Estrasburgo
Em 1846 Pasteur obteve a agrégation em Física. Em 1847 defendeu suas teses em Química e Física na Faculdade de Paris e, em 1848, realiza sua primeira comunicação na Academia de Ciências.
Após o doutoramento em Física e Química, Pasteur é nomeado professor secundário de física no Liceu de Dijon, onde atua por pouco tempo. Com a ajuda de Jérôme Balard e Jean-Baptiste Biot, consegue um cargo de professor de química na Faculdade de Estrasburgo.
Chega à cidade alsaciana em 22/01/1849, e instala-se na casa do grande amigo Pierre-Augustin Bertin, que exalta as qualidades desta capital universitária e comercial, com numerosas indústrias.
Prontamente, Louis Pasteur envia uma carta ao industrial Charles Kestner (1803-1870), para solicitar a gentileza de ceder alguns quilos de ácido racêmico para continuar suas pesquisas sobre a cristalografia. Este industrial fornecerá apoio fundamental para o aprofundamento das pesquisas de Pasteur.
No 4º dia em Estrasburgo, o amigo Bertin o apresenta ao reitor da Universidade, Aristide Laurent (1795-1862). Pasteur não era um jovem professor desconhecido, pois seus estudos cristalográficos já haviam lhe rendido reconhecimentos por parte da Academia de Ciências e apoio dos respeitados químicos Biot, Dumas e Balard.
Nos domingos à tarde, Laurent realizava reuniões familiares em casa, recebendo professores universitários. Ao visitar a sua residência, Pasteur se sente imediatamente cativado por uma das filhas do reitor, Marie Anne Laurent (1826-1910).
A jovem, criada em ambiente intelectual, era educada e séria, com inflexão vocal doce e macia. Ela lhe contou sobre as origens desta que era uma das mais velhas cidades da Europa, mesmo antes da fundação romana. Marie tocou Chopin ao piano e ambos interagiam de modo fluido.
No dia seguinte, em uma decisão relâmpago, Pasteur escreve ao pai dizendo-se apaixonado e que faria uma carta respeitosa ao Sr. Laurent com um pedido de casamento à filha do reitor.
Pasteur havia completado 26 anos. Após o retorno do pai, despachou a carta ao Sr. Laurent e aguardou ansiosamente pela resposta. Neste ínterim, escreveu às irmãs: “Temo que Marie dê muita importância às primeiras impressões (...) Nada tenho que possa agradar a uma jovem. Mas minhas lembranças me dizem, todavia, que quando as pessoas me conhecem bem, passam a gostar de mim” (Garozzo, 1974, p. 74).
Referências:
DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995.
DUBOS, René. Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967.
GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974.
PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´Œuvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956.
PICHOT, André. Louis Pasteur: écrits scientifiques et médicaux. Paris, França: Flammarion, 2012.
RICHET, Charles. L´Œuvre de Pasteur. Paris, França: Félix Alcan, 1923.
Webgrafia:
Pasteur em 1852 em Estrasburgo. | Pasteur defende duas teses em 1847. A tese de Química trata sobre a capacidade de saturação do ácido arsenioso; a de Física sobre a capacidade das soluções de desviar o plano de polarização de uma onda luminosa que os atravessa (poder rotatório). | Teses de Física e Química. |
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Primeiros trabalhos de envergadura de Pasteur expostos na Academia de Ciências. Graças aos experimentos sobre o poder rotatório das soluções e sobre os cristais, Louis Pasteur mostra que os mesmos átomos podem se organizar espacialmente de diversas maneiras, formando assim substâncias de propriedades distintas. | "Pesquisa sobre as propriedades específicas de dois ácidos que compõem o ácido racêmico por ML Pasteur." Annals of Chemistry and Physics, 3rd series. (Janeiro de 1850). | Charles Kestner, industrial alsaciano que produziu acidentalmente o ácido tartárico. Esta segunda forma de ácido tartárico foi descoberta em 1819 no vinho por esse industrial da Alsácia. Gay-Lussac visitou a sua fábrica em 1826 e recolheu amostra e depois deu o nome de ácido racêmico. |
Universidade de Estrasburgo. | Marie Pasteur, nascida Laurent (1826-1910), por volta de 1854. Desenhado por sua prima Adèle Laurent. Exibido no museu Pasteur, quarto de Madame Pasteur. |