demarcação entre o mundo orgânico e o mundo mineral. Em 1852, Mitscherlich vai a Paris para ser recebido como correspondente estrangeiro na Academia de Ciências, em companhia do mineralogista Gustav Rose, professor na Faculdade de Berlim. Ambos quiseram se encontrar com Pasteur para ouvir de sua própria boca as circunstâncias detalhadas de suas descobertas sobre o tártaro (Debré, 1995, p. 86). Os três cientistas (Pasteur, Mitscherlich e Rose) passam duas longas horas juntos discutindo as circunstâncias da observação, refletindo sobre as consequências. “Estudamos tanto e tanto esses cristais que estamos persuadidos de que se você não encontrasse, ao observá-los de novo, esse fato tão notável, nossa descoberta ficaria ignorada durante um tempo considerável” (Debré, 1995, p. 87). Mitscherlich conhece um produtor de ácido paratartárico na Alemanha, o industrial Friedrich Fikentscher. Pasteur decide viajar à Alemanha para encontrar a tal molécula. Ref. https://data.bnf.fr/en/12554702/eilhard_mitscherlich/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/eilhard-mitscherlich Ref. https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803100202237#showmorecontent Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Eilhardt-Mitscherlich Antoine-Laurent de Lavoisier 1743-1794 Químico, físico e economista francês. Membro da Comissão para o estabelecimento de pesos e medidas. Membro da Academia de Ciências (recebido em 1768). Deputado Membro dos Estados Gerais. Filho de um advogado do Parlamento de Paris, Lavoisier começou seus estudos no Collège Mazarin em Paris aos 11 anos de idade. Em seus últimos dois anos (1760-1761) no colégio, seus interesses científicos foram despertados. Nas aulas de filosofia, ele ficou sob a tutela do Abade Nicolas Louis de Lacaille, um ilustre matemático e astrônomo observacional que imbuiu o jovem Lavoisier de um interesse pela observação meteorológica, um entusiasmo que nunca o deixou. Lavoisier ingressou na faculdade de direito, onde se graduou como bacharel em 1763 e se licenciou em 1764. No entanto, continuou sua formação científica nas horas vagas. As pesquisas de Lavoisier sobre combustão foram realizadas em meio a uma agenda muito ocupada de tarefas públicas e privadas, especialmente em relação à Fazenda Fiscal. Havia também inúmeros relatórios e comitês da Academia de Ciências para investigar problemas específicos por ordem do governo real. Lavoisier, cujas habilidades de organização eram notáveis, frequentemente recebia a tarefa de redigir esses relatórios oficiais. Foi figura de destaque na revolução química do século XVIII. Desenvolveu uma teoria experimentalmente baseada na reatividade química do oxigênio. É co-autor do sistema moderno para nomear substâncias químicas. Serviu como um importante financista e administrador público antes da Revolução Francesa. Lavoisier foi o primeiro filho e único filho de uma rica família burguesa que vivia em Paris. Lavoisier é considerado o "pai da química moderna". Descobriu o papel do oxigênio na combustão; descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: H2O; identificou e batizou o oxigênio (1778) e o hidrogênio (1783). Enunciou o princípio da conservação da matéria, etc. É autor da célebre frase: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Em uma carta ao ministro Gustave Rouland, Pasteur expõe seu programa de trabalho e declara retomar o estudo da fisiologia no ponto em que Lavoisier havia deixado e acrescenta “(...) depois da morte, a vida reaparece sob outra forma e com novas propriedades” (Debré, 1995, p. 551-552). Ref. https://data.bnf.fr/en/12079036/antoine-laurent_de_lavoisier/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Antoine-Lavoisier Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/antoine-laurent-lavoisier Louis-Joseph Gay-Lussac 1778-1850 Químico e físico francês. Político. Membro da Haute-Vienne (1831-1839). Professor de química na École Polytechnique em Paris (1809-1839). Membro da Academia das Ciências (eleito em 1806), depois Presidente (1822-1834). Peer of France (nomeado em 1839). Foi também professor de física e química na Sorbonne. Em 1797, entrou na Escola Politécnica em Paris e graduou-se em 1800. Começou estudos adicionais em engenharia, mas se afastou em 1801 quando foi convidado a ser assistente do distinto químico Claude-Louis Berthollet. Muitas das pesquisas de Gay-Lussac foram realizadas no laboratório localizado na casa de campo de Berthollet em Arcueil, perto de Paris. Esta aldeia era o centro de um grupo ativo de jovens cientistas orientados por Berthollet e Pierre-Simon Laplace. Em 1802, elaborou uma lei, conhecida como a lei de Charles, que trata dos efeitos da temperatura sobre os gases. Mostrou que todos os gases expandem proporcionalmente ao aumento de temperatura. A existência de um coeficiente térmico de expansão comum tornou possível a definição de uma nova escala de temperatura de profundo significado termodinâmico estabelecida posteriormente por Sir William Thomson (Lord Kelvin). Em 24 de agosto de 1804, juntamente com Jean-Baptiste Biot ascenderam num balão de hidrogênio a uma altura de 4000m a fim de estudar a variação magnética da Terra em relação à altura. Realizou sozinho uma segunda ascensão em 16 de setembro do mesmo ano, a uma altura recorde de 7016m com objetivo de repetir medições magnéticas, estudar a variação da temperatura e pressão e coletar amostras de ar. Em 1805, em companhia de Humboldt, fez uma expedição científica à Itália, estagiando depois algumas semanas no laboratório de Humboldt, em Berlim. Experiências mostraram a determinação de proporções relativas em hidrogênio e oxigênio devem ser combinados para formar água. Assim, em 31 de dezembro de 1808, ano de seu casamento, anunciou a lei da combinação dos volumes. Esta lei estabelece que os gases formam compostos entre si, segundo proporções definidas, que podem ser expressas em fórmulas. A fórmula usada para a água (H2O) mostra que a água é formada por duas partes de hidrogênio (H) e uma parte de oxigênio (O). Aperfeiçoou os processos de fabricação do ácido sulfúrico e do ácido oxálico para a indústria. Sugeriu um método de determinação da quantidade de álcalis existente na potassa e no carbonato de sódio (barrilha), além de aperfeiçoar meios de avaliar a quantidade de cloro contida no pó de descoramento, ou alvejamento. Gay-Lussac e Louis Jacques Thenard, trabalhando independentemente, isolaram o boro, no mesmo ano (1808) que sir Humphrey Davy, químico inglês, o fazia na Inglaterra. Em 1809, depois de tentar a análise do cloro, que se chamava então "ácido muriático oxigenado", concluiu que havia motivo para se ver nele um corpo simples. Em 1815, descobriu o cianogênio e o ácido prússico. Em 1816, construiu o barômetro de sifão que tem seu nome; a seguir, o seu alcoômetro centesimal. Por sua notável contribuição para o progresso da química, foi eleito para a Académie des Sciences, de Paris, e para a Royal Society, de Londres. Ref. https://data.bnf.fr/en/12238576/louis-joseph_gay-lussac/ Ref. http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/g-lussac.htm Robert Boyle 1627-1691 Físico, químico e filósofo irlandês. É considerado um dos fundadores da química. Nasceu em uma família rica e estava ligado por sangue ou casamento a todas as famílias Anglo-Saxônicas de sua época. Era o mais jovem filho de uma família de 14 filhos. Aos oito anos, depois de um período de ensino particular em casa, ele foi estudar em Eton, onde os filhos dos nobres iniciavam seu aprendizado. Mais tarde, aos doze anos, foi para o continente, onde um cidadão de Genebra o educou e ensinou-lhe a matemática prática. Depois, foi introduzido na nova ciência incluindo "Dialogue on the Two Chief World Systems" de Galileo, que ele leu em Florença em 1642. A explosão da guerra Anglo-Saxônica e também a guerra civil na Inglaterra fez com Boyle retornasse para casa. Foi apresentado a Samuel Hartlib, quem parece, fez com que se interessasse por Medicina. Da Medicina passou para a Química, onde iniciou como preparador de medicamentos, mas logo se tornou um criador de produtos químicos. Boyle leu todos os livros de químicos publicados em inglês, francês e latim e também leu os livros dos escritores mais importantes de outras áreas. Seu rápido interesse por Astronomia persistiu por algum tempo, mas a influência de Bacon e Descartes fez com que se interessasse por problemas mais amplos. Logo seus pensamentos coincidiram com os dos líderes do movimento científico da Inglaterra, ao qual se juntou em Oxford em 1656. Após a Restauração, Boyle esteve frequentemente em Londres, onde se fixou em 1668. Ele foi um dos fundadores da Sociedade Real, da qual foi a pessoa mais influente e notável por toda a sua vida. Foi também um simpatizante das questões irlandesas .Apesar de estar freqüentemente doente, Boyle permaneceu trabalhando em seus objetivos científicos com a ajuda de seus assistentes (dos quais muitos se tornaram cientistas famosos) até a sua morte. Foi um autor prolífero, escrevendo sobre ciência, filosofia e teologia. É mais conhecido pela lei de Boyle, que descreve a relação inversamente proporcional entre a pressão absoluta e o volume de um gás, se a temperatura for mantida constante dentro de um sistema fechado. "Não foram preocupações apenas de ordem experimental que guiaram Pasteur para a cristalogafia. Algumas reflexões teóricas também contribuíram para tanto. Robert Boyle, no século XVII, mostrara que existe uma relação entre a forma dos constituintes invisíveis de um sólido e sua organização em cristal" (Debré, 1995, p. 58-59). Ref. https://data.bnf.fr/en/11988979/robert_boyle/ Mais informações: http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/boyle.htm Dmitrij Ivanovič Mendeleev 1834-1907 Químico e físico russo. Foi o criador da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos. Estudou ciências em São Petersburgo, formando-se em química (1856). Trabalhou no laboratório Wurtz, em Paris. Esteve na Pensylvania e no Cáucaso, estudando a natureza e a origem do petróleo. Professor a partir de 1863, em 1866 assumiu a cátedra de química do Instituto Tecnológico de São Petersburgo. Na qualidade de conselheiro científico das forças armadas russas (1890) promoveu o estudo da nitrocelulose. Foi conservador do Museu de Pesos e Medidas (1893). Recebeu a medalha Davy (1882) e a medalha Copley (1905), da Royal Society de Londres. Mendeleev é autor da lei segundo a qual as propriedades físicas e químicas dos elementos são função periódica do peso atômico. Apesar de outros cientistas terem anteriormente traçado sequências numéricas entre os pesos atômicos de certos elementos e notado conexões entre estes e as propriedades das diversas substâncias, Mendeleev é o primeiro a enunciar a lei cientificamente. Estabelece a analogia dos elementos em bases numéricas seguras. Faz a classificação periódica dos elementos químicos conforme seu peso específico, dispondo os elementos em ordem crescente de acordo com seu peso atômico. Nota que as propriedades dos corpos simples se repetem periodicamente. Elabora quadros que, por apresentarem lacunas, o levam a prever a existência três elementos até então desconhecidos, previsão confirmada pela descoberta do gálio (1875), do escândio (1879) e do germânio (1886). Em diversos casos questiona os pesos atômicos aceitos por não corresponderem à lei periódica. Mendeleev empreende trabalhos sobre o isomorfismo, a compressão dos gases e as propriedades do ar rarefeito. Estuda a natureza das soluções, que considera sistemas líquidos homogêneos de compostos instáveis dissociáveis do solvente com a substância dissolvida. Investiga a expansão termal dos líquidos e elabora fórmula para expressá-la. Estudando os gases (1861) antecipa o conceito de Thomas Andrews (1869) da temperatura crítica dos gases, definindo o ponto absoluto de ebulição como a temperatura em que a coesão e o calor da vaporização eqüivalem a zero e o líquido se transforma em vapor independentemente da pressão e do volume. Contribui ainda para a preparação de uma pólvora sem fumaça, à base de pirocolódio. Sua obra mais importante é Osnovy chimii (1868 – 1870; Princípios de química). A classificação de Mendeleev é a base da teoria da estrutura eletrônica do átomo. Numerando-se em sequência os elementos de acordo com a sua classificação, verifica-se que o número de ordem de cada elemento é igual à carga positiva de seu núcleo atômico. Quanto às propriedades químicas, são sobretudo função da forma de agrupamento dos elétrons em torno do núcleo. Quando a carga do núcleo aumenta de uma unidade e o número de elétrons cresce respectivamente, os tipos de agrupamento de elétrons repetem-se, o que determina a periodicidade nas alterações das propriedades dos átomos. A lei de Mendeleev estipula que as propriedades dos elementos são função periódica do número de ordem ou da carga do núcleo atômico. A classificação periódica reflete não só as conexões, mas também as transformações reais dos elementos químicos e seus compostos. As reações nucleares e a desintegração radioativa dos átomos correspondem a deslocamentos na classificação periódica, a qual reflete ainda a evolução da matéria sideral e a repartição dos compostos químicos ao longo da evolução da Terra. Mendeleev admite o vínculo entre a composição atômica e a estrutura dos cristais (Debré, 1995, p. 59). Ref. https://data.bnf.fr/en/13088624/dmitrij_ivanovic_mendeleev/ Ref. http://allchemy.iq.usp.br/metabolizando/beta/01/mendelee.htm Jean-Baptiste Louis de Romé de L'Isle 1736-1790 Físico e mineralogista francês. É considerado o criador da moderna cristalografia. Iniciou a descrição dos cristais e foi sucedido por René-Just Haüy. Depois de ser educado em Paris, ele navegou para as Índias Orientais como secretário de uma companhia de artilharia e, em 1761, tornou-se prisioneiro dos ingleses em Pondicherry, sendo mantido em cativeiro por três anos. Tendo adquirido o gosto pela ciência, ao voltar para casa tornou-se aluno do químico Balthasar-George Sage (1740-1824) e aplicou-se à mineralogia, formando um gabinete mineralógico, e em 1772 publicando seu “Essai de Cristallographie”. Este trabalho foi ampliado e publicado em 1783 sob o título “Cristallographie, ou Description des formes propres k tous les corps du regne mineral dans l ' etat de combinaison saline pierreuse ou metallique ”. Continha tabelas de todos os cristais então conhecidos. Outro assunto ao qual Romé de L´Isle dedicou muito tempo foi a metrologia, estimulada sem dúvida pelo estado caótico dos pesos e medidas na França da época. Ele coletou uma grande quantidade de material relacionado ao assunto, alguns dos quais ele incorporou em sua “Metrologie, ou Table pour servir a l'intelligence des poids et mesures des anciens ...” lançado em 1789, o ano em que a Revolução Francesa estourou. Devido à sua intensa aplicação para estudar, Romé de L´Isle sofreu de problemas de visão. Sendo isso levado ao conhecimento de Luís XVI, ele recebeu uma pequena pensão, embora não tivesse ocupado nenhum cargo oficial. Romé de L´Isle racionalizou os princípios descritivos do cristal e desencorajou as descrições fantásticas da filosofia mineral. Tratou de descrever e não de estabelecer leis. Por isso, afirma Pasteur, que Haüy, seu sucessor, figura como o verdadeiro introdutor da ciência no estudo do cristal (Debré, 1995, p. 59-60). Ref. https://data.bnf.fr/en/13475531/jean-baptiste_louis_de_rome_de_l_isle/ Ref. https://www.nature.com/articles/138319a0 René-Just Haüy 1743-1822 Cônego Honorário de Notre-Dame de Paris. Mineralogista francês, foi professor de todos os principais institutos de ensino e pesquisa da Revolução e do Império. Fundador das três grandes coleções da Escola de Minas, do Museu de História Natural e da Universidade. Membro das Academias de Ciências de São Petersburgo e Berlim. Membro da Academia da Ciências (eleito em 1783). Haüy, cujo pai era um pobre tecelão, nasceu em St. Just, na França. Seu interesse pela música sacra atraiu a atenção do prior da abadia, que logo reconheceu a inteligência de Haüy e providenciou para que ele recebesse uma boa educação. Ainda em Paris, seu interesse pela mineralogia foi despertado pelas palestras de Louis Daubenton. Ele se tornou professor de mineralogia no Museu de História Natural de Paris em 1802. Seu Traité de mineralogie (Tratado de Mineralogia) foi publicado em cinco volumes em 1801 e Traité de cristallographie (Tratado sobre Cristalografia) em três volumes em 1822. Haüy é considerado o fundador da ciência da cristalografia por meio da descoberta da lei geométrica da cristalização. Em 1781, ele acidentalmente deixou cair alguns cristais de calcita no chão, um dos quais se quebrou e descobriu, para sua surpresa, que os pedaços quebrados tinham a forma romboédrica. Rompendo deliberadamente outras e diversas formas de calcita, ele descobriu que ela sempre revelava a mesma forma, qualquer que fosse sua origem. Ele concluiu que todas as moléculas de calcita têm a mesma forma e é apenas como elas se juntam que produz diferentes estruturas grosseiras. Em seguida, ele sugeriu que outros minerais deveriam apresentar diferentes formas básicas. Ele pensava que havia, de fato, seis formas primitivas diferentes das quais todos os cristais poderiam ser derivados por serem ligados de maneiras diferentes. Usando sua teoria, ele foi capaz de prever em muitos casos os ângulos corretos da face do cristal. A obra gerou muita polêmica e foi atacada por Eilhard Mitscherlich em 1819 quando ele descobriu o isomorfismo no qual duas substâncias de composição diferente podem ter a mesma forma cristalina. Haüy rejeitou os argumentos de Mitscherlich. Haüy também realizou trabalhos em piroeletricidade. O mineral haüyne foi batizado em sua homenagem. "A herança de Haüy é dupla: de um lado, uma coleção de cristais que Pasteur poderá examinar no Muséum; de outro, um Traité de minéralogie cristalline, publicado em 1801, que constitui a base do curso de Gabriel Delafosse, professor de mineralogia na École Normale Supérieure e mestre de Pasteur" (Debré, 1995, p. 61). Ref. https://data.bnf.fr/en/12276345/rene-just_hauy/ Ref. https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803095924649 Gabriel Delafosse 1796-1878 Mineralogista francês. Foi professor na Sorbonne, depois no Museu de História Natural de Paris. Membro da Academia de Ciências (em 1857). Filho de um magistrado provincial, Delafosse formou-se em escolas de Saint-Quentin e Reims e tornou-se aluno com bolsa da École Normal Supérieure. Após a conclusão dos seus estudos lá em 1816, foi trabalhar para Haüy, cujos cursos de mineralogia frequentou no Muséum d'Histoire Naturelle. Ele ajudou Haüy a editar e publicar Traité de Cristallographie (1822) e os últimos três volumes póstumos da segunda edição do Traité de Minéralogie (1822-1823). A nomeação de Delafosse como naturalista assistente em 1817 deu início à sua associação ao longo da vida com o Muséum, onde se tornou professor em 1857, substituindo Pierre Armand Dufrénoy. Ele também foi associado à Faculté des Sciences de Paris a partir de 1822, obtendo uma cátedra de mineralogia em 1841, como sucessor de François Sulpice Beudant. Por muitos anos, Delafosse lecionou na École Normale Supérieure (1826-1857). Sua eleição para a seção de mineralogia na Academia de Ciências ocorreu em 1857. Ele foi membro fundador da Société Geologique de France. Como aluno de Haüy, Delafosse era membro da segunda geração dos criadores da cristalografia moderna. Como seu professor, ele foi guiado por um profundo compromisso com a simetria como o princípio básico para a investigação dos cristais. Ao contrário de Haüy, no entanto, Delafosse distinguia claramente entre a molécula integrante ou subtrativa, uma invenção geométrica, e a molécula química, sem descartar a crença de que a simetria exterior de um cristal deve ser governada pela simetria interna do arranjo molecular. A molécula subtrativa de Haüy poderia então corresponder a grupos de várias moléculas químicas, e a clivagem ocorreria cortando as moléculas subtrativas (em vez de os interstícios entre elas) e ao longo de redes de moléculas químicas que formam uma superfície. Desse modo, Delafosse conseguiu trazer as propriedades hemiédricas dos cristais de acordo com a teoria cristalográfica. Na terminologia moderna, o hemihedralism foi atribuído a uma polaridade geométrica da molécula química. Buscando relacionar a estrutura e a composição química dos cristais, Delafosse investigou o plesiomorfismo, ou similaridade na forma do cristal não acompanhada de identidade química. Seu método de classificação mineral baseava-se na composição química e na forma do cristal. Ele também estudou as relações entre a morfologia dos cristais e suas propriedades físicas, como eletricidade, luz e calor. Entre seus alunos que ampliaram tais estudos estava Louis Pasteur. Portanto, foi mestre de Pasteur na École Normale Supérieure. Dentre os ensinamentos, constavam as leis de simetria de Haüy. "Falando de hemiedria em suas aulas aos jovens alunos da École Normale, Delafosse mostrava que se fazia uma falsa aplicação das leis da simetria. Ele insistia na possível combinação das moléculas nos cristais hemiédricos" (Debré, 1995, p. 61-62). Ref. https://data.bnf.fr/en/12439038/gabriel_delafosse/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/delafosse-gabriel Étienne-Louis Malus 1775-1812 Engenheiro, físico e matemático francês. Participou da expedição egípcia (1798-1801) como oficial da engenharia militar. Membro da Academia de Ciências, seção de física geral (eleito em 1810). Malus, que nasceu em Paris, frequentou a escola militar em Mezières (1793) e a recém-criada École Polytechnique (1794-96), onde recebeu sua educação científica básica. Ele foi comissionado em 1796 e serviu como engenheiro militar na expedição de Napoleão ao Egito e à Síria. Malus acompanhou a invasão de Napoleão ao Egito em 1798 e permaneceu no Oriente até 1801. Após seu retorno à França, ele ocupou vários cargos de engenharia militar. Ele se tornou um examinador em geometria e análise em 1805 e um examinador em física em 1806 na École Polytechnique; essas postagens o colocaram em contato com outros físicos. Malus realizou muitas pesquisas em óptica, que era seu principal interesse científico. Ele é lembrado por sua descoberta em 1808 de que os raios de luz podem ser polarizados por reflexão. Malus a bre então um novo capítulo da ótica física quando observa pela primeira vez o desvio que a luz sofre quando refletida. Chama-lhe polarização: todo raio que apresenta esta propriedade observável é dito polarizado. Morto prematuramente aos 37 anos, seus estudos foram continuados por François Arago (Debré, 1995, p. 62-63). Ref. https://data.bnf.fr/en/13168526/etienne_louis_malus/ Ref. https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803100129366#showmorecontent Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Etienne-Louis-Malus Dominique François Jean Arago 1786-1853 Astrônomo, físico e político francês. Ministro da Guerra e Marinha. Secretário permanente da Academia de Ciências, seção de ciências matemáticas (eleito em 1830). Membro da Academia de Medicina (eleito associado libreen 1823), e do Bureau des longitudes. Descobriu o princípio da produção de magnetismo por rotação de um condutor não magnético. Ele também desenvolveu um experimento que provou a teoria ondulatória da luz e se envolveu com outros em pesquisas que levaram à descoberta das leis da polarização da luz. Arago foi educado em Perpignan e na École Polytechnique em Paris, onde, com 23 anos, conseguiu por meio de Gaspard Monge a cadeira de geometria analítica. Posteriormente, foi diretor do Observatório de Paris e secretário permanente da Academia de Ciências. Ele também foi um republicano ativo na política francesa. Como ministro da Guerra e da Marinha no governo provisório formado após a Revolução de 1848, ele introduziu muitas reformas. Em 1820, elaborando a obra de HC Ørsted da Dinamarca, Arago mostrou que a passagem de uma corrente elétrica por uma espiral cilíndrica de fio de cobre fazia com que atraísse limalha de ferro como se fosse um ímã e que a limalha caísse com a corrente. Em 1824, ele demonstrou que um disco de cobre giratório produzia rotação em uma agulha magnética suspensa acima dele. Mais tarde, Michael Faraday provou que esses são fenômenos de indução. Na astronomia, Arago é mais conhecido por sua participação na disputa entre Urbain Le Verrier, que era seu protegido, e o astrônomo inglês John C. Adams sobre a descoberta do planeta Netuno e sobre a nomenclatura do planeta. Arago sugeriu em 1845 que Le Verrier investigasse anomalias no movimento de Urano. Quando a investigação resultou na descoberta de Netuno por Le Verrier, Arago propôs que o planeta recém-descoberto recebesse o nome de Le Verrier. Arago foi aluno de Jean-Baptiste Biot na École Polytechnique e juntos registraram interessantes mensurações de índice de refração nos gases. Arago também foi deputado e duas vezes ministro (Witkowski, 2004, p. 106). "A polarimetria, ou medida de polarização, faz, assim, com que a luz entre na ciência como um modo reativo. Mas Arago não aprofunda no estudo e abandona o tema um ano depois. Será Pasteur quem receberá a herança de Malus para aplicá-la à química molecular, sempre levando em conta os trabalhos de Haüy sobre a composição dos cristais" (Debré, 1995, p. 63). Ref. https://data.bnf.fr/en/12040363/francois_arago/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Francois-Arago Pierre-Joseph Pelletier 1788-1842 Farmacêutico francês. Desenvolveu notável trabalho na pesquisa de alcaloides vegetais. Recebeu o Prêmio Montyon com Joseph-Bienaimé Caventou pela descoberta do quinino. Isolaram estricina, brucina, veratrina e cinchonina. Pelletier nasceu filho de um farmacêutico em Paris, França. Ele estudou e ensinou na École de Pharmacie até sua aposentadoria em 1842. Seu principal trabalho foi a investigação de drogas, que começou em 1809. Por ser o pioneiro no uso de solventes suaves, ele isolou com sucesso numerosos produtos vegetais biologicamente ativos importantes: trabalhando com o farmacêutico francês Bienaimé Caventou (1795-1877) descobriu a cafeína, estricnina, colchicina, quinino e veratrina. Seu maior triunfo, porém, veio em 1817, quando descobriram a clorofila - o pigmento verde das plantas que captura a energia da luz necessária para a fotossíntese. Pasteur inspira-se principalmente nos trabalhos de Pelletier e Caventou sobre a quinina (Debré, 1995, p. 96). Ref. https://data.bnf.fr/en/12331306/pierre-joseph_pelletier/ Ref. https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803100314563 Joseph-Bienaimé Caventou 1795-1877 Químico, farmacêutico e toxicologista francês. Foi professor da Escola Superior de Farmácia. Recebeu o Prêmio Montyon com Pierre-Joseph Pelletier pela descoberta do quinino. Isolaram estricina, brucina, veratrina e cinchonina. Descoberta da cafeína. Filho de farmacêutico, concluiu o estágio em farmácia hospitalar e foi encaminhado para o Hospital Saint-Antoine. De 1817-20, ele e seu colega cientista Pierre-Joseph Pelletier (1788-1842) descobriram muitos produtos naturais, incluindo a clorofila, o pigmento verde das plantas. Eles também reconheceram a natureza da morfina, estricnina e cafeína. Sua descoberta mais emblemática foi o quinino, um medicamento derivado da árvore cinchona que encontrou uso como tratamento para a malária. Aos 26 anos, Caventou se estabeleceu como um talentoso investigador e, em 1830, tornou-se professor de química, cargo que ocupou até sua aposentadoria em 1859. Pasteur inspira-se principalmente nos trabalhos de Pelletier e Caventou sobre a quinina (Debré, 1995, p. 96). Ref. https://data.bnf.fr/en/12560270/joseph-bienaime_caventou/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/joseph-bienaime-caventou Antonie van Leeuwenhoek 1632-1723 Naturalista holandês. Foi o primeiro a descrever a circulação do sangue e a forma das células sanguíneas. Alegou a descoberta do esperma. Era amigo de Gottfried Wilhelm Leibniz. É mais conhecido pelas suas contribuições para o melhoramento do microscópio. Seu pai era fabricante de cestos, enquanto a família de sua mãe era de cervejeiros. Antonie foi educado quando criança em uma escola na cidade de Warmond, depois viveu com seu tio em Benthuizen; em 1648 ele foi aprendiz em uma loja de tecidos de linho. Por volta de 1654, ele voltou para Delft, onde passou o resto de sua vida. Ele se estabeleceu no negócio como um draper (comerciante de tecidos); ele também é conhecido por ter trabalhado como agrimensor, avaliador de vinhos e como funcionário público. Em 1676, ele serviu como administrador do espólio do falecido e falido Jan Vermeer, o famoso pintor, que nasceu no mesmo ano que Leeuwenhoek e se acredita que tenha sido seu amigo. E em algum momento antes de 1668, Antonie van Leeuwenhoek aprendeu a moer lentes, fez microscópios simples e começou a observar com eles. Ele parece ter se inspirado a estudar microscopia por ter visto uma cópia do livro ilustrado de Robert Hooke, Micrographia, que retratou as próprias observações de Hooke com o microscópio e foi muito popular. Leeuwenhoek é conhecido por ter feito mais de 500 "microscópios", dos quais menos de dez sobreviveram até os dias atuais. No design básico, provavelmente todos os instrumentos de Leeuwenhoek - certamente todos os que são conhecidos - eram simplesmente lentes de aumento poderosas, não microscópios compostos do tipo usado hoje. Comparado aos microscópios modernos, é um dispositivo extremamente simples, utilizando apenas uma lente, montada em um minúsculo orifício na placa de latão que compõe o corpo do instrumento. O espécime foi montado na ponta afiada que fica na frente da lente, e sua posição e foco podiam ser ajustados girando os dois parafusos. O instrumento inteiro tinha apenas 7 a 10 centímetros de comprimento e precisava ser segurado perto do olho. Os microscópios compostos (isto é, microscópios que usam mais de uma lente) foram inventados por volta de 1595, quase quarenta anos antes do nascimento de Leeuwenhoek. Vários dos predecessores e contemporâneos de Leeuwenhoek, notadamente Robert Hooke na Inglaterra e Jan Swammerdam na Holanda, haviam construído microscópios compostos e estavam fazendo descobertas importantes com eles. Eles eram muito mais semelhantes aos microscópios em uso hoje, embora Leeuwenhoek às vezes seja chamado de "o inventor do microscópio". No entanto, devido a várias dificuldades técnicas em construí-los, os primeiros microscópios compostos não eram práticos para aumentar objetos mais do que cerca de vinte ou trinta vezes o tamanho natural. A habilidade de Leeuwenhoek em polir lentes, junto com sua visão naturalmente aguçada e grande cuidado em ajustar a iluminação onde trabalhava, permitiu-lhe construir microscópios que aumentavam mais de 200 vezes, com imagens mais claras e brilhantes do que qualquer um de seus colegas poderia alcançar. O que mais o distinguiu foi sua curiosidade em observar quase tudo que pudesse ser colocado sob suas lentes e seu cuidado em descrever o que via. Embora ele próprio não soubesse desenhar bem, ele contratou um ilustrador para preparar os desenhos das coisas que viu, para acompanhar suas descrições escritas. A maioria de suas descrições de microrganismos são instantaneamente reconhecíveis. Em 1673, Leeuwenhoek começou a escrever cartas para a recém-formada Royal Society of London, descrevendo o que tinha visto com seus microscópios - sua primeira carta continha algumas observações sobre as picadas de abelhas. Nos cinquenta anos seguintes, ele se correspondeu com a Royal Society; suas cartas, escritas em holandês, foram traduzidas para o inglês ou latim e impressas em Philosophical Transactions of the Royal Society, e muitas vezes reimpressas separadamente. Leeuwenhoek examinou tecidos animais e vegetais, cristais minerais e fósseis. Ele foi o primeiro a ver foraminíferos microscópicos, que descreveu como "pequenos berbigões ... não maiores do que um grão de areia grosso". Ele descobriu células sanguíneas e foi o primeiro a ver células vivas de espermatozoides de animais. Ele descobriu animais microscópicos como nematóides e rotíferos. A lista de suas descobertas é infinita. Leeuwenhoek logo se tornou famoso quando suas cartas foram publicadas e traduzidas. Em 1680 foi eleito membro titular da Royal Society, juntando-se a Robert Hooke, Henry Oldenburg, Robert Boyle, Christopher Wren e outros luminares científicos de sua época - embora ele nunca tenha participado de uma reunião. Em 1698, ele demonstrou a circulação nos capilares de uma enguia para o czar Pedro o Grande da Rússia, e continuou a receber visitantes curiosos para ver as coisas estranhas que ele estava descrevendo. Ele continuou suas observações até os últimos dias de sua vida. "De acordo com a Para-história, a bactéria foi descoberta em 1676 por Anton Van Laeuwenhoek (1632-1723). As técnicas modernas de estudo da Bacteriologia tiveram início em 1870. Dois pioneiros nas pesquisas das bactérias não podem ser esquecidos: Louis Pasteur (1822-1895) e Robert Koch (1843-1910)" (Vieira, 2003, p. 486). Ref. https://data.bnf.fr/en/12136216/antonie_van_leeuwenhoek/ Ref. https://ucmp.berkeley.edu/history/leeuwenhoek.html Próximo Grupo

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    Cronologia Louis Pasteur nasceu em 27 de dezembro de 1822 em Dole, cidade na região do Jura, França, em uma família de curtidores. Ele estudou em Arbois, depois em Besançon, onde recebeu o baccalauréat em letras. Em 1842 foi admitido na École Normale Supérieure em Paris, mas em 15º lugar, o que não lhe pareceu suficiente. Preferiu fazer um novo ano de preparação e refazer o concurso no ano seguinte, em 1843, sendo aprovado em 4º lugar. Em 1846 obteve a agrégation em física. Em 1847 defendeu suas teses em química e física na Faculdade de Paris e, em 1848, realiza sua primeira comunicação na Academia de Ciências. Demonstra que a dissimetria molecular é marca registrada dos seres vivos. Em 1849 foi nomeado professor adjunto de química da Universidade de Estrasburgo. Neste ano, casou-se com a filha do reitor desta universidade, Marie Laurent. Continuou a trabalhar na assimetria molecular. Em 1852 viaja para a Alemanha e Áustria. Visita diversas fábricas e contata cientistas. Em 1853 redige nota à Academia de Ciências sobre a origem do ácido racêmico. É nomeado Cavaleiro da Ordem Imperial da Legião de Honra. Recebe prêmio da Sociedade de Farmácia. Em 1854, foi nomeado reitor da nova Faculdade de Ciências de Lille. Começa seu trabalho com a fermentação. Em 1856 recebe a medalha Rumford da Royal Society de Londres por seus estudos sobre a cristalografia. Em 1857 é nomeado coordenador e diretor dos estudos científicos na École Normale Supérieure em Paris. Manteve este cargo até 1867. Neste mesmo ano, publica uma dissertação sobre a fermentação lática, sendo esta considerada a certidão de nascimento da Microbiologia. Em 1858 instala um laboratório no sótão da École Normale. Começa seu trabalho sobre geração espontânea, enquanto segue estudando a fermentação. Em 1859 recebe o prêmio da Academia de Ciências em fisiologia experimental, depois de um relatório de Claude Bernard. Em 1861 descobre a vida sem oxigênio (anaeróbia). Recebe o prêmio Jecker da Academia de Ciências por seus trabalhos sobre geração espontânea. Em 1862 foi eleito para a Academia de Ciências na seção de Mineralogia. Em 1863, solicitado por Napoleão III, Pasteur estuda doenças do vinho. É nomeado professor de geologia, física e química na Escola de Belas Artes de Paris, ministrando aulas a estudantes de arquitetura (ficará neste posto até 1867). Em 1864 instala, na cidade de Arbois, um laboratório para as pesquisas sobre o vinho. Em 1865 comunica à Academia de Ciências o processo de conservação e melhora dos vinhos. Início da pasteurização. Neste ano vai a Alès estudar as doenças do bicho-da-seda. Com o início da epidemia de cólera em Paris, é nomeado membro da comissão encarregada de investigar a doença. Em 1866 emite comunicações sobre as doenças dos bichos-da-seda. Em 1867, deixando o cargo de administrador, cria um laboratório de química fisiológica na École Normale S upérieure na Rua Ulm. Em 1868 recebe o título de doutor honoris causa em medicina, pela Universidade de Bonn. Sofre um ataque de apoplexia (AVC) que o deixa hemiplégico. Em 1869 continuou suas pesquisas sobre as doenças do bicho-da-seda e, em 1870, seus estudos sobre a cerveja. Neste ano é nomeado senador do Império, mas o decreto nunca será promulgado devido à guerra. Em 1871 ao tomar conhecimento do bombardeiro no Museu de História Natural, pelos prussianos, devolve seu diploma de doutor honoris causa da Universidade de Bonn. Neste ano, vai a Londres para continuar seus estudos sobre a cerveja e entrevista Tyndall, que lhe fala de Joseph Lister. Em 1872 usa seus direitos para a aposentadoria como professor da Sorbonne. Em 1873 é eleito para a Academia de Medicina. Recebe o título de comendador da Ordem da Rosa do Brasil. Em 1874 troca as primeiras cartas com o cirurgião inglês Joseph Lister. A Royal Society de Londres entrega a medalha Copley por seus trabalhos sobre a fermentação. Em 1875 instala em Arbois um laboratório para pesquisas sobre a fermentação. Em 1876 concorreu às eleições senatoriais no Jura, mas não é eleito. Neste ano, representa a França no Congresso Internacional Sericícola de Milão. Em 1877 realiza comunicações à Academia de Ciências sobre o carbúnculo e a septicemia. Em 1878 emite nota sobre o carbúnculo das galinhas. É promovido a grande oficial da Legião de Honra. Em 1879 faz comunicação sobre a septicemia puerperal. Em 1880 é nomeado membro da Sociedade Central de Medicina Veterinária. Realiza comunicação sobre as doenças virulentas, no qual expõe, pela primeira vez o princípio vírus-vacina. Ameaça pedir demissão da Academia de Medicina. Jules Guérin desafia Pasteur em um duelo, que não se realiza. Início das pesquisas sobre a raiva. Em 1881 realiza o experimento Pouilly-le-Fort, onde vacina um rebanho de ovelhas contra o carbúnculo. Declara sua candidatura à cadeira de Émile Littré na Academia Francesa, na qual é eleito. Recebe a grã-cruz da Legião de Honra. Em 1882 é recebido na Academia Francesa. Comparece ao Congresso de Higiene em Genebra. Controvérsia com Robert Koch. Em 1883 controvérsias com Michel Peter. Discurso na cidade natal, Dole, por ocasião da colocação de uma placa na casa onde nasceu. Envia Émile Roux, Isidore Straus, Edmond Nocard e Louis Thuillier ao Egito, para estudarem a cólera. Este último falece da doença. Em 1884 é publicada a primeira biografia de Pasteur: Histoire d´un savant par un ignorant, escrita (mas não assinada) pelo seu genro, René Vallery-Radot. Experiências com cães raivosos. Comunicação no Congresso Internacional de Medicina em Copenhague sobre o princípio geral das vacinações e os métodos preventivos contra a raiva humana. Carta de Pasteur ao imperador D. Pedro II do Brasil sobre a experimentação humana da vacina anti-rábica. Em 1885 vacinou Joseph Meister, que havia sido mordido por um cachorro raivoso. Prosseguiu com a vacinação em pessoas de diversos países. Em 1886 decidiu criar um instituto de combate à raiva (hidrofobia) e são recebidos os primeiros donativos. Nikolay Gamaleya e Élie Metchnikov criam um laboratório anti-rábico em Odessa. Alexandre Yersin torna-se assistente de Roux. Em 1887 Pasteur é vítima de um segundo AVC, e teve que diminuir sua atividade. É lançado o primeiro número dos Annales de l´Institut Pasteur, revista criada por Émile Duclaux. Em 1888 é inaugurado o Instituto Pasteur. Em 1891 é criado o Instituto Pasteur em Saigon (cidade no atual Vietnã), dirigido por Albert Calmette. Em 1892 uma cidade da Argélia recebe o nome de Pasteur. É celebrado o jubileu de Louis Pasteur na Sorbonne. Em 1894 sofre outro AVC que o deixa bastante enfraquecido. Em 1895 os alunos da École Normale são recebidos no Instituto Pasteur, por ocasião do centenário da École. Pasteur recusa a condecoração de Ordem ao Mérito da Prússia, e deixa Paris para ir à Villeneuve-l´Etang, onde falece aos 72 anos, em 28 de setembro. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. PICHOT, André. Louis Pasteur: écrits scientifiques et médicaux. Paris, França: Flammarion, 2012. RICHET, Charles. L´Œuvre de Pasteur. Paris, França: Félix Alcan, 1923. Biografia resumida

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