Jubileu: 70 Anos
No início de 1892 a saúde de Pasteur deteriora bruscamente, e ele não sai do quarto. Em maio deste ano é formado na Dinamarca um comitê que anuncia a intenção de festejar os 70 anos do cientista e abre uma subscrição nacional para conseguir fundos para enviar uma medalha comemorativa. O movimento se estende à Noruega, Suécia. Na França, a Academia de Ciências forma um comitê e Joseph Grancher é nomeado secretário.
O reitor da Academia de Paris abre as portas do grande anfiteatro da Sorbonne. 4.000 convites são distribuídos. A cerimônia acontece em 27/12, dia do aniversário de Pasteur.
Da França, comparecem os Membros do Instituto Pasteur (pasteurianos), professores de faculdades, delegados das academias, representantes de sociedades científicas (francesas e estrangeiras), delegações da École Normale Supérieure, da École Polytechnique, da École Central, da École Vétérinaire, bem como estudantes de Medicina e Farmácia.
Pasteur entra pelo braço do Presidente da República, Sadi Carnot. Os dois usam a grã-cruz da Legião de Honra.
Discursos e homenagens são feitos de todos os departamentos da França, de todos os países da Europa e vários países do mundo. Falam em nome de presidentes, prefeitos, acadêmicos.
Estão presentes representantes da Suécia, Turquia, Alemanha, Itália, Áustria-Hungria, Bélgica, Inglaterra, entre outros. Pasteur se levanta para abraçar Lister.
Émille Gallé fabrica uma taça única para “cristalizar o pensamento” de Pasteur. Este vitralista encontrou um meio de incluir micróbios na transparência do cristal.
Jean-Baptiste, filho de Pasteur, é quem lê o discurso (assim como na Inauguração do Instituto Pasteur). As palavras são dirigidas aos jovens para não se deixarem dominar pelo “ceticismo difamante e estéril” e para viverem na “paz serena dos laboratórios e bibliotecas”. Prossegue aconselhando “Digam a vocês mesmos: o que fiz pela minha instrução? Depois, à medida que forem avançando: o que fiz pelo meu país? Até o momento em que, talvez, tenham essa imensa felicidade de pensar que contribuíram alguma coisa para o progresso e o bem da humanidade”.
Os últimos a falar são os habitantes de Dole (cidade natal de Pasteur). Durante esta homenagem, Pasteur mantém a mão no rosto para disfarçar a emoção.
Referências:
DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995.
Jubileu de Pasteur na Sorbonne. | Jornal da época do Jubileu. | O filho de Pasteur, Jean-Baptiste, é quem lê o discurso de Louis Pasteur, assim como o fez na inauguração do Instituto Pasteur, devido às sequelas dos AVCs do pai. |
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Sadi Carnot, presidente da República da França, acompanha Pasteur devido às sequelas dos AVCs. | Joseph Lister, cirurgião inglês, saúda Pasteur. | Gallé fabrica uma taça única para “cristalizar o pensamento” de Pasteur. Este vitralista encontrou um meio de incluir micróbios na transparência do cristal. |