Marie Anne Laurent
(Marie Pasteur / Madame Pasteur)
1826-1910
Jeanne Pasteur
1850-1859
Francesa. Aos 9 anos, a primeira filha do casal Pasteur falece de febre tifoide.
Jean-Baptiste Pasteur
1851-1908
Francês. Quando criança, os pais o chamavam de “Batitisse” ou “Batitim” (Debré, 1995, p. 83).
Aos 18 anos, Jean-Baptiste se alista como voluntário na guerra, e logo depois contrai febre tifoide e fica de cama. Pasteur teme que esta doença leve também seu filho (Debré, 1995, p. 270-271).
Esteve na guerra franco-alemã em 1870. Sem esperança de vitória, Pasteur e a esposa partem para o leste, em longa e penosa viagem, enfrentando neve na tentativa de encontrarem o filho. Vasculharam por dias até encontrá-lo sujo, ferido e faminto (Garozzo, 1974, p. 120-121; Viñas, 1991, p. 80; Bazin, 2009, p. 66).
Depois de formado em Direito, foi recebido em janeiro de 1891 no concurso Quai d'Orsay e tornou-se secretário da embaixada e depois diplomata em Roma, Copenhague, Madrid e Atenas (Vallery-Radot, 1945, p. 118).
Aos 23 anos casou-se com Jeanne Boutroux. O casal não teve filhos (Debré, 1995, p. 366).
Leu o discurso do pai na inauguração do Instituto Pasteur, pois um ano antes Pasteur havia sofrido um novo AVC, seguido de afasia (Debré, 1995, p. 522; Geison, 2002, p. 301-302).
Falece aos 57 anos, em 17/10/1908, dois anos antes da mãe (Vallery-Radot, 1945, p. 118).
Jeanne Boutroux
1854-1932
Natural de Orleans, na França, Jeanne casa-se com Jean-Baptiste, filho de Pasteur, em outubro de 1874. O casal não teve filhos (Debré, 1995, p. 366).
Em carta dirigida ao filho, Pasteur o aconselha: "Trabalhe, então, para conseguir sucesso. Que Jeanne encoraje sempre você. A mulher faz o marido. Todo casal que prospera é servido por uma mulher com coração e energia" (Debré, 1995, p. 368).
Cécile Pasteur
1853-1866
Francesa. Aos 12 anos, a terceira filha do casal Pasteur também falece de febre tifoide.
Marie-Louise Pasteur
1858-1934
Francesa. Apelidada de Zizi. Louis Pasteur chamava a filha de “a minha valente”. O prenome Marie-Louise sela a união de seus pais. Era zelosa em relação à imagem do pai, estando atenta às informações que eram publicadas com distorções (Debré, 1995, p. 140).
Marie-Louise colaborava em atividades do laboratório. Exemplo disso são os registros “Observações sobre os bichos-da-seda” (1870).
Casa-se em 1879 com René Vallery-Radot, um colega de escola de seu irmão, que começa a se projetar na literatura e no jornalismo (Debré, p. 368).
O casal teve três filhos: duas meninas, Camille e Marie-Madeleine (falecida com poucas semanas de septicemia) e um menino, Louis.
Camille Pasteur
1863-1865
Francesa. Aos 2 anos, a quinta filha do casal Pasteur falece de tumor no fígado.
René Vallery-Radot
1853-1933
Francês. Doutor em Direito (Paris, 1876). Homem de letras, foi colaborador do jornal Le Temps e da Revue des deux Mondes. Dedicou-se à memória e à obra do sogro Louis Pasteur (1822-1895). Presidente do Conselho de Administração do Instituto Pasteur (1917-1933).
O genro de Pasteur era seu confidente, zelava pela sua saúde e o acompanhava em viagens.
O filho de René, Louis (Pasteur Vallery-Radot, p. 14-15) escreveu sobre o pai: “Não sabendo nada sobre biologia, ele tinha a paciência em aprender”.
Em 1884 escreveu “Histoire d'un savant par un ignorant”, resumo dos estudos de Louis Pasteur.
Em 1900 publica a biografia de Louis Pasteur (Vallery-Radot, 1951) e em 1913, a biografia de Madame Pasteur (Vallery-Radot, 1945).
Entre 1879 e 1895, René Vallery-Radot ajudou o sogro a enfrentar seus detratores, fazendo contato com a imprensa, dando apoio nas respostas às cartas de polemistas e reescrevendo seus discursos. Com objetivo diplomático, auxiliou na adaptação dos textos a serem publicados na imprensa e reescreveu cartas redigidas com raiva por Louis Pasteur, pois o cientista era irascível.
O desejo de Vallery-Radot de suavizar as coisas explica a surpresa que se pode ter quando, depois de ler seu livro "La Vie de Pasteur", mergulha-se na correspondência do próprio Pasteur, onde aspectos de seu temperamento o seu genro não conseguiu falar.
Ref. https://data.bnf.fr/en/11986373/rene_vallery-radot/
Camille Vallery-Radot
1880-1927
Francesa. Neta de Pasteur, filha de Marie-Louise Pasteur e René Vallery-Radot. Como recordação às filhas perdidas por Louis Pasteur, os pais de Camille definem-se por nomeá-la igualmente à quinta filha do casal Pasteur.
"Pasteur observa-a crescer, apaixonadamente. E, setembro de 1891, ele dita a sua esposa uma longa carta destinada à neta: é um relato detalhado da erupção do Krakatoa! Pasteur vira um vulcanólogo improvisado para satisfazer a curiosidade de Camille..." (Debré, 1995, p. 545).
Camille permaneceu solteira e não teve filhos.
Louis Pasteur Vallery-Radot
1886-1970
Francês. Doutor em medicina (Paris, 1918), professor de Clínica Médica na Faculdade de Medicina de Paris. Membro da Academia Francesa (1944). Membro do Conselho Constitucional (1959-1965).
O neto de Louis Pasteur foi autorizado em 1945 a adicionar ao sobrenome de seu pai, Vallery-Radot, também o de sua mãe: Pasteur.
Foi médico, professor universitário e escritor francês. Dedicou-se à Imunoalergologia e Nefrologia.
Atuou como médico auxiliar durante a guerra de 1914-1918. Cumpriu missões internacionais de saúde (Europa, Ásia, Américas, Japão, África Equatorial Francesa) entre 1929 e 1938.
Tornou-se doutor honoris causa pelas Universidades de Munique, Buenos Aires, São Paulo, Montreal, Santiago, Equador, Atenas, Salônica, Jerusalém.
Torna-se membro do Conselho da Ordem da Legião de Honra, da qual foi feito Grã-Cruz pelo General Charles de Gaulle, em pessoa, em 1959.
É autor de diversos livros, sendo os principais divididos a seguir, em três categorias:
1) Obra autobiográfica: Mémoires d'un non-conformiste (1886-1966).
2) Obras relacionadas com o seu avô, Louis Pasteur: Œuvres de Pasteur, 1924-1939; Les plus belles pages de Pasteur, 1943; Correspondance de Pasteur, annotée, 1952; Images de la vie et de l'œuvre de Pasteur, 1956; Louis Pasteur; a great life in brief, 1958; Pasteur inconnu, 1959.
3) Obras de reflexão sobre a Medicina e Humanismo: Les grands problèmes de la médecine contemporaine, fondateurs et doctrines, 1936; Science et Humanisme, 1956; Médecine à l'échelle humaine, 1959; Médecine d'hier et d'aujourd'hui, 1962.
Aproxima-se do músico e compositor Claude Debussy a quem admira desde a infância e sobre o qual escreve um livro. Tinha paixão pela música e pelo teatro.
Os avós, Louis Pasteur e Marie, vinham todos os dias depois do almoço, para a casa de seus pais. (…) Nós o cumprimentamos na soleira jogando nossos braços em volta do pescoço. Ele nos beijava. A barba nos picava. Que carinho ele tinha pelos dois netos! (…) Meu avô passava as tardes no jardim e a Sra. Pasteur ou minha mãe (Marie-Louise) estava a ler. Minha irmã e eu brincávamos com ele (…) sua ternura era muito forte... (Pasteur Vallery-Radot, Mémoires d'un non-conformiste 1886-1966, p. 20-22).
Aos 51 anos casou-se com Jacqueline Gohièrre de Longchamps, a qual era viúva, com 2 casamentos prévios. O casal não teve filhos.
Ref. https://data.bnf.fr/en/12358295/louis_pasteur_vallery-radot/
Jacqueline Gohièrre de Longchamps
1902-1986
Francesa. Esposa de Louis Pasteur Vallery-Radot.
Antes de se casar com o neto de Louis Pasteur, Jacqueline havia tido dois casamentos prévios, e era viúva.
O casal não teve filhos.
Ref. https://artsandculture.google.com/asset/louis-pasteur-vallery-radot/LgHMQizuo3_Q7g