top of page

Resultados da Busca

66 resultados encontrados com uma busca vazia

  • École Normale Supérieure | Pasteur Brasil

    École Normale Supérieure Pasteur é reprovado no 1º exame para a conquista do baccalauréat em ciências. Esse fracasso o fará se dedicar de modo mais determinado e menos orgulhoso aos estudos. Louis sente-se inclinado às realizações práticas, e pensa, naquele momento, que seria melhor tornar-se engenheiro em vez de professor. Começa a se preparar concomitantemente para a École Polytechinique e para a École Normale Supérieure (ENS), mas o que o faz desviar da primeira opção é o aspecto militar, pois não está disposto a servir à bandeira. Volta-se para o objetivo inicial das ciências. É admitido para a 2ª fase dos exames, mas insatisfeito com a 15ª colocação dentre 22 candidatos, prefere não fazer as provas e se preparar melhor para a reapresentação no ano seguinte. Decide realizar novo ano preparatório em Paris, e não mais em Besançon. A habituação local junto ao amigo Chappuis o ajudará a superar o antagonismo repulsa-atração pela capital francesa. Em Paris, assiste às aulas no Collège Saint-Louis e também atua como professor particular de matemática elementar a colegas igualmente instalados no Instituto Barbet. Pasteur nem pensa em se distrair com a vida parisiense. Interessa-se por assistir às aulas ministradas na Sorbonne pelo químico Jean-Baptiste Dumas (1800-1884). O curso atrai um público considerável, de até 700 pessoas. A força deste exemplo o fará perceber a importância de ser capaz de cativar um auditório. Este primeiro contato com a química será decisivo na escolha profissional de Pasteur, que seguirá admirando Dumas por toda a vida. Este respeitável químico se tornará seu mentor, peça-chave de diversas pesquisas científicas vindouras e também grande amigo. Em 1843, Pasteur é admitido na E. Normale em 4º lugar. Solicita e obtém permissão para morar nesta École. Diariamente se dedica a 12h de estudos, incluindo conferências e trabalhos práticos. Durante os 3 anos na ENS, Pasteur estuda e trabalha sem parar. O amigo Chappuis o arrasta para passeios forçados no Jardim de Luxemburgo, mas as conversas só dizem respeito às aulas e às experiências em andamento. As primeiras experiências científicas vitoriosas enquanto aluno o motivavam a fazer parte da engrenagem universitária de compartilhamento de saberes. Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. PICHOT, André. Louis Pasteur: écrits scientifiques et médicaux. Paris, França: Flammarion, 2012. ENS situada na Rua d'Ulm em Paris. Louis Pasteur aos 21 anos, época em que ingressou na ENS. Sorbonne Université Sorbonne Université Pasteur se inspira em Jean-Baptiste Dumas, em sua eloquência e capacidade de cativar um auditório. Dumas torna-se um mentor para Pasteur, além também de um grande amigo. Seu afeto por Pasteur é evidente nas correspondências. Ao ingressar futuramente na Academia de Ciências, é Dumas quem apresenta Pasteur a Napoleão III. Busto Jean-Baptiste Dumas. Entrada histórica da École Normale Supérieure. Ingresso na École Normale Suérieure em 1843. Um dos acessos ao Jardim de Luxemburgo. Passeio do Jardim de Luxemburgo Jardim de Luxemburgo Continue lendo a biografia

  • Casamento | Pasteur Brasil

    Casamento e filhos Pasteur escreve ao amigo Chappuis dizendo que quando viu Marie pela primeira vez, sentiu que havia encontrado a sua companheira de vida. “Creio que serei muito feliz com ela. Tem todas as qualidades que eu poderia desejar em uma mulher” (Báez, 1995, p. 463). O casamento ocorre em 1849 na Igreja de Santa Madalena. O casal residirá alguns anos em Estrasburgo, na Rue des Veaux. Marie devota-se ao marido e cria, em torno dele, uma vida familiar tranquila, removendo as preocupações materiais. Desde os primeiros dias, a esposa não somente admitiu, mas aprovou que o laboratório vinha acima de tudo. Madame Pasteur era discreta, comedida, circunspecta e autoritária. Caracterizada como uma mulher de ordem e dever, porém alegre e sólida (Perrot & Schwartz, 2017). À noite, escrevia sob o ditado do cientista e lhe provocava explicações, pois se interessava realmente pelas facetas hemiédricas e demais pesquisas em andamento, às quais colaborou. O casal teve 5 filhos, dos quais somente 2 sobreviveram até a idade adulta: Jean-Baptiste e Marie-Louise. A primogênita, Jeanne, falece aos 9 anos de febre tifoide. Jean-Baptiste (1851-1908) é o segundo filho, cujo nome foi escolhido em homenagem ao amigo cientista Jean-Baptiste Biot, o qual também foi seu padrinho. Aos 18 anos, este filho contrai febre tifoide, mas sobrevive. Torna-se diplomata em Roma, Copenhague, Madrid e Atenas. Cécile falece aos 12 anos, também de febre tifoide, doença infecciosa que levou a morte de incontáveis pessoas no curso da história. Marie-Louise (1858-1934), apelidada Zizi, recebe o nome da junção dos pais. Será grande companheira e colaborará, assim como a mãe, em futuros experimentos e atividades de laboratório de Pasteur. Camille, a última filha, não sobrevive a um tumor de fígado, aos 2 anos de idade. O falecimento de três filhos, em plena infância, abalou Pasteur. Ao longo dos anos, observa-se o quanto o cientista irá se dedicar à identificação dos agentes patogênicos e ao combate às doenças infectocontagiosas. Referências: BÁEZ, Manuel Martínez. Vida y Obra de Pasteur. 2ª ed. México, DF: 1995. DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René. Pasteur e a Ciência Moderna. São Paulo, SP: Edart, 1967. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. PASTEUR VALLERY-RADOT, Louis. Images de la Vie et de l´ Œ uvre de Pasteur. Paris, França: Flammarion, 1956. PERROT, Annick; SCHWARTZ, Maxime. Louis Pasteur le Visionnaire. Paris, França: Éditions de la Martinière, 2017. Webgrafia: https://phototheque.pasteur.fr/ Retrato de Marie Pasteur exposto na Maison Pasteur na cidade de Arbois, França. Sinalização em frente à Igreja Santa Madalena, na cidade de Estrasburgo, onde ocorreu o casamento do casal Pasteur em 29/05/1849. Placa sinalizadora da Rue des Veaux, em Estrasburgo, onde o casal residiu naquela cidade. Fachada da moradia do casal, composto por conjunto de apartamentos. Sinalização na fachada residencial. Três dos filhos de Pasteur, em fotografia do ano de 1862. Da esquerda para a direita: Jean-Baptiste, Cécile e Marie-Louise. Cécile Pasteur, em algum ano antes de sua morte, aos 12 anos, devido à febre tifoide. Madame Pasteur e Camille em 1864. A criança faleceu aos 2 anos de idade, devido a um tumor no fígado. Marie-Louise Pasteur, na época do seu casamento com René Vallery-Radot, em 1879. Jean-Baptiste Pasteur, filho do casal, em uniforme militar. Engajou-se voluntariamente em 1870 na guerra Franco-Alemã. Continue lendo a biografia

  • Políticos | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Políticos Charles-Louis-Napoléon Bonaparte (Napoléon III) 1808-1873 Napoleão III, também chamado (até 1852) Louis-Napoléon, nome completo Charles-Louis-Napoléon Bonaparte, nascido Paris e falecido em Chislehurst, Kent, Inglaterra, sobrinho de Napoleão I, foi presidente da Segunda República da França (1850 a 1852) e imperador dos franceses (1852 a 1870). Devido à extensão da biografia de Napoleão III, sugere-se consultar os links referentes a "mais informações". Em ano seguinte à sua eleição para a Academia de Ciências, Pasteur é apresentado a Napoleão III, por Jean-Baptiste Dumas, segundo o costume da época ao ingressar na Academia. Naquele mesmo ano, Ildefonse Favé, oficial da ordem de Napoleão III, sugere que o imperador proponha a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho. Pasteur aceita o pedido, mas recusa qualquer ajuda financeira (Debré, 1995, p. 245-246, 254). Dois anos depois, Napoleão III disse ter muito interesse em se manter informado do andamento das pesquisas e o convida para passar uma semana no castelo de Compiègne (Debré, 1995, p. 246). É realizada uma demonstração aos imperadores ao microscópio, com amostras de vinho (Debré, 1995, p. 251). Em 1863, Pasteur escreve a Napoleão III dizendo que “é chegado o tempo de libertar as ciências experimentais das misérias que as entravam” (Debré, 1995, p. 166). No dia seguinte, o imperador pede a Victor Duruy, Ministro da Instrução Pública, que empreenda a construção de um novo laboratório na Rua Ulm. Contudo surgem obstáculos para a continuidade da obra, pois os créditos suplementares que a construção exige são recusados pela administração. Encontra-se dinheiro para levantar a Ópera Garnier, mas não para a pesquisa científica. Pasteur fica indignado e, em 1868, prepara um artigo denominado “O orçamento da ciência” para o jornal Le Moniteur a fim de mobilizar a opinião pública. Em um dos trechos ele diz: “suprimam os laboratórios, e as ciências físicas se tornarão a imagem da esterilidade da morte”. Algumas semanas depois, o imperador reúne todos os membros do governo e um conjunto de cientistas, inclusive Pasteur. Napoleão III convida cada um a se exprimir. Pasteur recorda a criação da função de estagiário e fala em seguirem o exemplo da Alemanha, onde inclusive eles moram nas proximidades do seu laboratório (Debré, 1995, p. 166-168). Ref. https://data.bnf.fr/fr/12462544/napoleon_3/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Napoleon-III-emperor-of-France Mais informações: https://www.napoleon.org/en/young-historians/napodoc/napoleon-iii-emperor-of-the-french-1808-1873/ Ildefonse Favé 1812-1894 General francês de artilharia. Ajudante de campo do imperador Napoleão III. - Membro da Academia das Ciências (eleito em 1876). Natural de Dreux, França, foi general de artilharia, comandante da Escola Politécnica Imperial, ajudante de campo do imperador e membro da Academia das Ciências (eleito em 1876). Favé passou pela Escola de Aplicação Metz e se tornou tenente de artilharia. Em 1841, ele publicou um Novo Sistema para a Defesa de Fortalezas e foi destacado para a Manufatura de Armas de Tule. Em 1845, foi vice-diretor das oficinas de precisão do depósito central de artilharia; ele publicou uma História Tática das Três Armas. Em 1846, ele publicou o primeiro volume de Estudos sobre o Passado e o Futuro da Artilharia, escrito por Louis-Napoleón durante sua detenção em Fort Ham; em 1847, ele estudou um novo modelo de rifle. Louis-Napoléon, que se tornou Presidente da República em 1848, chamou Favé que publicou seu Novo Sistema de Artilharia em 1850. Em seguida, foi enviado em uma missão de estudos à Inglaterra, Holanda e Bélgica para avaliar seus equipamentos. Artilharia (fabricação de explosivos e organização de fábricas de armas). Em seu retorno, nomeado professor de arte militar na École Polytechnique, ele se tornou o oficial ordenado de Luís Napoleão em 1852 e depois o líder de seu esquadrão. Em 1853, durante a Guerra da Crimeia, ele desenvolveu navios de guerra flutuantes a vapor para o ataque ao porto de Kronstadt, três dos quais foram usados em Sebastopol em 1855. Chefe do gabinete militar de Napoleão III durante a campanha da Itália, ele depois trabalhou na artilharia de canhão rifled e criou as primeiras metralhadoras. Coronel em 1859, general de brigada em 1865, Favé foi nomeado comandante da École Polytechnique em 1865 e juntou-se ao estado-maior do imperador em 1870, onde participou na defesa de Paris. Ele mudou-se para o quadro da reserva em 1874. Em 1876, foi eleito para a Academia de Ciências. Professou arte militar na Polytechnique de 1874 a 1882. Publicou, além das obras citadas acima, entre outras: O exército francês desde a guerra, 1874-1875; Curso de Arte Militar, 1877 e 1878-1879. Em 1870, Favé, comandante da Escola, participou da defesa de Paris. Em 1855, Ildefonse Favé, então oficial ordenado do imperador e professor na École Polytechnique, apoiou o trabalho de Henri Sainte-Claire Deville (1818-1881) com o imperador. Ildefonse Favé apoiará outros cientistas, que também contarão com a ajuda financeira do imperador, incluindo dois próximos a Sainte-Claire Deville, Louis Pasteur (1822-1895) e Léon Foucault (1819-1868). Ildefonse Favé, oficial da ordem de Napoleão III, sugere que o imperador proponha a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho. Pasteur aceita o pedido, mas recusa qualquer ajuda financeira (Debré, 1995, p. 245-246, 254). Ref. https://data.bnf.fr/fr/13486599/ildefonse_fave/ Mais informações: https://www.polytechnique.edu/bibliotheque/fr/1865-fave-ildefonse-dreux-1812-paris-1894 Jean-Victor Duruy 1811-1894 Político e historiador francês. Agrégé d'histoire (1833). Doutor em Letras (1853). Professor de História no Lycée Henri IV em Paris. Inspetor Geral da Educação Secundária (1862). Ministro da Instrução Pública (1863-1869). Senador (1869-1870). Membro da Académie des Inscriptions et Belles-Lettres (eleito em 1873), Academy of Moral and Political Sciences (eleito em 1879), Académie française (eleito em 1884). Victor Duruy, natural de Paris, França foi um acadêmico francês e funcionário público que, como ministro nacional da educação ( 1863-69), iniciou reformas extensas e controversas. Ele foi professor em Reims e Paris e, como ministro da instrução pública (1863-1869) sob Napoleão III, incentivou a adoção do princípio da educação primária obrigatória gratuita. Sua obra mais conhecida é sua Histoire des Romans (7 vol., 1870-85; tr., 8 vol., 1883), mas ele também escreveu outras histórias populares, notadamente da Grécia e da França. Victor Duruy foi um interlocutor muito próximo de Pasteur, construindo uma verdadeira relação de amizade. Inclusive, a filha de Duruy, Hélène, era colega de Cécile, filha de Pasteur que faleceu ainda criança. A passagem de Duruy no Ministério da Instrução Pública ficará marcada pela atenção e ajuda concedida aos cientistas, não só a Pasteur. Ele é responsável por criar o decreto generalizando a criação de laboratórios de pesquisa nas faculdades, devido à forte influência de Pasteur. Ambos tinham a convicção de que a ciência constitui uma parte essencial do patrimônio nacional, e Duruy ajuda a vencer obstáculos administrativos para desbloquear o crédito para a finalização do laboratório de química fisiológica (Debré, 1995, p. 168-170). Duruy vela pelo ingresso de Pasteur na Legião de Honra e faz com que seja atribuído um prêmio pelos seus trabalhos sobre a fermentação do vinho, por ocasião da Exposição Universal de 1867. Nesta ocasião, Pasteur divide as honras com 63 outras pessoas, dentre as quais Ferdinand de Lesseps, que recebe uma imensa ovação pelo seu projeto de um canal ligando o Mar vermelho ao Mediterrâneo. Pasteur naquela época, ainda não era conhecido (Debré, 1995, p. 170-171). Ref. https://data.bnf.fr/en/12453369/victor_duruy/ Ref. https://www.encyclopedia.com/reference/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/duruy-victor Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Victor-Duruy Mais informações: https://www.jstor.org/stable/286006?seq=1 Mathilde Laetitia Wilhemine Bonaparte 1820-1904 Mathilde Bonaparte, filha de Jerônimo Bonaparte (1784–1860), rei da Westfália (irmão mais novo de Napoleão) e Catarina de Wurttemberg (1783–1835); irmã do Príncipe Napoleão (Plon-Plon) e sobrinha de Napoleão I, imperador da França. Casou-se em 1840 com o Príncipe Anatole Demidoff, Príncipe de San Donato (1813-1870). Ela passou os primeiros anos de sua infância em Roma e quase se casou com seu primo Luís Napoleão em 1836, mas o noivado foi rompido após o fracasso do golpe de Estrasburgo. Casada em 1840 com o príncipe russo Anatoli Demidoff de San Donato, ela se separou dele em 1845 e se estabeleceu em Paris. Lá ela manteve um salão de renome frequentado pela elite intelectual e artística do Segundo Império. Ela organizava jantares de homens de letras às quartas-feiras, onde se podia conhecer escritores como Sainte-Beuve, Ernest Renan, Émile Littré, Guy de Maupassant, Gustave Flaubert, Théophile Gautier, Alexandre Dumas ou François Coppée. Também convidou jornalistas como Émile de Girardin, Doutor Véron, diretor do Constitutionnel, ou Villemessant, fundador do Le Figaro. Os cientistas não foram esquecidos: Louis Pasteur, Claude Bernard ou Marcelin Berthelot. A princesa Mathilde foi extremamente influente durante o Segundo Império por causa de sua estreita amizade com seu primo Napoleão III. Por volta de 1863, Pasteur vai ao salão da princesa Mathilde. Lá fala da necessidade de uma reforma na produção do vinho ou do vinagre e queixa-se da pouca consideração de que dispõem os laboratórios e da inércia dos poderes públicos. No fundo esta é a intenção de Pasteur ao comparecer nestas ocasiões. O resultado obtido é a criação de uma cátedra de física e química aplicadas na École de Belas Artes, onde leciona para estudantes de arquitetura, onde fala bastante de higiene e do mal emprego da ventilação (Debré, 1995, p. 152-153). Ref. https://data.bnf.fr/en/12071715/mathilde_bonaparte/ Ref. https://histoire-image.org/fr/etudes/salon-princesse-mathilde Mais informações: https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/mathilde-1820-1904 Pedro de Alcântara... de Bragança (Dom Pedro II) 1825-1891 Dom Pedro II foi o segundo e último Imperador do Brasil. Nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, no dia 02 de dezembro de 1825. Filho do Imperador Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Maria Leopoldina, recebeu o nome de Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bebiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança. Tornou-se príncipe regente aos cinco anos de idade, quando seu pai, Dom Pedro I, abdicou do trono. Aos 15 anos foi declarado maior e coroado Imperador do Brasil. Seu reinado teve início no dia 23 de julho de 1840 e terminou no dia 15 de novembro de 1889, quando foi proclamada a República. D. Pedro II acompanhava com grande interesse os trabalhos de Pasteur, e desejava que o Brasil seguisse os passos do cientista. Durante os anos 1880 eles trocam algumas cartas. Pedro II preocupa-se particularmente com a febre amarela e em uma carta de 1882 escreve “espero que não se esqueça das pesquisas de micróbios da febre amarela, descobrindo-lhe uma vacina”. O imperador brasileiro desejava muito a vinda de Pasteur para o Brasil, o que não ocorreu devido à idade avançada de Pasteur e as sequelas do AVC. Em 1886, Pedro II confere a Pasteur a “Ordem da Rosa” pelo serviço prestado à humanidade ( Lima; Marchand, 2005, p. 17, 25 ) . Em 1884, em carta a Dom Pedro II, Pasteur participa ao imperador do Brasil que até aquele momento ainda não havia efetuado nenhuma experiência com humanos. Verifica a possibilidade de no dia da execução da sentença de morte dos condenados (que ele pensava existir), ser oferecida a escolha de ter uma morte iminente ou a possibilidade de participar de um experimento científico que consistiria em inoculações preventivas da raiva, de modo a tornar-se refratário à doença. Disse: “No caso de ser salvo, e estou persuadido de que isso aconteceria, como garantia para a sociedade que condenou o criminoso, eu o submeteria a uma vigilância para o resto da vida” (Debré, 1995, p. 484). Mais informações: https://www.encyclopedia.com/humanities/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/pedro-ii-brazil-1825-1891 Mais informações: https://www.ebiografia.com/dompedro_ii/ Frederick Hamilton-Temple-Blackwood (Lord Dufferin) 1826-1902 Frederick Hamilton-Temple-Blackwood, nasceu em Florença, Itália, e faleceu perto de Belfast, Irlanda. Foi primeiro marquês de Dufferin e AVA. Ele se destacou como diplomata, especialmente como embaixador britânico em São Petersburgo e como governador-geral do Canadá, o que levou à sua nomeação como vice-rei da Índia (1884 - 1896). Após, foi embaixador britânico em Paris (1891 – 1896). Lord Dufferin, enquanto embaixador britânico em Paris, escreveu às autoridades britânicas na Índia sugerindo que fossem oferecidas instalações a Waldemar Haffkine, bacteriologista ucraniano do império da Rússia, que iniciou os seus experimentos sobre a cólera no Instituto Pasteur, para continuar seus estudos de cólera naquele local. Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Frederick-Temple-Hamilton-Temple-Blackwood-1st-Marquess-of-Dufferin-and-Ava Mais informações: https://www.encyclopedia.com/international/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/dufferin-lord Gustave Rouland 1806-1878 Gustave Rouland, nascido em França, foi deputado por Dieppe, Seine-Maritime (1846), vice-presidente do Senado (1863) Ministro da Educação Pública (1856-1863), Advogado-Geral no Tribunal de Cassação, Presidente do Conselho de Estado (1863) e Governador do Banque de France (1863-1878). Deputado de 1846 a 1848, senador do segundo império, ministro senador de 1876 a 1878, nascido em Yvetot (Seine-Inférieure) em 1º de fevereiro de 1806, falecido em Paris em 12 de dezembro de 1878, estudou no colégio de Rouen, seu direito a Paris, foi admitido como advogado em 1827, entrou no judiciário como juiz no tribunal des Andelys e, sucessivamente, tornou-se procurador-adjunto do rei em Louviers (1828), em Evreux (1º de junho de 1831), procurador do rei em Dieppe (1º de outubro após), procurador-geral adjunto em Rouen, procurador-geral adjunto no tribunal (17 de janeiro de 1835), advogado-geral (1 de novembro de 1838) na mesma cadeira, procurador-geral em Douai (28 de abril de 1843). Eleito em 1º de agosto de 1846, deputado do 7º colégio de Seine-Inférieure (Dieppe) por 268 votos em 490 eleitores e 517 registrados, contra 221 do senhor Levavasseur, foi majoritário, falou sobre questões legislativas, e foi nomeado, em 23 de maio de 1847, advogado-geral no Tribunal de Cassação: nesta ocasião, os seus eleitores renovaram o seu mandato legislativo por 314 votos em 441 eleitores. M. Rouland renunciou ao cargo de magistrado na revolução de fevereiro de 1848, foi reintegrado em suas funções em 10 de julho de 1849 e foi nomeado procurador-geral no tribunal de Paris em 10 de fevereiro de 1853. Ele falou, nesta qualidade, em negócios de os enredos da Opéra-comique e do Hipódromo, no dos correspondentes estrangeiros, de Pianori, etc. Com a morte de M. Fortoul, o imperador confiou-lhe a pasta de Educação Pública e Culto (13 de agosto de 1856-24 de junho de 1863): ele modificou o chamado sistema de bifurcação, inaugurou a educação profissional, fundada por M. Renan assumiu a cadeira de lingüística comparada no Collège de France (11 de janeiro de 1862) e suspendeu o curso no dia seguinte à aula de abertura (18 de janeiro) por "ataques às crenças cristãs". Como Ministro da Religião, ele tentou impedir o movimento dos bispos em favor do Papa (1860); ao Senado, onde havia sido convocado pelo Imperador em 14 de novembro de 1857, respondeu ao Arcebispo de Bordéus, em 1865, na discussão do Discurso, que a camarilha da Ency e o Syllabus eram apenas uma resposta à convenção de 25 de setembro, a vingança do partido ultramontano, cuja influência crescia a cada dia; em 1867, discursou contra o ensino gratuito, dizendo que "o professor deveria ser amigo da ordem pública, amigo do governo", e que era preciso deixar aos prefeitos o direito de escolher e nomeá-los. Na mesma discussão, em uma alusão ao Sr. Renan, o Sr. Rouland afirmou que este último, antes de sua nomeação, havia feito compromissos condicionais com o Ministro que não havia cumprido; M. Renan se opôs a esta alegação, no Journal des Débats no dia seguinte, uma negação formal. M. Rouland foi nomeado Ministro que preside o Conselho de Estado (18 de outubro de 1863 - 27 de setembro de 1864), membro do Conselho Superior da Educação Pública (7 de novembro), Governador do Banque de France (28 de setembro de 1864) ; ele foi vice-presidente do Senado desde o ano passado. Em 5 de junho de 1871, foi chamado ao cargo de Procurador-Geral do Tribunal de Contas. Mas o Sr. Ernest Picard, nomeado em seu lugar Governador do Banque de France, tendo recusado este cargo, o Sr. Rouland foi reintegrado nessas funções no dia 29 de dezembro seguinte. Conselheiro geral do cantão de Yvetot, secretário e presidente da assembleia departamental, foi eleito, em 30 de janeiro de 1876, senador de Seine-Inferior por 495 votos em 868 eleitores; sentou-se à direita bonapartista, concedeu a dissolução da Câmara solicitada pelo gabinete de 16 de maio, lutou contra os ministérios republicanos com seus votos e morreu durante a legislatura. Grã-cruz da Legião de Honra (14 de agosto de 1862). Temos dele: Discursos e acusações (1804). No final de 1859, Pasteur não tinha a mínima subvenção para ins talar-se na Rua Ulm. Escreveu a Gustave Rouland, então ministro da Instrução Pública a fim de chamar a atenção para os benefícios que poderiam ser extraídos de um estudo completo sobre a doença dos vinhos, solicitando fundos necessários para a instalação e experimentos no laboratório na rua Ulm em Paris : "Acho que obedeço, senhor ministro, a uma parte de suas instruções, con sagrando todo o tempo de que disponho aos progressos da ciência." Era uma maneira indireta de pedir os fundos necessários destinados à instala ção de um rico material. Responderam-lhe que os créditos deveriam ser "inteiramente consagrados à conservação dos edifícios e não à execução dos trabalhos que a conveniência das pessoas alojadas nesse edifícios reclama". De tanto insistir, Pasteur acabou, entretanto, obtendo alguns subsídios. Mas só podia tratar-se de uma instalação provisória. Todavia, o equipamento de que Pasteur precisava na época era modes to. Suas pesquisas sobre a fermentação só exigiam uma estufa, um micros cópio, produtos químicos, recipientes de vidro. Mas, se o Ministério quises se dar algum dinheiro para a reparação da água-furtada, claro estava que era impensável assegurar os respectivos equipamentos ou o funcionamento: "Não há orçamento ad hoc que nos permita subvencionar cinqu enta cêntimos para os seus gastos com experiências." Foi, portanto, com seu próprio salá rio que Pasteur teve de equipar e manter seu laboratório. Tal instalação lhe custou cerca de dois mil francos, soma considerável para a época (Debré, 1995, p. 161, 551). Ref. https://data.bnf.fr/fr/15587634/gustave_rouland/ Ref. https://www.senat.fr/senateur-3eme-republique/rouland_gustave1602r3.html Marie-François-Sadi Carnot 1837-1894 Político francês. Presidente da República Francesa (1887-1894). Ex-aluno da École Polytechnique. Filho de: Carnot, Hippolyte (1801-1888). Sadi Carnot, nome completo Marie-François-Sadi Carnot, natural de Limoges, França foi um engenheiro e político francês que se tornou estadista e serviu como presidente (1887-94) da Terceira República. Carnot era um engenheiro que se tornou estadista que serviu como quarto presidente (1887-94) do Terceiro República até ser assassinado por um anarquista italiano. Carnot era filho de um deputado de esquerda (Hippolyte Carnot) que era um vigoroso oponente da Monarquia de Julho (depois de 1830) e neto de Lazare Carnot, o famoso “Organizador da Vitória” da Revolução Francesa. Ele se formou como engenheiro na École Polytechnique e depois na École des Ponts et Chaussées (Escola de Pontes e Rodovias). Sadi Carnot comparece à cerimônia de inauguração do Instituto Pasteur (1888) e ao Jubileu de 70 anos de Pasteur (1892). Carnot disse “não faltarei, vosso Instituto é uma honra para a França” (Masi, 1999, p. 111). Ref. https://data.bnf.fr/en/12466621/sadi_carnot/ Ref.: https://www.britannica.com/biography/Sadi-Carnot María Eugénia Ignacia Augustina de Montijo de Guzmán 1826-1920 Eugénia ou Eugénie (em francês), condessa de Teba, era natural de Granada, Espanha. Esposa de Napoleão III e imperatriz da França (1853-70), que passou a ter uma influência importante na política externa de seu marido. Eugénie era filha de um nobre espanhol que lutou ao lado da França durante a Guerra Peninsular de Napoleão I na Espanha, Eugénie foi para Paris quando Luís Napoleão se tornou presidente da Segunda República em dezembro de 1848. Eles se casaram em janeiro de 1853, depois que ele se tornou imperador Napoleón III. A estada de Pasteur na propriedade imperial em parte da tempo de pesquisa das doencças do bicho-da-seda, coroa, simbolicamente, um estudo empreendido pelo governo de Napoleão III, e por isso, o cientista dedica a publicação de seu trabalho à imperatriz Eugénia, escrevendo “a imperatriz dignou-se a se interessar pelas minhas primeiras observações e convidou-me a continuá-la ao me dizer que a maior grandeza da ciência está em seus esforços para estender o círculo de suas aplicações benéficas. Fiz, então, Vossa Majestade, uma promessa que procurei cumprir durante cinco anos de perseverantes pesquisas” (Debré, 1995, p. 243). Ref. https://data.bnf.fr/en/13013975/eugenie/ Ref.: https://www.britannica.com/biography/Eugenie Ferdinand Marie de Lesseps 1805-1894 Natural de Versailles, França, foi diplomata e administrador, presidente da Compagnie de l'isthme de Suez e membro da Academia Francesa (eleito em 1884). Ferdinand de Lesseps nasceu em 19 de novembro de 1805 em uma família de diplomatas de carreira franceses. Ele seguiu a mesma profissão e, no início de sua carreira, foi enviado para a Tunísia e o Egito. No Egito, ele fez amizade com Said Pasha, filho do vice-rei. De Lesseps ficou fascinado com as culturas do Mediterrâneo e do Oriente Médio e com o crescimento do comércio da Europa Ocidental. Depois de postagens na Espanha e na Itália, em 1849 ele se aposentou após um desentendimento com o governo francês. Em 1854, seu amigo Said Pasha tornou-se o novo vice-rei do Egito. De Lesseps retornou imediatamente ao Egito, onde foi recebido calorosamente e, logo em seguida, permissão para iniciar as obras no Canal de Suez. De Lesseps inspirou-se lendo sobre Napoleão ' O esquema de De Lesseps foi apoiado por uma comissão internacional de engenheiros, mas não conseguiu obter o apoio do governo britânico, apesar de De Lesseps fazer uma série de viagens a Londres. Ele perseverou e acabou atraindo apoio financeiro do imperador francês Napoleão III e de outros. De Lesseps não era um engenheiro - sua conquista consistiu em organizar o apoio político e financeiro necessário e em fornecer o suporte técnico necessário para um projeto tão grande. A construção começou em abril de 1859 e o Canal de Suez foi inaugurado em novembro de 1869. As atitudes britânicas mudaram quando o canal foi considerado um sucesso e de Lesseps foi tratado como uma grande celebridade em sua visita subsequente à Grã-Bretanha. Em 1875, o governo egípcio vendeu suas ações no canal e o primeiro-ministro britânico, Benjamin Disraeli. Em seu 74º ano, de Lesseps começou a planejar um novo canal no Panamá. Em 1879, um congresso internacional foi realizado em Paris, que escolheu o caminho para o Canal do Panamá e nomeou de Lesseps como líder do empreendimento. O trabalho começou em 1881, mas o canal revelou-se muito mais complicado de construir do que o Canal de Suez. Depois de oito anos, pouco progresso parecia ter sido feito (acabou sendo concluído em 1914). Um tribunal francês considerou De Lesseps e seu filho Charles culpados de má administração. Ambos foram multados pesadamente e condenados à prisão. No caso, de Lesseps não foi para a prisão, mas seu filho pagou pelos erros de julgamento do pai idoso com um ano de prisão. De Lesseps morreu em 7 de dezembro de 1894. Na ocasião da Exposição Universal de 1867, Pasteur divide as honras com 63 outras pessoas, dentre as quais Ferdinand de Lesseps, que recebe uma imensa ovação pelo seu projeto de um canal ligando o Mar vermelho ao Mediterrâneo. Pasteur naquela época, ainda não era conhecido (Debré, 1995, p. 170-171). Em 1881, Pasteur parece não duvidar da própria eleição para a Academia Francesa, quaisquer que sejam os outros candidatos. Vários nomes são citados para ocupar a vaga, a exemplo de Ferdinand de Lesseps (Debré, 1995, p. 419-420). Ref.: https://data.bnf.fr/fr/12068024/ferdinand_de_lesseps/ Ref. http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/de_lesseps_ferdinand.shtml Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Ferdinand-vicomte-de-Lesseps Jean-Baptiste-André Dumas 1774-1862 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Ao ingressar na Academia de Ciências, é Dumas quem apresenta Pasteur a Napoleão III. Dumas consegue a subvenção à viagem de pesquisa de Pasteur 1852, que foi considerada uma missão oficial aos laboratórios alemães. Na volta, Pasteur escreve agradecendo ao amigo, pois a viagem teria sido impossível sem esse apoio financeiro. Afirma que para agradecer-lhe a confiança, vai trabalhar “tanto quanto lhe for humanamente possível” (Debré, 1995, p. 93). Em 1865, a pedido de Jean-Baptiste Dumas, Pasteur vai se dedicar às pesquisas do bicho-da-seda. Dumas era Ministro da Agricultura e Comércio e precisava redigir um relatório para o Senado sobre o flagelo que dizimava a indústria sericícola na França. Dumas solicita então a cooperação de Pasteur para salvar a seda. Pasteur inicialmente hesita. Entende que o objetivo da pesquisa é nobre, mas se sente embaraçado, pois nunca havia antes tocado em um bicho-da-seda. De todo modo, escreve que teria remorsos em recusar a proposta devido a toda bondade que Dumas já havia dispensado a ele, e se dispõe a enfrentar este desafio (Debré, 1995, p. 202; Dubos, 1967a, p. 184). Próximo Grupo

  • Doenças do Bicho-da-Seda | Pasteur Brasil

    Doenças do Bicho-da-Seda Em 1865, a pedido de Jean-Baptiste Dumas, Pasteur vai se dedicar às pesquisas do bicho-da-seda. Dumas era Ministro da Agricultura e Comércio e precisava redigir um relatório para o Senado sobre o flagelo que dizimava a indústria sericícola na França. Ele solicita, então, a cooperação de Pasteur para salvar a seda (Debré, 1995, p. 203). Pasteur inicialmente hesita. Entende que o objetivo da pesquisa é nobre, mas se sente embaraçado, pois nunca havia antes tocado em um bicho-da-seda. De todo modo, escreve que teria remorsos em recusar a proposta devido a toda bondade que Dumas já havia dispensado a ele, e se dispõe a enfrentar este desafio. Pasteur aceitou o pedido de Dumas, em parte por sua devoção ao mestre. É provável que ele também ansiava pela oportunidade de abordar o campo da patologia experimental, como sugere uma frase de sua carta de aceitação; "Pode ser que o problema ... se enquadre nos meus estudos atuais." Há muito ele previa que seu trabalho com fermentação teria consequências para o estudo dos processos fisiológicos e patológicos do homem e dos animais, mas sua falta de hábito com problemas biológicos foi reconhecida e a insistência de Dumas o ajudou a enfrentar uma experiência que tanto desejava como ele temia (Dubos, 1967a, p. 185). Serão 6 anos dedicados esta pesquisa. Além do sentimento de gratidão ao seu professor, há a possibilidade de salvar uma indústria importante da França, além de pesquisar a possível intervenção do micróbio em seres vivos . As doenças do bicho-da-seda permitirão Pasteur compreender as causas das epidemias. É dito que a lagarta é que o conduzirá ao homem. Pasteur, juntamente com o seu assistente Duclaux vai até a Sorbonne ter aulas com Claude Bernard. Toma notas, como na época da faculdade, mas não tem muito tempo para isso e opta por formar uma ideia pessoal sobre o assunto e segue viagem ao Gard (Debré, 1995, p. 209). Tem contato com Jean Henri Fabre, entomologista, chamado de Homero dos insetos, onde então pela primeira vez vê um casulo e o sacode perto do ouvido. Fabre fica maravilhado com a segurança de Pasteur que, mesmo sem conhecer o bicho-da-seda, chegava para reabilitá-lo (Debré, 1995, p. 210). Pasteur é criticado pelos sericicultores antes mesmo das primeiras verificações práticas e acham lamentável que o governo tenha confiado a um químico o cuidado de esclarecer uma doença tão misteriosa. Ele vai a Paris com algumas mariposas e crisálidas saudáveis e depois retorna a Alès acompanhado de dois ex-alunos que se tornaram seus assistentes, Désiré Gernez e Eugène Maillot. Mais tarde, Émile Duclaux e Jules Raulin vão também se juntar a eles. Eles se engajam durante vários meses neste projeto e se estabelecem em uma casa que servirá de moradia para todos e que também será transformada em laboratório. Eles viviam em comunidade nesta grande casa, mantida sempre limpa. O trabalho era duro. Levantam-se às 4h30 para observar as larvas e no local era preconizada a mais rigorosa higiene. Duclaux afirma que obviamente eles não eram a cabeça pensante, pois Pasteur guardava para si suas ideias e projetos. Porém, relata que eles acreditavam adivinhá-las e que isso era suficiente para que as milhares de observações microscópicas de todo dia se tornassem atraentes e despertassem interesse. Depois da morte da filha de Pasteur, Cécile, aos 12 anos, a esposa Marie e a filha mais nova, Marie-Louise, vão se juntar a Pasteur em Alès, e elas também participam do trabalho, realizando experiências microscópicas, acompanhamento das criações e colheita das folhas. O filho mais velho, Jean-Baptiste, fica em Paris para estudar. Pasteur introduz o microscópio entre os sericicultores de Alès, e afirma que o método é fácil, e até uma criança é capaz de fazer. Diz: “Há em meu laboratório uma menina pequena de 8 anos de idade que aprendeu a usá-lo sem dificuldade” (Dubos, 1967a, p. 188). Existem aqueles que se convencem e também os céticos que se recusam a aplicar o método e continuam a criticá-lo, preferindo usar outros remédios. A maioria dos jornais de agricultura prática divulgam relatórios, pareceres e testemunhos, a maioria favoráveis a Pasteur. Nesta mesma época, Pierre-Jacques-Antoine Béchamp era professor da Faculdade de Montpellier, e também estudou doenças do bicho-da-seda e, em 6 de junho de 1865, o mesmo dia em que Pasteur deixou Paris para Alès, fez uma comunicação à Société d Agricultura em Hérault, onde presumiu que a pebrina era parasita. Propôs uma remediação que, seja por serem de baixa eficácia, seja por serem mal aplicados, não surtiram efeito. Por muito tempo, Pasteur se opôs a Béchamp, considerando que a pebrina era constitucional e não parasitária e só depois de vários anos é que ele finalmente admitiu essa natureza parasitária. Diz-se que Pasteur ocultou a obra de Béchamp (Brunet, 2017, p. 147-148). Depois de alguns anos, a doença (pebrina) é esclarecida, porém, nem tudo estava resolvido. Depois, Pasteur percebe que havia uma segunda doença no bicho-da-seda, chamada flacidez. Duclaux e os outros colaboradores ficam entusiasmados para recomeçar a identificação e a prevenção da nova doença descoberta. Pasteur, de início está desencorajado. Duclaux escreve “éramos jovens e tínhamos confiança, não em nós, mas nele” (Debré, 1995, p. 227). Procurando por meios de prevenção, Pasteur observa a pequena filha Marie-Louise. Quando ela cria as larvas na lareira vazia da sala de jantar, ele nota que as criações estão sempre saudáveis e acha que é devido à saída de ar pelo duto, então aconselha ventilação (Debré, 1995, p. 232). Por outro lado, os comerciantes de sementes difundem notícias enganosas sobre os métodos de Pasteur para a prevenção das doenças do bicho-da-seda. O sogro de Pasteur demonstra preocupação e escreve a Marie: noticiaram por aqui que o pouco sucesso dos procedimentos de Pasteur causou comoção na população a ponto de obrigá-lo a deixar a cidade, agredido pelas pedras que os habitantes jogavam de todos os lados (Debré, 1995, p. 234). Pasteur escreve ao Ministro da Agricultura, Jean-Baptiste Dumas, em 1868: “... É próprio de todas as novas práticas uma dificuldade para se impor às pessoas interessadas e até inspirar, de início, a inveja de uns e a desconfiança de muitos”. Enquanto o debate sobre o método de sementagem prossegue no sul, Pasteur encontra em Paris um aliado especial: o marecham Vaillant, ministro da casa do Imperador e membro do Instituto da Sociedade Imperial e Central de Agricultura. Ele mesmo iniciou uma pequena criação de bicho-da-seda em seus escritórios, inspirada no sistema de Pasteur. Convencido de que se tratava de uma técnica eficaz e desejoso de que uma vez por todas fosse colocado um fim nas discussões, não só por causa de Pasteur, mas pela indústria, Vaillant tem a ideia de aplicar o processo em uma serigaria imperial. Devido às suas funções, dentre as quais a manutenção da produtividade das propriedades imperiais, Vaillant aplica o método no local e propõe a Pasteur a fiscalizar as experiências na Vila Vicentina. Como Pasteur estava em convalescença do 1º AVC, ainda enfraquecido, vai acompanhado da esposa e dos dois filhos. Neste período, reúne publicações, notas e documentos e dita a Marie, página por página, aquilo que se transformará em um grosso livro (Debré, 1995, p. 240-241). A colheita de casulos daquele ano é um sucesso, e Vaillant escreve ao imperador Napoleão III dizendo que ele está maravilhado e pensa recompensá-lo com uma cadeira no Senado, assim como fez com Dumas e Claude Bernard. O nome de Pasteur é indicado “pelos serviços prestados à ciência por meio de seus belos trabalhos”. A estada nesta propriedade imperial coroa, simbolicamente, um estudo empreendido pelo governo de Napoleão III, e por isso, ele dedica a publicação de seu trabalho à imperatriz Eugénia de Montijo, escrevendo “a imperatriz dignou-se a se interessar pelas minhas primeiras observações e convidou-me a continuá-la ao me dizer que a maior grandeza da ciência está em seus esforços para estender o círculo de suas aplicações benéficas. Fiz, então, Vossa Majestade, uma promessa que procurei cumprir durante cinco anos de perseverantes pesquisas” (Debré, 1995, p. 243). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Banner da Expo Pasteur na fachada do Palais de la Découverte em Paris, França. Expo Pasteur no Palais de la Découverte em Paris, França. Personalidades envolvidas na resolução das doenças do bicho-da-seda. Imagem da Expo Pasteur no Palais de la Découverte em Paris, França. Em 1865, a pedido de Jean-Baptiste Dumas, Pasteur vai se dedicar às pesquisas do bicho-da-seda. Dumas era Ministro da Agricultura e Comércio e precisava redigir um relatório para o Senado sobre o flagelo que dizimava a indústria sericícola na França. Ele solicita, então, a cooperação de Pasteur para salvar a seda. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda no Instituto Pasteur de Lille, na França. Désiré Gernez. Eugène Maillot. Jules Raulin. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda no Instituto Pasteur de Lille, na França. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda no Instituto Pasteur de Lille, na França. Jean-Henri Fabre. Émile Duclaux. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda na Maison natale de Pasteur na cidade de Dole, França. Exposição sobre as doenças do bicho-da-seda na Maison natale de Pasteur na cidade de Dole, França. Marie e Louis Pasteur. Marie-Louise Pasteur. Continue lendo a biografia

  • Gerações ditas espontâneas | Pasteur Brasil

    Gerações Ditas Espontâneas Do estudo dos fermentos, Pasteur passa ao da geração dita espontânea, seguindo uma sequência lógica. Não é a primeira vez que o cientista tenta explicar a origem da vida. Suas pesquisas sobre a dissimetria molecular e suas descobertas no campo dos microorganismos responsáveis pelas fermentações, levaram-no a enfrentar a própria definição do que é vivo e as condições do seu aparecimento. Pasteur não escapa de uma das questões fundamentais da ciência: pode-se criar vida a partir do nada? O século todo levanta interrogações sobre a noção de vida. Darwin parte para Galápagos e teoriza sobre a evolução das espécies, enquanto Pasteur, junto ao seu microscópio, investiga a origem dos germes. Félix Archimède Pouchet, naturalista e médico, adquiriu renome pelas diversas pesquisas no campo da biologia animal e vegetal, e enviava comunicações à Academia de Ciências especialmente sobre a geração espontânea, da qual era um fervoroso apóstolo. Em 1859, Pasteur responde uma carta de Pouchet acerca de suas notas ao Instituto: “Penso, pois, que o senhor não tem razão, não por crer na geração espontânea, dado que é difícil em semelhante questão não possuir uma ideia preconcebida, mas por afirmar a certeza da geração espontânea. Nas ciências experimentais, sempre se está errado ao não se duvidar quando o resultado não tende obrigatoriamente à afirmação”. Naquele ano, Pasteur ainda não dispunha de meios para comprovar sua intuição e caracterizar rigorosamente o papel do ar no fenômeno observado: o surgimento da fermentação em seus tubos de ensaio. Mas o cientista vai procurar, por toda uma série de experiências, aprofundar a questão. Pasteur combinava rigor teórico e precisão experimental quando afirmava que nada mais faltava para confrontar um dos mais antigos problemas da humanidade: “a clareza de um raciocínio aritmético para convencer os adversários das suas conclusões” (Debré, 1995, p. 176). Félix Archimède Pouchet desenvolve o conceito de heterogenia e publica em 1859 o espesso livro intitulado “Traité de la Génération Spontanée”, no qual postula que se existe o fenômeno é porque Deus o quis aplicar e afirma: “A geração espontânea é a produção de um ser orgânico novo, desprovido de genitores e cujos elementos primordiais foram todos tirados da matéria ambiente” (Debré, 1995, p. 181). Pouchet não está só: outros dois cientistas o apoiam, Nicolas Joly e Charles Musset. Em contrapartida, na Academia de Ciências mostram-se todos reticentes. Henri Milne-Edwards, Jean-Baptiste Dumas e Claude Bernard, principalmente, tentam suscitar determinadas críticas e levantar-se contra as assertivas do trio espontaneísta. Em 1862 a Academia propôs estabelecer um concurso com o seguinte tema: “Procurar, por meio de experiências bem-feitas, lançar novas luzes sobre a questão das gerações ditas espontâneas”. Pasteur já se mostrava inventivo pela instalação de uma bomba a vácuo para captar o ar da vizinhança, mas será Balard que vai lhe inspirar um outro modelo experimental: balões que se comunicam com o ar exterior através de um gargalo de diferentes formas e comprimentos. Caso se deposite nesses diferentes balões um líquido fermentável, que será fervido após a introdução, e se se colocam esses balões num lugar onde o ar é tranquilo, o líquido permanece límpido durante meses. O pescoço de cisne evita a passagem das partículas; o vidro, dadas suas sinuosidades, extravia os micróbios, que caem nas partes em declive. O sucesso da experiência possibilitará o recebimento do prêmio supracitado, relativo à questão da geração espontânea. No entanto, inúmeras controvérsias vão surgir. Pouchet não valida a presença de germes no ar, e muitas outras experiências são realizadas. A Academia, cansada das discórdias, decide criar uma comissão de investigação. O júri avalia os experimentos e rejeita as reclamações de Pouchet, que deixa o local do debate renunciando ao teste comparativo. Pasteur vai à Sorbonne defender sua posição contrária à geração espontânea em 1864. O público é numeroso. Nos corredores puderam ser vistos Alexandre Dumas, George Sand e a princesa Mathilde. Pasteur vai falar perante toda Paris. Há aplausos, a maioria faz uma ovação a Pasteur, mas o orador não convence a todos. O divulgador Louis Figuier deixa a sala dizendo: “Entrei aqui se ter nenhuma opinião sobre as gerações espontâneas, e parto convencido de que o senhor Pasteur está do lado da falsidade, e o afirmarei” (Debré, 1995, p. 194). O debate deixa a arena estritamente científica para atingir o grande público. Logo se acusa Pasteur de estar a serviço de uma doutrina, e as hostilidades alimentadas pela imprensa continuam a arrastar seus partidários para fora do laboratório e do microscópio. As questões suscitadas pertencem desde então à metafísica e mobilizam jornalistas e filósofos. Os jornais, as revistas literárias e a opinião pública apossam-se de balões de pescoço de cisne da mesma forma que o fazem com a obra “A Vida de Jesus” de Ernest Renan e com a divulgação das ideias de Darwin. Inevitavelmente, tal publicidade falseia os dados e a confusão se instala, porque já não se trata de questão de ciência: é a eterna oposição dos espiritualistas e dos materialistas que reaparece. Por muitos anos os estudos sobre a geração espontânea foram realizados numa atmosfera de intensa excitação e de apaixonada controvérsia, pois era erroneamente julgado, por alguns dos participantes, que o problema envolvia questões religiosas – um ponto de vista que Pasteur negava energicamente (Dubos, 1967, p. 420). Pasteur afirma: "Não há aqui nenhuma questão religiosa, filosófica, materialista ou espiritualista. Posso até acrescentar que o fato de eu ser um cientista não teve a menor importância. Trata-se apenas da realidade. Quando comecei as experiências, estava pronto para ser convencido que a geração espontânea existe, como estou certo agora de que aqueles que acreditam nela são cegos" (Birch, 1993, p. 37). As polêmicas envolvendo as gerações ditas espontâneas não se encerram. Tardias controvérsias irão ocorrer. Pasteur segue lutando contra toda uma série de contraditores, cujas objeções se multiplicarão até o fim do século. No entanto, diante do falecimento de Félix Pouchet em 1872, Pasteur pronunciará: “Este cientista consciencioso merece o reconhecimento de todos pelo o que fez de bom e de útil, e até em seus erros, ele deve ser totalmente respeitado” (Debré, 1995, p. 200). Cansado do combate de cientistas espontaneístas, Pasteur adota um tom cortante aos seus contraditores. De irônico, torna-se duro e exclama com impaciência. Este período perdura inclusive mais tempo que o debate original com Pouchet. Pasteur põe-se a lutar contra todos os adversários com meticulosidade, paixão, força do tom e convicção: “Em resumo, aonde querem chegar, partidários da heterogenia ou sustentáculos complacentes e inconsciente dessa doutrina? Combater as minhas asserções? Ataquem as minhas experiências. Provem que são inexatas, em vez de fazer constantemente outras que não passam de variantes das minhas, mas nas quais os senhores introduzem erros que, em seguida, é preciso mostrar-lhes com o dedo”. Não é por acaso que o início da notoriedade de Pasteur junto ao grande público date desse período. A posição do cientista é desprovida de ambiguidade, a qual ele faz questão de reafirmar continuamente: “Não se trata aqui nem de religião, nem de filosofia, nem de qualquer sistema. Pouco importam as afirmações e as visões a priori, é uma questão de fatos” (Debré, 1995, p. 200). Na palestra em Sorbonne, Pasteur se absteve de filosofar. Não negou que a geração espontânea era uma possibilidade; meramente afirmou que nunca havia sido demonstrada sua ocorrência: “Não há circunstância alguma conhecida na qual tenha sido demonstrado que os seres microscópicos vieram ao mundo sem a presença de gérmens, sem origens semelhantes a eles mesmos. Aqueles que afirmam isso foram enganados por ilusões, por experiências mal conduzidas, por erros que eles não perceberam ou não souberam como evitar” (Dubos, 1967, p. 44). Referências: BIRCH, Beverley. Louis Pasteur. São Paulo, SP: Globo, 1993. DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Charles Darwin. Felix-Archimede Pouchet. Continue lendo a biografia

  • Arte | Pasteur Brasil

    Arte Entre os 13 e 20 anos, Pasteur produziu cerca de 40 pinturas, sendo a maioria em pastel, sem benefícios financeiros. Desde criança sempre se deleitou desenhando: copiava as gravuras dos livros a carvão ou grafite. Retratou homens, mulheres e crianças: familiares, amigos, o prefeito de Arbois, o escrivão da corte de Arbois, uma freira, um professor da Faculdade de Medicina de Besançon, a costureira da família, um viticultor, dentre outros. Em Arbois, teve aulas de desenho com Étienne-Charles Pointurier (1809-1853) e em Besançon torna-se aluno de Charles-Antoine Flajoult (1774-1840), que havia sido professor de Gustave Coubert (1819-1877). O estilo deste último pintor, bem como de impressionistas como Manet, Monet, Sisley e Pissarro não agradavam L. Pasteur, que preferia a arte clássica de Thomas Couture, Jean-Jacques Henner e Paul Dubois, a quem o cientista conheceu pessoalmente. Ao ingressar na École Normale Supérieure, Louis dedicou-se definitivamente à ciência. No entanto, suas habilidades artísticas foram transpostas, por exemplo, para a compreensão da existência de moléculas idênticas, porém espelhadas no espaço (3D). Deste modo, Pasteur funda a Estereoquímica, o ramo científico que estuda os aspectos tridimensionais das moléculas. Moldes dos ácidos tartárico e paratartárico, construídos por Pasteur, podem ser vistos em exposições e museus ao redor do mundo. Quanto à avaliação das obras que Pasteur produziu, Albert Edelfelt (1854-1905), pintor finlandês de diversos quadros de L. Pasteur e sua família, disse em 1887: “Seus trabalhos são bons ao extremo, e feitos com energia, cheios de caráter, muito superiores ao trabalho habitual de jovens que se dedicam à carreira artística. Há algo de um grande analisador nestes retratos. Estou seguro que se Pasteur tivesse escolhido a arte em vez da ciência, a França contaria hoje com um de seus mais capazes pintores” (Dubos, 1967, p. 28). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967. GAROZZO, Filippo. Louis Pasteur. Rio de Janeiro, RJ: Três, 1974. https://phototheque.pasteur.fr/fr/asset/fullTextSearch/WS/HOME_MENU/node/173/slug/oeuvre-artistique-de-louis-pasteur/nobc/1/page/1 Continue lendo a biografia

  • Absorção reflexiva | Pasteur Brasil

    Absorção Reflexiva Durante muitos anos Pasteur trabalhou sozinho. Mais tarde, jovens colaboradores se uniram a ele, sendo informados apenas da parte essencial do trabalho diário. “O silêncio olímpico que ele gostava de se ver rodeado ia até o dia em que seu trabalho lhe parecia maduro para dar publicidade”, disse Émile Duclaux. Adrien Loir, sobrinho de Pasteur e seu assistente técnico, confirmou essa característica: “ele queria ficar sozinho em seu laboratório e nunca falava do objetivo que tinha em mente”. Mesmo durante períodos de maior movimento, ele tinha poucos ajudantes, cada um em sua sala, onde trabalhavam em silêncio para não incomodar o cientista, exceto quando era chamado para participar de alguma discussão. Enquanto formulava as fases seguintes dos experimentos, Pasteur se absorvia em si mesmo e no estudo de suas notas, permanecendo isolado de todo o mundo e sem levantar a cabeça por muitas horas. Daí emergiam fragmentos ideativos que, como em um campo magnético pela força de seu pensamento, se organizariam em novas e inesperadas formas. Essas meditações solitárias duravam vários dias. Nestes períodos, ele ficava tão absorto em seus pensamentos que não notava as pessoas a seu redor. Quando Duclaux levou um assunto urgente a discutir, Pasteur reagiu como se despertasse de um sonho, mas não demonstrava impaciência. Depois que suas ideias tomavam forma, Pasteur se reconectava com seus colaboradores, falando o essencial para a elaboração dos detalhes técnicos dos experimentos, que eram realizados com cuidado para determinar se a hipótese inicial tinha uma base verdadeira. Se os resultados fossem negativos, as ideias eram imediatamente rejeitadas de sua mente. Do contrário, se resultados positivos sugeriam que a hipótese fosse válida, os experimentos eram multiplicados incansavelmente para explorar e desenvolver suas possibilidades. Pasteur não se desanimava com obstáculos, qualidade que ele se referia como seu maior dom. “Deixe-me contar-lhe o segredo que me fez chegar a meu objetivo. Minha única força reside em minha tenacidade". Este juízo foi confirmado por Émile Roux, que mais tarde dirá “Quantas vezes, na presença de dificuldades imprevistas, quando nós não imaginávamos como sairíamos delas, ouvi Pasteur nos dizer: ‘Façamos o mesmo experimento outra vez; o essencial é não abandonar o caso!´” (Dubos, 1967a, p. 55-59). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. DUBOS, René J. Louis Pasteur. Barcelona, Espanha: Grijalbo, 1967a. Émile Duclaux. Émile Roux. Adrien Loir. Continue lendo a biografia

  • Personalidades | Pasteur Brasil

    Grupos de Personalidades Família, amigos, cientistas, industriais, colaboradores, membros de Academias, políticos... Pasteur se relacionou com muitas personalidades ao longo da vida, as quais foram organizadas em 25 grupos. Para melhor compreensão da notação utilizada nesta pesquisa, acesse anteriormente a Legenda do Grupocarmograma . A seguir, confira os grupos de personalidades, seguidos da Análise dos Grupos e da Enumerologia (ordem alfabética por sobrenome). Ao acessar cada grupo, será possível consultar as microbiografias das principais personalidades. Família Nuclear Pai, mãe e irmãos Amigos de Infância e Adolescência Arte Pinturas de Pasteur e artistas Primeiros Beneméritos Professores, preceptores e apoiadores Leituras Iniciais Primeiras Influências Científicas Contemporâneos e antecessores Família Laurent Sogros, esposa, cunhados, sobrinhos Família Louis Pasteur Academia de Ciências Cristalografia Fermentação Geração Espontânea x Teoria dos Germes Doenças do Bicho-da-Seda Doenças Infectocontagiosas Início da Vacinação Vacinação: Raiva Pasteurianos Academia de Medicina Academia Francesa Políticos Instituto Pasteur Jubileu: 70 Anos Saúde e Morte Parapsiquismo Equipe Extrafísica Análise dos Grupos Enumerologia

  • Fermentação | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Fermentação Louis Dominique Joseph Bigo 1787-1876 Industrial e político francês, r esidente em Lille. Membro do Conselho Municipal de Lille (1830-1832). Prefeito de Lille (1834-1848). Cavaleiro da Legião de Honra (1838). Oficial da Legião de Honra em 1869 , pelo próprio Napoleão III. O filho de Louis Bigo, Émile Louis Bigo, seguia os cursos de Pasteur na Faculdade de Estrasburgo e veio procurá-lo, pois v ários fabricantes de álcool de beterraba estavam tendo problemas de produção (Debré, 1995, p. 112). Pasteur transforma a adega em laboratório e leva microscópio e outros instrumentos ao local. Observa as leveduras (lactobacillus) e publica seus resultados, em um artigo considerado o ato de nascimento da Microbiologia (Tese sobre a fermentação do chamado ácido lático - Mémoire sur la fermentation appelée lactique). Ref. http://www.dbsld.fr/LBD_LBT_arbre001.jpg Antoine-Laurent de Lavoisier 1743-1794 *Ver a microbiografia de Antoine-Laurent de Lavoisier no grupo Primeiras Influências Científicas. Antes de Pasteur, Lavoisier já havia enfrentado a questão da fermentação. Havia demonstrado a famosa fórmula “na natureza nada se cria e nada se perde”. Apesar de ter observações justas, suas conclusões não são satisfatórias, pois no caso da fermentação, Lavoisier negligencia a levedura, afirmando: “sendo a levedura reabsorvida como entrou, eu não posso levá-la em conta”. Sobre isso, Pasteur escreve “extremamente defeituosa em suas determinações numéricas, é admirável se a considerarmos do ponto de vista das ideias gerais e da filosofia” (Debré, 1995, p. 115). Pasteur está convencido de que a simplificação de Lavoisier é falsa e que, muito pelo contrário, a produção de álcool é um fenômeno tão complexo quanto um ato de natureza biológica (Debré, p. 131). Louis-Joseph Gay-Lussac 1778-1850 Ver a microbiografia de Louis-Joseph Gay-Lussac no grupo Primeiras Influências Científicas. As hipóteses de Lavoisier são confirmadas por uma sequência de erros consideráveis: Gay-Lussac e Thénard retomam as experiências. Se convencem de que Lavoisier não poderiam enganar-se e modificam os resultados para poder enquadrá-los na aparente simplicidade desta teoria. Louis-Jacques Thénard 1777-1857 Ver a microbiografia de Louis-Jacques Thénard no grupo Academia de Ciências. Justus von Liebig 1803-1873 Químico alemão. Foi um dos químicos mais influentes do século XIX. Como cientista, Liebig ofereceu estruturas teóricas arrojadas e treinou uma geração de alunos e colegas que lideraram o desenvolvimento em química orgânica , química farmacêutica, química fisiológica, química agrícola e química industrial por décadas. Como um popularizador da ciência, Liebig explicou a acadêmicos, burocratas, fazendeiros e monarcas a utilidade da química como base para a modernização, melhorias na saúde pública e nutrição e maior cooperação internacional. Como empresário, Liebig demonstrou o potencial comercial da química aplicada por meio de empresas que fabricavam fertilizantes, espelhos, fermento em pó, fórmulas infantis e extrato de carne. Liebig nasceu em Darmstadt em 1803, onde seus pais administravam uma pequena loja que vendia ferramentas e produtos químicos úteis, como tintas e vernizes. Incapaz de concluir o ensino médio formal por razões financeiras, Liebig mudou-se para a vizinha Heppenheim para se tornar um aprendiz de farmacêutico, então o passo mais importante para alguém com interesse profissional em química. Liebig passou a estudar química na Universidade de Bonn e na Universidade de Erlangen, onde recebeu um doutorado com pouco mais do que a promessa de fazer pesquisas sobre o tema da química vegetal. Ele então ganhou uma bolsa que lhe permitiu estudar em Paris com alguns dos principais químicos da época, dentre estes Joseph-Louis Gay-Lussac e Jean-Baptiste Dumas. Em 1824, como parte da iniciativa mais ampla do grão-ducado de modernizar sua infraestrutura, Liebig recebeu um cargo na pequena Universidade de Giessen em seu estado natal de Hessen-Darmstadt. Liebig logo transformou Giessen em um centro de educação química que ganhou reputação internacional por seus métodos de ensino inovadores e graduados de sucesso. A abordagem de Liebig enfatizou o desenvolvimento de habilidades de laboratório. Por meio do uso de técnicas e equipamentos padronizados como o "aparato de potássio" e o "condensador de Liebig", os alunos aprenderam a realizar análises de rotina com eficiência. À medida que suas habilidades se desenvolveram, os alunos abordaram projetos de pesquisa independentes que levaram à síntese e identificação de inúmeros novos compostos e reações. Liebig 'teoria, durante um período crucial em seu desenvolvimento. Em particular, ele refinou a teoria de que certos grupos de compostos orgânicos, chamados radicais, permanecem inalterados por meio de uma série de reações que produzem compostos relacionados. Liebig também editou Annalen der Pharmacie und Chemie, que se tornou a revista mais influente na área. Em 1840, Liebig publicou duas obras que estabeleceram sua reputação como um comentarista influente nas principais questões científicas de sua época. O primeiro, um artigo fortemente crítico da qualidade do ensino de química oferecido na Prússia, levou muitos governos europeus a reformular sua abordagem da educação científica. O segundo, Química Orgânica e Suas Aplicações à Agricultura e Fisiologia, lançou as bases para uma geração de pesquisas nas ciências agrícolas. Liebig argumentou que os agricultores devem estar cientes do papel que os compostos químicos desempenham em todos os aspectos das operações agrícolas. Ilustrando que os nutrientes minerais do solo deixam a fazenda a cada colheita e venda de gado, Liebig delineou claramente um conceito de ciclos químicos que enfatizava um equilíbrio entre entradas e saídas de produtos químicos. Ele também endossou os fertilizantes artificiais como um meio apropriado para manter a fertilidade do solo. Em um livro relacionado sobre química animal, publicado em 1842, Liebig anunciou suas teorias sobre o radical de proteína, o metabolismo das gorduras e a relação entre a digestão e a respiração, lançando as bases para pesquisas futuras sobre nutrição e bioquímica. Na segunda metade de sua carreira, Liebig se distanciou do ensino de laboratório e de seus próprios projetos de pesquisa, concentrando-se em esforços para promover e popularizar a química na área alemã e além. Suas cartas químicas, eventualmente publicadas em 11 idiomas, ensinaram a importância da química em uma linguagem e formato populares. Em 1852, ele assumiu um cargo na Universidade de Munique que exigia pouco em termos de ensino ou pesquisa, permitindo-lhe concentrar-se em seus papéis de conferencista popular e sábio público. Sua carreira posterior também incluiu esforços para reciclar o esgoto de Londres para fins agrícolas, para comercializar os subprodutos da carne bovina sul-americana como extrato de carne de Liebig e para tratar de questões internacionais de política científica e filosofia da ciência. Embora muitas das teorias específicas que Liebig promoveu tenham se mostrado incorretas, sua carreira promoveu o surgimento da química como um ramo central da investigação científica. Quando Pasteur se interessa pelas fermentações, Leibig tem quase 50 anos. O cientista alemão não admite que a fermentação é um fenômeno biológico. Afirma que o fermento age por decomposição da matéria morta. Pasteur rejeita esta teoria. Liebig demora 10 anos para responder a Pasteur e fará uma grande dissertação, pois não estava convencido de que a fermentação era um fenômeno biológico e queria provar que isso era irracional, errôneo e sem fundamento (Debré, 1995, p. 137). Ultrajado, Pasteur publica uma dissertação em que pede que se resolvam a favor de uma das duas teorias em confronto, a ciência biológica francesa ou a química alemã de Leibig. Pasteur quer que se escolha um júri, feito de comissários objetivos, membros da Academia, para julgar a reprodutibilidade de suas experiências e da sua veracidade (um duelo de cientistas). Liebig não o responde. Pasteur vai a Munique para discutir frente a frente os argumentos que se propõe. Liebig não lhe fecha a porta, mas o recebe de pé. Ele recusa qualquer discussão sob o pretexto de estar doente. Ref. https://www.encyclopedia.com/science/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/justus-von-liebig Jean-Baptiste-André Dumas 1800-1884 *Ver a microbiografia de Jean-Baptiste-André Dumas no grupo Primeiras Influências Científicas. Foi professor de Justus von Liebig. Charles Cagniard de la Tour 1777-1859 O Barão Charles Cagniard de la Tour era um engenheiro e físico francês. Nascido em Paris, França, Cagniard de la Tour estudou na École Polytechnique e na École du Génie Géographe. Posteriormente, foi auditor do Conselho de Estado, diretor de projetos especiais para a cidade de Paris e membro do conselho de administração da Société d'Encouragement. Suas honras incluíram ser membro da Legião de Honra e cavaleiro da Ordem de St. Michel. No campo da biologia, Cagniard de la Tour também estudou o papel da levedura na fermentação alcoólica. Põe em evidência a capacidade da levedura de se reproduzir, que ele chama de germinação. Em 1835 está convencido de que essa germinação desempenha um papel na fermentação (Debré, 1995, p. 118). Ref. https://www.encyclopedia.com/science/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/cagniard-de-la-tour-charles Mais informações: https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803095541412 Theodor Ambrose Hubert Schwann 1810-1882 Biólogo alemão, Theodor Schwann nasceu em Neuss, perto de Düsseldorf. Na Universidade de Bonn, onde ingressou em 1829, conheceu Johannes Müller, o fisiologista, a quem auxiliou em seus experimentos. Schwann continuou seus estudos médicos na Universidade de Würzburg e mais tarde na Universidade de Berlim, onde se formou em 1834. O trabalho de Schwann acabou sendo reconhecido por cientistas de outros países e, em 1879, ele se tornou membro da Royal Society e também da Academia Francesa de Ciências. Em 1845 ele recebeu a Medalha Copley. Foi um importante fisiologista alemão do século XIX. Entre as suas contribuições para a ciência destaca-se a descoberta da Teoria Celular, que constituiu o ponto fulcral para a fundação da Histologia Moderna. Ele também estava convencido de que a ideia de geração espontânea era falsa. Seus estudos de fermentação de açúcar de 1836 o levaram à descoberta de que a levedura originou o processo químico de fermentação. Questionando os experimentos de Gay-Lussac, ele provou que são necessários microorganismos vivos para que a fermentação alcoólica do suco de uva se produza, mas faz uma dissertação curta e lacônica (Debré, 1995, p. 119). Schwann é mais conhecido por descobrir as células que formam as bainhas de mielina das fibras nervosas (células de Schwann). Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Theodor-Schwann Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/cell-biology-biographies/theodor-schwann Mais infromações: https://www.lexico.com/definition/schwann,_theodor Jöns Jacob Berzelius 1779-1848 Químico sueco. Depois de se mudar para Estocolmo, ele trabalhou com químicos de mineração e, com eles, descobriu vários elementos, incluindo cério (1803), selênio (1817), lítio (1818), tório (1828) e vanádio (1830). Ele também trabalhou em pesos atômicos e eletroquímica e desenvolveu a notação para elementos químicos. É considerado um dos fundadores da química moderna. Ele é especialmente conhecido por sua determinação de pesos atômicos, o desenvolvimento de símbolos químicos modernos, sua teoria eletroquímica, a descoberta e isolamento de vários elementos, o desenvolvimento de técnicas analíticas clássicas e sua investigação de isomeria e catálise, fenômenos que devem seus nomes para ele. Ele era um empirista estrito e insistia que qualquer nova teoria fosse consistente com a soma do conhecimento químico. Berzelius estudou medicina na Universidade de Uppsala de 1796 a 1802 e de 1807 a 1832 foi professor de medicina e farmácia no Instituto Karolinska. Ele se tornou membro da Real Academia Sueca de Ciências em 1808 e serviu a partir de 1818 como seu principal funcionário, o secretário perpétuo. Em reconhecimento à sua crescente reputação internacional, Berzelius foi elevado a uma posição de nobreza em 1818 na coroação do rei Carlos XIV João. Ele foi agraciado com o título de baronete em 1835 após seu casamento com Elizabeth Poppius. Berzelius recebe com desdém as comunicações de Schwann e de Cagniard de la Tour. Escreve que as observações microscópicas nada valem, visto que a levedura é morta. O químico sueco propõe a tese de que a levedura tem o papel de inflamar ao simples contato: é um catalisador. Pasteur rejeita esta teoria, bem como a de Leibig (Debré, 1995, p. 117-118). Ref. https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803095502379 Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Jons-Jacob-Berzelius Pierre-Eugène-Marcellin Berthelot 1827-1907 Químico francês. Professor de química orgânica no Collège de France (1865), senador (1881), ministro da Instrução Pública (1886-1887), depois das Relações Exteriores (1895-1896), membro da Academia de Ciências (1873), Academia Francesa (eleito em 1900 ). Membro fundador da "Grande Enciclopédia". Foi químico orgânico e físico, historiador da ciência e funcionário do governo. Seu pensamento criativo e trabalho influenciaram significativamente o desenvolvimento da química na última parte do século XIX. Berthelot alcançou grande renome em vida. Ele entrou na Academia Francesa de Medicina em 1863, tornou-se presidente da Sociedade Química de Paris em 1866, foi eleito para a Academia Francesa de Ciências em 1873 e tornou-se seu secretário permanente em 1889. Ele também entrou na Academia Francesa em 1901. Quando ele morreu em 1907, ele foi homenageado em todo o país, com a maioria das cidades francesas nomeando uma rua ou uma praça em sua homenagem. Berthelot nasceu em uma família parisiense de classe média e frequentou a escola secundária no Collège Henri IV, terminando com o bacharel em artes em 1847 e o bacharel em ciências em 1848. Ele se tornou amigo íntimo de um colega que vivia na mesma pensão, Ernest Renan, que mais tarde se tornou famoso como historiador e filólogo. Sua correspondência ao longo da vida mostra a forte influência dessa amizade nas inclinações filosóficas e históricas de Berthelot. Quanto à fermentação, Berthelot reclama na Academia de Ciências e contesta as observações de Pasteur sobre a formação do álcool (Debré, 1995, p. 135). Futuramente, após a morte de Claude Bernard, Berthelot usa registros póstumos deste fisiologista para reiterar que o microorganismo não é necessário à fermentação. Após novos experimentos comprobatórios do contrário e diante da insistência de Berthelot, Pasteur se irrita e o chama de “homem inconstante e volúvel” e constroem tramas, mas finalmente entram em acordo em um ponto: Claude Bernard era um grande homem e a discussão se esgota. Pasteur ainda acrescenta: “ouso a dizer que Bernard tinha esse caráter antes mesmo de nascer” (Debré, 1995, p. 402). Ref. https://data.bnf.fr/en/12276589/marcellin_berthelot/ Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Pierre-Eugene-Marcellin-Berthelot Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/science-and-technology/chemistry-biographies/pierre-eugene-marcellin-berthelot Claude Bernard 1813-1878 Médico fisiologista francês. Membro da Academia de Medicina, secção de anatomia e fisiologia (1861) e da Academia Francesa (1868). Senador (em 1869). Claude Bernard, nasceu em Saint-Julien, França. Aos dezenove anos, ele foi aprendiz de um boticário chamado Millet em Vaise, um subúrbio de Lyon. Assim, ele teve a oportunidade de observar o rude empirismo da farmacoterapia daquele período. O farmacêutico aprendiz voltou-se, porém, naquela época, não para as ciências, mas para o teatro e as belas-letras. Em 1834, Bernard foi para Paris, onde planejava fazer carreira na literatura. O ilustre crítico Saint-Marc Girardin desencorajou-o, porém, e instou-o a primeiro adquirir uma profissão para ganhar a vida. No mesmo ano, com grande dificuldade, Bernard concluiu o bacharelado e ingressou na Faculdade de Medicina de Paris. Assim, como Renan observou em seu Éloge , ao virar as costas para a literatura, Bernard percorreu o caminho que, no entanto, o conduziu à Academia Francesa. Foi no laboratório de Magendie, no Collège de France, que Bernard, antes mesmo de terminar seus estudos clínicos, descobriu sua verdadeira vocação: a experimentação fisiológica. Embora tenha se formado em medicina em Paris em 7 de dezembro de 1843, Bernard nunca praticou medicina e sempre nutriu sentimentos ambivalentes em relação aos médicos. No entanto, seu trabalho foi tal que lançou novos alicerces para a profissão. Foi fisiologista conhecido principalmente por suas descobertas sobre o papel do pâncreas na digestão, a função glicogênica do fígado e a regulação do suprimento de sangue pelos nervos vasomotores. Tanto por meio de descobertas concretas como pela criação de novos conceitos, a obra d e Claude Bernard con stitui o fundamento da moderna fisiologia experimental. Formulou o princípio da homeostase, o mecanismo fisiológico de autocorreção que “automaticamente” busca restaurar o ambiente interno normal do corpo quando ele é interrompido. Os conceitos de Bernard permanecem relevantes nos estudos das bases fisiológicas de muitos problemas de saúde ambiental. Em 1859, a Academia de Ciências confere o prêmio de Fisiologia Experimental a Pasteur. Isso significa que o júri presidido por Claude Bernard reconhece que a fermentação é um fenômeno biológico. No entanto, sem tomar partido da causa, o médico admite que o fermento continua a provir de um ser que vive ou viveu. Essa prudência de Claude Bernard deve-se ao fato de ele não estar totalmente convencido de que a fermentação seja correlata à vida dos micróbios (Debré, 1995, p. 136). Ref. https://data.bnf.fr/11891495/claude_bernard/ Ref. https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803095501166 Mais informações: https://www.britannica.com/biography/Claude-Bernard Mais informações: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/medicine-biographies/claude-bernard Napoleão III 1808-1873 *Ver a microbiografia de Napoleão III no grupo Políticos. Em 1863, a pedido do imperador da França, Napoleão III , Pasteur estudou a contaminação do vinho e mostrou ser causada por micróbios. O cientista francês realizou as pesquisas recusando qualquer ajuda financeira (Debré, 1995, p. 246). De 1863 a 1865 Pasteur reúne três alunos da École Normalle, sendo um deles Émile Duclaux, para acompanhá-lo na cidade de Arbois no estudo prático sobre os vinhos. O primeiro contato de Pasteur com a casa do imperador e a corte ocorre em 29/11/1865 (Debré, 1995, p. 247). Napoleão III mostra-se interessado e pede para constatar pessoalmente as descobertas de Pasteur: quer examinar no microscópio amostras de vinho estragado (Debré, 1995, p. 249). É realizada uma experimentação imperial, com boas impressões aos imperadores (Debré, 1995, p. 251). Para evitar a contaminação, Pasteur usou um procedimento simples: ele aqueceu o vinho a 50–60 ° C (120–140 ° F), um processo conhecido universalmente como pasteurização. Émile Duclaux 1840-1904 *Ver a microbiografia de Émile Duclaux no grupo Doenças do Bicho-da-Seda. De 1863 a 1865 Pasteur reúne três alunos da École Normalle, sendo um deles Émile Duclaux, para acompanhá-lo na cidade de Arbois no estudo prático sobre os vinhos. Gérard Élisabeth Alfred de Vergnette de Lamotte 1806-1886 Viticultor e enólogo francês. Era visconde e assinava Vergnette-Lamotte. Proprietário de vinícola e propositor de um processo empírico de aquecimento dos vinhos, mas sem fornecer uma explicação científica (Debré, 1995, p. 262). Pasteur faz um pedido de patente para o processo de aquecimento, chamado “pasteurização”. Thénard levanta o problema dos direitos de Vergnette de Lamotte, porém os únicos inventores foram antecessores de Nicolas Appert (1749-1841) que já havia falecido. Pasteur se defende e Thénard abandona essa questão (Debré, 1995, p. 263-264). Ref. https://data.bnf.fr/fr/10743350/alfred_de_vergnette_de_lamotte/ Mais informações: http://www.beaune.fr/spip.php?rubrique198#.YEqBbWhKjnY Jules Tourtel e Prosper Tourtel ?-? Os irmãos Jules e Prosper Tourtel eram franceses e fundaram em 1839 uma cervejaria na cidade de Tantonville. As cervejarias começam a se interessar pela pasteurização. Junto com alguns estagiários, Pasteur vai inspecionar uma fábrica de cerveja durante 8 dias, cujos fundadores e proprietários são os irmãos Jules e Prosper Tourtel. Estes estudos fornecerão material para um livro que será publicado em 1875, no qual Pasteur usa a cerveja como pretexto para abordar teorias sobre a fermentação alcoólica, para a origem das leveduras da uva e até para a transformação das espécies (Debré, 1995, p. 282). Ref. https://www.image-est.fr/Fiche-documentaire-Bi%C3%A8re-Tourtel-_Tantonville_-610-4016-2-0.html Ref. https://phototheque.pasteur.fr/birt_viewer/run?__format=pdf&__report=reports/orphea/f_getmetadata.rptdesign&__resourceFolder=https://phototheque.pasteur.fr/birt_viewer/ressources/orphea/&Title=Jules+et+Prosper+Tourtel&__locale=fr_FR&gw_url=https://phototheque.pasteur.fr/dotgateway/index.pgi&callfrom=frontoffice&function=f_getmetadata&cache_ref=ba33212c86204994cdf770521b9035e3&function1=f_getassetsurl&cache_ref1=ce603f8b99534e041b7cf38d114842ce&logo_file=https://phototheque.pasteur.fr/images/header-logo.png Ref. https://statues.vanderkrogt.net/object.php?webpage=ST&record=frlo059 Jacob Christian Jacobsen 1811-1887 Industrial e filantropo dinamarquês. Fundador da cervejaria Carlsberg. Na Dinamarca, as pesquisas de Pasteur são bem aproveitadas. Jacob se conscientizou da importância das técnicas de conservação. Em 1870 seu filho Karl assumiu os negócios e foi nessa época que tomaram conhecimento dos trabalhos de Pasteur e passam a fazer uso deles para melhorar o processo de fabricação (Debré, 1995, p. 282-283). Em Copenhage, o progresso na cervejaria Carlsberg de Jacob Jacobsen foi tão rentável que ele e o filho Carl destinam uma parte dos lucros ao mecenato: além de um rico museu destinado à conservação de pedras lapidadas, eles subvencionam a Universidade de Copenhage e mantém um laboratório de pesquisa sobre cerveja. Ademais, instalam um busto em mármore de Pasteur em 1878 (Debré, 1995, p. 283). Próximo Grupo

  • Início da Vacinação | Pasteur Brasil

    Início da Vacinação Pasteur sabia que certos indivíduos, uma vez atingidos pela doença, tornam-se refratários a uma nova contaminação. Ele refletiu muito sobre a vacina de Edward Jenner e ficou surpreso com o uso limitado que os médicos faziam deste método. Ao empregar a palavra “vacinar” para designar a inoculação de germes com virulência atenuada, Pasteur mostra tudo o que deve a seus predecessores, Jenner em primeiro lugar, como ele reconhece em um discurso em Londres em 1881: “Dei à expressão vacinação uma extensão que a ciência, assim o espero, consagrará como uma homenagem aos méritos e imensos serviços prestados por um dos maiores homens da Inglaterra, Edward Jenner” (Debré, 1995, p. 428). A prática da vacinação é antiquíssima. No século X os chineses realizaram inoculações que protegiam da varíola. Ao que parece, esta técnica vinha da Índia. A pústula foi usada como arma bacteriológica para arrasar, por exemplo, aldeias indígenas. Lady Montagu lançou na corte inglesa a moda da vacina, que se propagou por todo o continente europeu (Debré, 1995, p. 428-429). Em 1805, Napoleão Bonaparte submeteu seu exército à vacinação para a varíola e promulgou um decreto a favor do novo método. Em 1811 mandou vacinar seu filho. Na época, o médico Jean-Nicolas Corvisart disse que o exemplo imperial fez mais pela vacina que qualquer lei. Por volta de 1820, graças a ação da Academia de Medicina, a vacinação se torna uma prática usual. No entanto, são muitos os que escapam a este método, e a Academia decide voltar à vacinação animal e organiza missões para isso (Debré, 1995, p. 431-432, 248). Ernest Chambon foi o “apóstolo e divulgador da vacina animal”. Montou o primeiro centro de vacinação para a varíola em Paris (Debré, 1995, p. 432). Neste campo dos precursores, um dos mais importantes é Joseph Alexandre Auzias Turenne. Depois de sua morte, seus amigos reuniram suas pesquisas, conferências e publicações num grande volume, no qual Pasteur teve acesso por meio de seu sobrinho Adrien Loir, que diz que Pasteur leu o livro regularmente durante vários anos e que algumas das suas ideias eram sugeridas a ele através desta leitura (Debré, 1995, p. 432-433, 530). Jean-Joseph Henri Toussaint, veterinário francês, anuncia que conseguiu vacinar contra o carbúnculo. Mais jovem, ele fica bastante atento aos trabalhos de Pasteur, pois quer ultrapassá-lo. É incentivado por Henri Bouley que o encarrega de uma missão a respeito do carbúnculo. Pasteur comunica ao jovem colega algumas conclusões resultantes da necropsia de vacas, apesar da pesquisa concorrente. Porém, logo que verifica que o jovem Toussaint se apressou em cantar vitória na Academia de Ciências e na Academia de Medicina. Pasteur então fica incomodado e diz que não se deveria agitar o mundo científico quando não se está seguro dos resultados, e que o senhor Toussaint não foi prudente. Apesar da reprimenda, Pasteur não se esquecerá de tudo o que deve às intuições de Toussaint. Em vez de procurar deixá-lo no esquecimento, como alguns insinuaram, ele o apoiará e fará com que receba, em 1883, o prêmio Vaillant da Academia de Ciências por seus trabalhos sobre o carbúnculo (Debré, 1995, p. 436 – 437, 444). Os resultados das pesquisas sobre a vacinação do carbúnculo se tornam conhecidos. Rossignol, veterinário na cidade de Mélun, membro considerado da Sociedade de Agricultura local e redator da Revue Vétérinaire, quando toma conhecimento da comunicação de Pasteur, clama por testes decisivos, a serem colocados em prática em uma fazenda, e toma a iniciativa de organizar uma demonstração pública, cuidando de sua própria publicidade. Se a experiência fracassar, ele será conhecido como aquele que conseguiu pegar Pasteur no erro. Se for bem-sucedida, ele terá sua parte no sucesso (Debré, 1995, p. 443). Neste experimento de Pouilly-le-Fort, 60 carneiros são utilizados. 25 serão vacinados e os outros 25 ficarão sem vacina. 10 carneiros servirão de grupo de controle. Pasteur chama Chamberland e Roux, que estão em férias, referindo ser este um “empreendimento grave e considerável”. Thuillier também é acionado (Debré, 1995, p. 446). Uma multidão de pessoas chega de diversas localidades. São agricultores, conselheiros gerais, médicos, redatores-chefes de revistas veterinárias, pessoas da imprensa francesa e do exterior. Foi considerado um espetáculo, por ser muito raro ver um cientista fora de seu laboratório. O ambiente parecia mais uma feira (Debré, 1995, p. 445). Após as inoculações, Pasteur, na grande sala da fazenda, fala ao público e expõe seu método. Serão realizados mais dois encontros, para a segunda e terceira inoculações. O último encontro é marcado para a constatação dos resultados. Neste período, Chamberland e Roux acompanham os animais. Um está febril, outro tem um edema, outro está mancando. Pasteur escuta o relato e fica preocupado, tomado por dúvidas. Pasteur acusa Roux de ser o responsável pelo fracasso da experiência, e Marie intervém para acalmá-lo. Na manhã seguinte chega o telegrama de Rossignol anunciando o que chamou de “sucesso assombroso”. Os animais não vacinados estão mortos e todos os vacinados estão bem. Chegando à fazenda, todos são acolhidos por uma multidão que festeja o sucesso do experimento. A imprensa especializada multiplica os artigos e comenta-se o experimento até no Times, que enviou um correspondente para cobrir o caso (Debré, 1995, p. 447-448). Com o sucesso evidente, Pasteur faz relatórios para a Academia de Ciências e para a Academia de Medicina. O governo quer prestar uma homenagem a Pasteur, mas ele diz só aceitar uma condecoração se puder dividi-la com Roux e Chamberland (Debré, 1995, p. 449). Algumas semanas depois, o governo pede que Pasteur represente a França no Congresso Médico Internacional de Londres. Esse congresso foi organizado por Joseph Lister. Na imensa sala do palácio Saint-James, Pasteur é ovacionado. O Congresso tem mais de 3.000 participantes, um número sem precedentes na história médica. Pasteur apresenta seu trabalho sobre as vacinações contra a cólera das galinhas e contra o carbúnculo. Foi considerado um turning point na importância da bacteriologia na medicina, cirurgia e saúde pública. A título de exemplo, estão presentes James Paget, Rudolf Virchow, Robert Koch, Jean-Martin Charcot, William Osler, Friedrich Trendelemburg, Mortis Kaposi, dentre outros. Dentre os monarcas estão, a rainha Vitória (patrocinadora do evento), o príncipe de Gales e futuro rei Edward VII, Frederico III (príncipe da Prússia). Em um jantar, Pasteur é apresentado ao príncipe de Gales e ao príncipe da Prússia (Debré, 1995, p. 450). Enquanto na Inglaterra Pasteur é aclamado, na França se constata que nem todos estão convencidos, a exemplo de Colin (Debré, 1995, p. 451). Durante todo o ano de 1882, Pasteur será confrontado por Robert Koch e por membros da escola berlinense, a exemplo de Friedrich Löffler (aluno de Koch). Eles criticam as culturas do caldo, a descoberta do vibrião séptico, as experiências com as galinhas carbunculosas, e a existência e eficácia da vacina. É realizada uma contra-experiência, e Thuillier é enviado a esta missão, que é um sucesso. No entanto, Koch não fica inteiramente convencido, e os alemães não confessam publicamente a derrota. Neste mesmo período, Koch acaba descobrindo o agente da tuberculose, batizado de bacilo de Koch. No entanto, ele deixa para outros a descoberta das soluções terapêuticas, pois não acredita na vacinação (Debré, 1995, p. 454-455). Pasteur tenta conseguir um ganho de causa definitivo naquele mesmo ano por ocasião do Congresso Internacional de Higiene em Genebra. Ele está desejoso de uma resposta oficial de Koch diante dos representantes de todos os países reunidos. Ao subir na tribuna, Pasteur fala dos resultados das experiências e acrescenta “Porém, por mais brilhante que seja a verdade demonstrada, ela não tem o privilégio de ser aceita facilmente. Na Franca e no exterior, encontrei opositores obstinados”. Em seguida, dirige-se diretamente a Koch e a seus discípulos, sentados na primeira fila, pois estes insinuam que seus trabalhos não podem ser considerados rigorosos. Pasteur continua falando detalhando a experiência e Koch escuta em silêncio, não aceitando um debate contraditório em público. Subindo no estrado, afirma que prefere responder por escrito, o que ocorre 3 meses depois, afirmando que a atenuação do vírus é uma fábula. Pasteur retoma, uma a uma, as acusações de Koch e para explicar, relembra suas primeiras descobertas e até volta às antigas altercações com Liebig (Debré, 1995, p. 456). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. Pasteur e Koch: Duelo de Gigantes no Mundo dos Micróbios. Edward Jenner. O início da vacinação: varíola. Mary Wortley Montagu (Lady Montagu) lançou na corte inglesa a moda da vacina, que se propagou por todo o continente europeu. Em 1805, Napoleão Bonaparte submeteu seu exército à vacinação para a varíola e promulgou um decreto a favor do novo método. Joseph-Alexandre Auzias-Turenne (precursor). Jean-Joseph Henri Toussaint. Atenuação dos vírus em galinhas. Hippolyte Rossignol, veterinário francês na cidade de Mélun, membro considerado da Sociedade de Agricultura local e redator da Revue Vétérinaire. Experimento de Pouilly-le-Fort. Charles Chamberland. Émile Roux. Doenças da época que eram os principais focos de estudo e pesquisa. Robert Koch. Quatrième Congrès International d´Hygiene et de Démographie a Genève (du 4 au 9 septembre, 1882). Continue lendo a biografia

  • Primeiros Beneméritos | Pasteur Brasil

    Voltar para os Grupos Primeiros Beneméritos Jean-Joseph Pasteur 1791-1865 *Ver a microbiografia de Jean-Joseph Pasteur no grupo Família Nuclear. O pai de Pasteur foi seu primeiro preceptor. Ele gostaria de ver o filho diretor do Collège d´Arbois. Tinha poucos amigos, mas eruditos: professores, o médico da cidade (Dr. Dumont – ex-médico militar que se tornou médico do hospital de Arbois) e outros (Debré, 1995, p. 33-34). Etienne Renaud ? Renaud era um jovem e ardente professor francês que se apegava aos alunos e sabia como diverti-los. Foi o primeiro professor de Louis Pasteur na escola primária, em 1831, na cidade de Arbois. Gostava de contar seus atos heroicos durante as campanhas bonapartistas. Mais tarde, na época das honras e dos discursos, Pasteur sempre citará, com reconhecimento, este docente que ministrou suas primeiras aulas (Debré, 1995, p. 32-33; Garozzo, 1974, p. 29-30). Emmanuel Bousson de Mairet 1796-1871 Amigo do pai de Pasteur, Mairet era homem de letras, filósofo e historiador francês. É autor de pelo menos 30 textos, dentre estes, sobre a história de Arbois, batalha de Alésia de Júlio César, escreveu uma tragédia sobre Joana d´Arc, dentre outros. Foi devido a este erudito local que a família de Pasteur se instalou em Arbois. Emmanuel foi professor no Collège d´Arbois, mas, vítima de surdez, teve de se aposentar prematuramente. Torna-se tutor de Louis Pasteur, ajudando-o a progredir consideravelmente, inclusive em retórica, onde amealha vários prêmios (Debré, 1995, p. 34-35; Viñas, 1991, p. 34; Garozzo, 1974, p. 32). Ref. https://data.bnf.fr/en/12251066/emmanuel_bousson_de_mairet/ Romanet ? Diretor do Collège d´Arbois, o francês Romanet teve influência decisiva na carreira de Louis Pasteur. Na época, Louis Pasteur o escuta enaltecer os benefícios da educação e descrever o único lugar que lhe parece digno das capacidades que vê no infante Louis: a École Normale Supérieure (Debré, 1995, p. 35, 39; Viñas, 1991, p. 36; Garozzo, 1974, p. 32-33). Barbier ? Amigo do pai de Pasteur, o capitão Barbier provinha de Arbois, na França. Era Oficial da Guarda Municipal de Paris. Propõe ao pai de Louis ser o correspondente do jovem caso fique decidido que ele prossiga os estudos em Paris. Barbier fala de uma instituição no Quartier Latin onde se preparam os alunos para as Écoles, dirigida por uma pessoa também do Franco-Condado, o sr. Barbet (Debré, 1995, p. 35-36, 39; Viñas, 1991, p. 36). Barbet ? Barbet, proveniente de Pagnoz, cidade do Franco-Condado, na França. Era dono do internato onde Louis Pasteur vai, primeiro aos 15 anos com Jules Vercel, e depois aos 17 anos com Cahrles Chappuis, se preparar para o concurso da École Normale Supérieure. Este senhor cortou pela metade as mensalidades de Pasteur e Jules. Aconselhou os rapazes e explicou o sistema de estudo. Aos 17 anos, Pasteur é recebido novamente neste internato. Logo, prontificou-se a dar aulas aos rapazes mais atrasados e conseguiu desconto de dois terços no valor da mensalidade. Barbet permitiu, desde que não lecionasse nos horários dedicados aos seus estudos, e assim decidiu-se por fazê-lo todos os dias das 6h às 7h da manhã. Depois de alguns meses, o Sr. Barbet resolveu isentá-lo de qualquer taxa, por toda sua dedicação e ajuda ao internato (Debré, 1995, p. 36; Viñas, 1991, p. 34, 36; Garozzo, 1974, p. 37, 39). Répécaud ? *Mais informações sobre os autores Droz e Pellico podem ser encontradas no grupo Leituras Iniciais. Répécaud era provedor do Colège de Besançon. Depois da formatura de Louis Pasteur, ofereceu-lhe o cargo de professor suplementar neste mesmo colégio, mas sem remuneração (Garozzo, 1974, p. 47-49). Louis aceitou a proposta, aos 18 anos, ganhando prática e com o tempo se tornando um dos professores mais queridos do colégio. Foi nesta época que achou indispensável aperfeiçoar o seu caráter, e algumas obras ajudaram bastante neste período, dentre elas a de Joseph Droz e de Silvio Pellico. Jean-Marie-Napoléon-Désiré Nisard 1806-1888 *Ver microbiografia de Désiré Nisard no grupo Academia Francesa. Crítico acadêmico e literato francês. Membro da Academia Francesa (eleito em 1850). Deputado (em 1842) e depois senador (em 1867). Publicou a "Coleção de autores latinos com tradução francesa" com muitos colaboradores, incluindo seus irmãos: Nisard, Auguste (1809-1892) e Nisard, Charles (1808-1889). Désiré Nisard nomeia Pasteur como Diretor de Estudos Científicos da École Normale Supérieure. Ref. https://data.bnf.fr/en/12052360/desire_nisard/ Próximo Grupo

  • Relações Políticas | Pasteur Brasil

    Relações Políticas No final de 1859, Pasteur não tinha a mínima subvenção para instalar-se na Rua Ulm. Escreveu a Gustave Rouland, então ministro da Instrução Pública a fim de chamar a atenção para os benefícios que poderiam ser extraídos de um estudo completo sobre a doença dos vinhos, solicitando fundos necessários para a instalação e experimentos no laboratório na rua Ulm em Paris: "Acho que obedeço, senhor ministro, a uma parte de suas instruções, consagrando todo o tempo de que disponho aos progressos da ciência." Era uma maneira indireta de pedir os fundos necessários destinados à instalação de um rico material. Responderam-lhe que os créditos deveriam ser "inteiramente consagrados à conservação dos edifícios e não à execução dos trabalhos que a conveniência das pessoas alojadas nesse edifícios reclama". De tanto insistir, Pasteur acabou, entretanto, obtendo alguns subsídios. Mas só podia tratar-se de uma instalação provisória. Todavia, o equipamento de que Pasteur precisava na época era modesto. Suas pesquisas sobre a fermentação só exigiam uma estufa, um microscópio, produtos químicos, recipientes de vidro. Mas, se o Ministério quisesse dar algum dinheiro para a reparação da água-furtada, claro estava que era impensável assegurar os respectivos equipamentos ou o funcionamento: "Não há orçamento ad hoc que nos permita subvencionar cinquenta cêntimos para os seus gastos com experiências." Foi, portanto, com seu próprio salário que Pasteur teve de equipar e manter seu laboratório. Tal instalação lhe custou cerca de dois mil francos, soma considerável para a época (Debré, 1995, p. 161, 551). Em 1863, ano seguinte à sua eleição para a Academia de Ciências, Pasteur é apresentado a Napoleão III, por Jean-Baptiste Dumas, segundo o costume da época ao ingressar na Academia. Naquele mesmo ano, Ildephonse Favé, oficial da ordem de Napoleão III, sugere que o imperador proponha a Pasteur um estudo sobre as doenças do vinho. Pasteur aceita o pedido, mas recusa qualquer ajuda financeira (Debré, 1995, 245-246, 254). Dois anos depois, Napoleão III disse ter muito interesse em se manter informado do andamento das pesquisas e o convida para passar 1 semana no castelo de Compiègne (Debré, p. 246). É realizada uma demonstração aos imperadores ao microscópio, com amostras de vinho (Debré, 1995, p. 251). Em 1863, Pasteur escreve a Napoleão III dizendo que “é chegado o tempo de libertar as ciências experimentais das misérias que as entravam” (Debré, 1995, p. 166). No dia seguinte, o imperador pede a Victor Duruy, Ministro da Instrução Pública, que empreenda a construção de um novo laboratório na Rua Ulm. Contudo surgem obstáculos para a continuidade da obra, pois os créditos suplementares que a construção exige são recusados pela administração. Encontra-se dinheiro para levantar a Ópera Garnier, mas não para a pesquisa científica. Pasteur fica indignado e, em 1868, prepara um artigo denominado “O orçamento da ciência” para o jornal Le Moniteur a fim de mobilizar a opinião pública. Em um dos trechos ele diz: “suprimam os laboratórios, e as ciências físicas se tornarão a imagem da esterilidade da morte”. Algumas semanas depois, o imperador reúne todos os membros do governo e um conjunto de cientistas, inclusive Pasteur. Napoleão III convida cada um a se exprimir. Pasteur recorda a criação da função de estagiário e fala em seguirem o exemplo da Alemanha, onde inclusive eles moram nas proximidades do seu laboratório (Debré, 1995, p. 166-168). Victor Duruy foi um interlocutor muito próximo de Pasteur, construindo uma verdadeira relação de amizade. Inclusive, a filha de Duruy, Hélène, era colega de Cécile, filha de Pasteur que faleceu ainda criança. A passagem de Duruy no Ministério da Instrução Pública ficará marcada pela atenção e ajuda concedida aos cientistas, não só a Pasteur. Ele é responsável por criar o decreto generalizando a criação de laboratórios de pesquisa nas faculdades, devido à forte influência de Pasteur. Ambos tinham a convicção de que a ciência constitui uma parte essencial do patrimônio nacional, e Duruy ajuda a vencer obstáculos administrativos para desbloquear o crédito para a finalização do laboratório de química fisiológica (Debré, 1995, p. 168-170). Duruy vela pelo ingresso de Pasteur na Legião de Honra e faz com que seja atribuído um prêmio pelos seus trabalhos sobre a fermentação do vinho, por ocasião da Exposição Universal de 1867. Nesta ocasião, Pasteur divide as honras com 63 outras pessoas, dentre as quais Ferdinand de Lesseps, que recebe uma imensa ovação pelo seu projeto de um canal ligando o Mar vermelho ao Mediterrâneo. Pasteur naquela época, ainda não era conhecido (Debré, 1995, p. 170-171). Por volta de 1863, Pasteur vai ao salão da princesa Mathilde. Lá fala da necessidade de uma reforma na produção do vinho ou do vinagre e queixa-se da pouca consideração de que dispõem os laboratórios e da inércia dos poderes públicos. No fundo esta é a intenção de Pasteur ao comparecer nestas ocasiões. O resultado obtido é a criação de uma cátedra de física e química aplicadas na École de Belas Artes, onde leciona para estudantes de arquitetura, onde fala bastante de higiene e do mal emprego da ventilação (Debré, 1995, p. 152-153). Pasteur é nomeado senador em 1870, mas o decreto não pôde ser oficialmente promulgado (devido à guerra), e portanto, o nome de Pasteur não figura na lista de senadores do Império (Debré, 1995, p. 271, 336-337). No início de 1876, após sua aposentadoria, Pasteur vai concorrer ao Senado Republicano. Ele está com 53 anos. Ele não adere a nenhum partido e diz que enquanto a ciência e a política estiverem separadas, o progresso será impossível. É atacado tanto pela esquerda quanto pela direita e fica em último lugar. Escreve a esposa dizendo-se muito feliz por ter sido derrotado, pois o sucesso o teria atrapalhado. Mesmo não tomando parte diretamente dos debates sobre a reforma do ensino superior, seu recado foi entendido e 3 meses depois toma conhecimento de que o Ministro da Instrução Pública vai conceder novos laboratórios ao Collége de France, aumentar e modernizar a Sorbonne (Debré, 1995, p. 335 a 338). D. Pedro II acompanhava com grande interesse os trabalhos de Pasteur, e desejava que o Brasil seguisse os passos do cientista. Durante os anos 1880 eles trocam algumas cartas. Pedro II preocupa-se particularmente com a febre amarela e em uma carta de 1882 escreve “espero que não se esqueça das pesquisas de micróbios da febre amarela, descobrindo-lhe uma vacina”. O imperador brasileiro desejava muito a vinda de Pasteur para o Brasil, o que não ocorreu devido à idade avançada de Pasteur e as sequelas do AVC. Em 1886, Pedro II confere a Pasteur a “Ordem da Rosa” pelo serviço prestado à humanidade (Lima; Marchand, 2005, p. 17, 25). Em 1884, em carta a Dom Pedro II, Pasteur participa ao imperador do Brasil que até aquele momento ainda não havia efetuado nenhuma experiência com humanos. Verifica a possibilidade de no dia da execução da sentença de morte dos condenados (que ele pensava existir), ser oferecida a escolha de ter uma morte iminente ou a possibilidade de participar de um experimento científico que consistiria em inoculações preventivas da raiva, de modo a tornar-se refratário à doença. Disse: “No caso de ser salvo, e estou persuadido de que isso aconteceria, como garantia para a sociedade que condenou o criminoso, eu o submeteria a uma vigilância para o resto da vida” (Debré, 1995, p. 484). Frederick Hamilton-Temple-Blackwood, conhecido por Lord Dufferin, enquanto embaixador britânico em Paris, escreveu às autoridades britânicas na Índia sugerindo que fossem oferecidas instalações a Waldemar Haffkine, bacteriologista ucraniano do império da Rússia, que iniciou os seus experimentos sobre a cólera no Instituto Pasteur, para continuar seus estudos de cólera naquele local. Lord Dufferin se destacou como diplomata, especialmente como embaixador britânico em São Petersburgo e como governador-geral do Canadá, o que levou à sua nomeação como vice-rei da Índia. Após, foi embaixador britânico em Paris (1891 – 1896). Sadi Carnot, presidente da França, comparece à cerimônia de inauguração do Instituto Pasteur (1888) e ao Jubileu de 70 anos de Pasteur (1892). Carnot disse “não faltarei, vosso Instituto é uma honra para a França” (Masi, 1999, p. 111). Referências: DEBRÉ, Patrice. Pasteur. São Paulo, SP: Scritta, 1995. MASI, Domenico de (org.). A Emoção e a Regra: os grupos criativos na Europa de 1850 a 1950. Rio de Janeiro, RJ: José Olympio, 1999. https://www.encyclopedia.com/international/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/dufferin-lord Gustave Rouland. Jean-Baptiste Dumas. Napoleão III e Eugénia de Montijo. Victor Duruy. Dom Pedro II. Lord Dufferin Sadi Carnot. Continue lendo a biografia

bottom of page