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  • Biógrafos | Pasteur Brasil

    Biógrafos Biografia resumida Contextualização da análise de parte dos biógrafos "Se Pasteur foi frequentemente descrito com um excesso de complacência (santificação), ele também sofreu ataques severos durante sua vida e após sua morte (demonização). Os oponentes e detratores não falharam. E ainda há alguns de nossos contemporâneos 'revisionistas' que publicam artigos de vez em quando. De que valem essas acusações, esses julgamentos de falsificação e plágio? Não se pode negar que Pasteur foi inspirado por um trabalho anterior ao seu, uma prática comum na pesquisa científica, e que ele não avançou suficientemente os nomes de seus predecessores é um fato. Mas não podemos negar-lhe a paternidade de suas descobertas validadas por experimentos decisivos e consagrados por aplicações. Neste ensaio, Jean-Pierre Brunet quer expressar sua opinião, muito pessoal - mas também muito compartilhada por numerosos pesquisadores e historiadores - sobre os escritos dos contundentes, denegridores e outros difamadores de Pasteur. Se o autor não lista todos os detratores, ele aponta alguns para relembrar suas críticas e desmontá-las. Porque observamos que essas críticas muitas vezes são recorrentes, copiadas por historiadores, ou afirmadas como tal, sem nos preocuparmos em voltar às fontes, que assim perpetuam indefinidamente afirmações errôneas, falsas ou totalmente fantasiosas". Tradução livre de excerto do prefácio de Annick Perrot ao livro "La Rage Envers Pasteur: de la sanctification à la diabolisation?" de Jean-Pierre Brunet (2017, p. 9-10 ) "Em 28 de setembro de 1895, Louis Pasteur morreu com 72 anos de idade (...) Depois de um período de 'contestação', em que foi perpetuamente objeto de crítica, e depois um período de 'celebração' em que suas descobertas foram finalmente admitidas, Pasteur entrou em um período que poderia ser descrito sem exagerar como santificação. O governo decreta um funeral nacional. Uma grande procissão acompanha o carro funerário onde, entre a multidão, podemos reconhecer Felix Faure, seus ministros, Constantino da Rússia, Nicolau da Grécia e muitos outros. Ao contrário do que alguns desejam, Pasteur não será enterrado no Panteão. Ele vai descansar um ano em uma capela de Notre-Dame de Paris enquanto espera a conclusão da cripta que lhe foi destinada, no porão do Instituto que leva seu nome (...) E, embora os institutos Pasteur sejam fundados em vários países, que avenidas, avenidas, ruas tomem o nome de Pasteur, não só na França, mas no exterior, que suas estátuas se ergam por toda parte, que colégios, clínicas, hospitais sejam colocados sob seu nome (...) que selos, moedas, medalhas são emitidas com sua efígie, que peças de teatro, filmes representem-no no palco ou na tela, (...) a publicidade se aproveita de sua imagem para promover marcas de cerveja ou camembert. Pasteur tornou-se uma glória nacional, conhecida e celebrada universalmente". Tradução livre de trecho adaptado do livro "La Rage Envers Pasteur: de la sanctification à la diabolisation?" de Jean-Pierre Brunet (2017, p. 13-15 ) Santificação René Vallery-Radot (A Vida de Pasteur. 4ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Vecchi, 1951). Louis Pasteur Vallery-Radot (Pasteur Inconnu. Paris, França: Flammarion, 1954). Hellmuth Unger (Luís Pasteur: retrato de um gênio. São Paulo, SP: Melhoramentos, [196-]). J. M. Escamez (Pasteur. São Paulo, SP: Cultura Moderna, [19--]). Exemplos de biografias de teor hagiográfico René Vallery-Radot Entre 1879 e 1895, René Vallery-Radot ajudou o sogro a enfrentar seus detratores, fazendo contato com a imprensa, dando apoio nas respostas às cartas de polemistas e reescrevendo seus discursos. Com objetivo diplomático, auxiliou na adaptação dos textos a serem publicados na imprensa e reescreveu cartas redigidas com raiva por Louis Pasteur, pois o cientista era irascível. O desejo de Vallery-Radot de suavizar as coisas explica a surpresa que se pode ter quando, depois de ler seu livro "La Vie de Pasteur", mergulha-se na correspondência do próprio Pasteur, onde aspectos de seu temperamento o seu genro não conseguiu falar. Louis Pasteur Vallery-Radot Guardadas todas as considerações ao grande trabalho de compilação da obra de Pasteur em sete tomos e disponibilização de diversos materiais do cientista em variadas publicações, o neto de Pasteur, o médico Louis Pasteur Vallery-Radot (1886-1970), retrata, em suas palavras "a glória científica de Pasteur e suas qualidades excepcionais", sendo necessário ter em consideração o viés do afeto genuíno pelo avô em suas análises. Hellmuth Unger O médico e escritor alemão Hellmuth Unger (1891-1953), autor de mais de 60 livros, inclusive biográficos, referentes a Robert Koch, Rudolf Virchow e outros, utilizou tons elogiosos à figura de Louis Pasteur. Ainda assim, nesta obra traduzida para o português, é possível extrair diversas citações diretas de Pasteur, as quais estão indicadas na página Citações, deste site. "Contudo, depois do fluxo, vem o refluxo. Se Pasteur não foi mais contestado por várias décadas, a partir do século XX surgiu um movimento que, segundo um jargão, poderia ser qualificado de demonização". Tradução livre de trecho adaptado do livro "La Rage Envers Pasteur: de la sanctification à la diabolisation?" de Jean-Pierre Brunet (2017, p. 13-15 ) Demonização Ethel Douglas Hume (Pasteur exposed, germs genes vaccines, the false foundations of modern medicine, first published 1923, last published 1988, Ed. Bookreal, Australia). Jules Tissot (Constitution des organismes animaux et végétaux Causes des maladies qui les atteignent. Preuves de l'inefficacité et des dangers des vaccinations actuelles, 1926). Pierre Yves Laurioz (Louis Pasteur, la réalité après la légende, Ed. De Paris, 2005). Sylvie Simon (Pasteur, l'intouchable mythe, Univers Spirale, 2005). Eric Ancelet (Pour en finir avec Pasteur: un siècle de mystification scientifique. vétérinaire. Ed. Résurgences, 1998). Marc Averous (Un bon Pasteur?. Ed. Louise Courteau, 2007). Gérald Geison (The private science of Louis Pasteur. Ed. Princeton University Press, 1995 / A ciência particular de Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Contraponto, 2002). Yves Robin (Lettre ouverte à Monsieur Pasteur Louis. Éditions Livres, 2003). Gerald Geison A despeito dos pontos positivos desta obra, Max Perutz (1914-2002) chegou a uma conclusão muito desfavorável sobre a vida de Pasteur de Gerald Geison: "Derrubar grandes homens de seus pedestais, às vezes com a menor evidência, tornou-se uma indústria elegante e lucrativa, e segura, já que eles não podem processar porque estão mortos. Geison está em boa companhia, mas ele, em vez de Pasteur, parece-me culpado de conduta antiética e desagradável quando vasculha os cadernos de Pasteur em busca de fragmentos de supostas irregularidades e, em seguida, os aumenta desproporcionalmente, a fim de arrastar Pasteur para baixo. Na verdade, sua evidência é artificial e não sobrevive ao exame científico" (New York Review of Books, 21 de dezembro de 1995). O link de acesso ao texto encontra-se a seguir. Ethel Douglas Hume Nesta obra, segundo Ethel Hume (1923), “O herói da medicina ortodoxa, Pasteur, é apresentado como um químico que, mesmo sem ter sido médico, ousou nada menos do que alegar revolucionar a medicina. A busca pelo sucesso pessoal dominou seu ego. Ele alcançou seus objetivos com sua energia e tenacidade. Ao fazer isso, ele deixou de lado toda a ternura e amor pela vida, cometendo friamente atrocidades bárbaras em animais para 'provar' suas teorias". Acerca desta passagem, Jean-Pierre Brunet (2017, p. 53-54) pondera: "Em seu laboratório, Pasteur não lidava apenas com micróbios ou pessoas. Ele também lidava com animais, já que os experimentos que fazia exigiam seu uso, o que permitiria que pessoas como Ethel Douglas Hume o acusassem de se envolver em 'atrocidades bárbaras'. No entanto, Pasteur, embora não hesitasse em inoculá-los com todo tipo de doenças, manteve-se sensível ao sofrimento dos animais. É Adrien Loir quem diz que: 'Durante os experimentos com raiva, Pasteur mandou preparar uma caixa de zinco e quando não era necessário deixar os animais morrerem de sua bela morte, ele os colocou nessa caixa para asfixiá-los com clorofórmio e evitar assim uma longa agonia'. Pasteur nunca havia feito uma vivissecção. Ele fazia vacinas e principalmente para raiva. Quando trepanava animais, sempre exigia que eles fossem anestesiados de antemão. Que diferença com seu amigo Claude Bernard, que incisou, dissecou, recortou sem escrúpulos um zoológico inteiro gemendo de dor, porque a anestesia teria estragado as condições fisiológicas necessárias para os experimentos, e assim se justificava em sua Introdução ao Estudo da Medicina Experimental: 'É essencialmente moral ter experiências com um animal que são dolorosas e perigosas para ele, pois podem ser úteis ao homem'. Podemos imaginar os diálogos que ele poderia ter com a esposa, integrante da iniciante SPA e, como tal, contrária à vivissecção!". Além disso, a presente obra "Béchamp ou Pasteur" se utiliza da rivalidade entre os dois cientistas para tentar justificar a homeopatia e o movimento anti-vacina. Eric Ancelet "Na apresentação do livro de Eric Ancelet: nosso fim com Pasteur 'desmonta-se, em 250 páginas, mais de um século de dogmas em torno das vacinas, da medicina alopática, mantidos em vigor por líderes religiosos, científicos, estaduais e industriais, graças à ignorância e ao medo'. É neste trabalho que podemos encontrar, em uma fórmula concisa, todas as alegações hostis, ou melhor, insultuosas a respeito de Pasteur: '(...) oposição ao químico Louis Pasteur, plagiador, mentiroso, impostor e criminoso', reitera, caso o leitor não entenda a mensagem, na seguinte frase: 'Geralmente não se sabe quem foi Louis Pasteur: um agressivo sem escrúpulos, intrigante, cortesão, trapaceiro, plagiador e, no final, um assassino de crianças" (Brunet, 2017, p. 19). Equilíbrio Annick Perrot e Maxime Schwartz (Pasteur et Koch. Paris, França: Odile Jacob, 2014, dentre outros). Patrice Debré (Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995). René J. Dubos (Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a; Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967b). Bruno Latour (Pasteur: une science, une style, um siècle. Paris, França: Perrin, 1994, dentre outros). Exemplos de biografias tendentes à análise equilibrada dos fatos Annick Perrot e Maxime Schwartz Esta obra redigida por Perrot e Schwartz inspirou o documentário Pasteur e Koch: Duelo de Gigantes no Mundo dos Micróbios, acessível pelo Youtube no link a seguir. Patrice Debré Este biógrafo é um dos pesqiusadores mais respeitados e completos a respeito da vida e obra de Louis Pasteur. Foi, inclusive, um dos entrevistados no canal espanhol Historia para o documentário "Pasteur y Koch: medicina y revolución". É possível conhecer um pouco da abordagem deste pesquisador no vídeo do Youtube a seguir. René Dubos Microbiologista, humanista e ambientalista franco-estadunidense, René Jules Dubos (1901-1982) é autor de pelo menos 20 livros, e foi professor emérito na The Rockefeller University em New York. Devido às suas contribuições científicas, ele mesmo foi também biografado por James G. Hirch e Carol L.. Moberg da National Academy of Sciences nos Estados Unidos, sendo possível visualizá-la no link a seguir. Destaque: Biógrafos pasteurianos Émile Duclaux (Pasteur, histoire d'un esprit. Paris, França: Imprimerie Charaire, 1896). Charles Richet (L´Œuvre de Pasteur: leçons professés a la faculté de médecine de Paris. Paris, França: Félix Alcan, 1923). Albert Delaunay (Pasteur e os Micróbios. Lisboa, Portugal: Publicações Europa-América, [ca. 1950]. / L´Institut Pasteur des Origines a Aujourd´hui. Paris, França: France-Empire, 1962.). Exemplos de biografias redigidas por pesquisadores ligados à Pasteur, autodenominados "pasteurianos" Émile Duclaux Um dos mais próximos colaboradores de Pasteur, Émile Duclaux (1840-1904) escreve a biografia "Pasteur, histoire d´un esprit", da qual podemos assinalar a tradução livre da sinopse: "Se quisermos obter um relato exato do progresso feito na ciência pelas várias obras de Pasteur, a primeira coisa a fazer é imaginar o estado de nosso conhecimento no momento em que cada uma delas estava progredindo. Para compreender totalmente o progresso que fizeram, você precisa saber de onde elas começaram. Mas não é tão fácil quanto você imagina. Não se pode contentar em ter uma ideia do estado de espírito geral em qualquer período, sem ler os livros clássicos e livros didáticos da época: esses livros estão sempre por trás da ciência dos laboratórios, aquilo que flutua no ar que respiramos e que empolga os pesquisadores". A obra completa pode ser acessada gratuitamente no site da BNF (Biblioteca Nacional Francesa), no link indicado a seguir. Ressalta-se também a iniciativa original de Duclaux em criar, em comum acordo com Pasteur, os Annales de l´ Institut Pasteur, revista científica mensal publicada desde 1887 até os dias de hoje. "(...) Mês após mês os Annales vão modificar a higiene pública e a política da saúde (...)" (Debré, 1995, p. 518). Charles Richet Largamente conhecido pela fundação da Metapsíquica e grandes contribuições à Medicina, Charles Richet (1850-1935) foi colaborador próximo de Louis Pasteur, mesmo antes da fundação do Instituto em 1888. Médico, laureado com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1913, Richet escreveu a seguinte biografia, em tradução livre: "A Obra de Pasteur: lições professadas na Faculdade de Medicina de Paris", a qual pode ser consultada gratuitamente no link indicado a seguir. Destaca-se o último parágrafo desta obra, em que Richet, na página 118, direciona sua fala aos jovens: "Meditem, jovens, nesta bela vida de trabalho perseverante e tenaz, e compreendam que o que faz o cientista não é apenas sua inteligência, seu trabalho, seu saber. Você ainda precisa de fé, ardor, entusiasmo. Ninguém mais que Pasteur era apaixonado pela ciência, e é porque ele fertilizou seu poderoso gênio com entusiasmo perpétuo que ele foi o maior benfeitor da humanidade". Ademais, Richet publicou uma poesia intitulada "La Gloire de Pasteur", tendo recebido prêmio de poesia pela Academia Francesa. Albert Delaunay Médico e chefe do departamento de Patologia Experimental do Instituto Pasteur entre 1956 e 1974, Albert Delaunay (1910-1993) escreveu mais de uma obra referente a Pasteur. Além do livro intitulado "Pasteur et la microbiologie", Delunay também redigiu em 1962, "L´Institut Pasteur: des origines a aujourd´hui" e "Presence de Pasteur" em 1973. Seus trabalhos podem ser conhecidos no link abaixo.

  • Academia de Ciências | Pasteur Brasil

    Academia de Ciências Mais tarde, Pasteur dirá sobre a época que viveu em Estrasburgo como “o tempo em que floresceu o espírito da invenção”. De fato, o desabrochar de experiências cristalográficas audaciosas datam deste período, cujos resultados são comunicados por Biot à Academia de Ciências, despertando interesse pelos trabalhos de Pasteur. Em 1852, Pasteur vai a Paris apresentar seus trabalhos à Academia de Ciências. Em geral, o clima é favorável, mas há também críticas, pois alguns começam a achar que o jovem cientista começa a dar muito o que falar de si próprio. Louis Jaques Thénard (1777-1857), um dos membros desta Academia, é barão e o químico mais coberto de honra do momento. Descobriu a água oxigenada, fez uma classificação dos metais e foi colaborador de Gay-Lussac (1778-1850). Thénard é descrito como bom-vivant e um grande comilão. Oferece um jantar em honra ao cientista alemão Eilhard Mitscherlich (1794-1863) para eminentes cientistas da Academia. Pasteur é convidado. O interesse de Thénard pelo jovem Pasteur reside especialmente pelo fato de Louis se preocupar com as aplicações industriais de suas pesquisas. O químico alemão Mitscherlich vai a Paris como correspondente estrangeiro na Academia de Ciências, em companhia do mineralogista Gustav Rose (1798-1873), professor na Faculdade de Berlim. Ambos quiseram se encontrar com Pasteur para ouvir de sua própria boca as circunstâncias detalhadas de suas descobertas sobre o tártaro. Pasteur, Mitscherlich e Rose passam duas horas juntos discutindo as circunstâncias da observação e refletindo sobre as consequências. Durante o jantar, Mitscherlich levanta o copo e brinda o jovem cientista Louis dizendo: “Estudamos tanto e tanto esses cristais que estamos persuadidos de que se você não encontrasse, ao observá-los de novo, esse fato tão notável, nossa descoberta ficaria ignorada durante um tempo considerável” (Debré, 1995, p. 87). Portas se abrirão para Pasteur. Mitscherlich conhece um produtor de ácido paratartárico na Alemanha, o industrial Friedrich Fikentscher (1799-1864), e o cientista decide viajar à Alemanha para encontrar a tal molécula, sabendo que procura a “pedra filosofal”, remetendo-se aos seus antecessores alquimistas. Pasteur escreve ao pai sobre a busca que estava prestes a empreender: “Sabes muito bem que eu procuro a pedra filosofal e já leste todas as alegrias, depois todas as decepções dos alquimistas que me precederam. Eles acreditavam que estavam às vésperas de encontrá-la. Estou a ponto de achá-la. Eles morreram na busca. Espero muito que o meu zelo não falhe antes da hora final. Meu venerável mentor dá-me o exemplo, e eu acho, assim como ele, que só há uma coisa que me entretém: o trabalho” (Debré,1995, p. 89). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René. Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. Academia de Ciências. Jean-Baptiste Biot. Louis-Jacques Thénard, barão e químico. Joseph-Louis Gay-Lussac. Eilhard Mitscherlich. Gustav Rose. Alquimista aquecendo um pote com fole. Continue lendo a biografia

  • Parapsiquismo | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Parapsiquismo Paul Gibier 1851-1900 Médico e cientista francês. Naturalista assistente na cadeira de patologia comparada do Museu Nacional de História Natural (em 1882). Dirigiu o Instituto Pasteur de Nova York em 1891. Interessou-se pela história comparada das religiões. Paul Gibier interessou-se pela pesquisa psíquica em 1885 e encontrou um médium notável na Sra. Salmon (pseudônimo de Carrie M. Sawyer), com quem conduziu experimentos por dez anos tanto em seu laboratório em Nova York quanto em sua casa de campo. Gibier estabeleceu a realidade de alguns fenômenos surpreendentes e planejou levar a médium para a Inglaterra, França e Egito, mas seus planos foram interrompidos quando ele foi morto por um cavalo em fuga. Na noite anterior ao acidente, ele teria sonhado que cavalgou sozinho, foi jogado de seu carrinho e morreu; ele contou seu sonho à esposa e riu de seus medos. No obituário da US National Library of Medicine de 14 de julho de 1900 consta, em tradução livre: “Dr. Paul Gibier, Diretor do Instituto Pasteur de Nova York em 1879, cujo falecimento em resultado de um acidente foi o recentemente anunciado no British Medical Journal, nasceu na França em 1851. Formou-se em Paris. Por suas investigações sobre o cólera na Espanha, ele recebeu uma medalha de ouro, e por seu trabalho sobre a mesma doença no sul da França e foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra. O governo francês o enviou para a Flórida e Havana em 1888 para estudar a febre amarela, e dois anos depois ele estabeleceu o Instituto Pasteur para a inoculação de pessoas mordidas por animais em Nova York. Dr. Gibier era um membro do New York Academy of Medicine e da Medical Association of New York, e foi o editor do Therapeutic Review. Ele estava muito interessado em fenômenos psíquicos e escreveu um livro intitulado Spiritisme: Analyze des Choses, que foi traduzido para o inglês sob o título Psychism: Analysis of Things Eristing. Ele foi um escritor volumoso. O Banner of Light diz que com a ‘transição’ do Dr. Gibler, o espiritualismo perdeu um de seus amigos mais verdadeiros. Por testamento, ele deixou 4.000 francos para o Instituto Pasteur, em Nova York”. Gibier pesquisou e escreveu sobre o tratamento da raiva e estudos sobre a cólera, como pode ser consultado no site da Biblioteca Nacional Francesa, indicado abaixo. O governo francês havia confiado a Gibier o estudo local de duas epidemias de cólera (Antilhas) e duas epidemias de febre amarela (Antilhas e Flórida). Ele era muito estimado por Pasteur, que considerava bastante a sua pessoa e suas pesquisas. Paul Gibier foi à Nova Iorque, onde fundou um Instituto Pasteur. Após a publicação da sua primeira obra, denominada “Espiritismo” em 1886, os inimigos do Espiritismo acusaram-no de fraude, de ser cúmplice de prestidigitadores, que o teriam usado. Paul Gibier, impulsionado pela necessidade de se defender, publicou relatórios de serviços, indícios de as faculdades de observação e também uma carta de Louis Pasteur, para cortar pela raiz as polêmicas. A carta dizia: “Caro Sr. Gibier, Conhecendo os novos métodos aplicados ao estudo das doenças contagiosas, o senhor poderá abordar as difíceis pesquisas que irá empreender. Desconfie sobretudo, de uma coisa: a precipitação no desejo de concluir. Seja um inimigo vigilante e tenaz consigo mesmo. Pense sempre que está em erro... Meus parabéns e um cordial aperto de mão. L. Pasteur” (Gibier, 2001, p. 12-13). Ref. https://data.bnf.fr/en/13002175/paul_gibier/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/gibier-paul-1851-1900 Ref. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2463115/?page=1 e https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2463115/?page=2 Mais informações: https://www.scientificamerican.com/article/death-of-dr-paul-gibier/ Mais informações: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM190006141422408 Charles Robert Richet 1850-1935 Fisiologista francês. Membro da Academia de Ciências. Professor de fisiologia na Faculdade de Medicina de Paris (1887-1925). Prêmio Nobel de Medicina em 1913. Richet era filho de Alfred Richet, um ilustre cirurgião. Enquanto frequentava o Lycée Bonaparte, ficou indeciso se se dedicava à literatura ou à ciência. Ele entrou na faculdade de medicina, mas estava entediado com anatomia e cirurgia, e escrevia poesia e drama para se divertir. Servindo como estagiário em 1873, ele foi colocado à frente de uma enfermaria feminina, onde testemunhou um experimento hipnótico. Nos dois anos seguintes, ele produziu inúmeros transes hipnóticos em seus pacientes, publicando um resumo de suas experiências em 1875. O comportamento característico dos sujeitos hipnóticos, argumentou ele, não pode ser explicado como simulação. Os fenômenos básicos de um transe hipnótico seguiram um curso tão regular quanto uma doença. Quanto mais frequentemente uma pessoa é colocada em um estado hipnótico, observou Richet, mais distintos se tornam os fenômenos hipnóticos. A experiência de Richet com o hipnotismo estimulou um interesse vitalício nas associações entre fenômenos psíquicos e fisiológicos e ajudou a persuadi-lo a abandonar a carreira de cirurgião e voltar-se para a fisiologia. Charles Richet nasceu em 26 de agosto de 1850, em Paris. Ele era filho de Alfred Richet, Professor de Cirurgia Clínica na Faculdade de Medicina de Paris, e de sua esposa Eugenie, nascida Renouard. Ele estudou em Paris, tornando-se Doutor em Medicina em 1869, Doutor em Ciências em 1878 e Professor de Fisiologia a partir de 1887 na Faculdade de Medicina de Paris. Durante 24 anos (1878-1902) foi Editor da Revue Scientifique, e a partir de 1917 foi co-editor do Journal de Physiologie et de Pathologie Générale. Ele publicou artigos sobre fisiologia, química fisiológica, patologia experimental, psicologia normal e patológica e numerosas pesquisas, todas feitas no laboratório fisiológico da Faculdade de Medicina de Paris, onde tentou estudar fatos normais e patológicos juntos. Em fisiologia, ele trabalhou o mecanismo de termorregulação em animais homoiotérmicos. Antes de suas pesquisas (1885-1895) sobre polipneia e tremores devido à temperatura, pouco se sabia sobre os métodos pelos quais animais privados de transpiração cutânea podem se proteger do superaquecimento e como os animais gelados podem se aquecer novamente. Em terapêutica experimental, Richet mostrou que o sangue de animais vacinados contra uma infecção protege contra essa infecção (novembro de 1888). Aplicando esse princípio à tuberculose, ele aplicou a primeira injeção soroterapêutica no homem (6 de dezembro de 1890). Em 1900, Charles Richet mostrou que alimentar com leite e carne crua (zomoterapia) pode curar cães tuberculosos. Em 1901, ele estabeleceu que, ao diminuir o cloreto de sódio nos alimentos, o brometo de potássio se torna tão eficaz no tratamento da epilepsia que a dose terapêutica cai de 10 g para 2 g. Em 1913, ele recebeu o Prêmio Nobel por suas pesquisas sobre anafilaxia. Ele inventou essa palavra para designar a sensibilidade desenvolvida por um organismo após ter recebido uma injeção parenteral de um coloide, substância proteica ou toxina (1902). Mais tarde, ele demonstrou os fatos de anafilaxia passiva e anafilaxia in vitro. As aplicações da anafilaxia na medicina são extremamente numerosas. Já em 1913, mais de 4000 memórias foram publicadas sobre esta questão e ela desempenha um papel importante hoje em dia na patologia. Ele mostrou que de fato a injeção parenteral de substância proteica modifica profunda e permanentemente a constituição química dos fluidos corporais. A maioria dos trabalhos fisiológicos de Charles Richet espalhados em várias revistas científicas foram publicados no Travaux du Laboratoire de la Faculté de Médecine de Paris (Alcan, Paris, 6 vols. 1890-1911) (Trabalhos do Laboratório de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Paris). Entre suas outras obras estão: Suc Gastrique chez l'Homme et chez les Animaux, 1878 (Suco gástrico no homem e nos animais); Leçons sur les Muscles et les Nerfs, 1881 (Palestras sobre os músculos e nervos); Leçons sur la Chaleur Animale, 1884 (Palestras sobre o calor animal); Essai de Psychologie Générale, 1884 (Ensaio sobre psicologia geral); Souvenirs d'un Physiologiste, 1933 (Memórias de um fisiologista). Ele também foi o editor do Dictionnaire de Physiologie, 1895-1912 (Dicionário de Fisiologia), do qual apareceram 9 volumes. Entre seus interesses estava o espiritualismo e a escrita de algumas obras dramáticas. Em 1877, Charles Richet casou-se com Amélie Aubry. Tiveram cinco filhos, Georges, Jacques, Charles (que, como seu pai, foi professor na Faculdade de Medicina de Paris e foi, por sua vez, sucedido por seu filho Gabriel), Albert e Alfred, e duas filhas, Louise (Mme Lesné) e Adèle (Mme le Ber). Charles Richet era filho de Alfred Richet, reconhecido cirurgião e professor da Faculté de Médecine de Paris, de quem Pasteur era colega (Debré, 1995, p. 384, 394). Na época do levantamento de fundos para a construção do Instituto Pasteur, em que muitas ações foram feitas, Charles Richet também contribuiu sugerindo a organização de uma noite de gala, que ocorre em 11 de maio de 1886 (Debré, 1995, p. 515). Dentre as várias obras (dentre artigos, livros e tratados) de Fisiologia, Psicologia e Metapsíquica, Charles Richet escreveu o livro “L´Oeuvre de Pasteur” (A obra de Pasteur: Aulas Ministradas na Faculdade de Medicina de Paris) em 1923, em homenagem ao centenário do nascimento de Pasteur. Também escreveu “La Gloire de Pasteur”, a qual ganhou prêmio de poesia na Academia Francesa. Ref. https://data.bnf.fr/en/11921904/charles_richet/ Ref. https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1913/richet/biographical/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/medicine-biographies/charles-robert-richet Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Charles-Richet Mais informações: https://www.interparadigmas.org.br/wp-content/uploads/2019/01/Interparadigmas-Chiesa-N5.pdf Michel de Nostredame (Nostradamus) 1503-1563 *Ver microbiografia de Nostradamus no grupo Doenças Infectocontagiosas. Nas Profecias de Nostradamus - Centúria 25, chama a atenção a citação nominal de Pasteur (Cheetham, 1977, p. 24). “Perdu trouvé, caché de si long siecle, Perdido recuperado, escondido por muitos séculos. Sera Pasteur demi Dieu honoré: Pasteur será celebrado como semideus. Ains que la lune acheve son grand siecle, E assim que a lua complete seu grande ciclo, Par autres vents sera deshonoré”. Por outros ventos será desonrado. “Não bastasse citar o nome de Pasteur, também especifica a data, embora isso não seja logo evidente. A descoberta de Pasteur, de que germes poluem a atmosfera, foi das mais importantes da história de medicina e levou à teoria da esterilização de Lister. A Enciclopédia Britânica diz que Pasteur, o “semi-deus”, “era agora reconhecido como o iniciador do maior movimento da química da época”. Ele fundou o Instituto Pasteur a 14 de novembro de 1888; o ciclo da lua teve lugar de 1535 a 1889. Os ventos (rumores) que o teriam desonrado podem significar a violenta oposição aos seus métodos, entre os poderosos membros da Academia, contra as novas práticas do Instituto, tais como, vacinas contra a hidrofobia, etc.” (Cheetham, 1977, p. 24). Edgard Pereira Armond 1894-1982 Militar brasileiro. Médium. Aos 21 anos, ingressa na Força Pública de São Paulo, onde inicia a carreira que lhe daria o um título, pelo qual é conhecido até hoje: “Comandante”. Participou de vários movimentos militares, atuando nas revoluções de 1922 e 1924 onde fez parte das tropas de ocupação nas nossas fronteiras com o Paraguai e Argentina. Em 1926 diploma-se como dentista pela Escola de Farmácia e Odontologia do Estado de São Paulo. Paralelamente, começa a estudar e trabalhar no Espiritismo. Em 1939, já considerado inválido para o serviço militar após um acidente de carro, é convidado a ocupar o cargo de secretário-geral da Federação Espírita do Estado de São Paulo, após reestruturar seus trabalhos espirituais. Em 1950, após a criação da Escola de Aprendizes do Evangelho, Edgard cria também o Curso de Médiuns, visando à melhoria do intercâmbio com o mundo espiritual e a Fraternidade dos Discípulos de Jesus, como órgão de agrupamento dos trabalhadores do campo religioso. Uma destas Fraternidades, chamada Fraternidade dos Irmãos Humildes, é por hipótese, o agrupamento de médicos e cientistas, orientando trabalhos de cura e pesquisa. Colaboram neste setor: Bezerra de Menezes, Louis Pasteur, André Luiz, Eurípedes Barsanulfo, e ainda, Hilarion e Ramatis, em caráter pessoal (Armond, 2000, p. 140). Por hipótese, Pasteur orientou o Comandante Armond na criação dos atendimentos personalizados. A padronização do passe Pasteur foi introduzida na FEESP por iniciativa de Edgard Armond, por meio do livro “Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura”, de 1950 (Valenti, 2005, p. 41). Na Federação Espírita, os agrupamentos de médiuns experientes e selecionados para processos avançados, são denominados Grupos Pasteur, em homenagem ao espírito chefe da equipe que atua no plano espiritual, sendo os passes conhecidos como Pasteur 1 (P1), Pasteur 2 (P2), Pasteur 3 (P3) e Pasteur 4 (P4) (Armond, 1950, p. 138-144; Zühlke, 2002, p. 109). Edgard Armond escreveu mais de 20 livros. Ref. https://feesp.com.br/edgard-pereira-armond/ Martha Gallego Thomaz (Vó Martha) 1915-2014 Médium brasileira. Martha teve sua primeira experiência mediúnica aos 3 anos, em 1918, e desenvolveu uma extensa carreira na área. Autora de dois livros ditados e três psicografados, ela dirigiu trabalhos na Federação Espírita do Estado de São Paulo, desde 1956, e no Grupo Noel, casa que ajudou a fundar em 1977 e que oferece atendimento social e doutrinário a mais de 3 mil pessoas por mês. Autora de 5 obras, dentre elas “O Instituto de Confraternização Universal e as Fraternidades do Espaço”, em que explica que as “Fraternidades” são agrupamentos espirituais dedicados ao bem (Thomaz, 1994, p. 29). Martha escreve sobre a ajuda de Pasteur, orientando Edgard Armond, na criação dos atendimentos padronizados, e que Pasteur trouxe consigo, para esta mesma tarefa, Santo Agostinho, ambos dedicados a harmonizar os tratamentos existentes (Thomaz, 1994, p. 46). Ref. https://www.revistaplaneta.com.br/martha-gallego-thomaz/ Neide Prado Zühlke ? Médium e autora brasileira. Em sua obra, "O Mestre Louis Pasteur", Zühlke (2002, p. 103-112 ) afirma que a implantação dos trabalhos espirituais aconteceu a partir de 1936, data da Fundação da Federação Espírita do estado de São Paulo (FEESP). Por volta de 1940, o cientista Pasteur agrupou-se à Fraternidade dos Irmãos Humildes. Com os cooperadores encarnados, entre eles Edgard Armond, foram fundados os Trabalhos Especializados Pasteur, para o atendimento de moléstias e curas magnéticas, de obsessão profunda, males físicos, doenças graves (câncer, Aids), tabagistas, toxicômanos, alcoolistas, pessoas com ideação / tentativa de suicídio, crianças e adolescentes, etc. Próximo Grupo

  • Arbois | Pasteur Brasil

    Arbois Arbois é a cidade onde Louis Pasteur passa a infância e juventude. Igualmente a Dole, a casa da família abre-se diretamente para o rio, onde no subsolo há fossas redondas para o curtimento de peles, ofício de seu pai. Anos antes, seu pai, Jean-Joseph Pasteur (1791-1865) havia sido convocado para a Guerra da Espanha (1812-1813), na qual foi nomeado sargento-mor e recebeu a cruz de Cavalheiro da Legião de Honra pelo imperador Napoleão Bonaparte (1769-1821). De personalidade reservada, o pai de Louis zelava pela educação do filho, tornando-se seu professor particular. Sua presença foi marcante durante toda a vida do cientista, fornecendo-lhe conselhos, ensinando sobre honra, justiça e dever. Jeanne-Etienette Roqui (1793-1848), mãe de L. Pasteur, tinha características contrastantes e complementares ao marido, mostrando-se entusiasta e imaginativa. Na pequena cidade de Arbois, às margens do Rio Cuisance, Louis Pasteur passou os primeiros anos de sua vida, sem nada chamar a atenção, exceto seus desenhos e pastéis que revelavam um poderoso dom da observação e uma rara preocupação com a precisão ( Pasteur Vallery-Radot, 1956, p. 8). Pinturas de ambos os pais foram realizadas por Louis Pasteur na juventude. Aos 13 anos, retratou sua mãe, em sua primeira obra em pastel. Aos 19 anos, sua última pintura é de seu pai. O irmão mais velho de L. Pasteur, Jean-Denis, faleceu nos primeiros meses de vida. A irmã mais velha, Jeanne-Antoine (apelidada de Virginie), casa-se com o primo Gustave Vichot. Futuramente, o casal sucede a Jean-Joseph no curtume em Arbois. As duas irmãs mais novas do cientista, Joséphine e Émilie, falecem jovens, aos 25 e 26 anos. A primeira, de doença pulmonar, e a segunda, após sequelas de uma encefalite adquirida aos 3 anos de idade, que progrediu para uma deficiência mental. Bastante jovem, L. Pasteur tomou consciência de ser o único “macho da ninhada”. Em suas cartas, pode-se ler todos os tipos de conselhos e atenções às irmãs. Da casa em Arbois, Louis partiu com o coração pesado, numa manhã de outubro de 1838, com seu amigo Jules Vercel, para ir à Paris para se preparar para o concurso para a École Normale. Poucas semanas depois, ele pega o caminho para Arbois, com saudades de casa. Porém, nos meses seguintes, ele dobra sua alma sensível sob a disciplina de sua vontade. Saiu de novo da casa do pai para ir ao colégio de Besançon, onde passou no bacharelado em ciências, com nota medíocre em química (Pasteur Vallery-Radot, 1956, p. 8). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. Busto de Louis Pasteur e panfletos na entrada da Maison Pasteur. Fachada atual da Maison de Louis Pasteur. Pintura em pastel de Jean-Joseph, realizada por Louis Pasteur aos 19 anos. Cruz de Cavalheiro da Legião de Honra recebida pelo pai de Pasteur pelo imperador Napoleão Bonaparte. Junto, a Medalha de Santa Helena. Jeanne-Etienette Roqui, mãe do cientista, em pastel realizado por Louis Pasteur aos 13 anos de idade. Sinalização na entrada da Maison Pasteur, indicando estar aberta à visitação. Sinalização nas ruas de Arbois indicando o caminho da Maison Pasteur. Folder ilustrado da Maison de Louis Pasteur. Uma das muitas placas informativas na cidade de Arbois, com dados históricos. Continue lendo a biografia

  • Enumerologia | Pasteur Brasil

    Enumerologia Consulte as 250 personalidades do Grupocarmograma por ordem alfabética de sobrenome. São 217 homens e 33 mulheres, distribuídos em 25 grupos de personalidades. Ao clicar no nome, você será direcionado para um dos grupos no qual a personalidade está alocada. Obs. Há personalidades em mais de um grupo. Posteriormente, disponibilizaremos tabela completa com as informações. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 Albert, Jacques Victor Alexander III Almeida, Marco Antônio Ferreira de Anderson, Thomas Andral, Gabriel Arago, Dominique François Jean Aristóteles Armond, Edgard Pereira Augier, G. V. Émile Auzias-Turenne, Joseph-Alexandre Balard, Antoine-Jérôme Barbet Barbier Béchamp, Pierre-Jacques-Antoine Bernard, Claude Berthelot, Pierre-Eugène-Marcellin Bertin, Pierre-Augustin Berzelius, Jöns Jacob Bigo, Louis Dominique Joseph Biot, Jean-Baptiste Bonaparte, Charles-Louis-Napoléon (Napoléon III) Bonaparte, Mathilde Laetitia Wilhemine Bordet, Jules Jean Baptiste Vincent Boucicaut, Marguerite Bouley, Henri-Marie Boutet, Antoine-François-Daniel Boutroux, Jeanne Boyle, Robert Bragança, Pedro de Alcântara... (Dom Pedro II) Brébant, Félicien Brongniart, Adolphe-Théodore Brouardel, Paul Camille Hippolyte Bussy, Alexandre Antoine Brutus Calmette, Albert-Léon-Charles Carnot, Marie-François-Sadi Caventou, Joseph-Bienaimé Chamberland, Charles-Édouard Chambon, Ernest Chantemesse, André Chappuis, Charles Charcot, Jean-Martin Charrière, Alexandre Chassaignac, Édouard Chevreul, Michel-Eugène Clemenceau, Georges Colin, Gabriel Constant Corelli, Marie (Mary Mackay) Coubert, Gustave Coulon, Ferdinand Courture, Thomas Cruz, Oswaldo Gonçalves D´Orleans, Henri Eugène Philippe Louis Darwin, Charles Davaine, Casimir Joseph Delafosse, Gabriel Després, Armand Deville, Henri Étienne Sainte-Claire Doucet, Camille Droz, François-Xavier-Joseph Dubois, Paul Duboué, Pierre-Henri Duclaux, Émile Dumas, Alexandre (filho) Dumas, Jean-Baptiste-André Duruy, Jean-Victor Edelfelt, Albert Ehrlich, Paul Erdmann, Otto Linné Fabre, Jean-Henri Casimir Falloux, Alfred de Favé, Ildefonse Feuillet, Octave Fikentscher, Friedrich Christian Flajoulot, Charles-Antoine Flourens, Marie-Jean-Pierre Furtado-Heine, Cécile Gallé, Émile Galtier, Pierre-Victor Gamaleia, Nicolas (Nikolay Gamaleya) Gay-Lussac, Louis-Joseph Gernez, Désiré Jean Baptiste Gibier, Paul Godélier Grancher, Jacques-Joseph Gravière, Edmond Jurien de la Guérin, Alphonse François Marie Guérin, Jean-Marie Camille Guérin, Jules-René Guillemin Guzmán, María Eugénia Ignacia Augustina de Montijo de Haffkine, Waldemar-Mordecai Hamilton-Temple-Blackwood, Frederick (Lord Dufferin) Hankel, Wilhelm Gottlieb Haüy, René Just Henner, Jean-Jacques Hervieux, Jacques François Édouard Hirsh, Clara de Huet, Amélie Hélène (Madame Laurent) Hugo, Victor-Marie Iffla, Daniel "Osiris" Jacobsen, Jacob Christian Jenner, Edward Joly, Nicolas Joubert, Jules François Jupille, Jean-Baptiste Kestner, Charles Koch, Heinrich Hermann Robert Labiche, Eugène Marin Lamartine, Alphonse Marie Louis de Prat de Lamotte, Gérard Élisabeth Alfred de Vergnette de Laubespin, Léonel-Antoine Mouchet de Battefort Laurent, Amélie (Amélie Loir) Laurent, Aristide Laurent, Auguste Laurent, Célie (Célie Zévort) Laurent, Henri Laurent, Marie Anne (Marie Pasteur / Madame Pasteur) Laveran, Charles Louis Alphonse Lavoisier, Antoine-Laurent de Lebaudy, Jules Le Dantec, Félix Leeuwenhoek, Antonie van Legouvé, Ernest Lesseps, Ferdinand Marie de Liebig, Justus von L'Isle, Jean-Baptiste Louis de Romé de Lister, Joseph Littré, Maximilien-Paul-Émile Loir, Adrien Charles Marie Loir, Adrien Joseph Jean Longchamps, Jacqueline Gohièrre de Lucas-Championnière, Just Marie-Marcellin Luiz, André Maillot, Eugène Mairet, Emmanuel Bousson de Maizier, Ferdinand Malus, Étienne-Louis Manet, Édouard Marchetti, Paola Marchoux, Émile Marcou, Jules Martin, Bon Louis Henri Meister, Joseph Mendeleev, Dmitrÿ Ivanovič Mérieux, Jean Marie Marcel Metchnikoff, Élie (Ilya Ilyich Mechnikov) Mignet, François Milne-Edwards, Henri Mitscherlich, Eilhardt Monatgu, Mary Wortlay Monet, Claude Musset, Charles Mussy, Noël-François-Odon Guéneau de Needham, John Tuberville Netzer, Didier Nicolle, Charles Jules Henri Nightingale, Florence Nisard, Jean-Marie-Napoléon-Desiré Noailles, Paul de Nocard, Edmond Isidore Etienne Nostredame, Michel de (Nostradamus) Ollivier, Émile Pareau, Emanuel Pasteur, Camille Pasteur, Cécile Pasteur, Émilie Pasteur, Jean-Baptiste Pasteur, Jean-Denis Pasteur, Jean-Joseph Pasteur, Jeanne Pasteur, Jeanne-Antoine (Virginie) Pasteur, Joséphine Pasteur, Marie-Louise Péligot, Eugène Melchior Pelletier, Louise Pelletier, Pierre-Joseph Pellico, Silvio Pelouze, Théophile-Jules Perraud, Jean-Joseph Peter, Charles-Félix-Michel Pissarro, Jacob Abraham Camille Plínio Segundo (ou Plínio, o Velho) Pointurier, Étienne-Charles Pouchet, Félix-Archimède Prévost, Louis Constant Rasmann Raulin, Jules Rayer, Pierre-François-Olive Redi, Francesco Redtenbacher, Josef Regnault, Henri-Victor Renan, Joseph Ernest Renaud, Etienne Répécaud Richet, Charles Robert Romanet Roqui, Jeanne-Etiennette (Jeanne-Etiennette Pasteur) Rose, Gustav Rossignol, Hippolyte Rothschild, Alphonse James de Rouland, Gustave Roux, Pierre-Paul-Émile Rueff, Adolphe Sainte-Beuve, Charles-Augustin Saint-Hilaire, Albert Geoffroy Saintine, Xavier Boniface de Santos, Everton Souza dos Schwann, Theodor Ambrose Hubert Sédillot, Charles-Emmanuel Semmelweis, Ignaz Philipp Sénarmont, Henri Hureau de Serres, Albert Seybel Sículo, Diodoro (ou Diodoro de Sicília) Sisley, Alfred Somerville, Mary Fairfax Grieg Spallanzani, Lazzaro Straus, Isidore Taine, Hyppolyte Tarnier, Étienne-Stéphane Teofrasto de Eresos Terrier, Louis-Félix Thénard, Louis-Jacques Thomaz, Martha Gallego (Vó Martha) Thuillier, Louis Tour, Charles Cagniard de la Tourtel, Jules Tourtel, Prosper Toussaint, Jean-Joseph-Henri Transmentor Trélat, Ulysse Vaillant, Jean-Baptiste Philibert Vallery-Radot, Camille Vallery-Radot, Louis Pasteur Vallery-Radot, Madeleine Vallery-Radot, René Vercel, Altin Vercel, Jules Vieira, Waldo Vinsot, Auguste (Jules?) Virchow, Rudolf Vulpian, Edmé Félix Alfred Warfield, Bessie Wallis Whittel, Elsie Xavier, Francisco Cândido Yersin, Alexandre-Émile-John Zéfiro Zévort, Charles Zévort, Edgar Zühlke, Neide Prado Voltar para os Grupos

  • Dole | Pasteur Brasil

    Dole Em 27 de dezembro de 1822 nasce Louis Pasteur. A cidade natal, Dole, no Jura, surgiu no século XI, às margens do rio Doubs, na região de Bourgogne-Franche-Comté, no leste da França. Pasteur nasceu em família modesta. O pai, Jean-Joseph Pasteur (1791-1865), era curtidor e a mãe, Jeanne-Etienette Roqui (1793-1848), provinha de família de jardineiros. O casal se estabeleceu às margens do Canal des Tanneurs, na casa onde Pasteur veio ao mundo às 2h da madrugada, sendo o terceiro de 5 filhos. A casa de nascimento de Pasteur oferece um excelente testemunho do que é a casa de um curtidor. Na lateral do canal, no andar térreo, as caves se abrem diretamente para a água. É ali que os tanques e poços de curtimento são instalados. Acima, estão as lojas e a oficina de ferro forjado. As salas de estar ficam no segundo andar. Finalmente, os secadores coroam o edifício. A família permaneceu em Dole por pouco tempo. Mudou-se de modo definitivo para Arbois, nas margens do rio Cuisance, quando Pasteur tinha 4 anos. A Maison Natale de Pasteur em Dole foi transformada em museu, dedicado à memória do cientista francês, sendo inaugurada em 1923. Quando vivo, em 14 de julho de 1883, Louis Pasteur esteve pessoalmente em Dole para a entrega da placa comemorativa na fachada da casa na Rua Pasteur, 43. Diante da população local, Pasteur discursou em homenagem aos pais: “Ó meu pai e minha mãe! Ó meus queridos falecidos que viveram tão modestamente nesta casinha, é a vocês que devo tudo!" (Pasteur Vallery-Radot, 1956, p. 8). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. http://www.amisdepasteur.fr/sa-maison-natale-a-dole/maison-natale.html http://www.amisdepasteur.fr/sa-maison-natale-a-dole/tannerie.html Fachada da Maison Natale na Rua Pasteur, 43. Placa sinalizadora na fachada da residência transformada em museu histórico, onde se lê: "Aqui nasceu Louis Pasteur em 27 de dezembro de 1822". Berço de Louis Pasteur. Botas usadas por Louis Pasteur na infância. Sinalização do acesso ao antigo curtume de Jean-Joseph Pasteur. Visão interna do curtume. Objetos usados no curtume pelo pai de Louis Pasteur. Objetos pessoais da família de Louis Pasteur. Área interna da atual exposição na Maison Natale. Estante de livros. Oeuvres de Pasteur. Cômodo da exposição na Maison Natale. Discurso proferido por Louis Pasteur quando em 14 de julho de 1883, o cientista esteve pessoalmente em Dole para a entrega da placa comemorativa na fachada da Maison Natale. Carta da Sociedade dos Amigos de Pasteur. Placa na Maison Natale: reconhecimento enquanto monumento histórico. Placa de inauguração. Busto de Pasteur situado ao lado da Maison Natale. Continue lendo a biografia

  • Trabalho na ENS | Pasteur Brasil

    Trabalho na ENS Pasteur consegue uma transferência à Paris e uma promoção: em 1857 é nomeado administrador da École Normale Supérieure (ENS) e diretor de estudos científicos, a pedido do diretor da instituição, Désiré Nisard (1806-1888). Instala-se na Rua d’Ulm, localidade onde futuramente funcionará seu laboratório, berço do vindouro Instituto Pasteur. As funções administrativas daquela época demandam diplomacia, o que convém pouco ao temperamento inflexível de Pasteur, que professa um gosto, quase militar, pela ordem e hierarquia. Tomadas de posições autoritárias o privam de simpatias, o que não o preocupa. Os alunos do científico, mais chegados a Pasteur, aceitam melhor o seu caráter, mas os de literatura suportam mal a sua tutela. Em uma das situações em que procura instalar a ordem, Pasteur pronuncia um discurso no refeitório anunciando que quem for surpreendido fumando nas dependências da École, será excluído. “Mas a falta não será por ter fumado, mas por ter desrespeitado a injunção que vocês estão recebendo agora” (Debré, 1995, p. 144). Não obstante esta falta de jeito, a história da École vai guardar o seu nome. O papel de diretor de estudos científicos é certamente mais dotado do que o administrador. Pasteur intervém nos programas, e inova ao incluir a história do processo experimental, recordando os esforços individuais dos principais inventores. Duas ações administrativas importantes são a atribuição de cargos de estagiários agrégés e a criação dos Annales scientifiques de l´École Normale, em que propõe redação gratuita, o que é aceito apesar dos riscos de não receber subvenções nem do Ministério nem da École Normale. “Possam esses Annales tornar-se uma honra e uma força para um estabelecimento cuja prosperidade caminha par a par com a instrução pública do nosso país” (Debré, 1995, p. 147). Pasteur compreendeu que só formaria professores de valor se houvesse a possibilidade de eles exercerem uma função científica. Esta nova medida, ainda atual hoje em dia, liga o ensino acadêmico à prática da pesquisa, sendo L. Pasteur um pioneiro da dupla vinculação. As instalações modestas do laboratório na Rua d´Ulm foram conquistadas a duras penas. No seu retorno à École Normale, a preocupação científica de Pasteur foi poder continuar suas pesquisas sobre as fermentações. Naquela época, fazer pesquisa era feito que o professor de ensino superior consagrava o tempo que podia, com meios bastante escassos. O orçamento das faculdades só concedia mínimos recursos, destinados majoritariamente à preparação das aulas. Não sobrava quase nada para as pesquisas. Mesmo em Paris, as condições de trabalho eram tais que se faziam ironias a respeito dos laboratórios, como se fossem os túmulos dos cientistas. Claude Bernard, por exemplo, efetuava seus trabalhos num laboratório estreito, onde a umidade transudava, o que o levou a adoecer. Pasteur teve que se contentar com os últimos metros quadrados disponíveis na Rua d´Ulm: um recanto sob os escombros, inutilizado por ser julgado incômodo demais, em particular no calor do verão. Além disso, os cômodos eram invadidos por ratos e foi preciso começar por desinfectá-los. Pasteur não tinha nenhuma subvenção para instalar-se. Escreveu a Gustave Rouland, então ministro da Instrução Pública e acabou obtendo alguns subsídios. Mas, para equipar e manter o seu laboratório com estufa, microscópio, produtos químicos e recipientes de vidro, o cientista utilizou o seu próprio salário. Pasteur também não tinha o direito de ser assistido por estagiários, que eram concedidos com parcimônia draconiana. Depois de inúmeras andanças aos chefes de gabinetes do Ministério, com uma tenacidade a toda prova, acabou por obter ganho de causa. Com o primeiro estagiário, Jules Raulin, o cientista dividia um espaço bastante incômodo. A pequenez do local tornava difícil instalar uma estufa. Foi preciso colocá-la em local que só era acessível por meio de uma escada, pondo-se de joelhos. Pasteur, entretanto, passou horas neste local. “Foi deste pequeno pardieiro, de que hoje hesitaríamos fazer uma gaiola de coelhos”, testemunhará Émile Duclaux, o sucessor de Raulin, “que surgiu o movimento que revolucionou, sob todos os aspectos, a ciência da física” (Debré, 1995, p. 163). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Désiré Nisard (1806-1888). Claude Bernard Gustave Rouland Jules Raulin. Émile Duclaux. Continue lendo a biografia

  • Início da Vacinação | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Início da Vacinação Chineses, Indianos, Persas, etc. Tempos remotos A prática da vacinação é antiquíssima. No século X os chineses realizaram inoculações que protegiam da varíola. Ao que parece, esta técnica vinha da Índia. A pústula foi usada como arma bacteriológica para arrasar, por exemplo, aldeias indígenas (Debré, 1995, p. 428-429). Diz-se que a inoculação contra a varíola foi praticada na China, Índia e Pérsia desde os tempos mais remotos (Dubos, 1967b, p. 274). Mary Wortlay Monatgu 1689-1762 Nobre inglesa. Escritora. Esposa do embaixador britânico na Turquia. Nascida em Londres, Lady Mary Pierrepont foi criada em grande estilo em casas pertencentes à sua família. Desde tenra idade, ela desejava receber uma educação melhor do que se julgava apropriado para as meninas de sua época e de sua classe social. Escrevendo mais tarde na vida, Lady Mary descreve uma visita à biblioteca de sua família para “roubar” sua educação, longe do olhar de uma governanta desprezada. Aos 16 anos, ela havia escrito dois volumes de poesia, um pequeno romance e aprendeu latim sozinha. Aos 23 anos, ela fugiu para se casar com Edward Wortley Montagu, e eles se mudaram para Londres. Uma socialite popular, ela logo seria encontrada em cada uma das cortes separadas e mutuamente hostis do Rei George I e do futuro George II. N essa época, seu único irmão morreu de varíola, aos 20 anos. Lady Mary também contraiu a doença, em 1715, mas se recuperou, contra as expectativas. Em 1716, seu marido foi nomeado embaixador no Império Otomano e eles se mudaram para Constantinopla (atual Istambul). Morando em Constantinopla, Lady Mary tinha acesso a haréns, ou seja, os aposentos das mulheres. Comparando as mulheres turcas com sua vida na Inglaterra, ela escreveu: “As moças turcas [sic] não cometam nenhum pecado a menos por não serem cristãs ... É muito fácil ver que elas têm mais liberdade do que nós ...”. Com sua própria família afetada pela varíola, Lady Mary ficou satisfeita ao descobrir que a vacinação contra a varíola era comum no Império Otomano. O método consistia em introduzir o vírus da varíola em uma pessoa não infectada, proporcionando imunidade contra a doença. Lady Mary fez com que o cirurgião da embaixada britânica inoculasse seu filho. De volta para casa em 1721, enquanto uma epidemia global de varíola estava matando pessoas da Grã-Bretanha a Boston, Massachusetts, ela o fez inocular sua filha (nascida na Turquia) e divulgou os benefícios da inoculação contra a hostilidade amarga, incluindo a violência física. Os oponentes do procedimento ridicularizavam-no como oriental, irreligioso e um modismo de mulheres ignorantes, de modo que a fama de Lady Mary por ele foi mesclada e de curta duração. Embora publicadas apenas depois de sua vida, suas Cartas da Embaixada continuam sendo uma fonte importante para os historiadores do período. Diz-se que em 1717, que lady Montagu, esposa do embaixador britânico na Turquia, introduziu a vacinação da varíola de Constantinopla até a Europa (Dubos, 1967b, p. 274). Lady Montagu lançou na corte inglesa a moda da vacina, que se propagou por todo o continente europeu (Debré, 1995, p. 429). Ref. https://www.nationaltrust.org.uk/features/who-was-lady-mary-wortley-montagu Edward Jenner 1749-1823 Médico cirurgião inglês. Introduziu a vacinação contra a varíola e, assim, lançou as bases dos conceitos modernos de Imunologia. Jenner nasceu em 17 de maio de 1749, na vila de Berkeley, em Gloucestershire. Aos 8, sua escola começou em Wooton-under-Edge e continuou em Cirencester. Aos 13, ele foi aprendiz de Daniel Ludlow, um cirurgião, em Sodbury. Em 1770, Jenner foi para Londres para estudar com o renomado cirurgião, anatomista e naturalista John Hunter, retornando à sua Berkeley natal em 1773. Jenner se interessou pela natureza quando criança, e esse interesse se expandiu sob a orientação de Hunter. Por exemplo, em 1771, o jovem médico organizou os espécimes zoológicos coletados durante a viagem de descoberta do capitão James Cook ao Pacífico. Seu trabalho minucioso o levou a ser recomendado para o cargo de naturalista na segunda viagem de Cook, mas ele declinou em favor de uma carreira médica. Jenner ajudou nos estudos zoológicos de Hunter de várias maneiras durante seus poucos anos em Londres e depois em Berkeley. Os métodos experimentais de Hunter, a insistência na observação exata e o encorajamento geral são refletidos neste trabalho de história natural, mas são especialmente aparentes na introdução da vacinação de Jenner. Nos países orientais, a prática de inoculação contra a varíola com matéria retirada de uma pústula de varíola era comum. Essa prática foi introduzida na Inglaterra no início do século XVIII. Embora tal inoculação ajudasse na prevenção da doença temida e generalizada, era perigosa. Havia uma história comum entre os fazendeiros de que se uma pessoa contraísse uma doença relativamente branda e inofensiva do gado chamada varíola bovina, resultaria em imunidade à varíola. Jenner ouviu essa história pela primeira vez enquanto era aprendiz de Ludlow e, quando foi para Londres, discutiu longamente com Hunter as possibilidades de tal imunidade. Hunter o encorajou a fazer mais observações e experimentos, e quando Jenner voltou a Berkeley, ele continuou suas observações por muitos anos até estar totalmente convencido de que a varíola bovina, de fato, conferia imunidade à varíola. Em 14 de maio de 1796, ele vacinou um menino com material de varíola bovina retirado de uma pústula na mão de uma leiteira que havia contraído a doença de uma vaca. O menino sofreu os sintomas leves usuais de varíola bovina e se recuperou rapidamente. Algumas semanas depois, o menino foi inoculado com varíola e não sofreu efeitos colaterais. Em junho de 1798 Jenner publicou Um inquérito sobre as causas e efeitos da Variolae Vaccinae, uma doença descoberta em alguns condados ocidentais da Inglaterra, particularmente em Gloucestershire, e conhecida pelo nome de varíola . Em 1799, outras observações sobre o Variolae Vaccinae ou Cowpox apareceram e, em 1800, A Continuação de Fatos e Observações Relativas ao Variolae Vaccinae, ou Cowpox. A recepção das idéias de Jenner foi um pouco lenta, mas o reconhecimento oficial veio do governo britânico em 1800. Pelo resto de sua vida, Jenner trabalhou de forma consistente para o estabelecimento da vacinação. Esses anos foram marcados apenas pela morte em 1815 de sua esposa, Catherine Kingscote Jenner, com quem ele se casou em 1788. Jenner morreu de hemorragia cerebral em Berkeley em 26 de janeiro de 1823. Ao empregar a palavra “vacinar” para designar a inoculação de germes com virulência atenuada, Pasteur mostra tudo o que deve a seus predecessores, Jenner em primeiro lugar, como ele reconhece em um discurso em Londres em 1881: “Dei à expressão vacinação uma extensão que a ciência, assim o espero, consagrará como uma homenagem aos méritos e imensos serviços prestados por um dos maiores homens da Inglaterra, Edward Jenner” (Debré, 1995, p. 428). "Para fazer mais manifesta a analogia entre seu descobrimento e o de Jenner, Pasteur elegeu para descrever o novo fenômeno o nome de vacinação" (Dubos, 1967b, p. 281). Ref. https://data.bnf.fr/en/12571626/edward_jenner/ Ref. https://www.encyclopedia.com/international/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/jenner-edward-1749-1823 Ernest Chambon 1836-1910 Médico francês. "Durante décadas após a descoberta de Jenner, poucos esforços foram feitos para usar o inoculante de varíola bovino retirado diretamente do gado, talvez porque a vacina de Jenner veio de feridas de varíola nos braços e mãos de leiteiras infectadas. Então, na Itália, por volta de 1840, Giuseppe Negri, de Nápoles, usou material bovino para vacinar pessoas. A nova abordagem foi relatada em congressos médicos, mas não foi seriamente considerada pela classe médica em geral até 1864, quando Gustave Lanoix e Ernest Chambon trouxeram um bezerro infectado com varíola bovina de Nápoles para Paris com o objetivo de estabelecer um serviço de vacinação. Em poucos anos, um de seus bezerros estava sendo usado na Academia de Medicina. A justaposição de médicos bem vestidos e arquitetura extravagante com uma novilha dócil tornou o evento digno de nota. Uma novilha poderia fornecer vírus suficiente para milhares de doses de vacina ao longo de algumas semanas, e um pequeno rebanho permitiria a vacinação sob demanda para qualquer cidade que enfrentasse uma epidemia. E os pacientes não corriam mais o risco de infecção simultânea com outras doenças humanas. Chambon se mudou para os Estados Unidos por um tempo, abrindo um escritório em 120 Fort Greene Place, no Brooklyn, na época a terceira cidade mais populosa do país, onde ganhou ainda mais publicidade. Graças à defesa de Chambon, do médico americano e especialista em varíola Henry Martin e outros, departamentos de saúde e empresários estabeleceram rapidamente “fazendas de vírus” nos Estados Unidos e Canadá nas últimas décadas do século XIX". "Emest Chambon, 'apóstolo e divulgador da vacina animal', como ele próprio se intitula, organiza em Paris, na rua Massillon, sua primeira unidade de vacinação. Ele se torna 'o homem da vaca' para os garotos da cidade que o vêem conduzir sua novilha aos hospitais, até o dia em que, para evitar esses deslocamentos, ele cria, na rua Ballue, o primeiro Instituto de Vacínia. Em 1868, um projeto de lei propõe generalizar o emprego da polpa de vacina glicerinada. Mas a lei não é adotada porque o processo não parece seguro. Portanto, continua dificil a obtenção de grande quantidade da vacina. Além do mais, o debate volta, na Academia de Medicina, quando alguns adeptos teóricos da vacinação, como Léon Le Fort, recusam-se a torná-la obrigatória na prática da medicina; eles afirmam que a separação dos portadores de varíola é mais eficaz... Na França, foi preciso esperar até 1902 para que o projeto de vacinação antivariólica obrigatória fosse aprovado e até 1907 para que fosse aplicado" (Debré, 1995, p. 432). "O divulgador da vacinação animal tem direito ao reconhecimento de todos” (Dr. Émile Roux). Ref. https://catalogue.bnf.fr/ark:/12148/cb320933947 Ref. https://bibliotheques-numeriques.defense.gouv.fr/document/655b1a75-12f0-4701-8a7d-d5290d56e03a Mais informações: http://www.calames.abes.fr/pub/#details?id=FileId-1247 Mais informações: https://www.sciencehistory.org/distillations/smallpox-and-the-long-road-to-eradication O pioneiro da vacinação contra a varíola, Ernest Chambon, extrai pus de lesões de varíola bovina enquanto os pacientes observam em seu escritório no Brooklyn, do Illustrated News de Frank Leslie , 6 de abril de 1872. Harvey Cushing / John Hay Whitney Medical Library, Yale University Joseph-Alexandre Auzias-Turenne 1812-1870 Médico francês. Doutor em medicina (Paris, 1842). Chefe do trabalho anatômico da Escola Auxiliar de Medicina de Paris. "Como muitos outros que pregaram a teoria microscópica da doença antes de Pasteur e Koch, Auzias-Turenne permaneceu esquecido. No entanto, suas opiniões, que apresentara infatigavelmente em muitos artigos e conferências, impressionaram tanto seus contemporâneos que as reimprimiram depois de sua morte em forma de um grande livro chamado La Syphilisation. Auzias-Turenne aconselhava a imunização da juventude de todo o mundo contra a sífilis, mediante a inoculação com material do cancro mole, que ele considerava uma forma atenuada da doença. Segundo ele, o cancro mole tinha a mesma relação com a sífilis que a varíola bovina com a varíola. Era com essa mensagem que ele esperava alcançar a imortalidade, mas também tinha muito a dizer sobre outras doenças infecciosas como antraz, cólera, varíola, raiva e pleuropneumonia do gado. Suas declarações ilustram o argumento defendido por alguns médicos antes de Pasteur e Koch estabelecerem definitivamente que "vírus de doenças" eram microrganismos vivos" (Dubos, 1967b, p. 278). "The Syphilization foi publicado em 1878, e por meio de relações familiares, um exemplar caiu nas mãos do jovem Adrien L Loir, sobrinho de Pasteur, que imediatamente passou o livro para seu tio. De acordo com Loir, Pasteur estava muito interessado nos escritos de Auzias-Turenne. Ele guardava o livro em casa, numa gaveta especial de sua escrivaninha, e o lia com frequência, até mesmo copiando frases inteiras dele. É possível que Pasteur se estimulou em seus intentos de imunização em cachorros e seres humanos com as alegações de Auzias-Turenne sobre imunização terapêutica na pleuro pneumonia de bovinos" (Dubos, 1967b, p. 179-280). Em suas memórias, 50 anos depois, o sobrinho de Pasteur e assistente de laboratório, Adrien Loir, escreveu que Pasteur derivou muitas de suas ideias médicas durante esse tempo diretamente dos escritos científicos de Joseph-Alexandre Auzias-Turenne, um fisiologista francês que morreu em 1870. As obras coletadas de Auzias, intituladas La Syphilization, foram publicadas em 1878, e uma cópia foi dada a Pasteur por Loir. Em suas próprias memórias, Loir afirmou que a aquisição fortuita de La Syphilization de Auzias por Pasteur neste momento chave foi um fator decisivo em seu subsequente desenvolvimento bem-sucedido de uma vacina contra a raiva. "Depois de um jantar na casa do senhor Andecy, falei a Pasteur sobre o doutor Auzias-Turenne, de quem meu hospedeiro havia sido executor testamentário, e mandara publicar sua obra. Entreguei-lhe o grosso volume da parte do senhor Andecy. Depois de haver percorrido a obra com os olhos, o mestre me pede que solicite ao senhor Andecy para vir visitá-lo. Eles ficaram mais de duas horas conversando a sós. Pasteur manteve o livro sempre por perto, sobre sua mesa; lia-o constantemente, e isso durante muitos anos. Muitas ideias lhe foram sugeridas por essa leitura. Copiava muitas frases dessa obra. Mas nunca falava sobre esse livro, La Syphilisation, pois teriam-no ridicularizado" (Debré, 1995, p. 433). Ref. https://data.bnf.fr/fr/10932710/alexandre_auzias-turenne/ Mais informações: https://muse.jhu.edu/article/401201 Jean-Joseph-Henri-Toussaint 1847-1890 Médico e veterinário francês. Escola Nacional de Veterinária de Lyon. Cavaleiro da Legião de Honra (1889). Henri-Toussaint foi um veterinário francês nascido em Rouvres-la-Chétive, departamento de Vosges. Em 1869, ele recebeu seu diploma da escola de medicina veterinária de Lyon. Em 1876 foi nomeado professor de anatomia, fisiologia e zoologia na escola veterinária de Toulouse. Henri-Toussaint desenvolveu um método de vacinação contra o antraz, no qual enfraquecia o patógeno pelo antisséptico fenol. Esta foi a primeira vez que os patógenos foram enfraquecidos ou mortos por um produto químico para uma vacina. Toussaint é lembrado pelas contribuições feitas no campo da bacteriologia. A partir de sua pesquisa, ele conduziu investigações importantes sobre cólera, sepse e tuberculose nas galinhas. "Toussaint fica mais do que atento aos trabalhos de Pasteur: sonha em ultrapassar o outro, mais velho. É incentivado por Henry Bouley, que o encarrega, em 1878, de uma missão a respeito do carbúnculo. Nesse ano, de 26 de agosto a 22 de setembro, Toussaint fica em Beauce, não muito longe de Pasteur e de seus alunos. As duas equipes são concorrentes, mas não se ignoram. Além do mais, sempre confiante em si mesmo, Pasteur não hesita em comunicar a seu jovem colega algumas conclusões resultantes da necropsia de vacas que morreram com o mal negro. Ao voltar da missão, Toussaint publica um relatório, logo depois da publicação da equipe da rua Ulm, que só faz confirmar as hipóteses do mestre. Depois desse primeiro contato com os trabalhos de Pasteur, Toussaint prossegue com suas pesquisas sobre o carbúnculo e, em particular, continua na busca de uma vacina para essa doença. Em 12 de julho de 1880, ele entrega à Academia de Medicina e à Academia de Ciências um envelope lacrado e anuncia que aperfeiçoou um método que permite vacinar contra o carbúnculo. Foi um deus-nos-acuda: revoltam-se — Colin, em primeiro lugar – como a um jovem galanteador se permita uma atitude que acabam de condenar em Pasteur! Publicar um resultado sem divulgar o processo! É inadmissível... A Academia não é um móvel com gavetas secretas onde se podem depositar cartas lacradas. Toussaint é, então, obrigado a se dobrar e a revelar seu procedimento . Logo se verifica que o jovem veterinário se apressou demais em cantar vitória: Pasteur e sua equipe percebem que o calor não mata as bactérias do carbúnculo, só as atenua. Não é preciso muito para que recuperem a virulência. A mesma coisa acontece com ácido fênico que Toussaint preconiza então. A vacina volta a ser patogênica em alguns dias. Se atenuada em Toulouse, a preparação do carbúnculo não protege mais em Maison-Alfort; o tempo da viagem devolve a força às bactérias. Aumentar a temperatura não resolve nada, a bactéria não age mais como vacina. Pasteur fica furioso por se ter incomodado em invalidar uma má experiência: 'Não, sobretudo com assuntos dessa ordem, quando não se está seguro de si, não se agita a tal ponto o mundo científico, ainda mais que a estranheza dos resultados recomenda a maior reserva. O senhor Toussaint não foi prudente em relação à septicemia e à cólera das galinhas. Afirmar, com essa segurança, a total identidade das duas doenças é não conhecer nenhuma delas. E ele nos pede para apoiar suas conclusões de mais de duzentos e cinquenta experiências! Quando se declara ter feito duzentos e cinquenta experiências, é que se experimentou mal mais de 249 vezes'. Toussaint se rende às críticas e reconhece que seu método não é confiável. Mais calmo, Pasteur manda dizer por Bouley que terá "a delicadeza de se abster de uma crítica detalhada para deixar ao senhor Toussaint o cuidado de controlar a si próprio" (Debré, 1995, p. 436-438). Henri-Marie Bouley 1814-1885 *Ver microbiografia de Henri Bouley no grupo Academia de Ciências. "Toussaint fica mais do que atento aos trabalhos de Pasteur: sonha em ultrapassar o outro, mais velho. É incentivado por Henry (Henri) Bouley, que o encarrega, em 1878, de uma missão a respeito do carbúnculo. Nesse ano, de 26 de agosto a 22 de setembro, Toussaint fica em Beauce, não muito longe de Pasteur e de seus alunos. As duas equipes são concorrentes, mas não se ignoram. Além do mais, sempre confiante em si mesmo, Pasteur não hesita em comunicar a seu jovem colega algumas conclusões resultantes da necropsia de vacas que morreram com o mal negro. Ao voltar da missão, Toussaint publica um relatório, logo depois da publicação da equipe da rua Ulm, que só faz confirmar as hipóteses do mestre. Toussaint se rende às críticas e reconhece que seu método não é confiável. Mais calmo, Pasteur manda dizer por Bouley que terá "a delicadeza de se abster de uma crítica detalhada para deixar ao senhor Toussaint o cuidado de controlar a si próprio" (Debré, 1995, p. 436-438). Hippolyte Rossignol 1837-1919 Veterinário. Professor da Escola de Agricultura Melun e veterinário departamental. Os resultados das pesquisas sobre a vacinação do carbúnculo se tornam conhecidos. Rossignol, veterinário na cidade de Mélun, membro considerado da Sociedade de Agricultura local e redator da Revue Vétérinaire, quando toma conhecimento da comunicação de Pasteur, clama por testes decisivos, a serem colocados em prática em uma fazenda, e toma a iniciativa de organizar uma demonstração pública, cuidando de sua própria publicidade. Se a experiência fracassar, ele será conhecido como aquele que conseguiu pegar Pasteur no erro. Se for bem-sucedida, ele terá sua parte no sucesso (Debré, 1995, p. 443). Sessenta carneiros são utilizados no experimento. Vinte e cinco serão vacinados e os outros vinte e cinco ficarão sem vacina. Dez carneiros servirão de grupo de controle. Pasteur chama Chamberland e Rouxque estão em férias, referindo ser este um “empreendimento grave e considerável”. Thuillier também é acionado (Debré, 1995, p. 446). Uma multidão de pessoas chega de diversas localidades. São agricultores, conselheiros gerais, médicos, redatores-chefes de revistas veterinárias, pessoas da imprensa (da França e do exterior). Foi considerado um espetáculo, por ser muito raro ver um cientista fora de seu laboratório. O ambiente parecia mais uma feira (Debré, 1995, p. 445). Na manhã seguinte chega o telegrama de Rossignol anunciando o que chamou de “sucesso assombroso”. Os animais não vacinados estão mortos e todos os vacinados estão bem. Chegando à fazenda, todos são acolhidos por uma multidão que festeja o sucesso do experimento. A imprensa especializada multiplica os artigos e comenta-se o experimento até no Times, que enviou um correspondente para cobrir o caso (Debré, 1995, p. 447-448). Rossignol foi o iniciador do experimento realizado por Louis Pasteur com antraz em ovelhas em Pouilly-le-Fort em 1881. Ref. https://data.bnf.fr/fr/10709804/hippolyte_rossignol/ Ref. https://phototheque.pasteur.fr/fr/asset/fullTextSearch/search/hippolyte%20rossignol/page/1 Mais informações: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k86307239/f58.image.r= Mais informações: http://svpf.fr/IMG/pdf/SVPF_T93_N3_PP26_34.pdf Charles-Édouard Chamberland 1851-1908 *Ver microbiografia de Charles Chamberland no grupo Doenças Infectocontagiosas. No experimento com antraz em ovelhas em Pouilly-le-Fort em 1881, Pasteur chama Chamberland e Roux que estão em férias, referindo ser este um “empreendimento grave e considerável”. Thuillier também é acionado (Debré, 1995, p. 446). Após as inoculações, Pasteur, na grande sala da fazenda, fala ao público e expõe seu método. Serão realizados mais dois encontros, para a segunda e terceira inoculações. O último encontro é marcado para a constatação dos resultados. Neste período, Chamberland e Roux acompanham os animais. Um está febril, outro tem um edema, outro está mancando. Pasteur escuta o relato e fica preocupado, tomado por dúvidas. Pasteur acusa Roux de ser o responsável pelo fracasso da experiência, e Marie intervém para acalmar Pasteur. Na manhã seguinte chega o telegrama de Rossignol anunciando o que chamou de “sucesso assombroso”. Os animais não vacinados estão mortos e todos os vacinados estão bem. Chegando à fazenda, todos são acolhidos por uma multidão que festeja o sucesso do experimento. A imprensa especializada multiplica os artigos e comenta-se o experimento até no Times, que enviou um correspondente para cobrir o caso (Debré, 1995, p. 447-448). Com o sucesso evidente, Pasteur faz relatórios para a Academia de Ciências e para a Academia de Medicina. O governo quer prestar uma homenagem a Pasteur, mas ele diz só aceitar uma condecoração se puder dividi-la com Roux e Chamberland (Debré, 1995, p. 449). Pierre-Paul-Émile Roux 1853-1933 *Ver microbiografia de Émile Roux no grupo Doenças Infectocontagiosas. No experimento com antraz em ovelhas em Pouilly-le-Fort em 1881, Pasteur chama Chamberland e Roux que estão em férias, referindo ser este um “empreendimento grave e considerável”. Thuillier também é acionado (Debré, 1995, p. 446). Após as inoculações, Pasteur, na grande sala da fazenda, fala ao público e expõe seu método. Serão realizados mais dois encontros, para a segunda e terceira inoculações. O último encontro é marcado para a constatação dos resultados. Neste período, Chamberland e Roux acompanham os animais. Um está febril, outro tem um edema, outro está mancando. Pasteur escuta o relato e fica preocupado, tomado por dúvidas. Pasteur acusa Roux de ser o responsável pelo fracasso da experiência, e Marie intervém para acalmar Pasteur. Na manhã seguinte chega o telegrama de Rossignol anunciando o que chamou de “sucesso assombroso”. Os animais não vacinados estão mortos e todos os vacinados estão bem. Chegando à fazenda, todos são acolhidos por uma multidão que festeja o sucesso do experimento. A imprensa especializada multiplica os artigos e comenta-se o experimento até no Times, que enviou um correspondente para cobrir o caso (Debré, 1995, p. 447-448). Com o sucesso evidente, Pasteur faz relatórios para a Academia de Ciências e para a Academia de Medicina. O governo quer prestar uma homenagem a Pasteur, mas ele diz só aceitar uma condecoração se puder dividi-la com Roux e Chamberland (Debré, 1995, p. 449). Louis Thuillier 1856-1883 *Ver microbiografia de Louis Thuillier no grupo Doenças Infectocontagiosas. No experimento com antraz em ovelhas em Pouilly-le-Fort em 1881, Pasteur chama Chamberland e Roux que estão em férias, referindo ser este um “empreendimento grave e considerável”. Thuillier também é acionado (Debré, 1995, p. 446). Gabriel Constant Colin 1825-1896 *Ver microbiografia de Gabriel Colin no grupo Academia de Medicina. Veterinário francês. Membro da Academia de Medicina. Após o sucesso do experimento de Pouilly-le-Fort em 1881, enquanto na Inglaterra Pasteur é aclamado, na França se constata que nem todos estão convencidos, a exemplo de Gabriel Colin (Debré, 1995, p. 451). Heinrich Hermann Robert Koch 1843-1910 *Ver microbiografia de Robert Koch no grupo Doenças Infectocontagiosas. Durante todo o ano de 1882, Pasteur será confrontado por Robert Koch e por Membros da Escola Berlinense, a exemplo de Friedrich Löffler (aluno de Koch). Eles criticam as culturas do caldo, a descoberta do vibrião séptico, as experiências com as galinhas carbunculosas, e a existência e eficácia da vacina. É realizada uma contra-experiência, e Thuillier é enviado a esta missão, que é um sucesso. No entanto, Koch não fica inteiramente convencido, e os alemães não confessam publicamente a derrota. Neste mesmo período, Koch acaba descobrindo o agente da tuberculose, batizado de bacilo de Koch. No entanto, ele deixa para outros a descoberta das soluções terapêuticas, pois não acredita na vacinação (Debré, 1995, p. 454-455). Pasteur tenta conseguir um ganho de causa definitivo naquele mesmo ano por ocasião do Congresso Internacional de Higiene em Genebra. Ele está desejoso de uma resposta oficial de Koch diante dos representantes de todos os países reunidos. Ao subir na tribuna, Pasteur fala dos resultados das experiências e acrescenta “Porém, por mais brilhante que seja a verdade demonstrada, ela não tem o privilégio de ser aceita facilmente. Na Franca e no exterior, encontrei opositores obstinados”. Em seguida, dirige-se diretamente a Koch e a seus discípulos, sentados na primeira fila, pois estes insinuam que seus trabalhos não podem ser considerados rigorosos. Pasteur continua falando detalhando a experiência e Koch escuta em silêncio, não aceitando um debate contraditório em público. Subindo no estrado, afirma que prefere responder por escrito, o que ocorre 3 meses depois, afirmando que a atenuação do vírus é uma fábula. Pasteur retoma, uma a uma, as acusações de Koch e para explicar, relembra suas primeiras descobertas e até volta às antigas altercações com Liebig (Debré, 1995, p. 456). Próximo Grupo

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    Voltar para os Grupos Doenças Infectocontagiosas Escola Médica de Salerno Auge entre os séculos XI e XIII "A Escola Médica de Salerno (EMS) representa marco indelével na história da medicina, na concepção de saúde e no ensino médico. Sua contribuição se sobressai para o desenvolvimento das pesquisas e a escrita de trabalhos científicos, de caráter eminentemente prático, para o tratamento das doenças". "A materialização da EMS foi processo gradativo iniciado nos primórdios da Idade Média. O mosteiro beneditino de Montecassino, fundado em 529, dá origem ao hospital em 820, embrião da Escola. Universidade. Em Salerno, a partir da fundação da Escola, se cria o primeiro estabelecimento medieval de ensino sistemático de medicina, vindo a ser a mais importante fonte de conhecimento médico e principal universidade da cristandade na Europa, em decorrência de haver, além do ensino médico, cursos de filosofia, teologia e direito". "A EMS estabeleceu currículo regular para o curso médico e passou a receber auxílio financeiro dos governantes. Com estes aportes, alcançou fama mundial, propiciando que para ela acorressem estudantes de todas as nações. O ensino era essencialmente prático e laico. Após a criação da EMS, graças a chegada à cidade, em 1065, de Constantino, o Africano, tradutor de textos árabes e medicina, fator impulsionador e empreendedor, tem início o período clássico da Escola, que alcança seu maior esplendor durante os séculos XI a XIII". "A Escola manteve a tradição cultural greco-romana, combinando-a harmoniosamente com as culturas árabe e judaica, e acolhia estudantes de todos os credos. Este encontro de diferentes culturas levou ao surgimento do conhecimento médico a partir da síntese e da comparação de diferentes experiências. A influência da igreja católica, e dos preceitos da doença entendida ao modo de punição por atos contrários às determinações divinas, declinou progressivamente na Escola de Salerno até desaparecer por completo". "Pessoas de diversas partes do mundo frequentaram a Schola Medica Salerni, tanto os doentes, na esperança de se recuperarem, quanto estudantes, para aprender as artes da medicina. Sua fama cruzou fronteiras, de acordo com os manuscritos salernitanos existentes em diversas bibliotecas europeias e os testemunhos históricos. Esta Escola contribuiu principalmente para o desenvolvimento da medicina como profissão. O curso médico exigia exames preparatórios e mais cinco anos de estudo, o último dos quais equivalente ao atual internato. Para os alunos aprovados ao final do curso, fornecia-se licença para exercer a medicina". Ref. https://homoprojector.iipc.org/index.php/homoprojector/article/view/116 Michel de Nostredame (Nostradamus) 1503-1563 Médico e astrólogo francês. Nostradamus nasceu na Provença, uma região do sul da França, em 1503. Nostradamus é a versão latinizada de seu nome de nascimento, Michel de Nostredame. Sua família era de herança judaica, mas eles se converteram ao catolicismo durante um período de intolerância religiosa. Os judeus sempre foram forasteiros na Europa Ocidental e, ao longo dos séculos, foram forçados a se converter à religião cristã. Ambos os avôs de Nostradamus foram estimados estudiosos. Um era médico e Nostradamus estudou grego e latim com o outro. Aos quatorze anos, Nostradamus saiu de casa para estudar em Avignon, o centro religioso e acadêmico da Provença. Na aula, ele às vezes expressava oposição aos ensinamentos dos padres católicos, que rejeitavam o estudo da astrologia - o estudo de como os eventos na Terra são influenciados pelas posições e movimentos do Sol, da Lua. Nicolaus Copernicus (1473–1543; Copérnico) recentemente havia ganhado fama com sua teoria de que a Terra e outros planetas giravam em torno do Sol - ao contrário da crença cristã de que a Terra era o centro do universo. A família de Nostradamus o avisou para segurar a língua, já que ele poderia ser facilmente apontado para a perseguição por causa de sua origem judaica na sociedade antijudaica da França. Anteriormente, ele havia aprendido secretamente com seus avós algumas áreas místicas (percepção espiritual da realidade que não depende dos sentidos) da sabedoria judaica, incluindo a cabala e a alquimia. Em 1525, Nostradamus graduou-se na Universidade de Montpellier, onde estudou medicina e astrologia. Durante os primeiros anos de sua carreira como médico, ele viajou para cidades e vilarejos onde pessoas morriam de peste bubônica, uma epidemia ou doença generalizada que varreu a Europa nos séculos XV e XVI. Chamada de "Peste Negra" por causa das feridas negras inflamadas que deixava nos corpos das vítimas, a epidemia mortal não tinha cura. Os médicos geralmente" sangravam" ou extraíam grandes quantidades de sangue doente" de seus pacientes e não sabiam nada sobre como prevenir novas infecções. Eles não percebiam que as condições nada higiênicas contribuíam para a propagação da doença. Nostradamus prescrevia ar fresco e água, uma dieta com baixo teor de gordura e uma nova cama para os aflitos. Ele costumava administrar um remédio feito de roseira brava (fruto das rosas), Posteriormente, descobriu-se que era rico em vitamina C. Cidades inteiras se recuperaram com esses remédios de ervas, comuns na época, mas as crenças de Nostradamus sobre o controle de infecções podem ter resultado em acusações de heresia (violação das leis da igreja) e em uma sentença de morte. Nostradamus recebeu seu doutorado em Montpellier em 1529. Ele ensinou na universidade por três anos, mas saiu quando suas ideias radicais sobre a doença foram censuradas ou oficialmente repreendidas. Ele escolheu uma esposa entre as muitas oferecidas a ele por famílias ricas e conectadas, e se estabeleceu na cidade de Agen. Então a praga matou sua esposa e dois filhos pequenos. Como o famoso médico não pôde salvar sua própria família, os cidadãos de repente o olharam com desprezo. Seus sogros pediram a devolução do dote (dinheiro ou bens fornecidos pela família da noiva) que lhe foi dado. A astrologia era popular na Europa durante a Idade Média, embora tenha sido condenado pelos líderes da igreja desde os primeiros dias do cristianismo. Como a alquimia, a astrologia acabou caindo em desuso quando os cientistas descobriram novos fatos sobre a Terra e o universo. No entanto, a astrologia gozou de considerável popularidade durante o Renascimento. Monarcas e nobres fizeram astrólogos como Nostradamus criarem mapas chamados horóscopos, que mapeiam a posição de corpos astronômicos em determinados momentos e eram usados para prever eventos futuros. Devido a acusações de heresia, ele fugiu da área quando lhe disseram para comparecer perante a temida Inquisição, um tribunal da igreja criado para procurar e punir os hereges. Nos anos seguintes, Nostradamus viajou pelo sul da Europa. Estudiosos modernos sugerem que esse período difícil provavelmente despertou seus poderes de clarividência, ou habilidade de prever o futuro. Em 1544, chuvas torrenciais estavam trazendo mais desastres para o sul da França, que já havia sido devastada pela peste (uma série de epidemias de doenças). Nostradamus apareceu em Marselha e depois em Aix, onde conseguiu conter a propagação da doença e foi novamente celebrado por suas habilidades. Mudando-se para a cidade de Salon, ele estabeleceu um consultório médico, casou-se novamente e começou uma nova família. Embora fosse aparentemente um católico praticante, ele passava secretamente as horas noturnas em seu escritório meditando sobre sua tigela de latão. A meditação o colocaria em transe. Nostradamus escreveu suas visões e, em 1550, começou a publicá-las em Centúrias (também chamadas de Almanaques e profecias ), que apareceram anualmente durante os quinze anos seguintes. Nos Almanaques, Nostradamus descreveu as fases astrológicas para o ano seguinte e ofereceu dicas de eventos futuros em versos rimados de quatro linhas chamados quadras. Os Almanaques tornaram-se imensamente populares e logo Nostradamus ficou ainda mais famoso na França. A essa altura, suas visões eram uma parte tão integrante de sua bolsa de estudos que ele decidiu canalizá-las em um grande trabalho para as gerações futuras. Ele chamaria este livro de Séculos. Cada um dos dez volumes planejados conteria cem previsões na forma de quadra (quatro versos), e os próximos dois mil anos da humanidade seriam previstos. Dentre as várias previsões de Nostradamus, destaca-se a centúria 25, em que Pasteur é citado nominalmente: "A coisa perdida recuperada, escondida por muitos séculos. Pasteur será celebrado como se fora um semideus. É aí que a lua completa seu grande círculo, mas por outros ventos será desonrado" (Cheetam, 1977, p. 30). Autora da obra As Profecias de Nostradamus, Erika Cheetham (1977, p. 30) analisa: "Outra quadrinha fascinante que, não bastasse citar o nome de Pasteur, também especifica a data, embora isso não seja logo evidente. A descoberta de Pasteur, de que germes poluem a atmosfera, foi das mais importantes da história da medicina e levou à teoria da esterilização de Lister. A Enciclopédia Britânica diz que Pasteur, o "semideus", "era agora reconhecido como o iniciador do maior movimento da química da época". Ele fundou o Instituto Pasteur em 14 de novembro de 1888; o ciclo da Lua teve lugar de 1535 a 1889. Os ventos (rumores) que o teriam desonrado podem significar a violenta oposição aos seus métodos, entre os poderosos membros da Academia, contra as novas práticas do Instituto, tais como vacinas contra a hidrofobia etc.". Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/philosophy-and-religion/other-religious-beliefs-biographies/nostradamus Ignaz Philipp Semmelweis 1818-1865 Médico húngaro. Semmelweis foi uma das figuras médicas mais proeminentes de seu tempo. Sua descoberta a respeito da etiologia e prevenção da febre puerperal foi um exemplo brilhante de apuração de fatos, análise estatística significativa e raciocínio indutivo agudo. A lavagem profilática das mãos, de grande sucesso, tornou-o um pioneiro na antissepsia durante a era pré-bacteriológica, apesar da oposição deliberada e da resistência desinformada. Em julho de 1846, Semmelweis tornou-se o oficial titular da Primeira Clínica, que estava então sob a direção de Johann Klein. Entre suas inúmeras funções estavam a instrução de estudantes de medicina, assistência em procedimentos cirúrgicos e a realização regular de todos os exames clínicos. Um dos problemas mais prementes que enfrentava era a alta mortalidade materna e neonatal devido à febre puerperal. Curiosamente, no entanto, a Segunda Clínica Obstétrica do mesmo hospital exibiu uma taxa de mortalidade muito mais baixa. A única diferença entre eles estava em sua função. O primeiro era o serviço docente para estudantes de medicina, enquanto o segundo fora selecionado em 1839 para a formação de parteiras. Embora todos estivessem perplexos com os números contrastantes de mortalidade, nenhuma explicação clara para as diferenças estava disponível. A doença era considerada um aspecto inevitável da obstetrícia hospitalar contemporânea, um produto de agentes desconhecidos operando em conjunto com condições atmosféricas evasivas. Após um rebaixamento temporário para permitir a reintegração de seu antecessor, que logo deixou Viena para se tornar professor em Tübingen, Semmelweis retomou seu cargo em março de 1847. Durante suas curtas férias em Veneza, a trágica morte de seu amigo Jakob Kolletschka, professor de medicina legal, ocorreu depois que seu dedo foi acidentalmente perfurado com uma faca durante um exame post-mortem. Curiosamente, a autópsia de Kolletschka revelou uma situação patológica semelhante à das mulheres que estavam morrendo de febre puerperal. Preparado por meio de seu treinamento patológico intensivo com Rokitansky, que colocara todos os cadáveres da enfermaria de ginecologia à sua disposição para dissecção, Semmelweis fez uma associação crucial. Ele prontamente ligou a ideia de contaminação cadavérica à febre puerperal e fez um estudo detalhado das estatísticas de mortalidade de ambas as clínicas obstétricas. Ele concluiu que ele e os alunos carregaram nas mãos as partículas infectantes da sala de autópsia para as pacientes que examinaram durante o trabalho de parto. Esta hipótese surpreendente levou Semmelweis a conceber um novo sistema de profilaxia em maio de 1847. Percebendo que o cheiro cadavérico que emanava das mãos dos dissecadores refletia a presença da matéria venenosa incriminada, ele instituiu o uso de uma solução de cal clorada para lavar as mãos entre o trabalho de autópsia e o exame dos pacientes. Apesar dos protestos iniciais, especialmente dos estudantes de medicina e funcionários do hospital, Semmelweis foi capaz de aplicar o novo procedimento vigorosamente; e em apenas um mês a mortalidade por febre puerperal diminuiu em sua clínica de 12,24 por cento para 2,38 por cento. Em 1861, Semmelweis publicou sua importante descoberta em forma de livro. A obra foi escrita em alemão e discutia longamente as circunstâncias históricas que cercaram sua descoberta da causa e prevenção da febre puerperal. Uma série de críticas estrangeiras desfavoráveis ao livro levaram Semmelweis a atacar seus críticos em uma série de cartas abertas escritas em 1861-1862, o que fez pouco para promover suas idéias. Depois de 1863, a crescente amargura e frustração de Semmelweis com a falta de aceitação de seu método finalmente quebrou seu espírito até então indomável. Ele tornou-se alternadamente apático e patologicamente enfurecido com sua missão de salvador de mães. Em julho de 1865, Semmelweis sofreu o que parecia ser uma forma de doença mental; e após uma viagem a Viena imposta por amigos e parentes, ele foi internado em um asilo, o Niederösterreichische Heil- und pflegeanstalt. Ele morreu lá apenas duas semanas depois, vítima de uma sepse generalizada ironicamente semelhante à da febre puerperal, que se originou de um dedo infectado cirurgicamente. A subsequente falta de reconhecimento da profilaxia de Semmelweis pode ser atribuída a vários fatores. Uma falta inicial de publicidade adequada entre os médicos visitantes vienenses e estrangeiros levou a mal-entendidos e a uma avaliação incompleta do procedimento pretendido. Além disso, rixas políticas levaram a uma identificação de Semmelweis com a facção liberal e orientada para a reforma da faculdade de medicina vienense, um grupo temporariamente frustrado em seus objetivos pela derrota esmagadora de 1848. Finalmente, a saída abrupta de Semmelweis da arena roubou-lhe a possibilidade de finalmente persuadir seus colegas vienenses da integridade das lavagens de cloro. Operando a partir de um país politicamente reprimido e cientificamente atrasado com uma universidade de segunda categoria, Semmelweis foi efetivamente prejudicado na promulgação de suas ideias. Depois dele, polêmicas um tanto violentas e apaixonadas acrescentaram pouco crédito a um método um tanto complicado que era difícil de implementar entre os funcionários do hospital satisfeitos com o status quo. O mais importante, entretanto, foi a falta de uma boa explicação para o procedimento empiricamente derivado de Semmelweis, um desenvolvimento que só foi possível por meio do trabalho de Pasteur. "Pasteur nunca fez nenhuma alusão a Semmelweis. Parece até ignorar sua existência. Mas isso não tem nada de surpreendente: o destino kafkaniano desse pioneiro da assepsia oscila, sem parar, entre a tragédia e o teatro de horrores, e seus trabalhos não foram difundidos. Na França, foi preciso esperar até 1924 para que um jovem médico, apaixonado por casos radicais e literatura, se interessasse por Semmelweis e lhe dedicasse uma tese; esse jovem praticante da medicina que se diz médico dos pobres chama-se Louis Ferdinand Destouches, mais conhecido por Céline. Semmelweis foi o primeiro a entender o mecanismo da infecção das lesões e, antes de Pasteur provar que as bactérias são a causa da putrefação, demonstrou que é possível prevenir a supuração dos pacientes operados com a lavagem das mãos dos cirurgiões. Porém, talvez porque 'sua descoberta fosse além das forças da sua grande inteligência', como escreveu Céline e, certamente porque sua natureza juntasse a falta de jeito com a obstinação, Semmelweis não foi capaz de convencer ninguém." (Debré, 1995, p. 312). Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/medicine-biographies/ignaz-philipp-semmelweis Rudolf Virchow 1821-1902 Médico, antropólogo e político, liberal progressista. Fundador com Reinhardt da revista "Archiv für pathologische Anatomie und Physiologie". Foi o fundador da escola de "patologia celular", que constitui a base da patologia moderna. Virchow nasceu em Schivelbein, filho único de um fazendeiro e tesoureiro da cidade. Em 1839, Virchow ingressou no Instituto Friedrich Wilhelms em Berlim para fazer estudos médicos em preparação para uma carreira como médico do exército. Ele ficou sob a forte influência de Johannes Müller, que encorajou muitos médicos alemães a usar métodos experimentais de laboratório em seus estudos médicos. Virchow se formou em medicina em 1843, já tendo demonstrado grande interesse pela patologia. Em 1845, ainda trabalhando como estagiário, Virchow publicou seu primeiro artigo científico. Nesse ano, ele havia se comprometido com uma metodologia de pesquisa baseada em uma compreensão mecanicista dos fenômenos vitais. A pesquisa médica, de acordo com Virchow, precisava usar observação clínica, experimentos em animais e exame microscópico de tecidos humanos para entender como as leis químicas e físicas comuns poderiam explicar os fenômenos normais e anormais associados à vida. Ele aceitou a teoria das células como um elemento básico nessa compreensão mecanicista da vida. Ao se comprometer com essa visão, ele se juntou a um grupo de jovens cientistas médicos radicais que estavam desafiando o vitalismo dominante de uma geração mais velha. Em 1846, Virchow começou a ministrar cursos de anatomia patológica. Em 1847 ele foi nomeado para sua primeira posição acadêmica com o posto de privatdozent. No mesmo ano, ele e um colega, Benno Reinhardt, publicaram o primeiro volume de uma revista médica, os Arquivos de Anatomia Patológica e Fisiologia e Medicina Clínica. Virchow continuou a editar este jornal até sua morte em 1902. As visões políticas radicais de Virchow foram claramente mostradas em 1848, o ano da revolução na Alemanha. No início do ano, Virchow apresentou um relatório sobre uma epidemia de tifo na Alta Silésia, no qual recomendava que a melhor maneira de evitar a repetição da epidemia seria introduzir formas democráticas de governo. Quando a revolução estourou em Berlim, Virchow juntou-se aos revolucionários que lutavam nas barricadas. Ele se jogou de todo o coração na revolução, para desgosto de seu pai. Ele participou de vários clubes democráticos e ajudou a editar um jornal semanal, Die medizinische Reform, que promoveu ideias revolucionárias em relação à profissão médica. As opiniões políticas de Virchow levaram à sua suspensão pelo restabelecido governo conservador em 1849. A suspensão foi rapidamente revogada devido à reação hostil da fraternidade médica. Mais tarde, no mesmo ano, Virchow foi nomeado professor da Universidade de Würzburg. Pouco depois, ele se casou com Rose Mayer, filha de um importante ginecologista alemão. A cadeira em Würzburg foi a primeira na Alemanha a ser dedicada à anatomia patológica. Durante os 7 anos de Virchow lá, a faculdade de medicina foi reconhecida como uma das melhores da Europa, em grande parte devido ao seu ensino. Ele desenvolveu seu conceito de "patologia celular", baseando sua interpretação dos processos patológicos na teoria celular recentemente formulada de Matthias Schleiden e Theodor Schwann. No mesmo período, ele se tornou editor adjunto de uma publicação anual que analisa o progresso do ano na ciência médica. Esta publicação mais tarde ficou conhecida como Jahresbericht de Virchow , e ele continuou a editá-la até sua morte. Ele também começou a trabalhar em 1854 em seu Handbook of Special Pathology and Therapeutics,que se tornou o modelo para "manuais" alemães posteriores em várias ciências. Embora o principal interesse de Virchow em Würzburg fosse a patologia, ele também continuou a trabalhar no campo da saúde pública e iniciou pesquisas em antropologia física. Em 1856, Virchow aceitou uma cadeira na Universidade de Berlim com a condição de que um novo prédio fosse construído para um instituto de patologia. Ele permaneceu nesta posição pelo resto de sua vida. A partir de 1859, Virchow renovou suas atividades na política. Naquele ano foi eleito membro do conselho da cidade, onde serviu até sua morte. No conselho ele se interessou principalmente por questões de saúde pública. Em 1861, Virchow foi um dos membros fundadores do Deutsche Fortschrittpartei e foi eleito no mesmo ano para a Dieta Prussiana. Ele se opôs vigorosamente aos preparativos de Bismarck para a guerra e sua política de "sangue e ferro" de unificação da Alemanha. No final dos anos 1860 e 1870, Virchow concentrou sua atenção na antropologia e nas relações médicas internacionais. Ele participou de vários congressos médicos internacionais durante este período e manteve um interesse contínuo no controle e prevenção de epidemias. Em 1873, Virchow foi eleito para a Academia Prussiana de Ciências. Todas as suas contribuições para este corpo foram no campo da antropologia, principalmente no que diz respeito à antropologia física e à arqueologia. Em seu novo campo, como em outros, ele assumiu a tarefa de editar um importante jornal, o Zeitschrift fuer Ethnologie. Os últimos anos de Virchow continuaram ativos, especialmente em relação às suas funções editoriais. Ele morreu em 5 de setembro de 1902. Virchow rejeita a teoria microbiana, dizendo que “a doença não é uma aberração enxertada num organismo sadio. Ela é uma simples desordem da saúde”. Pasteur combaterá as ideias de Virchow na patologia do mesmo modo que recusou as ideias de Liebig sobre fermentação (Debré, 1995, p. 345). Ref. https://data.bnf.fr/en/12206686/rudolf_virchow/ Ref. https://www.encyclopedia.com/people/social-sciences-and-law/crime-and-law-enforcement-biographies/rudolf-ludwig-carl-virchow Joseph Lister 1827-1912 Cirurgião inglês. Criador de antissépticos em cirurgia operatória. Lister é reconhecido como o pai da cirurgia antisséptica. Sua insistência em que o cirurgião deve proteger a ferida contra organismos externos é um dos princípios orientadores fundamentais da cirurgia moderna. Lister nasceu em 5 de abril de 1827, em Upton, Essex, Inglaterra. Seus pais, Joseph Jackson e Isabella Harris Lister, demonstraram grande interesse pela educação do filho. Eles o instruíram e o enviaram para escolas quacres que enfatizavam a história natural e a ciência. Aos 16 anos, ele decidiu que a medicina seria sua carreira. Lister se formou no King's College, em Londres, e tornou-se cirurgião doméstico no University Hospital em 1852. Edimburgo, na Escócia, foi reconhecido como um antigo centro médico, e Lister foi nomeado assistente de James Symes, o melhor cirurgião da época. Mais tarde, ele se casou com a filha de Symes. Lister recebeu uma indicação para a Enfermaria de Edimburgo em 1856 e, mais tarde, para a nova Enfermaria Real de Glasgow em 1861. Como cirurgião, Lister estava preocupado porque mais da metade dos pacientes amputados morreram. Ele notou que as fraturas ósseas simples, que apresentavam pele intacta, quase sempre cicatrizavam sem problemas; entretanto, as fraturas expostas, nas quais o osso quebrado perfurava a pele e ficava exposto, geralmente resultavam em gangrena hospitalar ou outras infecções que causavam a morte do paciente. Na década de 1860, pouco se sabia sobre os micróbios e as causas da infecção. As explicações variaram de miasma, ou ar ruim, à explosão de tecido quando exposto ao ar. Lister leu os estudos de Pasteur sobre micróbios aerotransportados e estava convencido de que não era o ar em si, mas organismos do ar. Louis Pasteur (1822-1895) usava calor para matar micróbios, mas como isso não seria prático em uma sala de cirurgia, ele começou a procurar um produto químico para usar. Ele leu sobre como o ácido carbólico (fenol) foi usado para purificar o esgoto em Carlisle, Inglaterra, e teve a ideia de usar esse composto na sala de cirurgia. Em 12 de agosto de 1865, Lister realizou uma operação histórica que inaugurou uma nova era de cirurgia. Um menino de onze anos chamado James Greenlees foi atropelado pela roda de uma carroça e teve uma fratura exposta. Lister aplicou ácido carbólico na ferida, fez um curativo e aplicou uma tala com cuidado. Seis semanas após a cirurgia, James saiu para o mundo e para a história da cirurgia. Lister não só colocou a solução de fenol nas feridas, mas também encharcou os instrumentos e tudo o que entrou em contato com a ferida. Ele até desenvolveu um atomizador de ácido carbólico para pulverizar a sala, uma ideia que mais tarde descartou. Outra contribuição para a cirurgia foi o uso de ligaduras de categute fortes e antissépticas armazenadas em ácido carbólico. Em 1867, Lister publicou uma série de casos mostrando como a mortalidade cirúrgica caiu drasticamente em sua enfermaria de acidentes masculinos. Em 1869, Lister tornou-se chefe da clínica cirúrgica em Edimburgo e os anos mais felizes de sua vida se seguiram. Os alemães haviam feito experiências com a antissepsia durante a Guerra Franco-Prussiana e suas clínicas estavam lotadas de visitantes e estudantes. Ele foi convidado a dar palestras em centros importantes da Alemanha. O trabalho de Lister não foi apreciado nos Estados Unidos e na Inglaterra, onde a oposição à teoria dos germes permaneceu inabalável. No entanto, em 1877, Lister recebeu uma oferta de um cargo no King's College, em Londres, e novamente a oportunidade de fazer história na cirurgia. Naquela época, o procedimento padrão para tratar uma patela fraturada envolvia forçar a fratura simples em uma fratura exposta, frequentemente resultando em morte por infecção. Lister realizou um procedimento espetacularmente bem-sucedido e amplamente divulgado, por meio do qual conectou a patela com antissepsia. Essa operação marcou uma virada na aceitação da teoria dos germes e na antissepsia entre os médicos. Lister desfrutou de um privilégio negado a muitos inovadores científicos; ele viu seus princípios serem aceitos durante sua vida e foi homenageado com o título de baronete em 1883. Ele também foi nomeado como um dos doze membros originais da Ordem do Mérito em 1902. O Instituto Lister de Medicina Preventiva foi fundado em 1891. Lister era um homem humilde, religioso e despretensioso, desinteressado em ganhos financeiros ou fama. Após a morte de sua esposa em 1893, ele se aposentou da cirurgia e, com sua morte em 1912, estava quase completamente cego e surdo. De acordo com Debré (1995, p. 317-318), Lister tem acesso aos relatórios de Pasteur para a Academia de Ciências de Paris por meio de Thomas Anderson e se interessa pelos problemas de putrefação. Ele compreende a ligação que pode existir entre a decomposição da matéria orgânica e a infecção pós-operatória. Ajudado pela esposa, Lister reproduz no laboratório doméstico as experiências de Pasteur e confirma a que a putrefação e a fermentação só aparecem se são introduzidos germes externos. Entende, assim como Pasteur, que o ar ambiente é uma das principais causas da propagação dos micróbios. Também inventa um modo de destruir as bactérias no tecido lesado, descobrindo então a antissepsia. Lister se corresponde com Pasteur agradecendo pelas suas pesquisas, e refere-se ao amor comum dos dois à ciência. Pasteur se surpreende com o reconhecimento de um cirurgião estrangeiro e retorna a carta de Lister dizendo-se admirado com a precisão de suas manipulações e a compreensão do método experimental, e também toma a liberdade de apresentar algumas observações críticas ao novo amigo para aumentar o rigor do método de cultura utilizado (Debré, 1995, p. 322). Em 1867, Lister anuncia no The Lancet a invenção da antissepsia e suas indicações para o tratamento. Nesta e em outras apresentações, Lister expõe primeiro as teorias de Pasteur e depois descreve seus próprios resultados (Debré, 1995, p. 319). Ref. https://data.bnf.fr/en/12006748/joseph_lister/ Mais informações: https://www.encyclopedia.com/science/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/sir-joseph-lister Armand Després 1834-1896 Médico cirurgião francês. Doutor em medicina (Paris, 1861). Associado de medicina (1866). Cirurgião hospitalar (1864). Cirurgião no hospital Cochin, depois em La Charité. Vereador, então deputado do 6º arrondissement de Paris, opositor dos radicais. Bibliófilo informado. Cirurgião do Hôpital de la Charité de Paris, falecido aos 62 anos, foi um excelente operador, que morreu, como ele havia vivido, um incrédulo penitente no evangelho da antissepsia. Nascido em 1834, estudou medicina na Faculdade de Paris, onde se formou em 1863. Tornou-se agrégé em cirurgia em 1866 e foi sucessivamente vinculado aos hospitais Lourcine e Cochin antes de se tornar membro da equipe da Charité. Ele foi por algum tempo editor do France Médicale, e sua caneta fácil e um tanto truculenta trouxe a ele uma reputação considerável como jornalista. Ele se opôs veementemente à transferência da enfermagem dos hospitais de Paris das Irmãs da Caridade para a imposição de mãos. Foi membro do Conselho Municipal de Paris e da Câmara dos Deputados, e em cada uma dessas assembleias foi figura proeminente, embora qualquer influência que pudesse ter adquirido por sua habilidade e coragem foi neutralizada por sua inviabilidade e excentricidade. Ele foi o autor de tratados sobre erisipelas (1862); sobre o diagnóstico de doenças cirúrgicas (1868); sobre a sífilis (1873) e outras contribuições para a literatura profissional. O cirurgião Armand Després nega a assepsia e antissepsia, defendendo os curativos contaminados. Demonstra franca antipatia pelos métodos de Lister e pelos princípios de Pasteur (Debré, 1995, p. 331-332). Ref. https://data.bnf.fr/en/11899889/armand_despres/ Ref. https://www2.assemblee-nationale.fr/sycomore/fiche/(num_dept)/2451 Ref. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2510318/?page=1 Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Em 1877, os trabalhos de Pasteur sobre a origem das doenças infecciosas são direcionados para a medicina veterinária. Ele se dedica ao carbúnculo, a pedido do Ministro da Agricultura (Jean-Baptiste Dumas). Pasteur havia vencido o flagelo do bicho-da-seda e é indicado a encontrar o remédio desta afecção que assola os rebanhos (Debré, 1995, p. 347). Casimir Joseph Davaine 1818-1882 Médico francês. Identificou o antraz. Davaine era o sexto filho de Benjamin-Joseph Davaine, destilador, e de Catherine Vanautrève. Ele começou seus estudos no colégio paroquial de St. Amand-les Eaus, ingressou no colégio de Tournai (agora na Bélgica) em 1828 e terminou seus estudos em Lille. No final de 1830, Davaine iniciou seus cursos de medicina em Paris e, em 1834, concorreu a um estágio externo em um hospital. Em 1 de janeiro de 1835, tornou-se externo sob a direção de Pierre Rayer em La Charité. Em dezembro de 1837, ele apresentou sua tese de doutorado, sobre a hematocele da túnica vaginal, a uma comissão com Alfred Velpeau como presidente. A partir de 1838, Davaine praticou medicina em Paris, enquanto conduzia importantes pesquisas microbiológicas, parasitológicas, patológicas e biológicas gerais com Rayer. Em 23 de janeiro de 1869 ele se casou com uma inglesa, Maria Georgina Forbes, com quem teve um filho, Jules. A contribuição mais importante de Davaine para a ciência foi na microbiologia médica. Já em 1850, ele e Rayer observaram pequenos bastões, que ele mais tarde chamou de bactéridies , no sangue de uma ovelha com antraz. Ele não entendeu imediatamente o significado desta observação; mas a partir de 1863, sob a influência do trabalho de Pasteur sobre a fermentação butírica, ele demonstrou em uma série de publicações notáveis por sua lógica e método que a bactéridie ( Bacillus anthracis ) é a única causa do antraz. Entre suas descobertas estão as seguintes: (1) Coelhos e porquinhos-da-índia inoculados com sangue colhido de animal infectado com antraz apresentam sempre um grande número de bacilos no sangue, que podem ser usados para inocular e, assim, infectar outros animais. (2) O sangue contendo bacilos do antraz, quando putrefato ou aquecido, não transmite mais a doença porque os bacilos foram mortos; o mesmo sangue, quando simplesmente seco, permanece infeccioso. (3) Quando o sangue seco é misturado com água, os bacilos caem para o fundo do recipiente. Uma gota retirada da superfície do líquido não transmitirá a doença, mas uma gota retirada do fundo do recipiente infectará o sujeito experimental. (4) O sangue de um feto de uma cobaia com antraz não é infeccioso, porque a placenta atua como um filtro. (5) O poder infeccioso do sangue contendo bacilos do antraz é muito grande: um milionésimo de uma gota ainda pode matar uma cobaia. (6) O período de incubação da doença corresponde ao tempo necessário para a multiplicação da bactéria. (7) Os pássaros são resistentes ao antraz. (8) Certos tipos de insetos picadores (Diptera) contribuem para a propagação da doença. (9) A “pústula maligna” que aflige o homem é de origem antrácica, pois contém a mesma bactéria. Davaine foi capaz de reproduzi-lo experimentalmente em cobaias. (10) Várias substâncias químicas, como o iodo, podem curar o antraz, destruindo os bacilos. (11) As folhas esmagadas da noz (Juglans regia) têm uma ação antibacteriana. (Hoje sabe-se que esta planta contém uma substância antibiótica potente contra o bacilo do antraz). Durante sua pesquisa sobre o antraz, Davaine distinguiu outra doença, a septicemia bovina, mas não isolou o micróbio (1865). Em 1869, ele afirmou que (1) os micróbios da septicemia são móveis, enquanto os bacilos do antraz não; (2) o sangue septicêmico putrefato não é mais virulento, enquanto o sangue antrácico sempre o é, (3) na septicemia não há aglutinação dos glóbulos vermelhos do sangue nem esplenomegalia, enquanto o antraz sempre produz esses sintomas. Apesar de todas as suas inoculações experimentais, Davaine usou a seringa Pravaz, recentemente inventada, em vez da lanceta, o que apresentou muitos inconvenientes. As contribuições de Davaine para a microbiologia médica e veterinária foram fundamentais, pois ele foi o primeiro a reconhecer o papel patogênico das bactérias. Ele não conseguiu, no entanto, elucidar o modo exato de transmissão do antraz porque não sabia que o bacilo tinha um estágio resistente, o esporo, que o permitia sobreviver e reaparecer em uma região contaminada. Esse estágio do bacilo foi descrito em 1876 por Robert Koch; e mais tarde (1877-1881) Pasteur, Émile Roux e Chamberland provaram definitivamente o papel do bacilo na etiologia do antraz. Davaine, no entanto, foi um dos primeiros microbiologistas médicos a reconhecer o papel do bacilo e a diferenciá-lo da septicemia bovina. As muitas disputas de Davaine na Academia de Ciências de Paris e na Academia de Medicina com os inimigos da teoria dos germes das doenças - Leplat, Jaillard, Henri Bouley, André Sanson, Louis Béhier, Alfred Vulpian e, particularmente, Gabriel Colin - prenunciaram alguns conflitos de Pasteur anos depois. Na verdade, Pasteur tinha uma opinião elevada sobre o trabalho de Davaine e escreveu em 1879: “Eu me parabenizo por ter frequentemente realizado suas pesquisas inteligentes”. As outras contribuições científicas de Davaine diziam respeito aos parasitas internos do homem e de animais domésticos. Seu importante trabalho sobre o assunto, Traité des entozoaires , teve duas edições. Já em 1857, Davaine pensava em rastrear vermes intestinais procurando seus ovos nas fezes, um procedimento ainda seguido. Experimentalmente, ele especificou o modo de desenvolvimento dos Ascaridae (Ascaris lumbricoides) e do Trichocephalus (Trichuris trichiura). Entre os parasitas de plantas, Davaine estudou, de 1854 a 1856, o ciclo do verme do trigo (Anguina tritici ) e sugeriu meios de combate a esse nematóide. Ele também estava interessado no mofo que causa o apodrecimento das frutas (1866). Assim, ele deve ser considerado um pioneiro no estudo da fitopatologia. Davaine também estudou os movimentos amebianos dos leucócitos, que observou já em 1850. Em 1869, ele demonstrou que essas células podem absorver corpos estranhos introduzidos no sangue e, portanto, observou a fagocitose quatorze anos antes de Élie Metchnikoff (1883). Ele foi o primeiro a reconhecer (1852) o hermafroditismo protândrico das ostras. Várias de suas observações da teratologia animal foram escritas em seu “Mémoire sur les anomalies de l'oeuf (1860) e em seu artigo“ Monstres, Monstruosités ”(1875) para o Dictionnaire Dechambre . Os interesses de Davaine estendiam-se ainda mais à anabiose entre invertebrados como Protozoa, Nematoda e Tardigrada (1856); o órgão palatino dos Cyprinidae (1850); o osso tireo-hióideo da anoura (1849); e o mecanismo de cores da perereca (1849). Na medicina, além de suas publicações sobre antraz e septicemia, Davaine fez inúmeras contribuições - algumas em colaboração com Claude Bernard, Pierre Rayer ou A. Laboulbène - sobre lesões anatomopatológicas observadas em vários animais. Ele também publicou o importante “Mémoire sur la paralysie générale ou partielle des deux nerfs de la septième paire” (1852). Toda essa pesquisa foi realizada enquanto Davaine praticava medicina, pois ele nunca teve um laboratório próprio nem ocupou um cargo oficial na universidade. Famoso por sua humildade e modéstia, ele não buscava honras; as duas únicas que recebeu foram a cruz de um chevalier da Legião de Honra (1858) e a adesão à Academia de Medicina (1868). Sob o Segundo Império, ele também foi nomeado Médicin par quartier de l'Empereur , um título puramente honorário. Durante a Guerra Franco-Prussian , enquanto servia no corpo de ambulâncias, Davaine escreveu um pequeno livro filosófico, Les éléments du bonheur (1871). Este livro resumiu de forma bastante simplista sua serenidade interior e sua fé no homem. Seus últimos anos foram passados em Garches, onde sua propriedade é agora a Fondation Davaine. Segundo Debré (1995, p. 348-349), Davaine foi um dos primeiros a notar, no sangue carbunculoso, microorganismos na forma de bastonetes. Junto com o seu colega também médico, Pierre-François-Olive Rayer, fez um extenso estudo sobre o carbúnculo em animais de chifre em 1850. Davaine fez a seguinte pergunta: trata-se de um agente contagioso ou só de uma consequência inofensiva da doença? Na época, ele não avaliou o alcance de sua observação. Em 1863, já conhecedor dos trabalhos de Pasteur, retoma a sua observação e faz uma nova comunicação à Academia de Ciências sobre o papel mortal das bactérias do carbúnculo. Em sua nota, homenageia formalmente os trabalhos de Pasteur. Ref. https://data.bnf.fr/en/10584216/casimir_davaine/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/davaine-casimir-joseph Pierre-François-Olive Rayer 1793-1867 Médico francês. Escreveu uma importante contribuição para a dermatologia, Tratado teórico e prático de doenças de pele (1826-1827) e um estudo de referência sobre doenças renais, Tratado de doenças renais e alterações da secreção urinária (1839-1841). Ambos os trabalhos incluem atlas patológicos gigantescos. Sua pesquisa meticulosa aprofundou o entendimento da albuminúria, hipófise, tuberculose, obesidade, diabetes, mormo humano, farsa humana, antraz, infecções bacterianas e doenças parasitárias como a esquistossomose. Escrevendo em 1932, o Dr. Raymond Molinéry descreveu o renomado médico francês Pierre-François Olive Rayer (1793-1867) como tendo a infelicidade de ter nascido e de ter vivido tempos tempestuosos, quando intrigas e revoltas violentas eram companheiros de cama. Parece apropriado então, antes de expor os detalhes da vida e das conquistas profissionais deste "homem bom, gentil, afável e digno", fazer uma breve pausa e considerar o teor geral daquele período na história da França. o clima político daqueles anos em que Rayer viveu e trabalhou com tanta energia? Esses anos, em que se dedicou incansavelmente à vida profissional e às pesquisas médicas, deixaram um belo legado para as futuras gerações de médicos. Como disse Molinéry, “A história da vida e obra de Rayer? Este é um capítulo completo da História da Medicina. ”Alguns podem apontar uma crítica“ hagiografia, não biografia! ” em declarações como esta, mas é difícil encontrar qualquer comentário verdadeiramente adverso na maioria dos relatos da vida e obra de Rayer, e certamente ninguém contestaria a erudição indubitável desse homem notável. Casimir-Joseph Davaine foi um dos primeiros a notar, no sangue carbunculoso, microorganismos na forma de bastonetes. Junto com o seu colega também médico, Pierre François Olive Rayer, fez um extenso estudo sobre o carbúnculo em animais de chifre em 1850 (Debré, 1995, p. 348). Ref. https://data.bnf.fr/en/13181254/pierre-francois-olive_rayer/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/pierre-francois-olive-rayer Ref. https://www.cambridge.org/core/journals/medical-history/article/pierrefrancois-olive-rayer-biography/E43D2B315B811D732FA89A442E3F243E Mais informações: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11616360/ Mais informações: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/096777209500300402 Heinrich Hermann Robert Koch 1843-1910 Médico e bacteriologista alemão. Isolou várias bactérias patogênicas, incluindo a tuberculose. Prêmio Nobel de Medicina em 1905. Muitos dos princípios e técnicas básicos da bacteriologia moderna foram adaptados ou concebidos por Koch, que, portanto, é frequentemente considerado o principal fundador dessa ciência. Seu isolamento dos agentes causais do antraz, tuberculose e cólera rendeu-lhe aclamação mundial, bem como a liderança da escola alemã de bacteriologia. Direta ou indiretamente, ele influenciou autoridades em muitos países a introduzir legislação de saúde pública com base no conhecimento da origem microbiana de várias infecções e estimulou atitudes populares mais esclarecidas em relação a medidas higiênicas e imunológicas para controlar tais doenças. Koch nasceu em Clausthal, em 1843, e faleceu em Baden-Baden, em 1910. Formado em medicina pela Universidade de Göttingen (1866), trabalhou em Wollstein, aldeia do Grão-Ducado de Posen. Em Breslau, em 30 de abril de 1876, Koch realizou a primeira demonstração sobre o ciclo de vida do bacilo de antraz, cujos esporos localizara na terra onde os animais eram sepultados. Ele havia conseguido isolar os bacilos numa cultura purificada, e a demonstração causou forte impressão nos presentes. O Bacillus anthracis foi o primeiro agente microbiano cujos efeitos patogênicos foram comprovados pela bacteriologia. Koch comunicou por carta suas descobertas a Ferdinand Cohn, um dos fundadores da bacteriologia. Através dele, entrou em contato com a elite médica universitária de Breslau, especialmente Julius Cohnheim, diretor do Instituto de Patologia, e seu assistente Karl Weigert, que vinham desenvolvendo métodos de coloração para bactérias a partir de anilinas. Datam dessa época (1876-1878) os aperfeiçoamentos introduzidos por Koch na técnica microscópica e nos métodos de fixar, corar e fotografar microrganismos. Como muitos cientistas da época, Robert Koch também investigou o cólera. No século 19, a 'hidra asiática' havia estourado repetidamente na Alemanha também, especialmente nas favelas das grandes cidades. No final de 1883, Koch e uma equipe de pesquisadores viajaram, entre outros, para Calcutá, na Índia, para estudar a doença durante um surto. Lá, no início de 1884, ele conseguiu identificar a bactéria Vibrio cholerae. Embora Robert Koch tenha sido aclamado como o descobridor do patógeno da cólera durante sua vida, ele não merecia todo o crédito. O anatomista italiano Filippo Pacini já havia visto e descrito o patógeno sob um microscópio em 1854 - trabalho que encontrou pouca ressonância na Alemanha na época e que Koch desconhecia. Graças ao seu conhecimento sobre a propagação da cólera e os métodos de higiene apropriados, Koch ajudou a conter um sério surto de cólera em Hamburgo em 1892. Em 1882, Koch descobriu o bacilo da tuberculose. Além de cultivá-lo fora do organismo humano, conseguiu provocar a doença em animais com o produto dessa cultura, postulando, então, as exigências que julgava necessárias para a demonstração da etiologia bacteriana de qualquer moléstia: isolar o microrganismo em culturas puras, inoculá-lo em animais de experiência e produzir uma doença cujos sintomas e lesões fossem idênticas ou equiparáveis às da doença “típica” no homem. Em viagem ao Egito e à Índia, em 1883-1884, Robert Koch descobriu também o Vibrio cholerae, agente etiológico do cólera. Em 1885, fundou a cátedra de higiene na Universidade de Berlim e, entre 1891 e 1904, dirigiu o Instituto Real Prussiano para Doenças Infecciosas (Königlich Preussisches Institut für Infektionskrankheiten), atual Robert Koch Institut. Na década de 1890, organizou uma expedição a vários países para estudar a transmissão da malária. Pesquisou várias outras enfermidades do homem e dos animais, entre elas a hanseníase, a peste bovina, a peste bubônica e a doença do sono. Em 1885, Friedrich-Wilhelms-Universität em Berlim fundou o Instituto de Higiene sob a direção do primeiro professor titular de Higiene, Robert Koch. Aqui, ele continuou a desenvolver a nova disciplina científica da bacteriologia. O número de funcionários e alunos de Koch cresceu; o Hygiene Institute tornou-se o centro de concentração de médicos interessados em bacteriologia de todo o mundo. A tuberculose e a cólera continuariam a ser importantes áreas de pesquisa. Koch procurou maneiras de conter doenças infecciosas especificamente ou de evitar que elas ocorressem. Seu sonho de descobrir um agente terapêutico ou mesmo uma vacina contra a tuberculose, porém, não se concretizou. O remédio que ele desenvolveu, a "tuberculina" - uma mistura de componentes da bactéria da tuberculose desvitalizada, que Koch apresentou no Décimo Congresso Médico Internacional em Berlim em 1890 - mais tarde provou ser ineficaz. As curas de longo prazo falharam e alguns pacientes até morreram após o tratamento. Hoje, a tuberculina ainda é usada junto com procedimentos mais recentes para diagnosticar infecções de tuberculose. No entanto, as conquistas científicas de Koch e a crescente importância da bacteriologia no final do século XIX foram razão suficiente para o governo prussiano construir seu próprio instituto de pesquisa para Robert Koch. O Instituto Real Prussiano de Doenças Infecciosas abriu suas portas em 1º de julho de 1891 e até 1904, Robert Koch dirigiu o instituto. Além da pesquisa, a equipe também contratou serviços para cidades e autoridades imperiais, respondeu a consultas internacionais e redigiu relatórios de especialistas. O 'Koch's Institute' foi um dos primeiros institutos de pesquisa biomédica do mundo. Inicialmente, o instituto localizava-se em Berlin-Mitte, próximo ao Charité, o maior e mais antigo hospital da cidade. O departamento científico foi instalado em um edifício residencial convertido conhecido como 'Triângulo', devido ao seu formato. A enfermaria foi alojada em cabanas de campo individuais no site Charité. De 1897 a 1900, um novo edifício foi construído para o instituto na Nordufer em Berlin-Wedding. Robert Koch estava envolvido no planejamento. No extenso local havia estábulos para animais de laboratório, como cavalos, ovelhas e, ao mesmo tempo, até camelos. Nas imediações, o Hospital Rudolf Virchow foi inaugurado em 1906; o chefe do departamento de infecção também era membro da equipe do Koch's Institute. O prédio de tijolos na Nordufer ainda é a sede do Instituto Robert Koch até hoje. De 1896 em diante, Robert Koch passou vários meses por ano em expedições para investigar doenças tropicais - sua segunda esposa, Hedwig Freiberg, quase sempre o acompanhava. Em primeiro lugar, ele se concentrou em doenças animais no sul da África, como peste bovina, febre do Texas e febre da Costa Leste. Mais tarde, ele se voltou para as doenças tropicais que afetam os humanos, especialmente a malária e a doença do sono, para descobrir como eram transmitidas. Em 1906 e 1907, uma comissão liderada por Koch foi enviada à África Oriental para experimentar maneiras de tratar a doença do sono. Koch teve algum sucesso inicial ao tratar pacientes com Atoxyl, uma droga que contém arsênico. Mas o parasita que causou a infecção só foi suprimido na corrente sanguínea do doente por um curto período de tempo, então, embora ele estivesse ciente dos riscos associados à droga, Koch dobrou a dose de Atoxyl. Muitos pacientes sofriam de dores e cólicas, alguns até ficaram cegos. Apesar disso, Koch ainda estava convencido de que Atoxyl poderia ser eficaz. Sua jornada final de pesquisa foi o capítulo mais sombrio de sua carreira. Em 1905, Robert Koch foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina . Junto com Louis Pasteur, Robert Koch é agora considerado o pioneiro da microbiologia. No início de abril de 1910, Robert Koch sofreu um forte ataque cardíaco em Berlim. Ele morreu durante uma estada subsequente em um sanatório em Baden-Baden em 27 de maio de 1910. A urna contendo suas cinzas foi colocada em um mausoléu especialmente construído em seu instituto em 4 de dezembro de 1910. O legado científico de Robert Koch - incluindo 1.500 cartas, certificados de prêmios, manuscritos de palestras e publicações, fotografias e lâminas preparadas para microscópio - é preservado no Instituto Robert Koch. Na Alemanha, aparecem as experiências de Robert Koch (Debré, 1995, p. 350, 388, 391), que tem 33 anos quando se interessa pelo problema do carbúnculo. Ele foi aluno de Jacob Henle que o instruiu sobre a teoria microbiana e os seus obstáculos teóricos e experimentais (Debré, p. 344, 350). Num laboratório primitivo que organiza em casa, Koch, sozinho se dedica ao problema, procurando repetir e ir além das observações de Davaine. Pasteur toma conhecimento da publicação de Koch sobre o carbúnculo e está de acordo com sua tese de que há esporos nos campos, mas acha suas provas insuficientes e propõe uma demonstração mais rigorosa. Há relatos de que o artigo de Koch foi um empurrão para Pasteur estudar as enfermidades nos animais e posteriormente em humanos. "As investigações de Koch e Pasteur seguiram rumos diferenciados. O primeiro teve como principal preocupação o desenvolvimento de métodos e técnicas para o cultivo e estudo das bactérias, erigindo normas que davam coerência teórica ao processo de descoberta de um microorganismo e atribuição de seu papel na etiologia de determinada doença. Pasteur e, em seguida, seus colaboradores voltaram-se, desde cedo, para os mecanismos de infecção, criando ou possibilitando a criação de técnicas de prevenção das doenças - como a assepsia, a antissepsia - e desenvolvendo profiláticos e terapêuticos biológicos de uso animal e humano" (Teixeira, 1995, p. 15). Cabe ressaltar que Paul Ehrlich (1854-1915) foi colaborador de Koch no Instituto de Doenças Infecciosas. Ref. https://data.bnf.fr/en/12026546/robert_koch/ Ref. http://www.bvsalutz.coc.fiocruz.br/html/pt/static/trajetoria/origens/estudos_robert.php Mais informações: https://www.rki.de/EN/Content/Institute/History/rk_node_en.html Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/medicine-biographies/robert-koch Documentário: Pasteur e Koch: Duelo de Gigantes no Mundo dos Micróbios: https://www.youtube.com/watch?v=f406c8rZ6xw Antoine-François-Daniel Boutet 1820-1891 Veterinário francês. Conselheiro municipal e geral, prefeito de Chartres, oficial da Legião de Honra. Daniel Boutet (1820-1891), de Chartres, foi considerado o melhor especialista em carbúnculo, trouxe sua colaboração não somente a Pasteur, Roux, Chamberland, etc., mas a Rayer e Davaine (1850) e também, posteriormente, a Tousaint e a Collin. Durante as pesquisas, Pasteur, com a ajuda do veterinário Daniel Boutet, que o acompanha, consegue uma amostra de sangue de um animal morto recentemente de carbúnculo e constata que a inoculação de uma cultura, ainda que diluída deste sangue, mata. Deste modo, conclui que a doença com certeza é transmitida pela bactéria (Debré, 1995, p. 351). Pasteur vai além e descobre que há outra doença associada (assim como no bicho-da-seda) e batiza o micro-organismo de vibrião séptico (Debré, 1995, p. 353). Ref. https://www.persee.fr/doc/rhs_0151-4105_1977_num_30_3_1517 Ref. https://www.perche-gouet.net/histoire/personne.php?personne=8881 Mais informações: https://books.google.com.br/books?id=_iAHAQAAIAAJ&pg=PA696&lpg=PA696&dq=DANIEL+BOUTET+veterinaire&source=bl&ots=06XXcUckal&sig=ACfU3U1iSmPlljHC59d4eh1OTTmqwsPVPw&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiJqser-bLvAhUrLLkGHTNeD5MQ6AEwDnoECBUQAw#v=onepage&q=DANIEL%20BOUTET%20veterinaire&f=false Charles-Édouard Chamberland 1851-1908 Físico e biólogo francês, pioneiro da bacteriologia, especialista em doenças do antraz. Colaborador de Pasteur, então Diretor Adjunto do Instituto (1904-1908), membro titular da Academia de Medicina (1904). Deputado do Jura (1885-1889), é um dos autores da lei de proteção da saúde pública. Um dos associados mais famosos de Pasteur, Chamberland viria a se tornar um especialista, enriquecendo as técnicas de bacteriologia com importantes aparatos, além de estabelecer regras úteis para a saúde pública. Depois de estudar os clássicos no liceu em Lons-le-Saunier e um período no Collège Rollin em Paris, Chamberland foi admitido em 1871 na École Polytechnique e na École Normale Supérieure. Escolheu este último e foi nomeado professor do liceu de Nímes em 1874. Um ano depois regressou à École Normale e aí permaneceu até 1888, primeiro como assistente no laboratório de Pasteur e depois como um dos directores assistentes do laboratório. Em 1885 foi eleito deputado do Jura. Assim que Chamberland voltou a Paris em 1875, a polêmica entre Pasteur e Bastian sobre a geração espontânea irrompeu. Pasteur pediu a seu novo assistente para investigar as causas do erro nos experimentos de Bastian. Logo depois, Chamberland foi capaz de explicar por que os líquidos orgânicos ácidos aqueciam a 100 ° C. podiam ser preservados sem mudança, mesmo que estivessem cheios de micróbios, quando potássio estéril suficiente era adicionado para torná-los alcalinos. Ele também mostrou que, para matar certos esporos, é necessário primeiro aquecer o líquido a uma temperatura de 115 ° C. por vinte minutos. Esta importante observação o levou a aperfeiçoar as regras e novos métodos para a esterilização de meios de cultura. Seu trabalho resultou na autoclave, que logo se tornou uma ferramenta indispensável em departamentos de bacteriologia, hospitais e estações de desinfecção. Em seguida, Chamberland mostrou como as paredes porosas são capazes de reter partículas finas em suspensão e substituir o processo de filtração então em uso pelo filtro de porcelana levemente aquecido. Ao fazer isso, ele estabeleceu um excelente procedimento de esterilização para líquidos que podiam ser trocados pelo calor. O filtro, de uso imediato em laboratórios, alguns anos depois facilitou a descoberta das exotoxinas microbianas e dos primeiros vírus. Por possibilitar a purificação da água potável, foi de grande valor para a saúde pública. Enquanto estava na École Normale, Chamberland participou dos estudos de Pasteur: a atenuação de vírus e inoculações preventivas, a etiologia e profilaxia do antraz e a vacinação contra cólera suína e raiva. Em 1888, quando foi inaugurado o Instituto Pasteur em Paris, tornou-se diretor de um dos seis departamentos então criados: o de microbiologia aplicada à higiene; uma de suas principais funções era preparar, em grande escala, várias vacinas Pasteur. Chamberland chefiou o departamento até sua morte (a partir de 1904 também foi diretor assistente do Instituto Pasteur e membro da Academia de Medicina). Na rue Dutot ele estudou as possibilidades de desinfetar lugares e objetos com compostos contendo cloro (com E. Fernbach) e as propriedades anti-sépticas das essências e do peróxido de hidrogênio. Seus estudos com Jouan sobre micróbios do tipo Pasteurella permaneceram clássicos. Chamberland achava que a atmosfera não desempenhava o papel principal na transmissão de germes infecciosos. Ele esperava que houvesse mais preocupação com objetos sujos, roupas e as mãos dos médicos e seus assistentes. O bom senso e a mente criativa de Chamberland têm sido frequentemente enfatizados. Calmette disse a seu respeito: “Ele era um mestre em seu ofício e um amigo cheio de charmoso bom humor, com extraordinária bondade e inteligência excepcionalmente penetrante. Sua morte prematura - ele tinha apenas 57 anos - foi uma perda dolorosa para o Instituto. ” Ele era alto e esguio, com traços bonitos. Ele era casado e tinha um filho. Nas pesquisas em campo, junto ao rebanho, colaboram Charles Chamberland (na época, estagiário titular do momento), Auguste Vinsot (veterinário) e Émile Roux (médico de 25 anos na época e um dos mais assíduos ouvintes de Pasteur na Academia de Medicina). Pasteur encontra a explicação para a propagação do carbúnculo e orienta os criadores (Debré, 1995, p. 362-363). Ref. https://data.bnf.fr/en/13185013/charles_chamberland/ Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/chamberland-charles-edouard Mais informações: https://www.pasteur.fr/fr/institut-pasteur/notre-histoire/charles-chamberland-inventeur Pierre-Paul-Émile Roux 1853-1933 Doutor em medicina (Paris, 1883). Bacteriologista francês, colaborador de Pasteur. Diretor do Instituto Pasteur, Paris (1904-1933). Roux foi um dos principais fundadores da bacteriologia médica, tanto por meio de sua colaboração com Pasteur quanto por suas próprias realizações. Depois de frequentar a escola secundária em Aurillac e em Puy, ele começou seus estudos de medicina em Clermont-Ferrand. Lá ele conheceu Émile Duclaux, que transmitiu a Roux seu entusiasmo por Pasteur. Para completar seus estudos, Roux foi para Paris, onde em novembro de 1878 foi aceito como assistente no laboratório de Pasteur. Com Chamberland e Thuillier, ele se associou à pesquisa de Pasteur sobre a etiologia do antraz e depois sobre a atenuação dos vírus, a base para a preparação das vacinas de Pasteur. Após o aperfeiçoamento das vacinas contra a cólera das galinhas e o antraz, foram iniciadas as pesquisas de prevenção da raiva. As dificuldades eram particularmente grandes, uma vez que o agente patogênico, ou vírus da raiva, permanecia desconhecido. Roux conseguiu produzir casos experimentais de raiva (especialmente em coelhos), que exibiam uma sequência regular de desenvolvimento (selecionando um vírus fixo ). A virulência de uma medula rábica pode então ser diminuída sob certas condições. Quando o Instituto Pasteur foi criado em 1888, Roux foi encarregado do ensino de microbiologia. Ao mesmo tempo, ele se tornou diretor do Service de Microbie Technique e começou seu trabalho original mais importante. Primeiro, ele confirmou o papel patológico do bacilo da difteria, descoberto pouco antes na Alemanha por Klebs e Loeffler. Com o bacilo, ele conseguiu reproduzir experimentalmente a paralisia em porquinhos-da-índia. Finalmente, e talvez o mais importante, ele demonstrou com AEJ Yersin que o poder patogênico desse bacilo depende não apenas de sua presença, mas, sim, de um veneno, ou toxina, que ele produz. Essa toxina se espalha por todo o organismo e, nas palavras de Roux, "os próprios venenos de cobra não são tão letais". Logo depois, uma toxina análoga, produzida pelo bacilo do tétano. No curso de sua pesquisa para transformar toxinas bacterianas em vacinas, uma descoberta fundamental foi feita em Berlim por Behring e Kitasato: um contra-veneno (ou antitoxina) se forma no soro de animais que receberam quantidades de toxinas fracas demais para matá-los e isso o soro pode ser usado para proteger outros animais contra uma injeção de uma quantidade que de outra forma certamente seria fatal. Parecia curioso, entretanto, que entre os seres humanos a proteção obtida dessa maneira provasse ser comparativamente fraca. Por isso Roux voltou a estudar o assunto. Pondo de lado por enquanto a soroterapia antitetânica, ele dedicou todos os seus esforços à investigação da difteria. Trabalhando com cavalos, ele determinou as melhores condições (1892–1893) para obter um soro antidiftérico; e em 1894, com a ajuda de Louis Martin e Auguste Chaillou, ele tratou crianças diftéricas com este soro. Os resultados, apresentados no final daquele ano no Décimo Congresso Internacional de Higiene em Budapeste, evocaram uma resposta famosa por seu entusiasmo. A doença foi totalmente vencida com a descoberta da vacina de Gaston Ramon, a anatoxina. O trabalho pessoal de Roux foi quase totalmente interrompido quando, com a morte de Duclaux (1904), ele se tornou diretor do Instituto Pasteur. Ele ocupou este cargo até a morte, subordinando seu próprio trabalho a fim de ser mais útil para os seus subordinados. Sobre a cólera, Pasteur propõe ao Comitê Consultor de Higiene enviar uma missão francesa ao Cairo, no Egito. Três voluntários se declaram prontos para partir: Émile Roux, Edmond Nocard e Isid ore Straus (Debré, 1995, p. 388). Ref. https://data.bnf.fr/en/12011715/emile_roux/ Ref. https://www.encyclopedia.com/people/medicine/medicine-biographies/pierre-paul-emile-roux Mais informações: https://www.pasteur.fr/fr/institut-pasteur/notre-histoire/emile-roux-pilier-aventure-pasteur Edmond Isidore Etienne Nocard 1850-1903 Veterinário e biólogo francês. Membro da Academia de Medicina (eleito em 1886). Diretor da Escola Nacional de Veterinária de Alfort (de 1889 a 1891). Em 1868, Edmond Nocard ingressou na Escola Veterinária de Alfort, onde teve grande parte de sua carreira. Seus estudos foram interrompidos por seu alistamento no exército em 1870, durante a guerra com a Prússia. Importante após sua promoção em 1873, ele se tornou veterinário e chefe do serviço clínico em Alfort. Três anos depois, ele encontra um encontro decisivo: o de Émile Roux, o médico colaborador de Louis Pasteur. “As ideias dos pastores então começaram a agitar a medicina, e nesta primeira entrevista falamos de doenças contagiosas em animais. "Graças a Roux, Edmond Nocard ingressou no laboratório de Louis Pasteur rue d'Ulm em 1880."Trouxe seus conhecimentos veterinários, seu rápido entendimento (...) e esse admirável senso crítico que logo o tornou um conselheiro indispensável.Nocard assiste às famosas experiências de Louis Pasteur sobre a vacinação de ovelhas contra o antraz em Pouilly-le-Fort. Pasteur o enviou em 1883 com Roux, Thullier e Straus ao Egito para estudar uma epidemia de cólera. Em seu retorno, Nocard montou um verdadeiro anexo do laboratório de Pasteur na Escola de Veterinária de Alfort, uma escola que dirigiu de 1887 a 1891. Aplicando os preceitos pasteurianos e ensinando-os a seus alunos, ele foi originalmente um número impressionante de avanços (veja abaixo ), e vai construir pontes entre a medicina veterinária e a medicina humana: investida em pesquisas de prevenção da tuberculose, exibirá "É proibido cuspir no chão" nos ônibus e bondes. Ele participará das novidades do Institut Pasteur, como o desenvolvimento da soroterapia para difteria, e em 1895 foi nomeado membro da sua Assembleia. Este "primeiro Pasteuriano" morreu prematuramente em 1903, aos 53 anos. Um edifício agora leva seu nome no Instituto Pasteur. As muitas obras de Edmond Nocard lhe renderam reconhecimento internacional durante sua vida. Ele desenvolveu métodos de coleta de soro sanguíneo ou cultura do bacilo da tuberculose, estudou as bactérias responsáveis pela mastite em vacas e descobriu os micoplasmas ao encontrar a causa da pleuropneumonia bovina. Ele fez da tuberculina e do mallein as principais armas na luta contra a tuberculose bovina e o mormo equino, duas doenças bacterianas transmissíveis ao homem que dizimaram o gado ... Um gênero bacteriano foi chamado de Nocardia em sua homenagem, após sua morte. Descoberta do agente na carne bovina farcin ( N. farcinia) Outro Nocardia causa uma doença humana - a nocardiose - que afeta os imunocomprometidos. Nocard também contribuiu para um grande avanço médico ocorrido após sua morte, ao fornecer a seu pupilo Camille Guérin a cepa do bacilo da tuberculose bovina da origem do BCG (Bacille de Calmette et Guérin). Sobre a cólera, Pasteur propõe ao Comitê Consultor de Higiene enviar uma missão francesa ao Cairo, no Egito. Três voluntários se declaram prontos para partir: Émile Roux, Edmond Nocard e Isid ore Straus (Debré, 1995, p. 388). Ref. https://data.bnf.fr/en/12572660/edmond_nocard/ Ref. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11625609/ Mais informações: https://www.pasteur.fr/fr/institut-pasteur/notre-histoire/edmond-nocard-disciple-alfort Isidore Straus 1845-1896 Doutor em medicina (Estrasburgo, 1868). Francês. Membro da Academia de Medicina, seção de patologia médica (eleito em 1893). Sobre a cólera, Pasteur propõe ao Comitê Consultor de Higiene enviar uma missão francesa ao Cairo, no Egito. Três voluntários se declaram prontos para partir: Émile Roux, Edmond Nocard e Isid ore Straus (Debré, 1995, p. 388). Ref. https://data.bnf.fr/en/13003219/isidore_straus/ Louis Thuillier 1856-1883 Físico e biólogo francês. Sobre a cólera, Pasteur propõe ao Comitê Consultor de Higiene enviar uma missão francesa ao Cairo, no Egito. Três voluntários se declaram prontos para partir: Émile Roux, Edmond Nocard e Isidore Straus. Louis Thuillier inicialmente hesita e depois decide que fará parte da viagem. Infelizmente, Thuillier morre de um ataque fulminante de cólera, em Alexandria, aos 26 anos (Debré, 1995, p. 388). Robert Koch, que na mesma época dirigia uma equipe alemã, vai até a cabeceira de Thuillier e lhe presta as homenagens fúnebres. Pasteur fica devastado, pois um dos seus assistentes é vítima do dever. Sente-se torturado pelas lembranças das hesitações de Thuillier em embarcar nesta missão (Debré, 1995, p. 388). Ref. https://data.bnf.fr/en/13003219/isidore_straus/ Ref. https://phototheque.pasteur.fr/fr/asset/fullTextSearch/search/thuillier,%20louis/page/1 Próximo Grupo

  • Cristalografia | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Cristalografia Jean-Baptiste Biot 1774-1862 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste Biot no grupo Primeiras Influências Científicas. Após observações meticulosas dos cristais, Pasteur conclui que só os produtos nascidos sob a influência da vida são assimétricos, isto porque o seu desenvolvimento preside forças cósmicas que também são assimétricas. Constata que a dissimetria é a principal linha de demarcação entre o mundo orgânico e o mundo mineral, ou seja, demonstra que a dissimetria molecular é marca registrada dos seres vivos. Esta descoberta esclarece a característica central dos isômeros, ou seja, moléculas idênticas, porém que desviam a luz de modo contrário. Balard, que captou a importância destas conclusões, comunica-as a Jean-Baptiste Biot, que recebe Pasteur para uma entrevista e demonstração. Ao analisar o experimento, e visivelmente emocionado com o que via, Biot disse a Pasteur “Meu filho querido, em minha vida amei tanto as ciências que isso me faz disparar o coração” (Debré, 1995, p. 74). Em 1852 Pasteur decide viajar em busca do ácido paratártaro, sabendo que procura a “pedra filosofal – se remetendo aos alquimistas” –, mas não possui dinheiro para financiá-la. Prepara uma carta endereçada ao presidente da república. Biot no entanto, garante que vai dar os passos para conseguir a subvenção e segura Pasteur antes do envio da carta. Propõe até mesmo adiantar a quantia se a subvenção demorar vir (Debré, 1995, p. 88). Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Dumas consegue a subvenção à viagem de Pasteur em 1852, que foi considerada uma missão oficial aos laboratórios alemães. Na volta, Pasteur escreve agradecendo ao amigo, pois a viagem teria sido impossível sem esse apoio financeiro. Afirma que para agradecer-lhe a confiança, vai trabalhar “tanto quanto lhe for humanamente possível” (Debré, 1995, p. 88, 93). Eilhardt Mitscherlich 1794-1863 *Ver a microbiografia de Eilhardt Mitscherlich no grupo Primeiras Influências Científicas. Em 1852, Pasteur começa sua viagem encontrando o sr. Fikentscher, o industrial que Mitscherlich havia lhe falado (Debré, 1995, p. 89). Gustav Rose 1798-1873 *Ver a microbiografia de Gustav Rose no grupo Academia de Ciências. Mineralogista alemão. Presidente da Sociedade Geológica Alemã. Charles Kestner 1803-1870 Industrial e político francês. Cavaleiro da Legião de Honra na sequência da Exposição Nacional de 1847, recebeu uma medalha de honra na Exposição Universal de 1855 pela descoberta e exploração do ácido paratartárico. Kestner produziu acidentalmente o ácido paratartárico. Esta segunda forma de ácido tartárico foi descoberta em 1819 no vinho por esse industrial da Alsácia. Gay-Lussac visitou a sua fábrica em 1826 e recolheu amostra e depois deu o nome de ácido racêmico (Debré, 1995, p. 87). Kestner foi também representante parlamentar em 1848 e em 1850. Rico fabricante de produtos químicos na cidade alsaciana de Thann (Haut-Rhin), conquistou junto aos trabalhadores da região uma popularidade que o fez ele elegeu, em 23 de abril de 1848, representante de Haut-Rhin na Assembleia Constituinte, o 6º de 12, por 50.873 votos (94.408 eleitores). Ele ocupou seu lugar à esquerda, foi vice-presidente do comitê de comércio e votou com o partido Cavaignac: - contra o restabelecimento da coação pelo corpo, - pela abolição da pena de morte, - contra a emenda Grévy, - contra o direito ao trabalho, - pela ordem do dia em homenagem a Cavaignac, - pela abolição do imposto sobre o sal, - contra a proposta Rateau, - contra os créditos da expedição a Roma, - pela anistia, etc. Não reeleito primeiro para o Legislativo, ele ingressou, na eleição parcial de 10 de março de 1850, motivado pela perda de três representantes do Haut-Rhin condenados por causa do caso de 13 de junho; O Sr. Charles Kestner, inscrito na lista republicana, foi eleito, em 1º de 3, por 44.582 votos (89.791 eleitores, 121.053 registrados). Ele se juntou às votações e manifestações da minoria democrática, protestou contra o golpe de Estado de 2 de dezembro de 1851, foi preso por um tempo. Em 29 de fevereiro de 1852, ele se reuniu novamente como candidato da oposição ao Corpo Legislativo, no 3º distrito de Haut-Rhin, 1.019 votos contra 25.846 do eleito, Sr. Migeon. Ele então voltou à vida privada. Em 1849, Louis Pasteur envia uma carta ao industrial Charles Kestner para solicitar a gentileza de ceder alguns quilos de ácido racêmico para continuar suas pesquisas sobre a cristalografia. Este industrial fornecerá apoio fundamental para o aprofundamento das pesquisas de Pasteur. Ref. https://www2.assemblee-nationale.fr/sycomore/fiche/%28num_dept%29/10879 Louis-Joseph Gay-Lussac 1778-1850 *Ver a microbiografia de Louis-Joseph Gay-Lussac no grupo Primeiras Influências Científicas. Friedrich Christian Fikentscher 1799-1864 *Ver a microbiografia de Fikentscher no grupo Academia de Ciências. Na viagem de 1852, Pasteur passa 10 dias em Leipzig para examinar as amostras de tártaros que Fikentscher, industrial alemão, lhe oferece. É ajudado, em suas pesquisas, pelos colegas alemães; um deles Erdmann, põe muito gentilmente o próprio laboratório à disposição (Debré, 1995, p. 90). Otto Linné Erdmann 1804-1869 Químico e médico alemão. Erdmann era filho do médico e botânico Carl Gottfried Erdmann, o qual introduziu a vacinação contra a varíola no estado alemão da Saxônia. Em 1820, depois de ser aprendiz de farmacêutico, Otto Erdmann estudou medicina na Academia Médico-Cirúrgica de Dresden; em 1822 ingressou na Universidade de Leipzig, onde seu interesse pela química foi estimulado por LW Gilbert, professor de física. Depois de se formar em medicina em 1824 e se qualificar como professor universitário em 1825, Erdmann dedicou o resto de sua vida à química. Em 1827, após um ano dirigindo uma mina de níquel e fundição em Hasserode, foi nomeado professor extraordinário e, em 1830, professor de química técnica em Leipzig, onde estabeleceu sua reputação como professor e pesquisador. Erdmann foi Rektor Magnificus de Leipzig de 1848 a 1849 e, a partir de 1835, foi diretor e, eventualmente, presidente da Companhia Ferroviária Leipzig-Dresden. Maçom de destaque, ele dedicou muito tempo à melhoria das instalações culturais e à prosperidade tecnológica da cidade de Leipzig. Casou-se com Clara Jungnickel, com quem teve três filhos e uma filha. O governo saxão foi persuadido por Erdmann a construir laboratórios químicos na universidade; e depois que eles foram abertos em 1842. Erdmann era capaz de competir com Liebig em Giessen e atrair um grande número de estudantes, muitos dos quais alcançaram eminência, por exemplo, CF Gerhardt. Ele viajou pela Alemanha e França em 1836 para encontrar outros químicos, incluindo seu futuro colaborador, RF Marchand. Erdmann visitou a Inglaterra em 1842 e foi um porta-voz volúvel da não interferência com o direito do químico individual à liberdade de escolha entre os pesos atômicos e equivalentes na importante Conferência de Karlsruhe em 1860. 3 Ele enriqueceu muito as comunicações químicas com a criação em 1834 do Journal für praktische Chemie. Seus livros didáticos, e especialmente sua enciclopédia de química industrial, ajudaram a educar a geração revolucionária de Kolbe e Kekulé. Para essa geração alemã mais jovem, no entanto, ele veio a tipificar a química estereotipada e sem imaginação contra a qual eles se rebelaram de forma tão apaixonada e frutífera. As pesquisas de Erdmann, que abrangeram a química mineralógica, industrial, inorgânica e orgânica , foram principalmente descritivas e analíticas. Na química orgânica , entre 1840 e 1841 (simultaneamente com Laurent, que o corrigiu), ele investigou a natureza da indigotina e preparou uma série de derivados que foram importantes mais tarde, incluindo a isatina e a tetracloro- p -benzoquinona. Ele subsequentemente investigou e isolou hematoxilina de logwood e ácido euxântico de amarelo indiano. A confusão de Erdmann sobre a fórmula empírica da isatina levou-o com ceticismo a redeterminar o peso atômico do carbono em 1841. Em colaboração com Marchand, ele apoiou Dumas e Stas na redução de seu peso atômico do valor de Berzelius de 76,43 (O = 100) para 75,08. Posteriormente, até a morte de Marchand em 1850, eles fizeram uma série de redeterminações precisas. Na maioria dos casos, eles obtiveram valores significativamente diferentes daqueles estabelecidos por Berzelius e suficientemente próximos dos números inteiros para persuadi-los de que pode haver alguma verdade na hipótese de Prout de que os pesos atômicos eram múltiplos de uma unidade comum. Seguiu-se uma disputa com Berzelius, que odiava o Multiplenfieber, em que Erdmann manteve uma posição empírica de que os químicos deveriam ser guiados apenas por experimentos acurados. Em 1852, Pasteur passa 10 dias em Leipzig para examinar as amostras de tártaros que Fikentscher lhe oferece. É ajudado, em suas pesquisas, pelos colegas alemães; um deles Erdmann, põe muito gentilmente o próprio laboratório à disposição (Debré, 1995, p. 90). Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/erdmann-otto-linne Mais informações: https://www.chemistryviews.org/details/ezine/11187802/150th_Anniversary_Death_of_Otto_Linne_Erdmann.html Wilhelm Gottlieb Hankel 1814-1899 Físico alemão. Hankel pertence aos físicos mais velhos do século XIX, que normalmente representavam o cientista clássico. Filho de um maestro e professor de coro, ele se interessava muito por questões práticas desde criança, e era muito visto nas oficinas de artesãos. Aos 10 anos ele foi para o colégio Quedlinburg. O professor de matemática era o futuro Reitor Schumann, a quem Hankel era particularmente ligado e que presumivelmente teve uma influência em seu curso posterior de estudos. Hankel perdeu seus pais muito jovem e como membro mais velho de seus irmãos e sem outros parentes, tinha que ganhar a vida para si e sua família dando aulas particulares. Depois de se formar no ensino médio, Hankel mudou-se para a Universidade de Halle; deixou-se inscrever como teólogo e também cursou a faculdade de teologia no primeiro semestre. Mas logo ele se voltou para os estudos científicos. Em particular, seguiu o seu professor Prof. Schweigger, de quem se tornou assistente, e em cujo gabinete físico trabalhou muito. Depois de se formar no Gymnasium de Quedlinburg, ele estudou na Universidade de Halle com Johann Schweigger. Em 1835 foi assistente no laboratório de física e, em 1836, professor na recém-fundada Realschule da Frankische Stiftung em Halle. Em 1838 ele se casou com a filha de um fazendeiro de perto de Halberstadt; em 1839, eles tiveram um filho, Hermann, que se tornou famoso como matemático. Também em 1839, Hankel obteve seu doutorado com um a dissertação sobre a eletricidade dos cristais e, em 1840, qualificou-se para lecionar química na Universidade de Halle. Em 1842-1843, um caso grave de pleurisia forçou Hankel a desistir de seu trabalho no laboratório de química, e ele voltou sua atenção completamente para a física, uma decisão que não havia feito anteriormente por respeito a seu professor Schweigger. Em 1847 obteve o cargo de professor de física na Universidade de Halle e, em 1849, cargo semelhante na Universidade de Leipzig, que ocupou até 1887. Como um experimentador, Hankel investigou principalmente fenômenos piezoelétricos e termoelétricos em cristais e se tornou um pioneiro neste campo especializado. Suas observações e medições minuciosas basearam-se no uso de instrumentos de medição novos e mais confiáveis, que ele mesmo construiu ou aprimorou. Em 1850, ele desenvolveu um novo eletrômetro de alta sensibilidade e baixa capacidade própria, que foi utilizado em conjunto com um microscópio. Em suas pesquisas, Hankel descobriu a relação nos cristais entre as propriedades piroelétricas e a rotação do plano de polarização da luz . Ele chamou a atenção para a estrutura cristalina e para cristais com e sem centros de inversão, esclarecendo as peculiaridades de suas propriedades elétricas. Além disso, ele investigou as correntes termoelétricas entre metais e minerais, bem como a fotoeletricidade da fluorita e a actinoeletricidade do quartzo. Além disso, Hankel realizou determinações mais precisas da série eletromotriz galvânica. Ele também estudou eletricidade em chamas e formação de gás. Ele reduziu suas observações sobre a eletricidade atmosférica, através do uso de uma balança de torção , a valores do sistema de medida absoluta por um método experimental (comparação de um campo eletrostático conhecido com o campo elétrico atmosférico) que era complicado, mas bastante exato para o período (1858). Em 1856, ele escreveu uma crítica completa dos instrumentos usados até então no estudo da eletricidade atmosférica. Hankel propôs uma nova teoria da eletricidade que postulava, em vez da ação à distância, a existência de movimentos rotacionais orientados variadamente em um único fluido: o éter. A teoria despertou pouco entusiasmo quando foi anunciada e agora merece apenas interesse histórico como parte de uma série de esforços infrutíferos para reduzir a eletrodinâmica à mecânica. Em 1852, enquanto estudava os cristais em Leipzig, Pasteur recebe o prof. Hankel, professor alemão titular de física na Universidade de Leipzig . Hankel traduziu todas as suas dissertações para uma revista alemã. Deste modo, o trabalho de Pasteur cruzava fronteiras e os cientistas alemães tinham a mesma informação que os franceses (Debré, 1995, p. 90). Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/hankel-wilhelm-gottlieb Mais informações: https://www.deutsche-biographie.de/sfz70001.html Josef Redtenbacher 1810-1870 Químico austríaco. Professor de química na Universidade de Viena. Era irmão do entomologista Ludwig Redtenbacher (1814-1876). Josef e studou medicina e botânica na Universidade de Viena e foi influenciado pelo trabalho do mineralogista Friedrich Mohs. Após a formatura, ele permaneceu em Viena como assistente do químico Joseph Franz von Jacquin. Mais tarde, ele viajou para a Alemanha, onde estudou mineralogia com Heinrich Rose em Berlim e química orgânica com Justus von Liebig na Universidade de Giessen. Posteriormente, tornou-se professor de química na Universidade de Praga e, em 1849, voltou a Viena como sucessor de Adolf Martin Pleischl. Pouco antes de sua morte, ele planejava, junto com o arquiteto Heinrich von Ferstel, a construção de um novo laboratório universitário em Viena. A ele são creditadas as descobertas da acroleína e do ácido acrílico. Ele também realizou pesquisas importantes envolvendo a composição da taurina. Na viagem de 1852, Pasteur sai de Leipzig a caminho de Veneza e consegue o endereço deste professor de química, Josef Redtenbacher, que atuou como seu guia e levou-o a visitar a fábrica do industrial Seybel. Esta fábrica usava o ácido tartárico austríaco para produzir o que julgava ser o sulfato de magnésio. Porém, tratava-se do ácido racêmico (paratártaro) e a questão essencial de Pasteur estava resolvida (Debré, 1995, p. 91). Antes de retornar para casa, em Estrasburgo, Pasteur decide fazer um desvio por Praga, pois corre um boato de que um industrial tcheco consegue maciçamente transformar o ácido tartárico em racêmico. Uma vez em Praga, Pasteur vai à casa do professor de química Rasmann, mas depois Pasteur percebe que ele estava equivocado, e que não havia descoberto o meio de produzir o ácido racêmico, mas sim a somente isolá-lo dos tártaros brutos. Deste modo, Pasteur retorna à França (Debré, 1995, p. 92). Mais informações: https://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ed024p366 Mais informações: https://wellcomecollection.org/works/dh946byh Próximo Grupo

  • Fermentação | Pasteur Brasil

    Fermentação Durante séculos a fermentação vem sendo utilizada na produção de vinho, vinagre, pães, cerveja e outras substâncias, e muitas questões foram levantadas acerca de sua origem. No século XVIII se identificam vários modos de fermentação (alcoólica, acética, pútridra), mas esse conhecimento não era suficiente para a prática do setor agroalimentício que enfrentava problemas de irregularidade na qualidade da produção. Em 1854, aos 32 anos, Louis Pasteur foi nomeado reitor da faculdade de ciências da Universidade de Lille, no norte da França, perto da fronteira com a Bélgica. Entre as tarefas de ensino e gestão universitária havia o contexto específico da indústria agroalimentícia da região, e Pasteur vai abrir mais os olhos para as questões práticas. Lille é uma cidade industrial e Pasteur leva os alunos para conhecer as fábricas dos arredores. Nesta região, onde há muitas destilarias, Pasteur é solicitado pelo industrial Louis Bigo (1787-1876) a estudar as desigualdades na produção de álcool de beterraba. Ele observa que a fermentação alcoólica é devida a um organismo vivo (fermento), o que o levou a afirmar o papel e a especificidade da ação dos microrganismos neste processo, até então uma proposta inédita. Desse modo, ele começa a se voltar para a biologia. Antes de Pasteur, Antoine-Laurent Lavoisier (1743-1794) e Justus von Liebig (1803-1873) já haviam enfrentado a questão da fermentação. Pasteur estava convencido de que a simplificação de Lavoisier, ao ignorar a levedura era falsa e que, muito pelo contrário, a produção de álcool é um fenômeno tão complexo quanto um ato de natureza biológica. Liebig não admitia que a fermentação era um fenômeno biológico. Afirmava que o fermento agia por decomposição da matéria morta. Pasteur rejeita esta teoria, pois aborda a fermentação pensando na vida. Após alguns anos de pesquisas, Pasteur estabelece com precisão que o ácido lático das cubas de beterrabas do Sr. Bigo provém de uma contaminação de leveduras e propõe o seguinte procedimento: o aquecimento para destruir a levedura lática e o repique para produzir a levedura alcoólica. Assim surgiram os princípios da “pasteurização”. As reflexões advindas da introdução da biologia na compreensão da fermentação vão inicialmente mais surpreender do que convencer os contemporâneos de Pasteur. Ao afirmar que a fermentação é um fenômeno complexo, correlato à vida, Pasteur vai ao encontro de grandes interrogações filosóficas e científicas do século XIX sobre o papel da vida. Pasteur tinha a reputação de um cientista sério e um excelente professor, mas agora teria que adotar o papel de um tribuno. Para ousar opor-se à sombra sagrada de Lavoisier e à autoridade de Liebig no auge de sua glória, era preciso não somente ser dono de si, mas também saber argumentar e convencer. Pasteur submete constantemente suas experiências às leis, cujos resultados e interpretações são frutos de uma experimentação rigorosa, enunciando detalhadamente os fatos estabelecidos. Ele escreve a revistas científicas e dirige-se a industriais. Em 1860 publica uma dissertação sobre fermentação alcoólica. O tom é decisivo, por vezes, irônico. É de um cientista, mas também semelhante a um advogado. Até aquele momento, Pasteur era conhecido pelos estudos cristalográficos, e eis que surge como teórico dos fermentos. As áreas têm pouco em comum. Pasteur observa os microorganismos no microscópio e observa variações na concentração de oxigênio. Com esta ideia em mente, imagina que a quantidade de oxigênio influi no desenvolvimento dos germes. Realiza experimentos e observa que o oxigênio contraria a vida dos chamados animálculos, quando se pensava que era indispensável à sua sobrevivência. Ao mesmo tempo em que os observa, Pasteur os nomeia, chamando estes organismos de “anaeróbios” em oposição aos seres microscópicos que precisam de ar para sobreviver, os “aeróbios”. Nota, ainda, que alguns germes podem ter dupla capacidade, de viver com e sem oxigênio. Estas conclusões serão de grande importância para futuros progressos da Medicina. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. 1854 Louis Bigo, industrial. A ação se passa na Faculdade de Ciências de Lille, na fábrica de vinagre de Orleans, na casa da família de Pasteur em Arbois, nas vinhas e laboratórios efêmeros instalados em vários pontos da vila, na cervejaria dos irmãos Tourtel em Tantonville, na do Sr. Kuhn em Chamalières, na cervejaria Carlsberg em Copenhagen, no laboratório de Duclaux em Clermont-Ferrand durante a Comuna de Paris. A cada fermentação um microorganismo. Antoine Laurent Lavoisier Justus von Liebig. Fermentações e gerações ditas espontâneas. A fermentação se mostra correlata à vida, e não à morte ou putrefação (Louis Pasteur, 1859). Memoire sur la fermentation alcoolique, publicada em 1860. Vida sem oxigênio. A vida sem oxigênio. 1861 Continue lendo a biografia

  • Amigos de Infância e Adolescência | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Amigos de Infância e Adolescência Alexandre Charrière, Guillemin e Ferdinand Coulon ? Junto a estes três amigos franceses de infância em Arbois, Pasteur e os irmãos Vercel (descritos a seguir) pescavam no rio Cuisance, onde banhavam-se no verão. Gostavam de escorregar na neve no inverno em pequenos trenós, além dos jogos da época: bolinhas de gude, jogo da péla (ancestral do tênis) (Debré, 1995, p. 32). Os meninos também participavam da colheita e das festas da uva. Gostavam de matar passarinhos, mas Pasteur se recusava (Garozzo, 1974, p. 31). Louis Pasteur junta-se às propostas de brincadeiras dos amigos, mas afasta-se desgostoso quando se trata de ferir ou apanhar um pássaro (Viñas, 1991, p. 33). Jules Vercel e Altin Vercel 1819-1894 / 1820-1901 Os irmãos Vercel se tornaram amigos de Pasteur desde à infância em Arbois. Eram franceses, filhos de vinhateiros. Pasteur faz o retrato, em pastel, de Altin Vercel. Aos 15 anos Pasteur e Jules vão à Paris para estudar. Alojam-se no Instituto Barbet (senhor do Franco-Condado). Jules era divertido e alegre, de modo que tudo era bom e agradável em Paris. Porém, Pasteur fica sem dormir, não come direito e só fala do Jura. Então, retorna para a casa dos pais logo depois. Jean-Joseph, o pai, vai até Paris buscá-lo (Garozzo, 1974, p. 30, 40-42). Mais tarde, em 1870, em pesquisas sobre os microorganismos, Pasteur visita diferentes localidades, dentre elas Arbois, onde, acompanhado pelo amigo de infância Jules Vercel, carregou vinte frascos e adentrou os campos para a coleta do ar ambiente (Garozzo, 1974, p. 97-98). Em fevereiro de 1894, Pasteur recebe com tristeza a comunicação da morte de seu querido amigo de infância Jules Vercel (Debré, 1995, p. 546). Ao saber do falecimento, Pasteur escreve à esposa de Jules: “Minha esposa e meus filhos esconderam de mim por alguns dias a perda cruel que você acabou de sofrer, sabendo bem a profunda tristeza que eu experimentaria. Durante todo o inverno este querido amigo passou por uma cruel provação. Eu senti muito, do fundo do meu coração. Agora eu choro por ele, o melhor dos homens e o mais fiel dos amigos” (Ref. https://ader.auction.fr/_fr/lot/louis-pasteur-las-paris-27-fevrier-1894-a-mme-jules-vercel-a-arbois-frac34-page-13987739#.YC96I-hKjnY ). Mais informações: https://www.confrerie-royal-vin-jaune.fr/Mystn-rieux-vin-jaune-17.html Charles Chappuis 1822-1897 Filósofo francês. Inspetor Geral Honorário da Educação Primária em 1894. Amigo de Pasteur desde a época dos estudos no Collége Royal de Besançon. “É o único capaz de tirar Pasteur do mutismo e diverti-lo” (Debré, 1995, p. 41). Este grande amigo de Pasteur é filho do tabelião de Saint-Vit. Pasteur sente-se bem com "esse camarada pouco expansivo e aprecia sua tenacidade e autoridade, quando ambos mergulham em seus deveres de filosofia" (Debré, 1995, p. 41). Pasteur e Chappuis têm uma excelente relação afetiva e intelectual. Compartilham leituras e deveres de filosofia. Aos 17 anos, Pasteur vai com Chappuis para Paris estudarem no Liceu Saint-Louis e se prepararem para o concurso da École Normale Superieure. Aloja-se novamente no Instituto Barbet (senhor do Franco-Condado). Gostavam de passar os finais de semana em uma biblioteca, lendo obras filosóficas. Fizeram raros passeios pela cidade. Chappuis torna-se filósofo, doutor em Letras, professor de Filosofia da Faculdade de Letras de Besançon e escritor. “Chappuis vai tornar-se, na vida, o amigo privilegiado e confidente de Pasteur, respeitando suas escolhas e guiando as suas ambições” (Debré, 1995, p. 41). Ref. https://data.bnf.fr/en/10429857/charles_chappuis/ Pierre-Augustin Bertin 1818-1884 Físico francês. Amigo de Pasteur desde o tempo do Collège Royal de Besançon, onde Pasteur vai estudar aos 17 anos, diplomando-se bacharel em Letras. Bertin estudará com Pasteur na École Normale Supérieure em Paris e se tornará professor de Física na Faculdade de Estrasburgo. Bertin foi companheiro jovial e agradável, sempre fiel ao amigo. Foi um dos únicos amigos capazes de divertir o introvertido Louis Pasteur, se tornando companhia inseparável. Torna-se professor de Física na Faculdade de Estrasburgo. Pasteur chega a Estrasburgo em 22/01/1849. "Assim que desembarca, instala-se na casa de Pierre-Augustin Bertin, no cais des Pêcheurs, a alguns passos da faculdade" (Debré, 1995, p. 79). Bertin receberá o cientista na cidade e o apresentará ao reitor da Universidade, Aristide Laurent, o futuro sogro de Pasteur. Em Paris, também ajudará Louis na seleção dos estagiários para o laboratório na Rua Ulm. Jules Marcou 1824-1898 Geólogo francês. Trabalhou vários anos com Louis Agassiz (1807-1873) nos Estados Unidos. Jules Marcou nasceu no Jura, colega de classe em Besançon, amigo por toda vida de Louis Pasteur. Pasteur faz seu desenho em pastel, de uniforme escolar. Como geólogo, Marcou participa da exploração científica das Montanhas Rochosas nos EUA. Ainda jovem, publicou o primeiro Mapa Geológico dos Estados Unidos (1853) e posteriormente o Mapa Geológico da Terra (1861 e 1875), que teve grande sucesso. Torna-se professor na Universidade de Harvard. Em fevereiro de 1893, devido às sequelas do AVC, Marie Pasteur escreve a Jules Marcou: "Caro senhor Marcou, seu amigo Pasteur continua a passar bem, mas precisa se resignar a deixar de lado todo o trabalho cansativo. Ele se interessa pelo trabalho dos outros. É com prazer que ainda comparece às Academias. Solícito, observa seus netos crescerem, e, com os cuidados que deve dispensar à saúde, o tempo passa sem muita dificuldade" (Debré, 1995, p. 546). Próximo Grupo

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