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Vacinação: Raiva

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Pierre-Victor Galtier

1846-1908

Veterinário francês. Membro da Academia Veterinária Francesa (1903-1908).

Galtier nasceu em 1846 em Langogne, filho de pais de baixos recursos. Em 1853, ele foi confiado às freiras que dirigiam a escola local. Ele escapou desta escola duas vezes e foi então colocado com sua avó na cidade de Langogne. A partir daquele momento, com o incentivo de professores que lhe incutiram a importância do trabalho escolar, sua atitude em relação à escola mudou. Frequentou a escola secundária em Langone e depois em Mende, Lozère, saindo após a décima série.

Ele leu os estudos greco-romanos em La Chapelle-Saint-Mesmin no "Petit Séminaire", a famosa escola secundária eclesiástica do bispo Félix Dupanloup, um posto avançado do Seminar d'Orléans. Ele recebeu seu diploma de bacharel com honras.

Ele estudou para seu mestrado e sua licença veterinária na faculdade Marvejols. Por volta dessa época, Lozère criou uma bolsa para ajudar estudantes pobres a estudar para se tornarem veterinários, que Galtier recebeu e usou para estudar na École Vétérinaire de Lyon. Ele foi o primeiro da classe por quatro anos consecutivos e se formou em 1873 como orador da turma, recebendo o "Grande Prêmio Bourgelat".

Galtier começou sua carreira profissional como associado de Monsieur Delorme, um veterinário em Arles, com quem se casou com a filha. Ele começou a ensinar patologia veterinária e eventualmente se tornou o Presidente de Doenças Infecciosas. Aos 33 anos, ele começou seu trabalho com a raiva.

Em 1876, foi nomeado Presidente de Patologia e Medicina Interna do Departamento de Ciências Veterinárias de Lyon. Em 1877, seu departamento começou a realizar estudos sobre patologia microbiana e microbiologia. Isso fez com que a escola apoiasse a ideia de doenças contagiosas como a tuberculose, o resfriado comum e a raiva, em oposição à Escola de Alfort que sustentava a ideia de geração espontânea.

Em 1878 foi nomeado professor de patologia de doenças infecciosas, saúde animal, comércio e direito médico. No mesmo ano, o Sr. Bouley, Inspetor Geral das escolas veterinárias, cria um novo departamento que separaria o ensino de patologia geral do de doenças transmissíveis. Pierre Victor Galtier foi nomeado chefe do departamento e ocupou o cargo por 30 anos.

Em 1879, ele fez descobertas importantes sobre duas doenças mortais: o resfriado comum e a raiva. Em 1883, ele se formou em direito.

Galtier foi indicado ao Prêmio Nobel por seu trabalho sobre a raiva. Mas ele morreu em 1908, pouco antes de o vencedor ser escolhido, então foi concedido a Paul Ehrlich e Ilya Ilyich Mechnikov.

Em 1879, Pierre-Victor Galtier (1846–1908), professor da Escola de Veterinária de Lyon, demonstrou que a raiva podia ser transmitida de cães para coelhos, o que fornecia um animal experimental mais seguro. Pasteur e seus associados prepararam uma vacina suspendendo a medula espinhal de coelhos infectados em uma câmara de secagem para atenuar o vírus da raiva. Após cerca de duas semanas, o material tornou-se essencialmente inofensivo. Usando essas preparações, Pasteur poderia proteger cães que foram mordidos por animais raivosos ou inoculados com preparações de laboratório virulentas contendo o vírus vivo.

No estudo experimental da raiva, Pasteur teve Galtier como predecessor, que comunica à Academia de Medicina, da qual Pasteur faz parte, uma nota que chama a atenção de Pasteur: mostrou que os coelhos eram os melhores animais para desenvolverem a raiva, depois da inoculação, de cachorros suspeitos. Pasteur faz um experimento, mas percebe que o coelho morre rápido demais para que seja “raiva”. De modo cauteloso, analisa o sangue dos coelhos mortos no laboratório e sua descrição o leva a revelar a descoberta do pneumococo (Debré, 1995, p. 468-469). Convém especificar que a parte de Galtier no sucesso de Pasteur nunca foi suficientemente destacada (Debré, 1995, p. 470).

Ref. https://data.bnf.fr/en/10352816/victor_galtier/

Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/science-magazines/biomedicine-and-health-virology

Mais informações: https://peoplepill.com/people/pierre-victor-galtier

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Pierre-Henri Duboué

1834-1889

Médico francês. Doutor em medicina (Paris, 1859). Correspondente da Academia de Medicina.

Com a ajuda de seus assistentes, Pasteur começa a estudar a raiva, e se apoia em trabalhos anteriores, não só de Galtier, mas também de Henri Duboué. Este médico envia seus trabalhos a Pasteur e se mostra particularmente interessado em tudo o que diz respeito à localização evidente da doença na substância cerebral. Duboué escreve:

'O agente mórbido progride lentamente, numa direção centripeta, do lugar da mordida para o bulbo raquiano, e muito rapidamente, numa direção centrífuga, deste último para os nervos que saem dele'.

Contudo, Pierre-Victor Galtier está inquieto com os trabalhos de Pasteur: não precisava de um rival com tanto prestigio... Por isso, ele se apressa a oferecer a Henri Bouley novos dados pedindo-lhe que os comunique, urgentemente, à Academia de Medicina. No início de 1881, afirma só encontrar o vírus rábico na saliva e assinala, também, que os tecidos nervosos não são contagiosos:

'Inoculei mais de dez vezes, sem nenhum sucesso, o produto extraído da substância cerebral do cerebelo e da medula do cão raivoso'.

A partir dessas constatações científicas opostas, Pasteur formula um problema para resolver, ao mesmo tempo que deduz o esboço de um procedimento. Trata-se, em primeiro lugar, de localizar o vírus rábico e depois responder às seguintes perguntas: a substância cerebral é ou não infectada A baba é o único lugar onde o vírus está presente? Se Pasteur segue a pista indicada por Duboué e por Galtier, é porque ainda não conseguiu isolar o vírus rábico na saliva e porque está pesquisando novas vias de inoculação. A substância cerebral de um cão raivoso vai constituir sua primeira e principal abordagem da doença" (Debré, 1995, p. 469-470).

Ref. https://data.bnf.fr/en/10432755/henri_duboue/

Mais informações: https://bibliotheques-numeriques.defense.gouv.fr/document/aabcc7fd-08ad-4d08-a512-2ee70838d61a

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Charles Darwin

1809-1882

Naturalista e geólogo inglês. Autor da teoria da seleção natural.

Charles Darwin foi um cientista inglês que estudou a natureza e se tornou célebre por sua teoria da evolução por meio da seleção natural. De acordo com essa teoria, todos os seres vivos estão em uma constante luta para sobreviver. Aqueles que possuem as características mais úteis em seu ambiente tendem a permanecer. Esses seres vivos então transmitem tais características úteis à prole (isto é, seus filhos). Dessa maneira, os animais se transformam, ou evoluem, ao longo de centenas de anos. Darwin apresentou essas ideias em seu importante livro Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou A conservação das raças favorecidas na luta pela vida (1859), mais conhecido como A origem das espécies.

Charles Robert Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shropshire, na Inglaterra. Na escola, nunca se saiu muito bem, mas mesmo assim estudou na Universidade de Edimburgo e na Universidade de Cambridge. Um professor em Cambridge incentivou seu interesse por história natural.

Em 1831, Darwin partiu em uma expedição para explorar o litoral da América do Sul. O grupo iniciou a viagem em 27 de dezembro de 1831 no navio HMS Beagle. O propósito era estudar a história natural das regiões visitadas. A viagem durou cerca de cinco anos. As observações que Darwin fez durante esse período o levaram a indagar-se sobre como se desenvolvem novas espécies. Para explicar esse processo, ele formulou a teoria da seleção natural.

Darwin apresentou sua teoria pela primeira vez em 1858. O conceito de evolução não era novo, mas a teoria de Darwin explicava como ela se dava. Quando Darwin publicou A origem das espécies, o livro fez sucesso imediato. No entanto, não foi bem recebido pelos criacionistas (os criacionistas acreditam que Deus criou tudo o que existe no mundo, tudo ao mesmo tempo). Darwin continuou a escrever sobre sua teoria em vários outros livros. Ele morreu em 19 de abril de 1882.

Depois da morte de Claude Bernard, Pasteur se torna o alvo principal dos antivivissecionistas,inclusive na Inglaterra. Em defesa de Pasteur, Charles Darwin declara que “a fisiologia não poderá avançar se suprimirmos experiências com animais vivos, e tenho a íntima convicção de que retardar o progresso da fisiologia é cometer um crime contra o gênero humano” (Debré, 1995, p. 482).

Ref.https://data.bnf.fr/en/11898689/charles_darwin/

Ref. https://escola.britannica.com.br/artigo/Charles-Darwin/481114

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Charles-Édouard Chamberland

1851-1908

Pierre-Paul-Émile Roux

1853-1933

Louis Thuillier

1856-1883

Adrien Loir

1862-1941

*Ver microbiografias de Chamberland, Roux e Thuillier no grupo Doenças Infectocontagiosas.

*Ver microbiografia de Adrien Loir no grupo Família Laurent.

Com a ajuda de seus colaboradores Chamberland, Roux, Thuillier e Loir Pasteur começa a estudar a raiva (Debré, 1995, p. 469).

Porém, Roux se opõe frontalmente à vacinação da primeira criança (Joseph Meister), recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489).

Joseph Meister

1876-1940

O primeiro paciente tratado por Pasteur será Joseph Meister, uma criança francesa de 9 anos que foi atacada por um cão raivoso. Ele e sua mãe correm até Pasteur pedindo ajuda. Pasteur conta 14 lesões de gravidade alarmante, mas a circunstância favorável é de que as mordidas são recentes. Antes de se pronunciar, Pasteur consulta dois médicos nos quais confia plenamente: Alfred Vulpian (seu colega na Academia de Medicina), que é um dos médicos mais respeitados de sua época. Ele é membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação. O outro médico é Jacques-Joseph Grancher, um jovem doutor chefe da unidade de Pediatria do Hospital Enfants-Malades, que associa um excelente conhecimento de microbiologia e a especialização em pediatria. Grancher também aconselha a Pasteur administrar o tratamento anti-rábico. Estes dois médicos examinam o paciente e realizam as inoculações, o que é de grande felicidade para Pasteur, tendo em vista que precisa de um médico para fazer as injeções, e Roux se opõe frontalmente, recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489).

O tratamento é um sucesso e Pasteur continua a se interessar pela educação do menino, inclusive abrindo-lhe uma poupança para suas pequenas despesas. Os Meister pedem a Pasteur ajuda para arranjar um emprego ao pai, pois como são da Alsácia, querem sair da tutela alemã. Pasteur faz todo o possível para ajudar a família. Futuramente, Joseph será empregado como guarda do Instituto Pasteur (Debré, p. 492). Em 1940, quando os alemães invadiram Paris, querem entrar no túmulo de Pasteur e de Marie. Eles encontram a oposição de Joseph Meister, zelador do Instituto. Ele se recusa a abrir os portões da cripta, e numa profunda depressão, ele se tranca em seu pequeno alojamento e acaba cometendo suicídio (Debré, 1995, p. 548).

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Edmé Félix Alfred Vulpian

1826-1887

Médico francês. Professor e Reitor da Faculdade de Medicina de Paris. Membro da Academia de Ciências e da Academia de Medicina, seção de anatomia e fisiologia.

Médico neurologista e patologista. Ele foi o co-descobridor da atrofia muscular espinhal de Vulpian-Bernhardt e do fenômeno Vulpian-Heidenhain-Sherrington. Entre outras descobertas e experimentos notáveis, Vulpian descobriu adrenalina na medula adrenal. Ele foi o primeiro a usar o termo "fibrilação" para descrever um ritmo caótico e irregular do coração.

Antes de se pronunciar sobre a vacinação da criança Joseph Meister, Pasteur consulta Alfred Vulpian (seu colega na Academia de Medicina), que é um dos médicos mais respeitados de sua época. Ele é membro da Comissão Oficial da Raiva, criada pelo governo, a pedido de Pasteur, para controlar e avaliar as pesquisas em curso sobre a doença. Diante do exame do paciente Joseph Meister, diz a Pasteur que acha o caso sério o suficiente para que se justifique esta primeira tentativa de vacinação (Debré, 1995, p. 489).

Ref. https://data.bnf.fr/en/13084570/alfred_vulpian/

Ref. https://dbpedia.org/page/Alfred_Vulpian

Mais informações: https://collection.sciencemuseumgroup.org.uk/people/cp83366/edme-felix-alfred-vulpian

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Jacques-Joseph Grancher

1843-1907

Médico francês. Doutor em medicina (Paris, 1873). Presidente do Conselho de Administração do Instituto Pasteur, Paris, e membro da Academia de Medicina na seção de anatomia patológica.

Além de Alfred Vulpian, outro médico que Pasteur consulta é Jacques-Joseph Grancher, um jovem doutor chefe da unidade de Pediatria do Hospital Enfants-Malades, que associa um excelente conhecimento de microbiologia e a especialização em pediatria. Grancher também aconselha a Pasteur administrar o tratamento anti-rábico. Os dois médicos examinam o paciente e realizam as inoculações, o que é de grande felicidade para Pasteur, tendo em vista que precisa de um médico para fazer as injeções, e Roux se opõe frontalmente, recusando, inclusive, a assinar os protocolos de estudo (Debré, 1995, p. 489).

Ref. https://data.bnf.fr/en/12487158/joseph_grancher/

Mais informações: https://artsandculture.google.com/entity/jacques-joseph-grancher/m02pk6lc?categoryid=historical-figure

Mais informações: http://himetop.wikidot.com/jacques-joseph-grancher-s-bust

Mais informações: https://web.archive.org/web/20070221115153/http://www.pasteur.fr/infosci/archives/grc0.html

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Jean-Baptiste Jupille

1869-1923

O segundo paciente será Jean-Baptiste Jupille, um jovem francês de 15 anos. O tratamento também é realizado com sucesso e há grande repercussão na imprensa, com o jovem se tornando uma “celebridade”. Futuramente, este também será empregado como porteiro do Instituto Pasteur, assim como Meister (Debré, 1995, p. 492-493).

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Louise Pelletier

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O mesmo sucesso da vacinação contra a raiva não ocorre com a criança francesa Louise Pelletier, que só é levada a Pasteur 37 dias após ser mordida por um cachorro raivoso, com lesões supurando. Pasteur sabe que o prazo é muito longo e que caminha para o fracasso do tratamento. Contudo, ele se dobra diante da insistência dos pais e diante do sofrimento da criança. Poucos dias depois a criança falece, no mesmo dia do enterro do amigo Henri Bouley, da Academia de Medicina e Academia de Ciências. Os adversários de Pasteur tentam explorar o drama, mas não conseguem abalar a confiança geral no tratamento (Debré, 1995, p. 495).

Charles-Félix-Michel Peter

1824-1893

Médico francês. Foi professor de patologia interna na Faculdade de Paris. Membro da Academia de Medicina.

"Michel Peter (1824-1893) era parente de um cunhado de Pasteur. Isso não o impediu de ser um de seus adversários mais ferozes. Nascido em Paris, de pais muito pobres, começou como aprendiz e depois como tipógrafo em uma gráfica. Autodidata, preparou e obteve o bacharelado em ciências. Enquanto permanecia como chefe de oficina na mesma gráfica, ele começou seus estudos médicos. Estagiário aos 30 anos, doutor em medicina aos 35, chefe da clínica de Armand Trousseau no Hôtel-Dieu em 1863, encerrou a carreira como professor da faculdade de medicina, membro da Academia de Medicina. Excelente médico, orador eloquente e espirituoso, infelizmente considerou uma heresia aplicar experimentos de laboratório à patologia. Ele defendeu uma teoria, 'espontaneidade mórbida', que se opunha à teoria dos germes de Pasteur. Segundo ele, '... toda essa pesquisa sobre micróbios não vale o tempo que passamos lá, nem o barulho que fazemos a respeito ...'. Nisso se enganou, mas teve o mérito de fazer as pessoas admitirem que nem sempre é suficiente que um germe entre no organismo para que uma doença infecciosa se desenvolva; isso também requer o que ele chamou de 'consentimento do organismo'. A oposição entre Peter e Pasteur era particularmente violenta na época do trabalho de vacinação contra a raiva. Ela liderou as sessões da Academia de Medicina por dez anos" (Perrot & Schwartz, 2017, p. 176).

Por mais eloquentes que fossem os números apresentados, os adversários de Pasteur procuraram as menores falhas, fazendo com que ele tivesse que se justificar constantemente. Michel Peter, um dos mais obstinados oponentes de Pasteur, continuou a atacá-lo. Havia vezes em que Vulpian é quem respondia as controvérsias, defendendo Pasteur. No entanto, havia aqueles que acusavam Pasteur de homicida, inclusive na Faculdade de Medicina. Alguns alunos se dividiam entre pasteurianos e antipasteurianos e trocavam socos por causa disso (Debré, 1995, p. 498-501).

Ref. https://data.bnf.fr/en/13167090/michel_peter/

Michel Peter,_Charles_Félix_Michel_CIPN2

Adolphe Rueff

1854-1912

Médico francês. Vice-chefe da clínica de patologia mental da Faculdade de Medicina de Paris, anexo à enfermaria especial da Prefeitura de Polícia de Paris, então médico da cidade de Paris.

Os raros fracassos do tratamento contra a raiva são explorados. Por isso, depois de cada morte, Pasteur levanta provas para se defender. Um dos primeiros casos, que transforma a vida no laboratório é de Jules Rouyer, é de uma criança mordida que é tratada. Depois, falece logo após receber um pontapé na região lombar. O médico legista solicita necropsia. Pasteur está na Itália de férias com a família, então Loir vai até o necrotério acompanhado de um delegado de polícia, onde a necropsia é feita na sua presença e de Grancher. Roux pede que enviem o bulbo raquiano, pois é o único modo de saber se a criança morreu de raiva. No dia seguinte, duas testemunhas, hostis ao método de Pasteur comparecem à necropsia: um conselheiro municipal, Adolphe Rueff e o médico Georges Clemenceau, defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur (Debré, 1995, p. 505-506).

Ref. https://data.bnf.fr/fr/17145865/adolphe_rueff/

Mais informações: https://curiosity.lib.harvard.edu/contagion/catalog?f%5Bcreators-contributors_ssim%5D%5B%5D=Rueff%2C+Ad.+%28Adolphe%29&f%5Bplace-of-origin_ssim%5D%5B%5D=France&f%5Bsubjects_ssim%5D%5B%5D=Tuberculosis--Treatment

Georges Clemenceau

1841-1929

Estadista francês, apelidado de "O Tigre" ou "O Pai da Vitória" após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Chefe do Governo (1906-1909; 1917-1920). Deputado pelo Sena (1876-1885), depois pelo Var (1885-1893). Senador de Var (1902-1920). Jornalista, diretor-fundador do jornal "La Justice" (em 1880), depois de "L'Homme libre" (em 1913) que se tornou "L'Homme enchaîné" (em 1914). Doutor em medicina (Paris, 1865). Membro da Academia de Ciências e da Academia Francesa (eleito em 1918).

Foi primeiro-ministro da França por vários mandatos, dos quais o mais importante ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, quando assumiu o cargo em 15 de novembro de 1917. Seus sentimentos antialemães antes da guerra e uma ardente determinação para derrotar a Alemanha o fizeram insistir que o Tratado de Versalhes exigisse o desarmamento alemão e estritas indenizações à França. Esta fotografia faz parte da Guerra das Nações, uma compilação de 1.398 imagens de rotogravura com breves legendas descritivas referentes à Primeira Guerra Mundial e suas consequências imediatas. O livro foi publicado pela New York Times Company e inclui imagens que apareceram na Mid-Week Pictorial, uma revista semanal de fotografias de notícias publicada pela New York Times Company entre 1914 e 1937. As fotografias retratam os principais líderes militares e civis dos países envolvidos na guerra, cenas de batalha, importantes sistemas de armas, ruínas e destruições causadas pelo conflito, o retorno das tropas depois da guerra e as celebrações de vitória em vários países, e cenas da Conferência de Paz de Paris. Além da frente ocidental na França e na Bélgica, as imagens abrangem outros teatros de operações, incluindo as frentes orientais, italianas e dos Balcãs, a Campanha de Galípoli (ou Batalha dos Dardanelos), e a campanha na Mesopotâmia e na Palestina. Entre os acontecimentos do pós-guerra estão as revoluções na Alemanha e na Rússia e a intervenção de tropas aliadas e americanas na Sibéria. O livro contém um índice; 32 mapas, incluindo mapas pictóricos que ilustram frentes e campanhas; e um apêndice de três páginas que fornece uma cronologia de 1914 a 1919, estatísticas (incluindo a força mobilizada e o número de mortos, feridos e desaparecidos de todos os beligerantes), os principais eventos durante a guerra, e as principais disposições do Tratado de Versalhes, que encerrou formalmente a guerra.

"Muito mais grave foi a oposição de parte da Academia de Medicina, liderada em particular pelo médico Michel Peter. Segundo os opositores, que contavam com o jovem médico Georges Clemenceau, não só o tratamento de Pasteur era ineficaz, mas perigoso" (Perrot; Schwartz, 2017, p. 182).

Georges Clemenceau inicialmente era defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur (Debré, 1995, p. 506). Como um jovem jornalista, Clemenceau atacou violentamente o trabalho de Louis Pasteur (que não era médico). No entanto, uma vez que as demonstrações deste último foram realizadas e endossadas por Joseph Lister, ele admitiu seu erro.

Ref. https://data.bnf.fr/en/11897013/georges_clemenceau/

Ref. https://www.histoiredumonde.net/Georges-Clemenceau.html

Mais informações: https://www.wdl.org/pt/item/19316/

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Paul Camille Hippolyte Brouardel

1837-1906

Médico patologista francês. Médico do hospital Saint-Antoine (desde 1873), depois do hospital Pitié, em Paris. Doutor em medicina (1865). Decano da Faculdade de Medicina de Paris (desde 1887). Membro da Academia Nacional de Medicina (eleito em 1880). Membro do Instituto, membro livre da Academia das Ciências (eleito em 1892).


Em 1858 ele se tornou um externe do Hôpital Cochin, em Paris, e em 1865 obteve seu doutorado médico. Em 1873 ele se tornou diretor de serviços médicos no Hôpital Saint-Antoine e de la Pitié. Em 1879 ele se tornou um professor de ciência forense na Faculté de Médecine de Paris, e conseguiu Auguste Ambroise Tardieu, como decano da medicina forense francesa. De 1884 a 1904 foi presidente da Comissão Consultiva de Higiene, e em 1899 foi eleito presidente da Associação Francesa para o Avanço das Ciências.
Brouardel foi uma das principais autoridades da medicina legal e também foi um defensor apaixonado sobre todos os aspectos da saúde pública e higiene. Ele estava na vanguarda de questões como segurança alimentar, tuberculose, doenças venéreas, abuso infantil, alcoolismo e da decência pública. Brouardel exerceu uma grande influência sobre a carreira do neurologista Georges Gilles de la Tourette.

Os raros fracassos do tratamento contra a raiva são explorados. Por isso, depois de cada morte, Pasteur levanta provas para se defender. Um dos primeiros casos, que transforma a vida no laboratório é de Jules Rouyer, é de uma criança mordida que é tratada. Depois, falece logo após receber um pontapé na região lombar. O médico legista solicita necropsia. Pasteur está na Itália de férias com a família, então Loir vai até o necrotério acompanhado de um delegado de polícia, onde a necropsia é feita na sua presença e de Grancher. Roux pede que enviem o bulbo raquiano, pois é o único modo de saber se a criança morreu de raiva. No dia seguinte, duas testemunhas, hostis ao método de Pasteur comparecem à necropsia: um conselheiro municipal, Adolphe Rueff e o médico Georges Clemenceau, defensor da geração espontânea e opositor de Pasteur. O médico legista, Paul Brouardel observa a disfunção renal provocada pelo pontapé. No laboratório de Pasteur identificam também o vírus da raiva. Brouardel sabe que se colocar no relatório as duas doenças como causa da morte, a responsabilidade de Pasteur será questionada e se recuaria 50 anos na evolução da ciência (em suas palavras), então opta por colocar apenas insuficiência renal. Posteriormente, após a inoculação em coelhos que ficam bem e não morrem, comprova-se definitivamente a versão oficial da morte dada por Brouardel (Debré, 1995, p. 506-507).

Ref. https://data.bnf.fr/en/12208850/paul_brouardel/

Ref. https://artsandculture.google.com/entity/paul-brouardel/m02q_xf0

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