Paul Gibier
1851-1900
Médico e cientista francês. Naturalista assistente na cadeira de patologia comparada do Museu Nacional de História Natural (em 1882). Dirigiu o Instituto Pasteur de Nova York em 1891. Interessou-se pela história comparada das religiões.
Paul Gibier interessou-se pela pesquisa psíquica em 1885 e encontrou um médium notável na Sra. Salmon (pseudônimo de Carrie M. Sawyer), com quem conduziu experimentos por dez anos tanto em seu laboratório em Nova York quanto em sua casa de campo.
Gibier estabeleceu a realidade de alguns fenômenos surpreendentes e planejou levar a médium para a Inglaterra, França e Egito, mas seus planos foram interrompidos quando ele foi morto por um cavalo em fuga. Na noite anterior ao acidente, ele teria sonhado que cavalgou sozinho, foi jogado de seu carrinho e morreu; ele contou seu sonho à esposa e riu de seus medos.
No obituário da US National Library of Medicine de 14 de julho de 1900 consta, em tradução livre:
“Dr. Paul Gibier, Diretor do Instituto Pasteur de Nova York em 1879, cujo falecimento em resultado de um acidente foi o recentemente anunciado no British Medical Journal, nasceu na França em 1851. Formou-se em Paris. Por suas investigações sobre o cólera na Espanha, ele recebeu uma medalha de ouro, e por seu trabalho sobre a mesma doença no sul da França e foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra. O governo francês o enviou para a Flórida e Havana em 1888 para estudar a febre amarela, e dois anos depois ele estabeleceu o Instituto Pasteur para a inoculação de pessoas mordidas por animais em Nova York. Dr. Gibier era um membro do New York Academy of Medicine e da Medical Association of New York, e foi o editor do Therapeutic Review. Ele estava muito interessado em fenômenos psíquicos e escreveu um livro intitulado Spiritisme: Analyze des Choses, que foi traduzido para o inglês sob o título Psychism: Analysis of Things Eristing. Ele foi um escritor volumoso. O Banner of Light diz que com a ‘transição’ do Dr. Gibler, o espiritualismo perdeu um de seus amigos mais verdadeiros. Por testamento, ele deixou 4.000 francos para o Instituto Pasteur, em Nova York”.
Gibier pesquisou e escreveu sobre o tratamento da raiva e estudos sobre a cólera, como pode ser consultado no site da Biblioteca Nacional Francesa, indicado abaixo.
O governo francês havia confiado a Gibier o estudo local de duas epidemias de cólera (Antilhas) e duas epidemias de febre amarela (Antilhas e Flórida). Ele era muito estimado por Pasteur, que considerava bastante a sua pessoa e suas pesquisas. Paul Gibier foi à Nova Iorque, onde fundou um Instituto Pasteur.
Após a publicação da sua primeira obra, denominada “Espiritismo” em 1886, os inimigos do Espiritismo acusaram-no de fraude, de ser cúmplice de prestidigitadores, que o teriam usado.
Paul Gibier, impulsionado pela necessidade de se defender, publicou relatórios de serviços, indícios de as faculdades de observação e também uma carta de Louis Pasteur, para cortar pela raiz as polêmicas. A carta dizia:
“Caro Sr. Gibier,
Conhecendo os novos métodos aplicados ao estudo das doenças contagiosas, o senhor poderá abordar as difíceis pesquisas que irá empreender.
Desconfie sobretudo, de uma coisa: a precipitação no desejo de concluir. Seja um inimigo vigilante e tenaz consigo mesmo. Pense sempre que está em erro...
Meus parabéns e um cordial aperto de mão.
L. Pasteur” (Gibier, 2001, p. 12-13).
Ref. https://data.bnf.fr/en/13002175/paul_gibier/
Ref. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2463115/?page=1 e https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2463115/?page=2
Mais informações: https://www.scientificamerican.com/article/death-of-dr-paul-gibier/
Mais informações: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM190006141422408
Charles Robert Richet
1850-1935
Fisiologista francês. Membro da Academia de Ciências. Professor de fisiologia na Faculdade de Medicina de Paris (1887-1925). Prêmio Nobel de Medicina em 1913.
Richet era filho de Alfred Richet, um ilustre cirurgião. Enquanto frequentava o Lycée Bonaparte, ficou indeciso se se dedicava à literatura ou à ciência. Ele entrou na faculdade de medicina, mas estava entediado com anatomia e cirurgia, e escrevia poesia e drama para se divertir. Servindo como estagiário em 1873, ele foi colocado à frente de uma enfermaria feminina, onde testemunhou um experimento hipnótico. Nos dois anos seguintes, ele produziu inúmeros transes hipnóticos em seus pacientes, publicando um resumo de suas experiências em 1875. O comportamento característico dos sujeitos hipnóticos, argumentou ele, não pode ser explicado como simulação. Os fenômenos básicos de um transe hipnótico seguiram um curso tão regular quanto uma doença. Quanto mais frequentemente uma pessoa é colocada em um estado hipnótico, observou Richet, mais distintos se tornam os fenômenos hipnóticos.
A experiência de Richet com o hipnotismo estimulou um interesse vitalício nas associações entre fenômenos psíquicos e fisiológicos e ajudou a persuadi-lo a abandonar a carreira de cirurgião e voltar-se para a fisiologia.
Charles Richet nasceu em 26 de agosto de 1850, em Paris. Ele era filho de Alfred Richet, Professor de Cirurgia Clínica na Faculdade de Medicina de Paris, e de sua esposa Eugenie, nascida Renouard. Ele estudou em Paris, tornando-se Doutor em Medicina em 1869, Doutor em Ciências em 1878 e Professor de Fisiologia a partir de 1887 na Faculdade de Medicina de Paris.
Durante 24 anos (1878-1902) foi Editor da Revue Scientifique, e a partir de 1917 foi co-editor do Journal de Physiologie et de Pathologie Générale. Ele publicou artigos sobre fisiologia, química fisiológica, patologia experimental, psicologia normal e patológica e numerosas pesquisas, todas feitas no laboratório fisiológico da Faculdade de Medicina de Paris, onde tentou estudar fatos normais e patológicos juntos.
Em fisiologia, ele trabalhou o mecanismo de termorregulação em animais homoiotérmicos. Antes de suas pesquisas (1885-1895) sobre polipneia e tremores devido à temperatura, pouco se sabia sobre os métodos pelos quais animais privados de transpiração cutânea podem se proteger do superaquecimento e como os animais gelados podem se aquecer novamente.
Em terapêutica experimental, Richet mostrou que o sangue de animais vacinados contra uma infecção protege contra essa infecção (novembro de 1888). Aplicando esse princípio à tuberculose, ele aplicou a primeira injeção soroterapêutica no homem (6 de dezembro de 1890).
Em 1900, Charles Richet mostrou que alimentar com leite e carne crua (zomoterapia) pode curar cães tuberculosos.
Em 1901, ele estabeleceu que, ao diminuir o cloreto de sódio nos alimentos, o brometo de potássio se torna tão eficaz no tratamento da epilepsia que a dose terapêutica cai de 10 g para 2 g.
Em 1913, ele recebeu o Prêmio Nobel por suas pesquisas sobre anafilaxia. Ele inventou essa palavra para designar a sensibilidade desenvolvida por um organismo após ter recebido uma injeção parenteral de um coloide, substância proteica ou toxina (1902). Mais tarde, ele demonstrou os fatos de anafilaxia passiva e anafilaxia in vitro. As aplicações da anafilaxia na medicina são extremamente numerosas. Já em 1913, mais de 4000 memórias foram publicadas sobre esta questão e ela desempenha um papel importante hoje em dia na patologia. Ele mostrou que de fato a injeção parenteral de substância proteica modifica profunda e permanentemente a constituição química dos fluidos corporais. A maioria dos trabalhos fisiológicos de Charles Richet espalhados em várias revistas científicas foram publicados no Travaux du Laboratoire de la Faculté de Médecine de Paris (Alcan, Paris, 6 vols. 1890-1911) (Trabalhos do Laboratório de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Paris).
Entre suas outras obras estão: Suc Gastrique chez l'Homme et chez les Animaux, 1878 (Suco gástrico no homem e nos animais); Leçons sur les Muscles et les Nerfs, 1881 (Palestras sobre os músculos e nervos); Leçons sur la Chaleur Animale, 1884 (Palestras sobre o calor animal); Essai de Psychologie Générale, 1884 (Ensaio sobre psicologia geral); Souvenirs d'un Physiologiste, 1933 (Memórias de um fisiologista). Ele também foi o editor do Dictionnaire de Physiologie, 1895-1912 (Dicionário de Fisiologia), do qual apareceram 9 volumes.
Entre seus interesses estava o espiritualismo e a escrita de algumas obras dramáticas.
Em 1877, Charles Richet casou-se com Amélie Aubry. Tiveram cinco filhos, Georges, Jacques, Charles (que, como seu pai, foi professor na Faculdade de Medicina de Paris e foi, por sua vez, sucedido por seu filho Gabriel), Albert e Alfred, e duas filhas, Louise (Mme Lesné) e Adèle (Mme le Ber).
Charles Richet era filho de Alfred Richet, reconhecido cirurgião e professor da Faculté de Médecine de Paris, de quem Pasteur era colega (Debré, 1995, p. 384, 394).
Na época do levantamento de fundos para a construção do Instituto Pasteur, em que muitas ações foram feitas, Charles Richet também contribuiu sugerindo a organização de uma noite de gala, que ocorre em 11 de maio de 1886 (Debré, 1995, p. 515).
Dentre as várias obras (dentre artigos, livros e tratados) de Fisiologia, Psicologia e Metapsíquica, Charles Richet escreveu o livro “L´Oeuvre de Pasteur” (A obra de Pasteur: Aulas Ministradas na Faculdade de Medicina de Paris) em 1923, em homenagem ao centenário do nascimento de Pasteur. Também escreveu “La Gloire de Pasteur”, a qual ganhou prêmio de poesia na Academia Francesa.
Ref. https://data.bnf.fr/en/11921904/charles_richet/
Ref. https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1913/richet/biographical/
Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/medicine-biographies/charles-robert-richet
Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Charles-Richet
Mais informações: https://www.interparadigmas.org.br/wp-content/uploads/2019/01/Interparadigmas-Chiesa-N5.pdf
Michel de Nostredame (Nostradamus)
1503-1563
*Ver microbiografia de Nostradamus no grupo Doenças Infectocontagiosas.
Nas Profecias de Nostradamus - Centúria 25, chama a atenção a citação nominal de Pasteur (Cheetham, 1977, p. 24).
“Perdu trouvé, caché de si long siecle, Perdido recuperado, escondido por muitos séculos.
Sera Pasteur demi Dieu honoré: Pasteur será celebrado como semideus.
Ains que la lune acheve son grand siecle, E assim que a lua complete seu grande ciclo,
Par autres vents sera deshonoré”. Por outros ventos será desonrado.
“Não bastasse citar o nome de Pasteur, também especifica a data, embora isso não seja logo evidente. A descoberta de Pasteur, de que germes poluem a atmosfera, foi das mais importantes da história de medicina e levou à teoria da esterilização de Lister. A Enciclopédia Britânica diz que Pasteur, o “semi-deus”, “era agora reconhecido como o iniciador do maior movimento da química da época”. Ele fundou o Instituto Pasteur a 14 de novembro de 1888; o ciclo da lua teve lugar de 1535 a 1889. Os ventos (rumores) que o teriam desonrado podem significar a violenta oposição aos seus métodos, entre os poderosos membros da Academia, contra as novas práticas do Instituto, tais como, vacinas contra a hidrofobia, etc.” (Cheetham, 1977, p. 24).
Edgard Pereira Armond
1894-1982
Militar brasileiro. Médium.
Aos 21 anos, ingressa na Força Pública de São Paulo, onde inicia a carreira que lhe daria o um título, pelo qual é conhecido até hoje: “Comandante”.
Participou de vários movimentos militares, atuando nas revoluções de 1922 e 1924 onde fez parte das tropas de ocupação nas nossas fronteiras com o Paraguai e Argentina. Em 1926 diploma-se como dentista pela Escola de Farmácia e Odontologia do Estado de São Paulo. Paralelamente, começa a estudar e trabalhar no Espiritismo.
Em 1939, já considerado inválido para o serviço militar após um acidente de carro, é convidado a ocupar o cargo de secretário-geral da Federação Espírita do Estado de São Paulo, após reestruturar seus trabalhos espirituais.
Em 1950, após a criação da Escola de Aprendizes do Evangelho, Edgard cria também o Curso de Médiuns, visando à melhoria do intercâmbio com o mundo espiritual e a Fraternidade dos Discípulos de Jesus, como órgão de agrupamento dos trabalhadores do campo religioso.
Uma destas Fraternidades, chamada Fraternidade dos Irmãos Humildes, é por hipótese, o agrupamento de médicos e cientistas, orientando trabalhos de cura e pesquisa. Colaboram neste setor: Bezerra de Menezes, Louis Pasteur, André Luiz, Eurípedes Barsanulfo, e ainda, Hilarion e Ramatis, em caráter pessoal (Armond, 2000, p. 140).
Por hipótese, Pasteur orientou o Comandante Armond na criação dos atendimentos personalizados. A padronização do passe Pasteur foi introduzida na FEESP por iniciativa de Edgard Armond, por meio do livro “Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura”, de 1950 (Valenti, 2005, p. 41).
Na Federação Espírita, os agrupamentos de médiuns experientes e selecionados para processos avançados, são denominados Grupos Pasteur, em homenagem ao espírito chefe da equipe que atua no plano espiritual, sendo os passes conhecidos como Pasteur 1 (P1), Pasteur 2 (P2), Pasteur 3 (P3) e Pasteur 4 (P4) (Armond, 1950, p. 138-144; Zühlke, 2002, p. 109).
Edgard Armond escreveu mais de 20 livros.
Ref. https://feesp.com.br/edgard-pereira-armond/
Martha Gallego Thomaz (Vó Martha)
1915-2014
Médium brasileira.
Martha teve sua primeira experiência mediúnica aos 3 anos, em 1918, e desenvolveu uma extensa carreira na área. Autora de dois livros ditados e três psicografados, ela dirigiu trabalhos na Federação Espírita do Estado de São Paulo, desde 1956, e no Grupo Noel, casa que ajudou a fundar em 1977 e que oferece atendimento social e doutrinário a mais de 3 mil pessoas por mês.
Autora de 5 obras, dentre elas “O Instituto de Confraternização Universal e as Fraternidades do Espaço”, em que explica que as “Fraternidades” são agrupamentos espirituais dedicados ao bem (Thomaz, 1994, p. 29).
Martha escreve sobre a ajuda de Pasteur, orientando Edgard Armond, na criação dos atendimentos padronizados, e que Pasteur trouxe consigo, para esta mesma tarefa, Santo Agostinho, ambos dedicados a harmonizar os tratamentos existentes (Thomaz, 1994, p. 46).
Ref. https://www.revistaplaneta.com.br/martha-gallego-thomaz/
Neide Prado Zühlke
?
Médium e autora brasileira.
Em sua obra, "O Mestre Louis Pasteur", Zühlke (2002, p. 103-112 ) afirma que a implantação dos trabalhos espirituais aconteceu a partir de 1936, data da Fundação da Federação Espírita do estado de São Paulo (FEESP). Por volta de 1940, o cientista Pasteur agrupou-se à Fraternidade dos Irmãos Humildes. Com os cooperadores encarnados, entre eles Edgard Armond, foram fundados os Trabalhos Especializados Pasteur, para o atendimento de moléstias e curas magnéticas, de obsessão profunda, males físicos, doenças graves (câncer, Aids), tabagistas, toxicômanos, alcoolistas, pessoas com ideação / tentativa de suicídio, crianças e adolescentes, etc.